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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

'FEITO NA AMÉRICA': TOM CRUISE SE DESCONSTRÓI COMO PILOTO TRAFICANTE EM FILME QUE MOSTRA A AMÉRICA MAIS ATUAL DO QUE NUNCA


SINOPSE:

Durante a década de 1980, Barry Seal (Tom Cruise), um piloto oportunista da Trans World Airlines, é inesperadamente recrutado pela CIA para realizar uma das maiores operações secretas da história dos Estados Unidos.

Será?

CRÍTICA:

Aos 55 anos, mais de 35 de carreira, é muito bom vermos o principal astro da atual Hollywood, Tom Cruise, sempre nos entregando personagens heroicos e insubordinados repletos de razão, se desconstruindo em 'Feito na América', que estreia hoje aqui no Brasil.

A sequência que mais chama a atenção dos fãs do bom moço é Cruise fugindo coberto de cocaína da cabeça aos pés - e é exclusivamente com a finalidade de fazer rir que a cena está no filme.

É que Barry Seal, figura real interpretada por Cruise neste longa, transporta quilos e mais quilos de cocaína entre a Colômbia e os Estados Unidos, vive uma mentira sob intensa pressão, compra bicicletas de crianças cheio de pó na cara...

Mas não cheira.

Entrega armas.

Mas não atira.

É ameaçado diretamente de morte.

Mas não mata.

Infringe inúmeras leis.

Mas na verdade é a vítima.

Seus grandes pecados são enganar, ser ambicioso e confiar num agente da CIA.

Seu maior problema se torna ter dinheiro demais.

Tom Cruise é o protagonista Barry Seal - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Universal Pictures

Enfim, na nova parceria com o diretor Doug Liman - iniciada no também levemente ousado 'No Limite do Amanhã' - Cruise entrega uma persona deliciosa de se ver na telona, o melhor do filme.

No fim dos anos 1970, Barry ainda é mais um piloto de avião que contrabandeia charutos para aumentar seus ganhos, se diverte sacudindo a aeronave para acordar os passageiros e deseja tanto novos desafios que acredita prontamente num estranho (Domhnall Gleeson) que o aborda dizendo ser da CIA e querendo contar com suas habilidades acima da média em uma missão internacional confidencial.

“Agir sem pensar” é uma de suas falhas - ele admite no vídeo caseiro posterior aos eventos que pontualmente surge como boa narração comentada.

Domhnall Gleeson é o estranho que coloca Seal para trabalhar para o narcotráfico

O reforço por meio de palavras é fundamental para que o público acredite nas loucuras que os olhos veem e o discurso do piloto refina o tom sarcástico da trama (por outro lado o vitimismo também ganha com a voz mais força).

Assim, o principal destaque do longa é mesmo a zoação para cima do então presidente americano, Ronald Reagan e de instituições clássicas - como a CIA, o FBI, a DEA e a Casa Branca.

E sim, dos americanos em geral, sem poupar nem mesmo o protagonista.

Como sabemos, os norte-americanos são ruins de geografia e obcecados pela glória, homens que se dão bem mais pelos infindáveis recursos e senso de oportunidade (ou timing) do que pela inteligência.

Barry se vê no meio de uma gigante e embolada rede apenas por ter aceitado trabalhos e são os empreendedores colombianos os verdadeiros estrategistas - mas no fim das contas nada disso importa, pois quem dita as regras é invariavelmente o mais poderoso dos caciques.

Quanto às mulheres da trama, nada lhes resta além de observar.

Judy (Lola Kirke) aparece em só uma cena, alertando em vão o marido xerife (Jesse Plemons) a respeito dos investimentos de Barry.

Dana (Jayma Mays) é uma juíza de mãos atadas e Lucy (Sarah Wright), a companheira do personagem principal, está sempre em casa para cuidar dos filhos, esconder cada vez mais dinheiro e transar nos raros momentos em que ele não está viajando.

Sarah Wright é Lucy, mulher de Seal

Inacreditavelmente não há conflito doméstico pela ocupação incomum do piloto e sequer a entrada em cena de um membro familiar é capaz de aumentar a relevância da mulher.

A insanidade dos anos 70 e 80 - e da trajetória de Barry em si - é transposta do roteiro de Gary Spinelli para imagens com muita câmera instável, zoom in prescindível, enquadramentos “tortos” (como os enquadrados) e planos de curtíssima duração, seguindo o ritmo pra frente do protagonista e a escalada acelerada dos acontecimentos.

A velocidade é valiosa para a comédia, gênero que deixa a ação em segundo plano no longa, mas que gargalhadas quando vemos os policiais se ferrando.

A tensão é restrita às dificuldades dos voos de volta aos Estados Unidos e um ou outro contato vacilando com os traficantes.

O que motiva o público é unicamente ver até onde vai o buraco que Seal, vivido com bastante carisma por Cruise, se meteu.

O 'american way of life' tem seu preço mesmo na chamada 'Terra das Oportunidades' e o filme de Liman é contundente como raras superproduções em seu ataque ao cartel institucional do Tio Sam.

A história real acaba sendo realmente incrível pelo excesso de inocência do protagonista, porém o absurdo todo revela-se bastante espirituoso e muito bem dirigido.

Em tempos de Donald Trump, o amargo e irônico “Que nação maravilhosa é a América!”, repetido pelo aviador, não poderia soar mais atual.

Uma das melhores atuações de Cruise.

Filmaço.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'FEITO NA AMÉRICA'
Título Original:
AMERICAN MADE
Gênero:
Ação, Suspense
Direção e Roteiro:
Doug Liman
Elenco:
April Billingsley, Benito Martinez, Brandon Stacy, Caleb Landry Jones, Connor Trinneer, Domhnall Gleeson, Jayma Mays, Jed Rees, Jesse Plemons, Juan Gaspard, Kayla Perkins, Kevin L. Johnson, Lara Grice, Lola Kirke, Mickey Sumner, Mike Pniewski, Morgan Hinkleman, Robert Pralgo, Sarah Wright, Sharon Conley, Steve Coulter, Tom Cruise, William Mark McCullough
Produção:
Brian Grazer, Brian Oliver, Doug Davison, Kim Roth, Ron Howard, Tyler Thompson
Fotografia:
César Charlone
Trilha Sonora:
Christophe Beck
Montador:
Andrew Mondshein, Dylan Tichenor, Saar Klein
Estúdio:
Cross Creek Pictures, Imagine Entertainment, Quadrant Pictures, Vendian Entertainment
Distribuidora:
Universal Pictures
Ano:
2017
Duração:
115 MIN.
Estreia (Brasil):
14/09/2017
Classificação Indicativa:
16 anos

COTAÇÃO DO KLAU:


quarta-feira, 21 de junho de 2017

'GOODBYE CHRISTOPHER ROBIN': MARGOT ROBBIE NO PRIMEIRO TRAILER DO FILME SOBRE O CRIADOR DO URSINHO POOH

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Trama se passa na década de 1920
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Após encarnar a Arlequina em 'Esquadrão Suicida', Margot Robbie aparece caracterizada como uma mãe dos anos 20 no trailer de 'Goodbye Christopher Robin', filme sobre o criador do ursinho Pooh.

Na trama ela vive Daphne Milne, esposa do escritor A. A. Milne (Domhnall Gleeson).

Assista:


O drama acompanha a relação do escritor Alan Alexander Milne (Domhnall Gleeson) com seu filho, Christopher Robin Milne, cujo brinquedo foi a inspiração por trás de seu personagem mais famoso: O Ursinho Pooh.

Ao lado da mãe, Daphne (Margot Robbie), Christopher se encontra diante das atenções do mundo, após o sucesso dos contos de seu pai.

O longa também deve causar polêmica, já que o verdadeiro Robin se afastou da família ao se tornar adulto e negou que tenha sido inspiração para a criação de Pooh.

O filme terá direção de Simon Curtis ('Sete Dias Com Marilyn').

A Fox Film do Brasil ainda não agendou a data de estreia brasileira.



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

'O REGRESSO': RECORDISTA DO OSCAR 2016 TRAZ DICAPRIO ESPETACULAR, NUM DOS GRANDES FILMES AMERICANOS DE TODOS OS TEMPOS


SINOPSE:

Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o oeste americano em 1822, disposto a ganhar dinheiro caçando.

Atacado por um urso, ele fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que ainda rouba seus pertences.

Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada, debaixo de neve, em busca de vingança.

CRÍTICA:

A trama é simples,mas o resultado é poderoso.

Inspirada em fatos reais, no romance de mesmo nome de Michael Punke e dirigido pelo vencedor do Oscar 2015 por 'Birdman', Alejandro González Iñárritu, 'O Regresso', em exibição em 387 salas em todo o Brasil, acompanha o calvário impressionante do caçador de peles vivido por Leonardo DiCaprio, no inverno do oeste norte americano em 1822.

Hugh Glass (DiCaprio) viu seu grupo ser atacado por índios, depois é destroçado por um urso, perde o filho e, finalmente, é deixado para morrer nas montanhas congeladas da fronteira americana.

E isso é só o começo pois, a partir daí, ele precisa sobreviver e se vingar.

O Regresso : Foto Leonardo DiCaprio
Leonardo DiCaprio é o protagonista Hugh Glass - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Fox Film do Brasil


O longa começa com uma expedição em busca de peles, liderada pelo capitão Henry (Domhnall Gleeson), sofrendo um ataque da tribo de índios Arikara, cujo líder procura sua filha.
É uma batalha brutal, filmada de forma excepcional por Iñarritu, com incríveis planos de sequência, câmera sempre em movimento e tomadas à luz natural do inverno argentino (onde a obra foi filmada quase que totalmente, já que a neve sumiu da locação dos EUA e a produção teve de se mudar às pressas para nosso país vizinho).

O filme todo, na verdade, usa esses elementos em mais um ótimo trabalho de fotografia de Emmanuel Lubezki, que merece ser reconhecido pela Academia de Hollywood por essa obra.

O Regresso : Foto
Fotografia de Emmanuel Lubezki é espetacular
A desolação da paisagem gelada é capturada com toda força pelo fotógrafo e apesar das dificuldades das condições de trabalho reveladas pela equipe de produção, o resultado é simplesmente espetacular.

Mas o cinema não é feito só de visual e se a história não inova ou surpreende, os personagens ganham o espectador, graças à entrega total de Leonardo DiCaprio em uma atuação digna de Oscar - para mim, incapaz de ser igualada por nenhum dos outros concorrentes a Melhor Ator de 2016.

DiCaprio, que vem simplesmente levando todos os prêmios da temporada,  está espetacular da primeira à ultima cena e nos mantém atentos ao elemento humano deste conto de sobrevivência, ao ponto de mergulharmos tanto no longa, que somos capazes de sentir sua solidão e desespero.

O trabalho do ator - seguramente um dos melhores de todos os tempos - é ainda mais notável quando ele não pode falar e precisa transmitir emoções fortes apenas com os olhos - não que ele tenha muitos diálogos, mas as principais informações sobre o personagem vêm de suas expressões.

Evidentemente que sem um elenco de apoio à sua altura, DiCaprio não funcionaria.

Eis que então Tom Hardy, em outro desempenho de arrepiar, funciona como o antagonista  Fitzgerald, traumatizado caçador de peles que se tornou prático ao extremo a fim de sobreviver.

O Regresso : Foto Tom Hardy
Tom Hardy como Fitzgerald
E Gleeson também manda bem e transforma o capitão da expedição, que poderia facilmente ser alguém sem profundidade, em um coadjuvante complexo e imprevisível, a ponto de realmente nos importarmos com ele.

Emocionalmente implacável, porém o roteiro do longa deixa a narrativa monótona lá pela metade, quando cada novo desafio se torna apenas mais uma chance de DiCaprio mostrar como é excepcional, enquanto aguenta provação após provação.

Se o final previsível tira um pouco do brilho do longa, nos mostra, mais uma vez, que Iñárritu é, inegavelmente, um dos melhores diretores da atualidade e reforça a importância de vermos no cinema obras que vão além do entretenimento ou discursos sociais.

Assim, 'O Regresso' justifica suas doze indicações ao Oscar 2016 com uma produção primorosa, visual impressionante, atuações convincentes e por mostrar o velho-oeste de uma forma visceral e feroz.

Apesar do roteiro simplório, é a intensidade da luta de Glass pela sobrevivência que nos mantém interessados e nos tira o fôlego.

O Regresso : Foto
Paisagens de tirar o fôlego
O sofrimento na telona é grande e justamente por isso, o filme não é para todos os públicos, pois aflição é apenas o mais leve dos sentimentos que esse longa desperta nos espectadores.

Um dos grandes filmes americanos de todos os tempos, estrelado por um dos grandes atores americanos de todos os tempos e dirigido por um dos grandes diretores de todos os tempos.

Filmaço, filmaço.

TRAILER:


INDICAÇÕES AO OSCAR 2016:
Melhor Filme
Melhor Diretor (Iñárritu)
Melhor Ator (Leonardo DiCaprio)
Melhor Ator Coadjuvante (Tom Hardy)
Melhor Figurino
Melhor Maquiagem e Penteado
Melhor Fotografia
Melhor Edição
Melhores Efeitos Visuais
Melhor Edição de Som
Mixagem de Som
Produção de Arte

FICHA TÉCNICA:
'O REGRESSO'
Título Original:
THE REVENANT
Gênero:
Aventura
Direção:
Alejandro González Iñárritu
Roteiro:
Alejandro González Iñárritu, Mark L. Smith
Elenco:
Brad Carter, Brendan Fletcher, Dave Burchill, Domhnall Gleeson, Javier Botet, Joshua Burge, Kory Grim, Kristoffer Joner, Leonardo DiCaprio, Lukas Haas, Paul Anderson, Robert Moloney, Tom Hardy, Will Poulter
Produção:
Alejandro González Iñárritu, Arnon Milchan, David Kanter, James W. Skotchdopole, Keith Redmon, Mary Parent, Steve Golin
Fotografia:
Emmanuel Lubezki
Montador:
Stephen Mirrione
Trilha Sonora:
Bryce Dessner, Carsten Nicolai, Ryûichi Sakamoto
Duração:
151 min.
Ano:
2015
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
04/02/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Fox Film
Estúdio:
Anonymous Content / New Regency Pictures / RatPac Entertainment
Classificação:
16 anos
Informação complementar:
Inspirado em fatos reais

COTAÇÃO DO KLAU: