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terça-feira, 15 de julho de 2014

'O REBU': REMAKE DE UMA DAS NOVELAS MAIS INSTIGANTES DE TODOS OS TEMPOS COMEÇOU MUITO BEM


'O Rebu' (novembro/1974 a abril/1975) foi uma das novelas mais inovadoras, e justamente por isso,mais lembradas da TV brasileira, graças ao talento do escritor Bráulio Pedroso, do diretor Walter Avancini e de um elenco encabeçado pelas lendas Ziembinski (como o poderoso Konrad Mahler) e Lima Duarte e que tinha, entre outros, Bete Mendes, Buza Ferraz, Tereza Rachel, Mauro Mendonça, Arlete Salles e Carlos Vereza.

Afinal, uma novela com 112 capítulos e cuja trama se passava em uma só noite - uma festa de arromba numa mansão - cheia de gente linda, chique e elegante e que a tantas horas tem um cadáver boiando na piscina - da personagem de Bete Mendes, revelado só no capítulo 50 -  foi um achado para a Globo, que teve na década de 70 seu melhor momento de experimentação em teledramaturgia.

Justamente por tudo isso e por me lembrar muito da novela, aguardei com ansiedade a estreia do remake, que a Globo estreou ontem (14), em capítulo especial.

Já no primeiro capítulo, com uma direção, fotografia, figurinos, direção de arte e interpretações muito acima da mesmice que atualmente vemos, três personagens ganharam destaque, não só pela importância na trama, como pela  interpretação das atrizes.

Enquanto a jovem Maria Eduarda/Duda (Sophie Charlotte) cantava emocionada sob uma linda iluminação o sucesso de Roberto Carlos "Sua Estupidez" (1969), Gilda (Cássia Kis Magro) comenta com Ângela Mahler (Patrícia Pillar), mãe de coração de Duda: "20 anos... Linda! Meus 20 anos foram ótimos, e os seus Ângela?".
Ângela olha para Gilda e lhe tira o cigarro dos dedos para dar uma tragada.

Duda (Sophie Charlotte)  e Ângela (Patrícia Pillar) em cena do capítulo de ontem - Fotos dessa postagem: Divulgação-Reprodução/TV Globo
A intensidade da interpretação de Cássia já é bastante conhecida e apreciada pelo grande público, tanto quanto a interpretação econômica e arrebatadora de Patrícia Pillar - linda de viver num longo preto e fazendo o mesmo papel que Ziembinski fez no original, agora em versão feminina.

E o que dizer de Sophie Charlotte  - para mim, uma das melhores da sua geração - indo da canção ao desespero com a mesma verdade?

Duda (Sophie Charlotte) canta no capítulo de ontem
De arrepiar essas três, que, na sequência, ao saberem da morte de Bruno (Daniel de Oliveira), dominam a cena com a sua explosão beirando o exagerado, mas muito bem dirigida por José Luiz Villamarim, com Ângela tentando segurar a barra da amiga, da sua protegida e a sua própria, fingindo que nada está acontecendo para os seus convidados, mas explodindo internamente, com Maria Eduarda entrando em desespero ao se deparar com o cadáver do homem para quem cantava tão emocionada minutos atrás.

Gilda (Cássia Kis Magro) é advogada da empreiteira de Ângela (Patrícia Pillar)
E isso é só o começo, já que, como a primeira versão, o elenco do remake tem gente do quilate de Tony Ramos, Vera Holtz, Dira Paes, Camila Morgado, José de Abreu, Marcos Palmeira, entre tantos outros, acrescidos com os talentosos Júlio Andrade (Oswaldo), Eucir de Souza (Brandão) e o jovem Jesuíta Barbosa (Alain), que já entraram na trama arrebentando tudo.

Bernardo (José de Abreu) fuça o carro de Bruno à procura de um dossiê comprometedor
Diferentemente da primeira versão - que tinha três perguntas para o telespectador: 'Quem Morreu?', 'Quem Matou?' e 'Por quê Matou?' - aqui, já sabemos desde o começo que quem foi encontrado morto, boiando na piscina, foi Bruno (Daniel de Oliveira), que surge em flash-back sendo contratado por Ângela, poderosa dona de uma grande empreiteira e largando a empresa dos personagens de Tony Ramos (Braga) e José de Abreu (Bernardo), que durante a festa estão atrás de um dossiê comprometedor para ambos e que estava em poder do morto.

Ambicioso profissional de TI,  Bruno atualmente trabalhava para Ângela, era apaixonado por Duda/Maria Eduarda e tinha um caso com Gilda, casada com Bernardo.

Bruno (Daniel de Oliveira) é encontrado morto, boiando na piscina
A narrativa agora transcorre em três tempos: o dia da festa, o dia da investigação (onde entra em cena o personagem de Marcos Palmeira, delegado Nuno Pedroso, e sua assistente Rosa/Dira Paes) e os flashbacks mostrando o possível envolvimento de cada convidado com a vítima.

Marcos Palmeira viverá o delegado Pedroso em 'O Rebu' (Foto: Foto: Fábio Rocha / TV Globo)
Marcos Palmeira é o delegado Nuno Pedroso
Em clima denso e tenso, entremeando cenas de grande ação com cenas suaves e detalhadas sob uma iluminação  e chuva cinematográficas, todo o elenco, dos protagonistas ao auxiliar de cozinheiro são suspeitos nessa novela que teve uma estreia arrebatadora e bem no estilo das recentes minisséries do próprio adaptador George Moura - " O Canto da Sereia" e "Amores Roubados".

Ângela e Gilda, após encontrarem o corpo de Bruno na piscina
Pelo que mostrou nesse primeiro capítulo, 'O Rebu' tem tudo para começar a resgatar a teledramaturgia da Globo do limbo em que ela atualmente se encontra.

Afinal, morte, mistério, disputa pelo poder, romances e brigas são ingredientes fundamentais para prender o telespectador diante da TV.

Confira chamada:

*****
'O REBU'
O que é:
Novela em 36 capítulos
Direção Geral:
José Luiz Villamarim
Escrita por:
George Moura e Sergio Goldenberg
Elenco Principal:
Patrícia Pillar, Cássia Kiss Magro, Sophie Charlotte, Daniel de Oliveira, Tony Ramos, José de Abreu, Marcos Palmeira, Dira Paes
Quando:
Terça a Sexta - por volta de 23h
Cotação do Klau:

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

‘EM FAMÍLIA’: HISTÓRIA BOA SE PERDE NAS TERRÍVEIS DIREÇÃO DE ARTE E ESCALAÇÃO DO ELENCO


Nem vamos falar que ‘Em Família’ – nova novela das 21h da Globo – foi a pior em audiência da emissora na sua primeira semana de exibição em todos os tempos.

Vamos falar, sim, que, apesar do bom roteiro do sempre competente Manoel Carlos, a novela peca por uma direção de arte terrível - que confunde os anos 70 e os 90 - e tem o elenco mais mal escalado de todos os tempos, onde atrizes que poderiam ser irmãs fazem papéis de mãe e filha, por exemplo.

Preocupada com a pífia audiência da primeira semana, a Globo turbinou a novela na semana passada  para que a trama saísse das tais primeiras e segundas fases e finalmente chegasse aos dias atuais – que é o que realmente importa para o desenvolvimento do roteiro  proposto.

Encerradas nesta segunda(10), as duas primeiras fases foram marcadas por falhas de caracterização, erros ao retratar os anos 1980 e 1990 e omissão proposital de ordem cronológica para camuflar as fragilidades, o que deixou o telespectador confuso, principalmente nas passagens de tempo.

O que se viu nos primeiros seis capítulos, que por causa da baixa audiência condensaram acontecimentos previstos inicialmente para 12, foi uma caracterização genérica da época, onde os veículos na virada dos anos 1980 para os 1990 eram do início dos anos 1970 – e tome Brasílias, Fuscas, Variants... – e a direção de arte (cenários) figurino e a caracterização dos personagens não informaram em que época eles estavam – o que deixou o telespectador mais confuso ainda.

Cyria Coentro caminha por uma Goiânia em 1989/90 tomada por carros dos anos 1970 - Reprodução - TV Globo
A Globo admite que adotou uma caracterização "atemporal" e que procurou marcar o tempo de forma "leve", só que esse ‘samba do crioulo doido ‘ desapontou telespectadores mais exigentes, que esperavam pelo já costumeiro "Padrão Globo de Qualidade", de reproduções quase impecáveis de épocas.

Especialistas ouvidos apontaram os principais problemas na econômica caracterização das duas primeiras fases da trama:
“Não teve caracterização. Nas roupas, não vi nada que marcasse a época”, disse a consultora de moda e coordenadora de imagem Ana Pasternak.
“Acho que deram uma pincelada genérica, dando a sensação da década de 1980. São roupas atuais”, completa.

"Todos esses carros são dos anos 1970", afirmou o jornalista Fernando Calmon ao ver fotos da sequência, exibida sábado (8), em que Laerte (Guilherme Leicam) fica preso no trânsito de Goiânia a caminho da igreja.

Embora não ficasse claro em que ano a cena do congestionamento se passava, era algo entre 1989 e 1990 e os carros eram Opalas e Fuscas (antigos), um Corcel do início dos anos 1970, uma Brasília de 1973, uma Veraneio (lançada em 1964) e até uma Rural dos anos 1950.

Bruna Marquezine dirige caminhonete dos anos 1970 em cena do final dos 1980/início dos 1990  - reprodução/TV Globo
"Isso está totalmente fora da época, mesmo para Goiânia. A produção arrumou os carros que eram possíveis, mas pegaram automóveis muito antigos", sentencia Calmon.

Se os carros eram muito velhos para a época retratadas, no capítulo de segunda(10), mais um senhor furo: os estupradores que atacaram Neidinha (Jessica Barbosa), no Rio de Janeiro de 1991, estavam em uma van Hyundai H100, que foi produzida lá fora entre 1987 e 1996 e chegou a ser montada no Brasil entre 1999 e 2001 – um erro imperdoável em uma produção da Globo, especialmente para as 21h.

E os cabelos e penteados da novela?

O hair stylist Marco Antonio Di Biaggi vê poucas referências dos anos 1980 e destaca que as festas, como o baile de formatura e o quase casamento de Helena (Bruna Marquezine), o trabalho de composição foi todo atemporal.
“Ali é tudo uma variação do mesmo tema. Usaram um presinho tipo Grace Kelly e o que chamamos de ‘princess’, que é um cabelo meio preso, meio solto, com ondulações. Isso não retrata época, é atemporal”, diz Di Biaggi.

Segundo o cabeleireiro, somente a personagem Selma (Camila Raffani), a mãe de Laerte, tinha um corte dos anos 1980:
“Chanel longo e reto é mais difícil ter nos dias de hoje. Esse corte se modernizou muito”, comenta.

A trama de Manoel Carlos tem três fases, começando nos anos 1980 até chegar em 2014, mas o telespectador só tinha recebido a informação de que na fase adolescente de Helena (Julia Dalavia), exibida somente no primeiro capítulo, era a década de 1980.

Bruna Marquezine entrou para viver a personagem na segunda fase, mas em que ano ela se formou e ficou grávida não havia a mínima pista até o capítulo de segunda(10), quando Laerte foi condenado - ao ler a sentença, o juiz disse a data: 14 de março de 1990.

Com esse dado, somando um ano em que o personagem ficou preso e o segundo salto no tempo, divulgado como sendo de 20 anos, a história ainda estaria no passado, em 2011 – mas, segundo a Comunicação da Globo, ‘Em Família’ entrou em 2014 nesta terceira fase!

Agora, o maior furo da novela – para mim o pior de todos os tempos da Globo – é a escalação errada dos protagonistas dessa terceira fase: Julia Lemmertz, a Helena, tem 50 anos, enquanto Gabriel Braga Nunes, o Laerte, está com 42 anos – e não me venham dizer que a Helena de Julia aparenta ter 40 porquê o HD das cenas não mente.

A diferença de oito anos dos atores ganha um peso ainda maior quando se junta o fato de que na cena do batizado de Helena, ainda bebê, Laerte já era um menininho de três ou quatro anos no colo de sua mãe.

O telespectador também não engoliu que a tia de Helena, Juliana (Vanessa Gerbelli) é bem mais jovem que Julia Lemetz; que Ana Beatriz Nogueira (49 anos) faça a mãe de Gabriel Braga Nunes, que Humberto Martins – com muito mais de 50 – seja o Virgílio na terceira fase – já que ele e Laerte tinham idades iguais na fase anterior .

E Natália do Valle como a mãe de Julia Lemetz?

Pior: Bruna Marquezine interpretando agora a filha de Helena - que ela interpretou na segunda fase - só embolou de vez o entendimento de quem tentou assistir à novela.

O trio protagonista mal escalado: idades não convencem - Divulgação/TV Globo
Diante dos questionamentos em relação ao trabalho de arte e caracterização da trama e também de cronologia da história, a TV Globo por meio de nota, tentou explicar a bagunça:

“Novelas são obras de ficção, sem compromisso com a realidade, como assinamos em todo final de capítulo. No caso de Em Família, não se tem a intenção de definir um ano exato para cada ação. A primeira fase acontece nos anos 1980, a segunda fase, nos anos 1990 e a terceira fase, nos dias atuais. Laerte sai do Brasil e fica no exterior por volta de 20 anos. Como essas décadas ainda estão muito frescas na memória, o que marca as mudanças de fases são os detalhes. As músicas, os carros e as roupas dessas diferentes décadas ainda podem ser vistos e ouvidos até hoje. Houve um cuidado grande das equipes de arte, caracterização e figurino para que tudo fosse marcado de forma leve.”

Ou seja: a emissora não assume que a direção de arte e caracterização da novela só confundiram o telespectador e isso foi o fator maior para que a novela tivesse baixa audiência.

No mais, o texto de Manoel Carlos é bom, os temas propostos pela trama são pertinentes, e o elenco é esforçado – pena que ninguém convença em seus papéis.

‘Em Família’ é, assim, um dos maiores erros da tele dramarurgia da Globo em todos os tempos.

‘EM FAMÍLIA’
Onde: Globo
Quando: Segunda a sábado
Horário: 21h.
Cotação do Klau:

sábado, 1 de maio de 2010

ROMANCE ENTRE DOIS JOGADORES DE FUTEBOL DEIXA AUDIÊNCIA DE NOVELA ARGENTINA NAS ALTURAS

Lalo (Ezequiel Castaño) - revelação do futebol argentino - tem uma crise de choro, ao imaginar que o temperamento explosivo, o histórico de encrencas e a tumultuada relação com Giselle (Florencia Peña) fariam dele o principal suspeito do assassinato dela.
Chega outro jogador, pergunta o que se passa, ele diz que ninguém se importa com sua sorte.

Mas o que ele - nem o público que assiste à telenovela "Botineras" (marias-chuteira), na Telefé argentina - poderiam imaginar é que o outro boleiro, o veterano craque da bola "Flaco" Rivero (Cristian Sancho) quis demonstrar que se importa, e Muito! "Flaco" começa falando que se importa, que entende o que ele está passando, pra logo emendar um "te quiero" e tascar um beijaço na boca de Lalo, tendo como testemunha somente o vestiário do time!

Com ingredientes de trama policial - com o infalível gancho "Quem matou Giselle?" - a novela exibiu um beijo gay e o relacionamento ardente entre os dois, que é o tema do momento entre os argentinos.

Divulgação
"Flaco" (Cristian Sancho) e "Lalo" (Ezequiel Castaño) se beijam em cena da novela argentina

Castaño e Sancho - atores héteros, e famosíssimos por lá - tornaram-se as caras do momento nas capas de muitas revistas, e assunto interminável nos programas da tarde na televisão, que não são muito diferentes dos daqui.

Desde o início do romance entre os boleiros, a audiência de "Botineras" disparou, conforme atesta as medições de audiência feitas pelo Ibope - sim, nosso instituto trabalha para as TVs argentinas também.

Com o grande interesse do público, o folhetim, que tem apenas dois capítulos gravados de frente em relação ao que está no ar, destacou as cenas de amor de Lalo e "Flaco".

A primeira transa começou com um tirando as roupas do outro, e terminou com a câmera captando do alto a imagem deles nus, abraçados na cama. "Parti do princípio de que um gay é um homem. Evitei amaneiramentos. Se caíssemos no clichê, a história de amor não seria vista com respeito", diz Sancho, que também é modelo de campanhas de roupa íntima.

Castaño, 28, é um rosto conhecido na TV há 15 anos, desde que começou a atuar em "Chiquititas". "Com Lalo, tenho a oportunidade de mostrar muito do que aprendi como ator ao longo desse tempo."

Nesta altura da trama, "Flaco" vive o conflito de querer amar Lalo sem ferir os sentimentos de sua mulher - que é linda! - e dos dois filhos.

Não se sabe ainda o final desse romance.
"Mas acho que 'Flaco' vai hastear cada vez mais essa bandeira emocional de honestidade com seus sentimentos e sua sexualidade", diz Sancho.

Ou seja, "Botineras" vai seguir ao ritmo de "bésame mucho más".

Enquanto isso, aqui no Brasil, quando o tema é relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, nossas novelas - consideradas as melhores do mundo - ainda estão na idade da pedra.

Que vergonha! Perder a vanguarda pros argentinos?

Veja um clipe feito expecialmente para o blog, com as cenas "calientes" dos dois boleiros: