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quinta-feira, 7 de março de 2019

'A ESPOSA': DRAMA DEVERIA TER DADO OSCAR A GLENN CLOSE


SINOPSE:

Joan Castleman (Glenn Close) é casada com um homem controlador (Jonathan Pryce) e que não sabe como cuidar de si mesmo ou de outra pessoa.

Ele é um escritor e está prestes a receber um Prêmio Nobel de literatura.

Joan, que passou 40 anos ignorando seus talentos literários para valorizar a carreira do marido, decide abandoná-lo.

CRÍTICA:

Drama um tanto inquieto, baseado no livro "The Wife" de Meg Wolitzer e dirigido pelo sueco Björn Runge, A Esposa acompanha o casal Joan Castleman (Glenn Close) e Joseph/Joe Castleman (Jonathan Pryce) no momento em que ele se torna vencedor do Nobel de literatura.

A trama tem início com Joseph recebendo uma ligação da acadêmia sueca revelando que ele havia vencido prêmio, e é a partir daí que o longa destacará a relação do casal de modo que faça o espectador compreender como Joan sempre é tida pelo marido como apenas uma companheira e apoiadora e não como também uma exímia escritora.

Em meio as diversas tarefas de um vencedor do Nobel, como dar entrevistas, discursar, e ensaiar para a premiação, o longa passa a revelar as diversas crises existentes no relacionamento, como a infidelidade de Joe e os diversos casos que teve fora do matrimônio ao longo dos anos e sua postura de rebaixar Joan a um papel de uma esposa que apenas o auxilia e serve de inspiração para sua genialidade.

A Esposa : Foto Glenn Close, Jonathan Pryce
Glenn Close e Jonathan Price, em cena do longa - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Pandora Filmes
É importante destacar que a atuação excepcional de Glenn Close é o que mantém o longa vivo.

O diretor soube bem utilizá-la com planos fechados que focam no rosto da atriz e em diversos momentos essa câmera mais próxima capta o misto de emoções que o longa busca transmitir e fazer entender pelo olhar da mulher em silêncio os sentimentos de solidão, passividade e amargura.

As demais atuações não constroem laços profundos com a trama, tornando-se apáticas.

Annie Starke (Joan jovem) e Harry Lloyd (Joe jovem) deveriam parecer cheios de energia e conflitos, mas acabam revelando pouco envolvimento entre si, o que dificulta em justificar o amor de Joan atualmente por Joe.

Porém, temos o trabalho do experiente - e vencedor do Globo de Ouro - Cristian Slater como Nathaniel Bane, o insistente biografo de Joe que tenta a todo custo conseguir revelações sobre sua produção artística.

A Esposa : Foto Christian Slater
Cristian Slater como Nathaniel Bane
Ao desenrolar da trama o espectador é cativado pelos acontecimentos que envolvem diversas revelações sobre o casal, e como isso leva a uma crise entre eles e o filho David (Max Irons).

É no meio desse conflito, ainda há a insistência de Nathaniel em tentar revelar ao público a verdade sobre o vencedor do Nobel.

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Max Irons é David
É entre crises que o filme se sustenta, trazendo aos poucos os sentimentos de Joan em relação à premiação de Joe, como em certos momentos há uma passividade, em outros um desejo que de fosse ela a vencedora, e por fim, toda força que empenha em manter o legado do marido e sustentar as escolhas que fez.

O uso de cores é um dos principais instrumentos do longa para criar a atmosfera necessária, com um início em tons claros de azul, e que ao decorrer da trama passam para tons mais escuros ressaltando a tristeza da mulher.

O uso de tons pastéis também demonstra a evolução dos sentimentos retratados, principalmente nas cenas que se passam quando Joan e Joe ainda eram jovens escritores.

Infelizmente, o longa falha em alguns momentos, como, por exemplo, nas cenas que se passam nas décadas anteriores, não condizendo com o tom da produção e parecendo estarem ali apenas para trazer as revelações necessárias sobre o enredo.

Em suas cenas finais, o longa acaba se tornando um pouco corrido e com momentos que parecem tentar resumir a trama e amarrá-la para o desfecho que não satisfaz.

Faltam os sentimentos e emoções conflituantes que permearam todo o decorrer da produção, deixando em aberto muito do que começávamos a compreender.

A Esposa é um filme sobre uma mulher e sua capacidade de mesmo em conflito demonstrar sua força e sustentar suas escolhas.

Além disso, é uma narrativa que nos revela como a atuação de uma atriz é capaz de nos levar a ignorar todos os pecados de um longa e fazer cada minuto diante da tela valer a pena.

Uma pena Glenn Close não ter levado o Oscar de Melhor Atriz - pela sua atuação aqui, deveria ter ganho.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
A ESPOSA
Título Original:
THE WIFE
Gênero:
Drama
Direção:
Björn Runge
Elenco:
Alix Wilton Regan, Annie Starke, Carolin Stoltz, Catharina Christie, Christian Slater, Dougie Rankin, Elizabeth McGovern, Glenn Close, Harry Lloyd, Jane Garioni, Jonathan Pryce, Karin Franz Körlof, Leo Horsfield, Max Irons, Michael Benz, Morgane Polanski, Nick Fletcher, Twinnie Lee Moore
Roteiro:
Jane Anderson, Meg Wolitzer
Produção:
Claudia Bluemhuber, Mark Cooper, Meta Louise Foldager Sørensen, Piers Tempest, Piodor Gustafsson, Rosalie Swedlin
Fotografia:
Ulf Brantås
Trilha Sonora:
Jocelyn Pook
Montador:
Lena Runge
Estúdio:
Anonymous Content, Cometa Film, Film i Väst, Tempo Productions Limited
Distribuidora:
Alpha Filmes, Pandora Filmes
Ano de Produção:
2018
Duração:
100 min.
Estreia (Brasil):
10.1.2019
Classificação Indicativa:
12 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

'HISTERIA': COMÉDIA SOBRE INVENÇÃO DO VIBRADOR NA ERA VITORIANA TRAZ MÃOS MELADAS, XOXOTOLOGIA E MUITOS RISOS


Comédia coproduzida por Inglaterra, França, Alemanha e Luxemburgo, "Histeria" finalmente estreia hoje aqui no Brasil  - depois de ser muito bem falada nos festivais europeus de cinema desse ano -  contando a história, aparentemente verídica, de como um médico na era vitoriana, uma das mais caretas de todos os tempos, inventou o vibrador e fez com que a mulherada, chamadas de histéricas na época, finalmente relaxassem e gozassem.

Dirigido pela norte-americana Tanya Wexler, o filme acompanha as desventuras de um médico jovem e idealista, Mortimer Granville (Hugh Dancy) - que, justamente por disso, vive entrando em choque com seus empregadores.

Demitido, volta para o lar de seus ricos pais adotivos e, lá, reencontra a amizade de uma espécie de irmão mais velho, o lorde Edmund St.John-Smythe (Rupert Everett) - um apaixonado pela eletricidade e cujas invenções logo serão muito úteis a Mortimer.

Fotos dessa Postagem: Divulgação - Imagem Filmes
O inventor Edmund St.John-Smythe (Rupert Everett)e seu amido, dr. Mortimer Granville (Hugh Dancy)

Assim,  logo dr. Mortimer vai trabalhar como assistente de um famoso ginecologista, dr. Robert Dalrymple (Jonathan Pryce), cuja sala de espera sempre lotada nos mostra que ele acredita piamente que a "massagem vulvar", desenvolvida por ele, é o segredo para curar os males decorrentes daquilo que se chamava genericamente  - e, com mais preconceito machista do que base científica - de "histeria", reconhecida a partir de sintomas tão distintos como ansiedade, depressão, ninfomania ou frigidez.

dr. Robert Dalrymple (Jonathan Pryce) mostra ao dr. Mortimer Granville (Hugh Dancy)como funciona sua "massagem vulvar"

Se um suposto alto índice de cura garante o retorno ad eternum das satisfeitíssimas pacientes, o talento do dr. Mortimer para a técnica, aliado à sua beleza,  só faz aumentar as filas da mulherada à porta do consultório, cada vez mais lucrativo.

Além de ganhar bem, o jovem médico também fica de olho grande na filha caçula de seu patrão, Emily (Felicity Jones), mas sua irmã mais velha, Charlotte (Maggie Gyllenhaal), uma precursora feminista, defensora da educação e da liberdade sexual para as mulheres, além de ativista a favor dos pobres e marginalizados, entra na história para jogar areia, tanto no tal "tratamento" como na cabeça de Mortimer - que claro, fica apaixonado por ela.

Não querendo o destino previsto para moças de sua classe, Charlotte esnoba o casamento e investe todo o dinheiro que consegue levantar num centro comunitário, que funciona como uma espécie de creche, onde ela atua como um misto de professora, assistente social e enfermeira - tudo para desgosto de seu aristocrático pai.

Mortimer Granville (Hugh Dancy)e Charlotte (Maggie Gyllenhaal)

A felicidade de Mortimer sofre um contratempo quando ele começa a ter cãibras nas mãos - doença profissional que suas ávidas clientes não vão tolerar.

É aí que Edmund, seu amigo inventor, constrói um aparelho que a princípio seria usado como espanador elétrico.

Quando Mortimer conhece a engenhoca e seu formato, logo descobre um novo potencial para a invenção - a masturbação feminina sem as mãos humanas - que podem falhar ou se cansar.

Assim que vê a invenção de Edmund, Mortimer já imagina um outro uso para ela

A atração entre Mortimer e Charlotte é acidentada, tem as tensões inerentes aos grandes romances, mas caminha para um final feliz.

A partir de uma ideia original do também produtor Howard Gensler e roteiro do casal Stephen e Jonah Lisa Dyer, com uma direção segura, elenco perfeito e uma senhora direção de arte, fotografia e figurinos - maravilhosos -, o longa, sem pretender falar sério demais sobre os temas que aborda, faz o público rir durante e sair sorrindo dos cinemas.

Afinal, mãos meladas, mulheres gemendo ou gozando são sempre diversão garantida.

Confira o trailer do filme:

*****
"HISTERIA"
Título Original:
Hysteria
Diretor:
Tanya Wexler
Elenco:
Maggie Gyllenhaal, Hugh Dancy, Jonathan Price, Felicity Jones, Rupert Everett, Ashley Jensen, Sheridan Smith
Produção:
Tracey Becker, Judy Cairo, Sarah Curtis
Roteiro:
Jonah Lisa Dyer, Stephen Dyer
Fotografia:
Sean Bobbitt
Trilha Sonora:
Christian Henson, Gast Waltzing
Duração:
100 min.
Ano:
2011
País:
Reino Unido/ França/ Luxemburgo/ Alemanha
Gênero:
Comédia Romântica
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Imagem Filmes
Estúdio:
Informant Media
Classificação:
14 anos
Cotação do Klau: