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sexta-feira, 1 de maio de 2020

NOS 40 ANOS SEM ALFRED HITCHCOCK CONFIRA O TOP 10 DOS SEUS MELHORES FILMES

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O britânico Alfred Hitchcock, também conhecido como “o mestre do suspense”, é uma verdadeira lenda da sétima arte - veja dez longas imperdíveis dirigidos por ele, com trailers, sinopse e cartazes originais
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A última quarta, dia 29 de abril, marcou exatos 40 anos que ficamos órfãos de seu talento - o cineasta morreu aos 80 anos de idade, em 1980, na data citada.

Dono de um currículo de mais de 70 créditos como diretor e 5 indicações ao Oscar, Hitchcock só ganhou um prêmio honorário da Academia em 1968.

Mais importante que isso é o fato do artista ter sido, e seguir desta forma, influente para gerações de jovens cineastas.

Dito tudo isso, vamos nos atrever a fazer um Top 10 dos melhores filmes de Alfred Hitchcock.

Para a ingrata tarefa – já que suas obras-primas vivem constantemente mudando posição em nossos gostos – foi feito um apanhado das notas da imprensa especializada e do grande público para tirarmos uma média como deve ser, criando uma lista bem eclética com a voz de todos.

TOP 10 DOS MELHORES FILMES DE ALFRED HITCHCOCK:

10 | Festim Diabólico (1948)

Igualmente um favorito pessoal, Rope, como é conhecido em seu título original, é baseado na peça de Patrick Hamilton.

E de fato o filme se comporta justamente como uma obra teatral, passado inteiramente num único cenário: o apartamento onde ocorreu um assassinato e logo em seguida, uma festa de aniversário para o morto.

Na trama, dois playboys sádicos (John Dall e Farley Granger) matam um colega, escondem o corpo, permanecem no local e dão uma festa de aniversário para ele.

Tudo pela adrenalina de testar sua capacidade e inteligência, tripudiando dos convidados (familiares e amigos).

Os dois não contavam, no entanto, com a perspicácia de um antigo professor, papel de James Stewart – um dos atores que mais trabalharam com Hitchcock.

Além de todos os atrativos, o diretor ainda quebra paradigmas técnicos, que continua inspirando realizadores.

No filme, Hitchcock cria a sensação de uma narrativa sem cortes, como se o filme fosse mesmo confeccionado como uma peça de teatro – num longo plano-sequência - os cortes existem, mas são quase imperceptíveis.


09 | A Dama Oculta (1938)

Um dos primeiros filmes britânicos do diretor, este é um dos mais celebrados longas desta sua fase.

O filme possui elogio de gente tarimbada, como o diretor francês Fançois Truffaut (que o considerava seu filme preferido de Alfred Hitchcock) e do igualmente lendário Orson Welles, que supostamente teria assistido ao longa 11 vezes.

Na trama, baseada na história ‘The Wheel Spins’, de Ethel Lina White, a jovem Iris Henderson (Margaret Lockwood) está em viagem pela Europa, onde conhece a simpática governanta, Senhora Froy (Dame May Whitty).

Porém, a mulher desaparece no trem, e ninguém acredita na história de Iris de que ela estava a bordo.

Assim, a jovem faz de sua missão descobrir o paradeiro da “dona que desapareceu”, como diz o título original.

Assim como todos os filmes de Hitchcock, A Dama Oculta foi usado como referência em diversas produções cinematográficas.

Curiosamente, o diretor disse que a obra foi em partes baseada numa história real, ocorrida em Paris na década de 1880.

A lenda diz que um famoso hotel teria “desaparecido” com uma mulher, a quem a filha estava buscando, a fim de ocultar o fato de que ela estava com a peste bubônica – evitando um potencial esvaziamento da cidade e sua falência.


08 | Interlúdio (1946)

Muitos citam as parcerias do mestre do suspense com suas famosas loiras, vide Grace Kelly e Tippi Hedren, mas esquecem que antes disso ele teve uma frutífera colaboração com uma musa morena do cinema: a sueca Ingrid Bergman (Casablanca), vencedora de 3 Oscar.

A estreia da dupla foi em Quando Fala o Coração (1945) e terminou em Sob o Signo de Capricórnio (1949), num total de três filmes juntos - Interlúdio se encaixa no meio.

Adicionado em 2006 ao registro nacional de cinema pela Biblioteca do Congresso Norte Americano, o filme tem como pano de fundo a cidade brasileira do Rio de Janeiro.

É na cidade maravilhosa que se encontram simpatizantes nazistas que o governo americano quer prender.

Para tal, o agente Devlin (papel de Gary Grant – outro grande colaborador de Hitchcock) alista a ajuda de uma mulher, Alicia (papel de Bergman) - ou devemos dizer, a obriga a espionar os nazistas no Brasil, após a prisão de seu pai – parte do grupo criminoso.

O agente e a mulher se envolvem amorosamente e o sujeito começa a protestar sobre o uso dela, que começa a correr risco sério, para seus superiores.

Interlúdio foi indicado para 2 prêmios no Oscar: melhor roteiro e ator coadjuvante para Claude Rains, que vive o vilão Alexander Sebastian.


07 | A Sombra de uma Dúvida (1943)

Outro grande trabalho do diretor, A Sombra de uma Dúvida foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original.

Dizemos que um pai nunca deve escolher seu filho favorito e os filmes de um diretor são como seus filhos - mas Hitchcock não se importava com isso e declarou este longa como o seu favorito em seu currículo.

Amor compartilhado pela protagonista da obra, a atriz Teresa Wright.

Na história, Wright interpreta uma jovem cansada de sua vida pacata junto à família, os pais e a irmã.

Tudo muda quando o cosmopolita sofisticado tio Charlie (Joseph Cotten) chega para passar uma temporada.

Seu charme conquista todos e a sobrinha começa a viver a melhor época de sua vida.

No entanto, este é um filme de Hitchcock e logo ela começa a desconfiar do verdadeiro caráter de seu tio, quando pistas começam a somar sobre sua possível identidade secreta como um perigoso assassino.

O diretor havia cogitado seu usual colaborador Gary Grant para o papel do tio Charlie, mas foi Cotten quem brilhou.


06 | Pacto Sinistro (1951)

Indicado ao Oscar de fotografia em preto e branco, nem precisa dizer que Pacto Sinistro é outro dos filmes muito homenageados de Alfred Hitchcock.

Aqui, dois estranhos se encontram num trem - daí o título original Strangers on a Train - e um deles propõe uma troca macabra.

Guy Haines é um famoso tenista com problemas com a esposa, que não quer lhe dar o divórcio apesar das inúmeras traições por parte dela.

Bruno Antony, o tal estranho, o reconhece, e faz uma proposta mais que indecente: matar a mulher do famoso, em troca do tenista eliminar seu pai dominador.

Bruno Antony é na realidade um homem desequilibrado, e um dos maiores vilões num filme de Hitchcock.

Convincentemente interpretado por Robert Walker, Bruno se tornou um dos grandes personagens no hall do mestre.

Infelizmente, Walker viria a tirar a própria vida no mesmo ano do lançamento do filme, por não conseguir superar a separação com a mulher, a atriz Jennifer Jones, agora casada com o mega empresário David O. Selznick.

O protagonista Guy é vivido por Farley Granger, de Festim Diabólico, agora fazendo um herói.

Pacto Sinistro é baseado no livro da lendária autora Patricia Highsmith.


05 | Um Corpo que Cai (1958)

Considerado por muitos como o melhor filme de Hitchcock, Vertigo, no seu título original, é um dos filmes unânimes do diretor e que fazem parte dos preferidos do grande público no IMdB.

Um Corpo que Cai é o filme de número 90 dentre os favoritos de todos os tempos e foi indicado para 2 Oscar: melhor direção de arte e som.

Baseado no livro francês “D’Entre Les Morts”, de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, o filme faz menção a elementos sobrenaturais – como possessão espiritual – em sua história.

Curiosamente conhecido como A Mulher que Viveu Duas Vezes em Portugal, que é um grande spoiler em sua trama, Um Corpo que Cai é protagonizado mais uma vez por James Stewart, que interpreta o detetive particular Scottie.

Ele é contratado por um antigo colega para seguir sua esposa, quem ele acredita que tenha sido possuída pelo espírito de uma parente falecida.

Após o aparente suicídio da mulher, o detetive se depara com uma sósia dela, a quem ele começa a investigar.

Ah sim, um dos fortes temas da obra, como diz seu título original, é o medo de altura, ou vertigem, o que leva o protagonista a abandonar a força policial, num acidente em que quase cai do telhado em uma perseguição.

Co-protagonizando ao lado de Stewart, Kim Novak é a musa de Hitchcock que possui a oportunidade de interpretar dois papeis no mesmo filme – ou quase.

Em Um Corpo que Cai, o diretor tem a chance de criar novas técnicas de filmagem inovadoras, que dão forte senso de profundidade, além da famosa “viagem psicodélica” do personagem principal.


04 | Psicose (1960)

Este suspense/terror é o filme mais famoso da carreira do diretor e o que vem imediatamente à cabeça de todos os fãs de cinema.

Seja por sua trilha sonora marcante, criada por Bernard Hermann, ou pela icônica cena do chuveiro (muito homenageada, falada e satirizada), Psicose é o filme favorito de muitos amantes do suspense, e pode ser considerada uma das obras definitivas do gênero.

O longa é baseado no livro de Robert Block e usou como fonte o psicopata da vida real Ed Gein.

Psicose foi indicado a 4 Oscar: melhor diretor, atriz coadjuvante para Janet Leigh, fotografia em preto e branco e direção de arte.

A famosa casa dos Bates é uma das construções mais reconhecíveis da sétima arte e se encontra até hoje no terreno de externas da Universal Pictures, em Hollywood.

A trama todos conhecem: uma mulher roubando uma grande quantia de seu chefe, e se deparando com o Bates Motel numa estrada.

Ela se hospeda e no local encontra seu fatídico destino ao cruzar caminho com os donos do estabelecimento, Norman Bates (Anthony Perkins) e sua “mãe”.

Psicose gerou três sequências, uma refilmagem e duas séries de TV, demonstrando a abrangência desta história.

Psicose é o filme de número 40 de todos os tempos na preferência do grande público.


03 | Rebecca – A Mulher Inesquecível (1940)

Algumas obras de Alfred Hitchcock já ganharam refilmagens declaradas (além das inúmeras “cópias”, referências e homenagens).

Nem todas são ruins, como a que Disque M para Matar (1954) recebeu na forma de Um Crime Perfeito (1998).

Outras, no entanto, são dispensáveis, vide o próprio Psicose (1998), de Gus Van Sant.

Resta saber em qual categoria recairá o remake de Rebecca, programado para o lançamento neste ano.

O filme será protagonizado por Lily James e Armie Hammer e tem direção de Ben Wheatley (Sightseers, 2012).

O remake usará como base o livro de Daphne Du Maurier, assim como o original.

Na trama do filme de 1940, Joan Fontaine interpreta uma mulher humilde (papel que será de James) que se apaixona pelo aristocrata Max de Winter – papel de Laurence Olivier, que será vivido por Hammer no remake – e os dois iniciam um relacionamento, logo se casando.

Como a Sra. de Winter, a protagonista é levada para sua nova propriedade ao lado do marido.

No local, ela começa a reparar a grande sombra que a ex-mulher do sujeito, morta em um acidente de barco no ano anterior, ainda faz em todos, inclusive no próprio, que não a esqueceu.

Rebecca foi indicado para nada menos que 11 Oscar, incluindo diretor, roteiro e atores para Olivier e Fontaine; e levou os de Melhor Filme do ano e fotografia em preto e branco.

Apesar de muito antigo, ainda consta como número 227 dentre os 250 preferidos do grande público atual no IMdB.


02 | Intriga Internacional (1959)

Inspiração para thrillers de ação e espionagem, como a franquia 007 no cinema, Intriga Internacional evoca um tema recorrente na filmografia de Alfred Hitchcock: o homem errado no lugar errado.

Aqui, Gary Grant recobra novamente a parceria com o mestre, no papel de um bon vivant publicitário de Nova York que tem a vida transformada num verdadeiro inferno após ser confundido como um agente por espiões internacionais - outro uso recorrente das tramas do diretor era o subtexto da Guerra Fria.

O caminho do sujeito se cruza com uma bela loira femme fatale, como igualmente não poderia deixar de ser, a dúbia Eve Kendall, papel da vencedora do Oscar Eva Marie Saint.

Este é o melhor filme do cineasta a abordar tais temas e o que os resume de forma mais eficiente.

O longa é inclusive dono de algumas das cenas mais memoráveis e grandiosas do cinema, como a perseguição do avião no milharal e o clímax no Mount Rushmore, aquele horrendo monumento americano que tem vários rostos de presidentes americanos talhados em pedra na montanha.

Intriga Internacional é o filme de número 99 de todos os tempos na preferência do grande público e recebeu 3 indicações ao Oscar: melhor roteiro original, direção de arte e edição.


01| Janela Indiscreta (1954)

Talvez o segundo filme mais famoso da filmografia de Alfred Hitchcock, atrás somente de Psicose (1960), Janela Indiscreta é o Top 1 da nossa lista.

Como dissemos no início, a apuração foi baseada no gosto do grande público somado a avaliação dos críticos.

Tenha em mente também que a cada geração estas avaliações mudam e certos filmes sobem, enquanto outros descem no gosto geral.

Tudo varia de acordo com o período pelo qual nossa sociedade passa nestes momentos.

Atualmente, o paladar geral optou por eleger este suspense, que traz novamente James Stewart como protagonista.

Curiosamente, este é o filme que mais tem a ver com o momento pelo qual estamos passando com a crise do coronavírus.

Assim como a população mundial, o protagonista L.B. Jeffries (Stewart) passa por uma reclusão social imposta, não devido a um vírus, mas sim a uma perna quebrada num acidente de trabalho – ele é fotógrafo.

Naquela época, no entanto, não existia Instagram, Smartphones ou sequer Internet, muito menos Netflix, canais de streaming ou TV a cabo.

Já imaginou ser obrigado a ficar em casa assim?

Tudo o que resta para este sujeito de espírito aventureiro, que adora sua liberdade, é espionar os vizinhos, já que a janela traseira (daí o título original) de seu apartamento dá de frente para um condomínio, no qual começa a viver o dia a dia de cada morador.

Ah sim, as constantes visitas de sua namorada da alta sociedade também ajudam, ainda mais quando ela é Grace Kelly – musa definitiva do diretor e aqui no auge da beleza.

Tudo ia bem e monótono, até que o sujeito começa a suspeitar que um dos vizinhos possivelmente tenha assassinado a própria esposa.

E daí começa um eletrizante jogo de mistério num dos grandes filmes de suspense da história do cinema.

Janela Indiscreta é o filme de número 52 no IMdB, e foi indicado para 4 Oscar: diretor, roteiro, fotografia e som.

CONFIRA OS CARTAZES ORIGINAIS DO TOP 10:









Reprodução: IMdB

Muitos desses filmes acima podem ser vistos, de graça, no YouTube.

Psicose retorna ao catálogo da Netflix no próximo dia 22 de maio.


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

'BATES MOTEL' : SÉRIE CHEGA AO FIM COM REVIRAVOLTA SURPREENDENTE

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Atenção! Spoilers à frente se você não assistiu ao episódio “Marion”, último da série
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O momento que todos esperávamos chegou: a cena em que Norman Bates (Freddie Highmore) mata Marion ( Rihanna) na icônica cena do chuveiro!

Só que não!

É que criadores da série, exibida no Brasil pelo Canal Universal, pegaram todos de surpresa com uma espetacular reviravolta.

Aqui, Marion mostrou que não é boba e apesar de ser conhecida como 'a vítima mais conhecida do cinema', conseguiu sair ilesa de 'Bates Motel' - quem morreu esfaqueado no chuveiro por Norman foi seu namorado.

Os fãs da série ficaram bem satisfeitos com essa reviravolta - afinal 'Bates Motel' não seria a mesma série se estivesse apenas mostrando o que já tínhamos visto no clássico 'Psicose' (1960), brilhantemente dirigido por Alfred Hitchcock .

No longa, Marion era interpretada por Janet Leigh e Norman Bates, vivido espetacularmente por Anthony Perkins.

Confira vídeo comparando a cena  do chuveiro original e a 'versão Bates Motel':


CRÍTICA - EPISÓDIO FINAL:

É normal sentir uma espécie de vazio quando uma de suas séries favoritas acaba.

Uma espécie de tristeza.

Mas esse não foi o caso de 'Bates Motel'.

A produção, que começou bem e só melhorou nas temporadas seguintes, teve um final digno a sua trajetória.

O seriado, que contou a história de Norman Bates, o psicopata do icônico filme de Hitchcock, 'Psicose', fugiu de tudo o que era esperado dele.

Desde o início, com uma simplicidade impressionante, rompeu com todas as expectativas.

A começar que 'Bates Motel' não foi uma série de época, ambientada nos anos 1960, como o longa.

A trama se passou nos dias atuais, com um Norman adolescente , usando um iPhone e  morando em uma cidade sombria, tomada pelo tráfico.

Uma história obscura que não começa com mortes, e cuja personagem principal, Marion Crane, só apareceu por dois episódios na última temporada.

A série contou, enfim, a história de Norman e sua mãe Norma (Vera Farmiga), e mais ninguém.

Ao contrário do filme, criamos uma relação profunda de empatia pelo psicopata que tira a vida de… quantas pessoas mesmo?

E tudo isso com a mãe encobrindo seus crimes e com a qual ele tem uma relação muito estranha.


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Norman e Norma - relação muito estanha
O roteiro que ganhou as telinhas por cinco anos e deixou os espectadores completamente extasiados, foi o grande segredo, por ser simples e cativante.

Mas não só de um bom roteiro se faz uma grande produção.

Freddie Highmore e Vera Farmiga deram total conta do recado e a cada episódio nos deram cenas e mais cenas antológicas.

Quem conhece o filme de 1960 percebe que a brilhante atuação do ator Anthony Perkins, que interpreta Norman, é fruto de muito estudo e trabalho.

Os trejeitos, a forma de falar, de andar… tudo está ali.

Freddie nos leva em uma viagem ao tempo, e vemos o personagem de Hitchcock ganhar vida em pleno século 21.

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Frame da 'cena do chuveiro' do longa de 1960
O que mais impressionou é que o programa não virou escravo de sua audiência e do seu sucesso.

A história terminou no momento certo, com apenas cinco temporadas, sem estender o enredo por mais dez episódios (o que poderia ter sido feito, mas acabaria com o ritmo da série, e jogaria por água abaixo um roteiro tão bem construído).

Aviso aos que ainda não viram toda a série: esse texto está cheio de spoilers.

O fim de Norman

É difícil explicar para as pessoas que não assistem a série sobre Norman, basicamente um psicopata, um serial killer.

Mas quem assiste sabe que no fundo, ele tem um bom coração, mas infelizmente tem uma doença.

Tudo o que ele quer no mundo é ficar com sua mãe - e o final entregou isso - também entregou a punição que todos estávamos esperando para Norman.

Um final justo e bonito.

O último episódio dá vários sustos no espectador.

Mas conhecendo a história como conhecemos e acreditando na habilidade dos roteiristas, esses sustos passam rápido.

Primeiro, achamos que Romero vai matar Norman quando eles vão para o meio do mato, sozinhos, no meio da noite, encontrar o corpo de Norma.

Seria o final esperado por Romero, mas uma morte cruel para Norman (que aliás, nem era Norman neste ponto) não seria o melhor.

Quando ele joga o garoto no chão e se debruça sobre o corpo da esposa morta, aos prantos, já sabemos o que vai acontecer.

Não tem outro jeito: adeus, Romero.

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Em seguida, após perceber que foi ele o responsável pela morte da mãe, Norman retoma controle sobre si, e finalmente a “mãe” se despede dele.

Essa outra personalidade que desde a infância o protegeu de todos os acontecimentos terríveis que o assombraram e o escondeu da cruel realidade em que vivia, finalmente vai embora.

Achamos que nesse momento Norman está “curado” e a partir de agora vai enfrentar sozinho as consequências dos seus atos.

Mas não, pois sabemos como o Norman do filme é.

Logo em seguida ele acorda e parece que tudo foi um sonho.

Logo pensamos: os roteiristas vão dar essa explicação para tudo o que aconteceu na série, que era tudo um sonho?

Depois de todos esses eventos traumatizantes, a mente de Norman vaga para o período mais feliz dele e de sua mãe, quando os dois estavam indo para o Bates Motel, recomeçar a vida, apenas os dois, felizes, sorridentes.

Os cortes das cenas ensolaradas, para o rosto sangrando, o cenário frio e o corpo congelado de Norma mostram como o seriado é brilhante.

A forma como Dylan (Max Thieriot) entra na história é ainda mais simples.

Norman vai fazer o check-in de uma mãe e seus dois filhos no hotel, e descobre que um deles se chama Dylan:

“O mesmo nome do meu irmão”.

E então liga para o irmão, sem nenhuma lembrança dos últimos cinco anos, querendo saber como ele está.

Ele conta sobre a mudança da família para o hotel, e diz que a mãe gostaria muito que ele fosse visitá-los.

Momentos antes de Norman receber o tiro disparado por Dylan, que tira sua vida, ele diz algo que faz com que toda a série faça sentido:

"Se você quiser muito alguma coisa, é só acreditar, que ela pode se tornar realidade".

E após ser ferido, nos últimos momentos de vida, ele finalmente imagina o reencontro com a mãe.

E a cena final - o cemitério, a lápide, os dois enterrados juntos - foi simplesmente espetacular.

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Fim de Romero

O final de  Alex Romero (Nestor Carbonell)  pode não ter sido muito bom para os fãs do personagem, mas para que o via como um vilão foi o fim mais acertado.

Primeiro, ele consegue algo que queria desde a morte de Norma - confrontar o filho dela.

Ele aponta para o corpo da esposa e grita para o garoto que foi ele quem a matou.

Romero precisava disso, precisava vê-la mais uma vez, se despedir da forma correta - lembram que ele discutiu com o Norman no velório e foi embora?

E ele consegue tudo isso nos seus momentos finais.

E claro, depois ele morre pelas mãos de Norman, o que já sabíamos que aconteceria, já que a briga entre os dois pelo amor de Norma só poderia ter um fim trágico.

Até porque, ele não tinha mais futuro nenhum, era um homem desesperado atrás de vingança, fugitivo da polícia, assassino.

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Fim de Dylan

Outro final que surpreendeu.

Quem achava que Dylan (Max Thieriot) iria matar Norman, se deu mal.

O irmão, que teve uma vida sofrida, fruto de um estupro, ignorado pela mãe, finalmente estava levando uma vida tranquila.

Casou com Emma, teve uma filha, estava morando em outra cidade - e aí descobre que a mãe morreu e que o irmão está completamente louco.

E na cena final, com Norman, mais uma coisa fica clara: tudo o que ele queria, era o mesmo que Norman queria, uma vida feliz, tranquila, com a família unida.

Mas a vida real está ali, na sua frente.

A mãe que ele não via há dois anos está morta na mesa de jantar, o irmão está segurando uma faca na sua frente, em uma última tentativa de se agarrar ao mundo fantástico que ele criou - e não há mais saída.

Dylan quer o bem de Norman, por isso se recusa a chamar a polícia, como Emma sugere.

Ele sabe que não tem como ter um final feliz, mas não quer quer o irmão seja maltratado.

No final, segurando a arma, ele toma a decisão de terminar com o sofrimento de Norman, ao mesmo tempo que se defende e evita se tornar mais uma de suas vítimas.

Enfim, ele volta para Emma e sua filha, e eles podem finalmente começar a vida que querem, longe de toda essa enorme confusão que aconteceu no Bates Motel.

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A redenção de Marion Crane

O grande momento de Rihanna na série.

A cantora e atriz entrou na trama para dar vida a icônica personagem de 'Psicose', Marion Crane, mas como os roteiristas já haviam avisado, eles não recriaram a cena do chuveiro, em que ela é esfaqueada.

Desta vez quem é morto no banheiro do hotel é o seu namorado, que, na realidade, era casado com uma empresária da cidade.

Marion, ao descobrir que havia sido enganada, em um momento de raiva e vingança, arrebenta o carro do namorado.

Não há nada mais incrível do que ver a vítima de 'Psicose' se livrando do destino que todos achamos que ela iria ter e aparecendo na tela como uma mulher forte, furiosa, e inteligente.

Mais uma vez, temos que agradecer aos roteiristas por isso.

Sensacional!

Formato:
Série
Gênero:
Terror-Drama-Mistério-Suspense-Horror psicológico
Desenvolvedor(es):
Carlton Cuse-Kerry Ehrin-Anthony Cipriano
País de origem:
Estados Unidos
Idioma original:
Inglês
Produtor(es):
Justis Greene-Christopher Nelson
Co-produtor(es):
Jamie Kaye Wheeler-Christopher Nelson-Cory Bird-Heather Meehan-Erica Lipez-Scott Kosar
Produtor(es) executivo(s):
Vera Farmiga-Mark Wolper-Roy Lee-John Powers Middleton-Kerry Ehrin-Carlton Cuse-Tucker Gates
Elenco:
Vera Farmiga-Freddie Highmore-Max Thieriot-Olivia Cooke-Nicola Peltz-Nestor Carbonell-Kenny Johnson
Emissora de televisão original:
A&E
Emissora de televisão brasileira:
Canal Universal
Transmissão original:
18 de março de 2013 – 24 de abril de 2017
Status:
Série finalizada
N.º de temporadas:
5
N.º de episódios:
50

COTAÇÃO DO KLAU:

sexta-feira, 28 de abril de 2017

ALFRED HITCHCOCK: 37 ANOS SEM O MESTRE DO SUSPENSE

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Um dos meus diretores favoritos, o britânico baixinho, gordinho e genial nasceu em 1899 e morreu em 29 de abril de 1980, de insuficiência renal
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Sua filmografia, porém, continua extremamente atual e relevante.

Considerado o "mestre do suspense", Hitchcock até hoje serve de inspiração declarada para outros diretores, como Steven Spielberg, Martin Scorsese, Quentin Tarantino e M. Night Shyamalan.

O mercado tem muitos boxes com filmes do mestre - alguns deles com longas da chamada 'fase inglesa', antes dele migrar para Hollywood e virar lenda.

No Now, serviço de vídeo sob demanda das operadoras Net e Claro TV, fãs de cinema podem conferir, sem custo extra, cinco clássicos de Hitchcock e quem quiser ir fundo na mente do diretor ainda pode conferir, no Clarovídeo, o documentário 'Hitchcock & Truffaut', que reproduz parte de uma famosa conversa do britânico com o cineasta francês François Truffaut (1932-1984).

O diretor Alfred Hitchcock - Divulgação
Muito desse material também está disponível no YouTube.

Confira:

O Homem que Sabia Demais (1934 e 1956)

Antes de ir para Hollywood, Hitchcock dirigiu na Inglaterra um filme sobre o casal Bob (Leslie Banks) e Jill (Edna Best), que recebe a notícia de que um assassinato importante vai acontecer em Londres.

Para manter os dois calados, bandidos sequestram a filha do casal.

Mais de 20 anos depois, ele, já uma lenda em Hollywood, fez um remake da trama, dessa vez com James Stewart e Doris Day como Ben e Jo, pais de um garoto sequestrado por bandidos para garantir o silêncio dos dois.

As duas versões estão disponíveis no Now: para a de 1934, selecione Cinema e depois, Clássicos; para a de 1956, vá ao menu Clarovídeo e escolha Clássicos.

A versão de 1956 está disponível no YouTube.

A reimaginação de 1956 fez mais sucesso e rendeu o Oscar de melhor canção original para 'Que Sera, Sera', uma das grandes marcas da carreira de Doris Day.

Curiosamente, a atriz e cantora não queria gravá-la, porque a julgou infantil e esquecível.

Doris acabou cedendo, e a música fez tanto sucesso que ela voltou a cantá-la em mais dois filmes: 'Já Fomos Tão Felizes' (1960) e 'A Espiã de Calcinhas de Renda' (1966).

Confira a Diva, cantando 'Que sera, sera':


39 Degraus (1935)

O filme conta a história de Richard Hannay (Robert Donat), que assiste a um show de teatro interrompido por um tiroteio.

Ele ajuda uma garota assustada (Lucie Mannheim) a se proteger e a leva para seu apartamento, onde ela revela ser uma espiã procurada por assassinos profissionais.

Na manhã seguinte, a jovem é encontrada morta e, com medo de ser acusado pelo assassinato, Richard decide ir atrás dos responsáveis pelo crime, atravessando todo o Reino Unido em busca de respostas.

A obra é tão popular que ganhou três remakes: em 1959, com Kenneth More no papel principal; em 1978, com Robert Powell; e em 2008, com Rupert Penry-Jones.

A história também foi adaptada para o teatro como uma comédia e passou nove anos em cartaz em Londres.

No Brasil, Dan Stulbach, Danton Mello, Paulo Goulart Filho e Rosanne Mulholland participaram da montagem.

Disponível na sessão de Clássicos do Now e no YouTube.

Relembre o trailer:


Interlúdio (1946)

A bela Alicia Huberman (Ingrid Bergman) recebe uma missão do agente do governo americano T. R. Devlin (Cary Grant): se infiltrar em um grupo nazista em atividade no Rio de Janeiro.

Anos antes, o pai dela, um alemão, foi preso por traição aos Estados Unidos.

Porém, Alicia começa a ir fundo demais em sua integração ao grupo nazista depois de seduzir um dos chefes, Alexander Sebastian (Claude Rains).

Dividida entre o amor de Devlin e Sebastian e entre os Estados Unidos e a Alemanha, ela precisa descobrir de que lado está sua lealdade.

O longa recebeu duas indicações ao Oscar: uma de ator coadjuvante para Claude Rains e uma de melhor roteiro original.

Como curiosidade, há uma cena de beijo que dura dois minutos e meio, muito acima dos três segundos permitido pela censura na época.

Para driblar a regra, Hitchcock intercala o toque dos lábios com cenas de caminhadas e carinhos a cada três segundos.

Para assistir, clique no menu Cinema do Now e depois em Clássicos.

O longa também está disponível no YouTube.

Relembre o trailer:


Festim Diabólico (1948)

Em um apartamento de Nova York, os amigos Brandon (John Dall) e Philip (Farley Granger) decidem se vangloriar de seu intelecto superior cometendo o crime perfeito: estrangulam o colega David (Dick Hogan) com uma corda, escondem o corpo em um baú e dão uma festa para celebrar o feito, sem revelá-lo aos amigos.

Mas um dos convidados da noite é Rupert Cadell (James Stewart), que começa a suspeitar das atitudes suspeitas de Brandon e Philip.

Contado em tempo real, essa obra-prima é o primeiro filme colorido de Hitchcock e ficou marcada por ter dez longos planos-sequência (cenas sem cortes, rodadas de uma vez só) de até 11 minutos cada.

Perfeccionista, o diretor regravou várias sequências, pois não ficou satisfeito com a cor do pôr do sol.

'Festim Diabólico' está disponível em Clássicos da área de Cinema do Now e também no YouTube.

Confira o trailer:


Janela Indiscreta (1954)

O longa conta a história de L.B. Jefferies (James Stewart), um fotógrafo que quebra a perna enquanto trabalhava em uma corrida automobilística e, sentado em uma cadeira de rodas e sem poder sair de seu apartamento, limita-se a espiar a vida dos vizinhos.

Mas Jefferies passa a desconfiar de que um vizinho (Raymond Burr) teria assassinado sua mulher e precisa convencer a namorada (Grace Kelly) e um amigo policial (Wendell Corey) a investigar o caso.

Hitchcock foi indicado ao Oscar de melhor diretor por seu trabalho no filme, mas não ganhou - ele, aliás, recebeu cinco indicações ao longo da carreira e não venceu nenhuma.

A injustiça foi corrigida em 1968, quando recebeu um prêmio especial por sua obra.

O discurso do britânico é o menor da história da premiação - ele subiu ao palco e disse apenas: "Muito obrigado, de verdade".

Para assistir ao filme, também disponível no YouTube, vá no menu Clarovídeo e escolha Clássicos.

Relembre o trailer:


PROCURE O DIRETOR EM DIVERTIDOS 'CAMEOS'

Muito antes de Stan Lee fazer divertidas e aguardadas aparições nos filmes da Marvel, Alfred Hitchcock já fazia memoráveis e rápidas aparições em seus filmes.

Depois que percebeu que o público ficava ligado para conferir sua aparição e perdia o fio da meada da trama, o diretor começou a colocar seus cameos logo no início dos longas.

Em 'Janela Indiscreta', por exemplo, o diretor aparece por volta dos 26 minutos, dando corda em um relógio em um dos apartamentos observados por Jefferies.

Já em 'O Homem que Sabia Demais' (o de 1956), achá-lo é mais complicado: ele surge por volta dos 25 minutos, enquanto Jo e Ben assistem à apresentação de acrobatas.

Assistir às obras no Now permite pausar o filme ou colocá-lo em câmera lenta para procurar Hitchcock em cena.

Evidentemente, muitos vídeos no YouTube editaram os cameos do mestre.

Esse é um deles: