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sábado, 29 de dezembro de 2018

'ROMA' - CRÍTICA: CUARÓN ENTREGA MAIS UMA OBRA PRIMA


SINOPSE:

Cidade do México, 1970.

A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por Cleo (Yalitza Aparicio), que trabalha como babá e empregada doméstica.

Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais.

CRÍTICA:

Antes mesmo de ser visto pela primeira vez, Roma já era um dos filmes mais comentados do ano.

Dado como certo na competição do Festival de Cannes 2018, foi cortado do evento após a decisão da organização de banir os filmes da Netflix da programação.

O diretor Alfonso Cuarón até tentou fazer um lobby para a empresa e o evento entrarem em sintonia, sem resultado.

Com isso, o filme foi guardado para o Festival de Veneza, de onde saiu com o Leão de Ouro de Melhor Filme.

Agora, na programação do Festival de Toronto, desponta como forte concorrente ao Oscar do ano que vem.

Fotos dessa Postagem: Divulgação/Netflix
E uma coisa é certa: o filme é merecedor de toda louvação que está recebendo.

Um filme, para ser considerado uma obra-prima, deve também vencer uma batalha contra o tempo, permanecendo relevante com o passar dos anos.

Assim, qualquer aposta nada mais é do que um exercício de imaginação.

Mas uma coisa é certa: o longa tem sim potencial para ser considerado uma obra-prima.

Conhecido por trabalhos variados que vão de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban à Gravidade, Cuarón entrega sua obra mais bem acabada, que, curiosamente, parece ser uma reunião de todas as suas obras.

Temos o lado juvenil de A Princesinha, o cenário intimista de E Sua Mãe Também, a fotografia insana de Filhos da Esperança e até elementos de Gravidade.

O Roma do título não remete à capital italiana, mas ao bairro de classe média da Cidade do México, onde se passa a história.

Na verdade, a escolha do título e a relação com a Itália não parece ser coincidência, já que temos aqui fortes referências ao neo realismo italiano na produção, desde a opção pela fotografia em preto e branco aos momentos de crítica social, que lembram Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini.


Dirigido, escrito, produzido, fotografado e montado por Cuarón, vemos a história de Cleo (Yalitza Aparicio), uma jovem que trabalha como babá e doméstica de uma família de classe média do México.

No período de um ano, muitos acontecimentos irão abalar a vida deste núcleo familiar, desde a gravidez de Cleo à separação de seus patrões.

Cuarón sempre primou por uma bela fotografia em suas obras, e agora ele mesmo assumiu o posto de diretor de fotografia.

Aqui, opta por quase sempre fixar a câmera em um ponto e movimentá-la levemente, ora da esquerda para a direita, ora da direita para a esquerda.

Desta forma, temos sempre a sensação de ampliação do cenário e dos ambientes.

É basicamente como se uma pessoa estivesse tirando uma foto panorâmica em seu celular.

São raros os momentos em a câmera não está parada em um ponto fixo.

Mesmo em tomadas nas ruas, em que a câmera corre ao lado do objeto de cena, o que temos é a utilização de um trilho.

Roma : Foto

Há um permanente estado de estabilidade visual, que contrapõe à instabilidade do dia a dia dos personagens e mesmo do México.

É curioso notar que o diretor foi capaz de construir uma obra essencialmente intimista, mas que, ao mesmo tempo, também é épica.

O foco está no desenvolvimento dos personagens e no retrato fiel da sociedade mexicana, mas em alguns momentos somos jogados em situações de catástrofes ambientais e sociais absolutamente inesperadas.

Com isso, o filme se torna quase sempre imprevisível e instigante.

O texto de Cuarón é elegante e repleto de metáforas sociais, com o fato das pessoas mais ricas em cena terem dificuldades em dirigir.

Neste sentido, chega até a investir em pitadas de surrealismo, ao inserir uma aula de artes marciais no meio de tudo.

Inteligente, envolvente, impactante e, acima de tudo, instigante. Roma é um filme que vai ficar em sua cabeça por bastante tempo.

É cinema em seu estado mais puro - e sublime.

Filmaço.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
ROMA
Título Original:
Roma
Gênero:
Drama
Direção:
Alfonso Cuarón
Elenco:
Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Nancy García e outros
Roteiro:
Alfonso Cuarón
Produção:
Alfonso Cuarón, Nicolás Celis
Produtor Executivo:
Jonathan King, David Linde, Jeff Skoll
Diretor de fotografia:
Alfonso Cuarón
Montador:
Alfonso Cuarón, Adam Gough
Engenheiro de som:
Steve Browell, José Antonio Garcia
País:
México
Produção:
Participant Media, Esperanto Filmoj
Distribuidor brasileiro:
Netflix
Duração:
2h15min

COTAÇÃO DO KLAU:

sábado, 15 de setembro de 2018

'THE BALLAD OF BUSTER SCRUGGS': FAROESTE DOS IRMÃOS COEN GANHA TRAILER

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A Netflix divulgou o primeiro trailer do faroeste escrito e dirigido pelos Irmãos Coen
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Confira:


O filme apresenta uma antologia de histórias sobre o Velho Oeste americano e foi originalmente concebido como uma minissérie de seis episódios, mas os Coen editaram a trama no formato de longa, antes de exibi-la no Festival de Veneza, em agosto último.

O elenco traz nomes como James Franco, Liam Neeson, Zoe Kazan, Tim Blake Nelson e Tom Waits.

'The Ballad of Buster Scruggs' chega à Netflix no dia 16 de novembro.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

'VOX LUX': MUSICAL GANHA PRIMEIRO TEASER

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Natalie Portman vive uma estrela do pop no musical exibido em Veneza
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É difícil não pensar em 'Cisne Negro' ao vermos as primeiras imagens de 'Vox Lux'.

O novo musical dramático protagonizado por Natalie Portman traz uma estrela do pop tão envolta em glitter e excentricidades quanto seria um híbrido de David Bowie, Lady Gaga e a própria bailarina do clássico de Darren Aronofsky, que deu à atriz seu Oscar.

Confira o teaser:


Na trama, Celeste (Portman) é uma cantora que precisa confrontar seu legado nas horas que antecedem um grande show.

Ela é a sobrevivente de uma tragédia e, ironicamente, só alcançou a fama por consequência desse evento traumático.

Stacy Martin e Jude Law também estão no elenco.

A direção e o roteiro são de Brady Corbet, ator conhecido por 'Violência Gratuita' (2007) e que estreou como diretor em 2015 - com 'A Infância de Um Líder'.

O filme terá sua pré-estreia internacional durante o Festival de Veneza, no dia 4 de setembro, e ainda não tem data para chegar ao Brasil.

Foto do Topo: Natalie Portman em cena do longa - Vanity Fair

sexta-feira, 27 de julho de 2018

'ROMA': ALFONSO CUARÓN DIVULGA TEASER DO SEU PRÓXIMO FILME

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Filme ainda não tem data de estreia no Brasil
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O cineasta Alfonso Cuarón revelou primeiramente no seu perfil no Twitter o primeiro teaser de 'Roma', que estará nos Festivais de Veneza e Nova York deste ano.

Confira:


Lançado pela Netflix, o filme ainda não tem data de estreia no Brasil.

Foto do Topo: o cineasta no set de 'Roma' - IndieWire

quarta-feira, 25 de julho de 2018

FESTIVAL DE VENEZA 2018: CONFIRA OS FILMES SELECIONADOS E A HOMENAGEM A VANESSA REDGRAVE

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Com novos projetos de Damien Chazelle, irmãos Coen, Luca Guadagnino, Yorgos Lanthimos e Bradley Cooper, o aguardado evento acontece entre 29 de agosto e 8 de setembro
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Nesta quarta (25), foram revelados os projetos selecionados para a 75ª edição do Festival de Veneza.

A impressionante lista da competição conta com títulos bem aguardados - como o filme de abertura 'O Primeiro Homem', o histórico 'The Favourite', o remake 'Suspiria', 'Roma' (longa de Alfonso Cuaron na Netflix que ficou fora de Cannes), o faroeste 'The Sisters Brothers' e 'The Ballad of Buster Scruggs', projeto dos irmãos Coen inicialmente anunciado como minissérie.

Infelizmente, apenas uma mulher concorre ao Leão de Ouro: Jennifer Kent com 'The Nightingale'.

Fora da competição, o destaque fica pelo já anunciado 'Nasce Uma Estrela', com Bradley Cooper e Lady Gaga.

Por sua vez, o Brasil marca presença com Flávia Castro, exibindo seu longa 'Deslembro' na mostra "Horizontes"!

Fellipe Barbosa e Clara Linhart vão levar 'Domingo' para a mostra independente "Venice Days".

A vencedora do Oscar Vanessa Redgrave será a grande homenageada da 75ª edição do evento.

Aos 81 anos, a atriz de 'Desejo e Reparação' e 'A Casa dos Espíritos' vai levar para casa o cobiçado Leão de Ouro pelo conjunto da obra.

A decisão foi tomada pela equipe organizadora do festival, presidida por Paolo Baratta, e por recomendação do diretor artístico Alberto Barbera, que disse ser unânime o reconhecimento de Redgrave como uma das melhores atrizes da atualidade.

Em nota oficial, a britânica agradeceu pelo prêmio e lembrou que esteve na cidade no ano passado para filmar seu novo trabalho, o drama 'The Aspern Papers', ainda em fase de pós-produção:

"Estou surpresa e especialmente deliciada em saber que vou ganhar o prêmio do Festival de Veneza pelo meu trabalho no cinema. No verão passado, eu estava filmando em Veneza um novo projeto e me lembrei de quando, muitos anos trás, gravei La Vacanza na cidade. Minha personagem falava cada palavra no dialeto veneziano. Aposto que sou a única atriz não-italiana a interpretar um personagem que fala um dialeto veneziano! Obrigada um milhão de vezes, meu querido festival!", declarou.

Ganhadora do prêmio Venice’s Volpi Cup no Festival de Veneza por 'Fuga para Odessa', a atriz britânica também foi indicada seis vezes ao Oscar, ganhando em 1978 pelo drama 'Julia'.

Seu último longa-metragem foi 'Estrelas de Cinema Nunca Morrem', dirigido por Paul McGuigan (Sherlock).

A atriz britânica Vanessa Redgrave - Variety

O festival também terá uma homenagem para o cineasta David Cronenberg.

CONFIRA OS SELECIONADOS PARA VENEZA 2018:

COMPETIÇÃO OFICIAL

O Primeiro Homem, de Damien Chazelle
The Mountain, de Rick Alverson
Doubles Vies, de Olivier Assayas
The Sisters Brothers, de Jacques Audiard
The Ballad Of Buster Scruggs, de Ethan Coen, Joel Coen
Vox Lux, de Brady Corbet
22 July, de Paul Greengrass
Roma, de Alfonso Cuaron
Suspiria, de Luca Guadagnino
Werk Ohne Autor, de Florian Henckel Von Donnersmarck
The Nightingale, de Jennifer Kent
The Favourite, de Yorgos Lanthimos
Peterloo, de Mike Leigh
Capri-Revolution, de Mario Martone
What You Gonna Do When The World’s On Fire?, de Roberto Minervini
Sunset, de Laszlo Nemes
Frères Ennemis, de David Oelhoffen
Nuestro Tiempo, de Carlos Reygadas
At Eternity’s Gate, de Julian Schnabel
Acusada, de Gonzalo Tobal
Killing, de Shinya Tsukamoto

FORA DE COMPETIÇÃO - FICÇÃO

Nasce Uma Estrela, de Bradley Cooper
Mi Obra Maestra, de Gaston Duprat
Un Peuple Et Son Roi, de Pierre Schoeller
A Tramway In Jerusalem, de Amos Gitai
La Quietud, de Pablo Trapero
Shadow, de Zhang Yimou
Dragged Across Concrete, de S Craig Zahler

EVENTOS ESPECIAIS

The Other Side Of The Wind, de Orson Welles
They’ll Love Me When I’m Dead, de Morgan Neville

EXIBIÇÕES ESPECIAIS

L’Amica Geniale, de Saverio Costanza
Il Diario Di Angela – Noi Due Cineasti, de Yervant Gianikian

FORA DE COMPETIÇÃO - NÃO-FICÇÃO

A Letter To A Friend In Gaza, de Amos Gitai
Aquarela, de Victor Kossakovsky
El Pepe, Una Vida Suprema, de Emir Kusturica
Process, de Sergei Loznitsa
Carmine Street Guitars, de Ron Mann
Isis, Tomorrow. The Lost Souls Of Mosul., de Francesca Mannocchi, Alessio Romenzi
American Dharma, de Errol Morris
Introduzione All’Oscuro, de Gaston Solnicki
Your Face, de Tsai Ming-Liang
1938 Diversi, de Giorgi Treves
Monrovia, Indiana, de Frederick Wiseman
Una Storia Senza Nome, de Roberto Ando
Les Estivants, de Valeria Bruni Tedeschi

HORIZONTES

Sulla Mia Pelle, de Alessio Cremonini
Manta Ray, de Phuttiphong Aroonpheng
Soni, de Ivan Ayr
The River, de Emir Baigazin
La Noche De 12 Anos, de Alvaro Brechner
Deslembro, de Flavia Castro
The Announcement, de Mahmut Fazil Coskun
Un Giorno All’Improvviso, de Ciro D’Emilio
Charlie Says, de Mary Harron
Amanda, de Mikhael Hers
The Day I Lost My Shadow, de Soudade Kaadan
L’Enkas, de Sarah Marx
The Man Who Surprised Everyone, de Natasha Merkulova, Aleksy Chupov
Memories Of My Body, de Garin Nugroho
As I Lay Dying, de Mostafa Sayyari
La Profezia Dell’Armadillo, de Emanuele Scaringi
Tel Aviv On Fire, de Sameh Zoabi
Jinpa, de Pema Tseden
Stripped, de Yaron Shani

O Festival de Veneza 2018 acontecerá entre os dias 29 de agosto e 8 de setembro, contando com Guillermo del Toro, vencedor do Leão de Ouro no ano passado com 'A Forma da Água', como presidente do júri.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

FESTIVAL DE VENEZA: DAVID CRONENBERG RECEBERÁ LEÃO DE OURO PELA CARREIRA

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A premiação ao diretor acontecerá na 75ª edição do Festival de Veneza, que acontecerá entre os dias 29 de agosto e 8 de setembro
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O diretor da mostra, Alberto Barbera, falou em comunicado sobre a importância de David Cronenberg para o terror.

"Ele foi capaz de construir, filme após filme, um edifício original e muito pessoal".

O diretor David Cronenberg - Divulgação

Considerado um dos grandes cineastas contemporâneos por sua criatividade, Cronenberg dirigiu, entre outros, 'A Mosca' (1986), 'Crash - Estranhos Prazeres' (1996) e 'Marcas Da Violência' (2005).

Ao saber da homenagem que receberá, o diretor comemorou:
"Um leão voando com asas de ouro. Essa é a essência da arte e a essência do cinema".

 Cronenberg merece todas as homenagens.