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sábado, 23 de março de 2013

A SEMANA ILUSTRADA



Encerrando as postagens, as foto charges que abordam os temas mais falados da semana.

Tem os índios expulsos no Rio de Janeiro, Dilma e o Papa Chico, placas, Dilma e Cristina, Ilze Scamparini...

Confira:
















domingo, 30 de maio de 2010

A SEMANA ILUSTRADA!

Bichitta japa fez milagre na Dona Dilma - a seleção brasileira já está na África, não sem antes tomar a benção do pé frio do Lula - já não bastava o FHC, a tia véia da janela, agora é a Hillary que seca o Lula! - Neymar na copa! - Quércia tem vice suspeito...

Tem tudo isso, e muito mais, na seleção semanal de fotocharges do blog, feitas especialmente pra você!

Veja:

















domingo, 9 de maio de 2010

"VATICANO ENCARA DENÚNCIAS DE UMA MANEIRA ERRADA"

ENTREVISTA - WALTER ROBINSON

Para jornalista responsável por noticiar acobertamento de pedofilia pela Igreja Católica em Boston em 2002, instituição não aprendeu nada com aquele episódio

MARCOS FLAMÍNIO PERES
DA REPORTAGEM LOCAL


Eram correntes os relatos de que padres da Arquidiocese de Boston abusavam sexualmente de crianças e jovens, mas foi apenas quando o "Boston Globe" decidiu investigar o assunto a fundo que as suspeitas se comprovaram -e eram piores do que se supunha.
Publicadas a partir de janeiro de 2002, as reportagens revelaram que o cardeal Bernard Law acobertou o padre John Geoghan, apesar das provas -recolhidas em dezenas de milhares de documentos da arquidiocese- de que molestava crianças havia ao menos uma década.
A estratégia foi transferi-lo de paróquia a paróquia.
Law, então um notório defensor de direitos humanos e pessoa de confiança do papa João Paulo 2º, caiu em desgraça e foi obrigado a renunciar.
A equipe do "Globe" -que, no ano seguinte, ganharia o Pulitzer (o maior prêmio do jornalismo mundial) pela investigação- era liderada por Walter Robinson, ele próprio um católico vivendo em meio a uma das maiores dioceses católicas dos EUA.
"O mais difícil não era acreditar que padres abusavam de crianças, porque sabia que isso existia, mas, sim, acreditar que a igreja tenha encoberto a história, enviando-os a novas paróquias, onde teriam oportunidade de praticar outros abusos", afirma Robinson em entrevista concedida à Folha de Boston, onde hoje, após deixar as Redações, leciona na Universidade Northeastern.
Como resultado do trabalho, a arquidiocese quase faliu com as indenizações que teve de pagar, e outros casos vieram à luz pelos EUA.
Geoghan foi condenado a quase dez anos - em 2003 seria estrangulado na prisão.
Law é hoje arcipreste da basílica de Santa Maria Maggiore (Roma).
*****
A entrevista foi publicada na "Folha de S.Paulo" de hoje, editada.
Na íntegra, você só lê na Folha Online e aqui :

O jornalista ganhador do Prêmio Pulitzer, Walter Robinson

Folha - Passados 18 anos da revelação do caso Bernard Law pelo "Globe", o que a igreja católica aprendeu com o assunto?

Walter Robinson- Não acho que o Vaticano tenha aprendido alguma coisa com isso. Sua visão é de que os católicos não têm o direito de saber os detalhes de casos assim e que a imprensa secular não tem nenhum direito de fazer perguntas.

Folha- Mesmo hoje?

Robinson- Mesmo hoje. As críticas feitas agora são ainda mais duras do que em 2002, contra o "Globe". À época, ninguém chegou a sugerir que se tratava de um complô de judeus, da mídia ou de qualquer coisa do gênero. Ninguém dizia explicitamente que era uma tentativa de atingir o papa e a igreja. Nesse sentido, acho que o Vaticano está lendo a situação toda de maneira errada.

Folha- Qual foi sua reação quando deu de frente com os primeiros documentos provando o acobertamento, por parte da igreja, dos casos de abuso sexual?

Robinson- Quando conseguimos as primeiras centenas de páginas, lembro-me de ter relatado a história para o editor-executivo do jornal, que disse: "Não importa tanto o que está nos documentos, mas aquilo que não está".

Pois em nenhum lugar das milhares de páginas, com cartas do cardeal a seus subordinados, ele jamais expressou preocupação com o que havia acontecido às crianças.

Folha - O sr. recebeu apoio do jornal em todos os momentos da investigação?

Robinson- Sim, muito.

Folha - Qual foi a reação da enorme comunidade católica de Boston?

Robinson- Nos primeiros dias, houve alguns católicos proeminentes que acusaram o jornal de tentar atingir a igreja. Mas uma ou duas semanas depois das revelações, mesmo eles se calaram, pois todo mundo passou a entender quão sérios eram os crimes. O cardeal Law perdeu toda sua credibilidade.

Folha- E houve manifestações na cidade?

Robinson- Não contra o "Globe", mas a contra igreja. No início, pensávamos que haveria umas 500 pessoas protestando em frente à sede do jornal, mas isso nunca ocorreu.

Folha - Isso o surpreendeu?

Robinson - Foi uma surpresa, sim. Mas as evidências eram tão fortes que as pessoas se deram conta de que a questão toda era com a igreja, não com o "Globe".

Folha- Sem os documentos revelados pelo jornal mostrando que a diocese de Boston encobria abusos sexuais, provavelmente não haveria nada comprovado sobre isso até hoje. Qual foi a importância do caso Bernard Law para o futuro do jornalismo investigativo?

Robinson - Foi muito importante aqui nos EUA, pois lidávamos com uma instituição que não era de modo nenhum aberta, nem sequer a perguntas. Se tivéssemos ido adiante e escrito as histórias baseadas apenas nas acusações feitas por um pequeno número de vítimas, ninguém teria acreditado nelas. Então decidimos que tínhamos que ter os documentos.

A igreja não pode nos acusar de nada porque eles mostravam claramente o quanto bispos, arcebispos e cardeais estavam envolvidos em encobrir os crimes e permitir que continuassem.

Folha - Tomando esse caso como exemplo, qual era, ali, o limite entre jornalismo investigativo e sensacionalismo?

Robinson - Eu lhe digo onde havia, nesse caso. Tínhamos, na sede do "Globe", uma sala inteira repleta de caixas com dezenas de milhares de documentos. Neles havia grande quantidade de informações, com muito potencial sensacionalista, sobre o que os padres faziam com suas vítimas. Por exemplo, um caso de abuso contra um menino de quatro anos.

Mas fomos muito cuidadosos sobre o que publicaríamos. Raramente utilizamos detalhes explícitos e focamos no que os documentos diziam sobre as atitudes da alta hierarquia da igreja.

Não poderíamos desfazer o que havia sido feito às vítimas, mas tínhamos esperança de que, a partir dessas revelações, a sociedade civil e os católicos poderiam ajudar a mudar a instituição.

Folha -Hoje, o sr. avalia que ajudou a mudá-la?

Robinson - Não sei a resposta, mas, quanto ao futuro, acho que não há esperança para a igreja no mundo desenvolvido. Os EUA registram uma queda acentuada no número de católicos que vão à igreja e que contribuem com dinheiro. Isso também é verdade para a Irlanda.

Somos uma sociedade muito secular, com separação clara entre igreja e Estado. O crescimento e o poder da igreja é hoje muito mais forte na África, em partes da Ásia e na América Latina.

Folha - O que o sr. acha da atitude de Richard Dawkins e Christopher Hitchens de pedir a prisão de Bento 16 quando ele estiver em visita ao Reino Unido, em setembro próximo?

Robinson - Não concordo com essa posição, pois não acho que haja evidência para acusar o papa pelo crime.

Além disso - assim como descobrimos aqui, no caso do cardeal Bernard Law -, as autoridades civis decidiram que não poderiam processá-lo porque, nesse caso, teriam que processá-lo por ser cúmplice do crime e, para isso, teria que ser provado que a pessoa o arcebispo ou o cardeal sabia que os padres iam a suas paróquias para abusar das crianças.

Os bispos e a igreja foram muito ingênuos. Pensaram que, se os padres se arrependessem de seus pecados e fossem perdoados por eles, não iriam pecar novamente. Mas o que eles não entendiam é que isso era uma doença.

O que a igreja de fato precisa é prestar mais atenção às necessidades dos fiéis e das crianças e se preocupar menos em defender a hierarquia.

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A HISTÓRIA SECRETA DOS PAPAS

Pessoal:

Por mais incrível que pareça, os papas recentes até que se comportam muito bem, se comparados com alguns de seus antecessores.

O livro "A História Secreta dos Papas" - muitíssimo bem escrito pela escritora americana Brenda Ralph Lewis - mostra como diversos sumos sacerdotes da Igreja Católica agiram de forma bem contrária aos ensinamentos cristãos que representavam.

Durante a Idade Média, não faltaram papas que foram especialistas em conspirações, assassinatos e até bruxarias.
O livro conta algumas das histórias mais assustadoras do Vaticano.
Uma delas é o Sínodo do Cadáver, em que o bondoso --e falecido-- papa Formoso foi desenterrado, julgado por seu sucessor Estevão 7° e jogado no Rio Tibre. Gente fina é outra coisa...

A obra mostra em detalhes como funcionou a sanguinária Inquisição - responsável por um dos maiores genocídios da Humanidade - e conta a história de algumas das suas mais célebres vítimas, como Galileu Galilei, que só escapou da morte porque foi obrigado a negar publicamente seus ideais - principalmente de que a Terra era redonda e não era o centro do universo.

João 12°, por exemplo, foi um papa muito especial : castrou um de seus cardeais, cegou outro, torturou desafetos - até tirando a pele de alguns! - e chegou a brindar ao demônio em seus diversos bacanais.
Apesar da tentativa de diversos bispos de defenestrar João 12° do trono papal, ele só sossegou após ser surpreendido pelo marido de sua amante e assassinado com uma martelada no crânio...

Separei abaixo um trecho do livro, que fala sobre João 12°:

"Dormiu com as prostitutas de seu pai e chegou ao cúmulo de manter relações com sua própria mãe.
João XII também presenteava suas amantes com cálices de ouro, verdadeiras relíquias sagradas da igreja de São Pedro.
Ele ainda cegou um cardeal e castrou outro, causando sua morte.
Apoderava-se das oferendas feitas pelos peregrinos para apostar em jogos.
Nessas seções de jogatina, o próprio papa costumava evocar os deuses pagãos para ter sorte ao arremessar os dados.
As mulheres eram advertidas a se manterem longe da igreja de São João de Latrão, ou de qualquer outro lugar frequentado pelo papa, pois ele estava sempre à procura de novas conquistas.
Após pouco tempo, os romanos estavam tão furiosos com tais atitudes que o papa começou a temer por sua vida.
Sendo assim, resolveu saquear a igreja de São Pedro e fugir para Tívoli, a 27 quilômetros de Roma.

João XII estava causando tanto estrago ao papado e ao Vaticano, superando os crimes e pecados de seus antecessores, que um sínodo especial foi convocado.
Todos os bispos italianos, 16 cardeais e outros prelados (alguns alemães), reuniram-se para decidir o que fazer com o devasso pontífice.
Convocaram testemunhas e ouviram evidências sob juramento.
Então, fizeram uma lista que adicionava ainda mais acusações às informações bizarras e assustadoras que já possuíam sobre João.
Algumas delas foram descritas em uma carta escrita a João pelo Imperador do Sacro Império Romano, Otto I da Saxônia.

O papa João, ainda no exílio em Tívoli, respondeu a Otto em termos ameaçadores que aterrorizaram Roma.
Caso o sínodo o depusesse, ameaçou excomungar todos os envolvidos, e assim não poderiam celebrar missas ou conduzir uma ordenação.
Em termos cristãos, esse é o pior castigo que um papa pode dar, pois a excomunhão significa estar fora da igreja, perdendo sua proteção e arriscando o espírito imortal.

O imperador Otto não se curvou à ameaça de excomunhão do papa e o depôs, colocando em seu lugar o papa Leão VIII sem que João soubesse.
Quando retornou a Roma, em 963 D.C., sua vingança foi infinitamente pior que sua ameaça.
João XII depôs o papa Leão e, ao invés da excomunhão, executou e mutilou todos os que fizeram parte do sínodo.
Um bispo teve a pele arrancada, um cardeal teve o nariz e dois dedos cortados e a língua arrancada, e 63 membros do clero e da nobreza romana foram decapitados.
Na noite de 14 de maio de 964, parece que todas as rezas implorando a morte de João XII foram ouvidas.
Segundo a descrição do bispo João Crescêncio de Protus: "enquanto estava tendo relações sujas e ilícitas com uma matrona romana, o papa foi surpreendido pelo marido de sua amante em pleno ato.
O enfurecido traído esmagou seu crânio com um martelo e, finalmente, entregou a indigna alma do papa João XII a Satã".

A Igreja ainda não tinha acabado com a família das "meretrizes", que gerou nove dos mais pecaminosos papas já existentes e denegriu o nome do papado.
Em 986, 22 anos após a dramática morte de João XII, o bispo Crescêncio foi até o Castelo de Santo Ângelo para ver a mãe de João, Marózia.
Aquela mulher antes exuberante agora parecia um saco de ossos, vestida em farrapos".

Tutto buonna gente, esses papas, né?

O livro é um verdadeiro tratado de como usar a religião para enganar, matar, fornicar e subjugar seres humanos através do medo e da ignorância.

Por isso, é uma obra imperdível de se ler.

Foto da Capa

"A História Secreta dos Papas"
Autora: Brenda Ralph Lewis
Editora: Editora Europa
Páginas: 256
Quanto: R$ 99,90, no site da Livraria da Folha
Classificação do Klau: