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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

'FILHO DE SAUL': FAVORITO AO OSCAR MOSTRA HOLOCAUSTO EM NOVA E BRILHANTE VISÃO ESTARRECEDORA


SINOPSE:

Campo de concentração de Auschwitz, ano de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial.

Saul (Géza Röhrig) é um judeu obrigado a trabalhar como escravo para os nazistas, sendo um dos responsáveis em limpar as câmaras de gás após dezenas de outros judeus serem mortos.

Em meio à tensão do momento e às dificuldades inerentes desta tarefa, ele reconhece entre os mortos o corpo de seu próprio filho e a partir daí, luta para dar a ele um enterro judeu.

CRÍTICA:

Filmes ambientados na Segunda Guerra Mundial são tão importantes que, através dos anos, já se tornaram um importante subgênero do cinema.

Agora, assim como em 'O Pianista' e 'O Menino Do Pijama Listrado', o diretor húngaro László Nemes, estreante em longas-metragens, focou seus esforços em um dos episódios mais cruéis desse período e da História da Humanidade, o Holocausto Nazista, aqui contado através do olhar de um dos judeus enclausurados em um campo de concentração.

Filho de Saul : Foto Géza Röhrig
O protagonista Géza Röhrig como Saul - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Sony Pictures
A trama de 'Filho de Saul', em exibição em 16 salas em todo o Brasil, acompanha Saul Ausländer (Géza Röhrig), um dos prisioneiros que atuava no Sonderkommando, grupo de judeus que trabalhava como escravos na máquina de extermínio nazista, obrigados a contribuir com a morte de seus semelhantes.

Durante a triste e rotineira limpeza da câmara de gás, ele reconhece o corpo de seu filho pequeno e sabendo do tratamento animalesco dado aos corpos dos prisioneiros, ele resolve dar um enterro digno à criança, sem que seus tiranos comandantes percebam, iniciando assim uma caçada agonizante por um rabino que possa realizar os rituais necessários.

Quando se trata de filmes com temática de guerra, o realismo e a brutalidade são elementos quase impossíveis de se escapar - e o longa cumpre bem o seu papel.

Toda a atmosfera pesada e melancólica dos campos de concentração salta aos olhos (estarrecidos) do espectador.

Filho de Saul : Foto Géza Röhrig
Cena do longa
As dependências claustrofóbicas do covil nazista se materializam na situação sufocante pela qual o protagonista é submetido e de quebra, o diretor László Nemes optou por um enquadramento mais fechado, com planos que quase sempre focam no rosto do protagonista, deixando claro que aquela história é contada a partir de seu ponto de vista - o que torna a experiência ainda mais pessoal.

O trabalho sonoro feito no filme é capaz de potencializar os horrores mostrados na telona.

Em uma das cenas, por exemplo, os judeus são levados para dentro da câmara de gás e podemos ouvir – em off – os sons de suas mãos batendo em busca de socorro aumentarem gradualmente para depois cessarem por completo, quando não há mais vida dentro da sala - uma das cenas mais perturbadoras do cinema recente.

Filho de Saul : Foto Géza Röhrig
Cena do longa 
Se o desfecho pode parecer muito vago e sem respostas, fica claro que a intenção do diretor nunca foi trazer uma narrativa tradicional, contar uma história, e sim materializar a terrível experiência de um campo de concentração, num experimento sensorial.

Se no final, nunca ficamos sabendo ao certo se o filho de Saul era real ou apenas uma metáfora de seu desejo de liberdade e redenção, essa resposta é apenas um dos elementos que essa obra, tocante e pungente, nos deixa refletir.

Por tudo isso, 'Filho de Saul' já levou, entre muitos prêmios, a Palma de Ouro em Cannes 2015, o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e segue como o favorito na mesma categoria no Oscar 2016.

Filmaço.

TRAILER:


INDICAÇÕES AO OSCAR 2016:
Melhor Filme Estrangeiro

FICHA TÉCNICA:
'FILHO DE SAUL'
Título Original:
SAUL FIA
Gênero:
Drama
Direção:
László Nemes
Roteiro:
Clara Royer, László Nemes
Elenco:
Amitai Kedar, Attila Fritz, Christian Harting, Eszter Csépai, Géza Röhrig, Jerzy Walczak, Juli Jakab, Kamil Dobrowolski, Levente Molnár, Marcin Czarnik, Mendy Cahan, Molnar Levente, Sándor Zsótér, Todd Charmont, Urs Rechn, Uwe Lauer
Produção:
Gábor Rajna, Gábor Sipos
Fotografia:
Mátyás Erdély
Montador:
Matthieu Taponier
Trilha Sonora:
László Melis
Duração:
107 min.
Ano:
2015
País:
Hungria
Cor:
Colorido
Estreia:
04/02/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Sony Pictures
Estúdio:
Films Distribution
Classificação:
14 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

domingo, 24 de maio de 2015

FESTIVAL DE CANNES: JÚRI SURPREENDE E DÁ PALMA DE OURO PARA LONGA FRANCÊS SOBRE IMIGRANTES


"Dheepan", drama francês sobre um ex-guerrilheiro do Sri Lanka que migra para a Franca e enfrenta a violência de uma máfia local na periferia para a qual de muda, venceu a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes, que teve a edição de numero 68 encerrada neste domingo.

"Agradeço a Michael Haneke por não ter filme este ano", brincou o diretor, que já havia perdido a Palma por "O Profeta" para "A Fita Branca", do diretor austríaco, em 2009.

Jacques Audiard  segura a Palma de Ouro, que ele recebeu por "Dheepan" - AFP
Num ano em que a seleção francesa foi muito criticada pela baixa qualidade dos filmes, foi constrangedor e injusto ver o país anfitrião levar três prêmios entre as oito categorias da competição - além da Palma de Ouro, os prêmios de ator e atriz.

Aclamado pela crítica, o chinês "Mountains May Depart" (As montanhas podem partir), de Jia Zhangke, saiu sem prêmio algum.

Com seu primeiro longa-metragem, o húngaro László Nemes venceu o Grande Prêmio do Júri, segundo lugar da competição, com "Son of Saul" (O filho de Saul), sobre um judeu que quer dar um enterro digno para o seu filho em meio a barbárie dos campos de concentração.

O diretor László Nemes segura seu diploma de ganhador do Grande Prêmio do Júri - AFP

Ele defendeu o direito de alguns cineastas de ainda filmar em película 35mm, num mundo cada vez mais dominado pelo cinema digital.

"The Lobster", um dos filmes mais comentados do festival, sobre um hotel no qual os solteiros têm até 45 dias para encontrar um namorado ou são transformados em animais, levou o Prêmio do Júri, uma espécie de terceiro colocado entre os filmes vencedores.

O júri presidido pelos irmãos Joel e Ethan Coen surpreendeu ao dividir a Palma de melhor atriz entre a americana Rooney Mara, pelo drama "Carol", e a francesa Emmanuelle Bercot, por "Mon Roi" (Meu rei).

Mais surpreendente ainda foi premiar Mara e não a protagonista Cate Blanchett, que vive a personagem-título na história do amor proibido entre duas mulheres nos EUA dos anos 50.

A francesa Emmanuelle Bercot recebe sua Palma de Malhor Atriz, que dividiu com Rooney Mara - AFP
O diretor do filme, Todd Haynes, subiu ao palco para receber o prêmio por Mara, que já tinha ido embora de Cannes.

Outro francês quase desconhecido no Brasil, Vincent Lindon, levou a Palma de ator com o personagem de um executivo de 51 anos, desempregado há 20 meses, que enfrenta um dilema moral em seu novo trabalho no francês "La Loi du Marché" (A lei do mercado).

Vincent Lindon recebe a Palma de ator - AFP

Diretor de obras-primas como "Flores de Shanghai", o taiwanês Hou Hsiao Hsien venceu a Palma de melhor diretor por um filme de artes marciais, "The Assassin" (A assassina), passado no século 9.

Hou Hsiao Hsien : Melhor diretor - AFP
O diretor e roteirista mexicano Michel Franco ficou com o prêmio de melhor roteiro por "Chronic", em que Tim Roth vive um enfermeiro solitário com um segredo no passado que cuida de pacientes terminais.

Ao lado do protogonista do seu filme, Tim Roth, Michel Franco comemora o prêmio de Malhor Roteiro - AFP

O colombiano "La Tierra y la Sombra", que tem coprodução da brasileira Pretaportê Filmes, venceu o prestigioso Caméra d´Or, para o melhor diretor estreante em longas-metragens, entre os 26 exibidos no festival.

No filme, um homem volta a fazenda de cana de açucar onde vive sua família para cuidar de um filho doente.

A francesa Agnes Varda, única mulher da Nouvelle Vague nos anos 60, recebeu uma Palma de Ouro honorária pelo conjunto da carreira.

Agnes Varda segura sua Palma de Ouro honorária - Le Figaro
Ela lembrou que, ao contrário dos ganhadores anteriores - Clint Eastwood, Woody Allen, Bernardo Bertolucci - seus filmes independentes nunca fizeram milhões nas bilheterias e considerou este um "prêmio de resistência" do cinema de autor.

Pela primeira vez, a cerimônia de premiação de Cannes tentou imitar o Oscar: durante a entrega dos prêmios, houve alguns chatíssimos números musicais, como um pequeno show do ator John C. Reilly ("Magnólia", "Chicago") e uma canção do filme "Inside Llewyn Davis", dirigido pelos irmãos Coen, presidentes do Júri.

Confira todos os ganhadores de Cannes 2015:

Palma de Ouro
"Dheepan", de Jacques Audiard (Franca)

Grande Prêmio do Júri
"Son of Saul" (O filho de Saul), de László Nemes

Melhor diretor
Hou Hsiao Hsien, por "The Assassin" (A assassina) (Taiwan)

Prêmio do Júri
"The Lobster", de Yorgos Lanthimos

Melhor atriz
Rooney Mara, por "Carol" (EUA)
Emmanuelle Bercot, por "Mon Roi" (Meu rei) (Franca)

Melhor ator
Vincent Lindon, por "La Loi du Marché" (A lei do mercado) (Franca)

Melhor roteiro
Michel Franco, por "Chronic" (México)

Caméra d´Or (melhor longa de diretor estreante)
"La Tierra y la Sombra", de Cesar Augusto Acevedo (Colômbia, Brasil, Chile, Franca, Holanda)

Palma de Ouro - curta-metragem
"Waves ´98", de Ely Dagher (Líbano, Qatar)

MOSTRA UN CERTAIN REGARD:

Melhor Filme
Hrútar

Prêmio do Júri
Zvizdan

Melhor Diretor
Journey to the Shore

Prêmio Um Certo Talento
Comoara

Revelação
Masaan / Nahid

sábado, 23 de maio de 2015

FESTIVAL DE CANNES: CONFIRA TUDO O QUE DE MELHOR ACONTECEU - DE QUARTA A SÁBADO - E A BOLSA DE APOSTAS PARA OS VENDEDORES NO DOMINGO


A 68º edição do Festival de Cannes, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, começou  na quarta (13) e vai até domingo (24).

Nessa terceira e penúltima postagem especial sobre Cannes 2015, você vai conferir o que de melhor aconteceu - de quarta (20) a sábado (23)  - e também vai conferir que filme pode levar o prêmio máximo - a Palma de Ouro - as Palmas de diretor, ator e atriz e outras apostas dessa edição.

Confira:
'SICARIO': COM EMILY BLUNT, LONGA CONCORRE EM CANNES DE OLHO NO OSCAR
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'MOUNTAINS MAY DEPART': FILME CHINÊS É O FAVORITO DA CRÍTICA
*****
'CHRONIC': DIRETOR MEXICANO SURPREENDE E LONGA ENTRA NAS APOSTAS POR ALGUM PRÊMIO
*****
'LOVE': SEXO EXPLÍCITO EM 3D TRANSFORMA '50 TONS DE CINZA' EM MUSICAL DA DISNEY
*****
'O PEQUENO PRÍNCIPE' TEM ESTREIA ARRASADORA EM CANNES
*****
MACBETH': COM MICHAEL FASSBENDER E MARION COTTILARD, LONGA DIVIDE OPINIÕES EM CANNES
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CONHEÇA OS FAVORITOS NAS APOSTAS DE CANNES 2015
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Veja:
'SICARIO': COM EMILY BLUNT, LONGA CONCORRE EM CANNES DE OLHO NO OSCAR

Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro por ‘Incêndios‘, o canadense Denis Villeneuve volta a filmar em inglês após o sucesso de ‘Os Suspeitos‘ (que rendeu elogios, mas não as esperadas indicações à estatueta dourada aos protagonistas Hugh Jackman e Jake Gyllhenhall).

Villeneuve lançou no Festival de Cannes o aguardado ‘Sicario‘, já de olho nas premiações de 2016.

E dessa vez ele tem muitas chances, não só pelo bom roteiro e direção, mas por trazer um eficiente trio de protagonistas.

Emily Blunt se destaca ao lado de Benício del Toro e Josh Broslin como Kate, agente do FBI que vê os seus valores éticos e morais levados ao limite quando participa numa operação secreta da CIA para eliminar o líder de um cartel de narcotraficantes mexicanos.

Emily Blunt em Cannes - USA Today

Na coletiva do filme, uma das melhores deste Festival, Emily, em versão loira e com um chamativo batom vermelho, respondeu aos questionamentos sobre ser uma mulher em um papel que, normalmente, seria de um homem.

“É decepcionante. As pessoas têm que descobrir que as mulheres são fascinantes de se conhecer no cinema. Eu vivo mulheres duronas como esta, mas não as vejo assim. Porque elas são duronas do mesmo jeito na vida. As mulheres com quem conversei no FBI são normais e vão para casa à noite ver ‘Gosford Park’ e ‘Downton Abbey'”.

Denis Villeneuve revelou que os produtores desejavam um homem no papel principal, mas ele conseguiu manter a ideia original de ter uma mulher como protagonista.

A Paris Filmes lança o filme no Brasil em 24 de setembro.

Confira Josh Brolin, Elily Blunt e Benicio del Toro no red carpet de Cannes:


'MOUNTAINS MAY DEPART': FILME CHINÊS É O FAVORITO DA CRÍTICA

O diretor Jia Zhangke é o favorito da crítica à Palma de Ouro do Festival de Cannes.

No drama ‘Mountains May Depart‘ (As montanhas podem partir, em tradução literal), o cineasta chinês aborda uma história de amor tendo como pano de fundo as mudanças culturais da China.

A trama é dividida em três partes, que se passam entre 1999 e 2025 e acompanha Tao (Zhao Tao, mulher de Jia), uma mulher disputada por dois amigos.

É o tipo de filme considerado artístico o suficiente para vencer um festival de cinema mas que, infelizmente, acaba não atingindo a maior parte do público.

A atriz Zhao Tao, protagonista, ao lado do seu marido e diretor do longa, Jia Zhangke em Cannes - Yahoo

Na coletiva de imprensa, o simpático Zhangke explicou a metáfora que acompanha o titulo de seu filme.

“Mesmo que as montanhas se separem, o sentimento que une as pessoas é imutável”.

Considerado um dos melhores cineastas em atividade, Jia Zhangke já venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza com ‘Em Busca da Vida‘ (2006) e o premio de melhor roteiro do Festival de Cannes com ‘Um Toque de Pecado‘ (2013).

O diretor foi tema de ‘Jia Zhangke, um homem de Fenyang‘, um documentário de Walter Salles (diretor de ‘Central do Brasil‘), exibido no Festival de Berlim.

Confira o trailer do longa:


'CHRONIC': DIRETOR MEXICANO SURPREENDE E LONGA ENTRA NAS APOSTAS POR ALGUM PRÊMIO

Único representante latino na competição do Festival de Cannes, o mexicano Michel Franco mostrou todo o seu talento na manhã desta sexta (22).

Quando os jornalistas já fechavam seus palpites e não davam nada para o primeiro filme em inglês de Franco, eis que surge ‘Chronic‘, com Tim Roth, que depois da sessão de imprensa é dado como certo na lista de premiações.

O ator Tim Roth e o diretor Michel Franco em Cannes - AFP

Na trama, Tim Roth interpreta um enfermeiro que cuida de pacientes em estado terminal.

Com poucos diálogos, e tratando a morte com muita sutileza, Franco conseguiu fazer um filme forte, que arrebata o espectador com seu final surpreendente.

Roth está perfeito no papel, imprimindo a doçura e a garra necessárias para o personagem.

Um pequeno grande filme, que deixa a competição pela Palma de Ouro ainda mais acirrada.

'LOVE': SEXO EXPLÍCITO EM 3D TRANSFORMA '50 TONS DE CINZA' EM MUSICAL DA DISNEY

Desde que os cartazes de ‘Love‘, de Gaspar Noé, foram divulgados, todo mundo já sabia que o filme ia causar reboliço na Croissette.

E se era essa a intenção do Festival de Cannes, eles conseguiram - afinal, o filme não teve sessão de imprensa antes da première mundial, o que causou um grande congestionamento na entrada do Palais des Festivals.

Detalhe: a sessão marcada para 00h15 de quinta (21), começou quase 1 hora da madrugada.

Com direito a convidados que não conseguiram entrar na sala lotada, ‘Love‘ conta a história de um triângulo amoroso - mas quem se importa?

O povo foi mesmo conferir as cenas de sexo explícito em 3D, o que faz o longa entrar naquela seleta lista de “pornôs chiques” que o cinema adora produzir de vez em quando.

Sem roteiro, só restam cenas de sexo que podem ser consideradas até pouco ousadas diante de um filme que tem um cartaz onde o órgão sexual masculino está lá, livre, ereto...e melado.

Um dos cartazes do longa - Divulgação

A câmera mostra tudo, com riqueza de detalhes, que é para garantir que parte da platéia fique excitada com o que está vendo.

O filme traz cenas de sexo reais com com nudez frontal e muitos close-ups nas genitálias – sexo oral, relação sexual e ejaculação.

No final da produção, ‘Love’ deixa no chinelo a versão sem cortes de ‘Ninfomaníaca‘ e transforma ‘Cinquenta Tons de Cinza‘ em um musical da Disney.

A polêmica vai além: temos uma cena de sexo a três, a de um adolescente de 17 anos e uma mulher transexual…

Noé, de 51 anos, afirmou que preferiu filmar no formato em 3D para que o espectador pudesse se identificar com “o personagem principal e seu estado melancólico”.

"‘Love‘ é “um melodrama sexual sobre um menino, uma menina e outra menina que celebra o sexo de maneira alegre”.

Em entrevistas anteriores, o diretor disse que sua intenção é “provocar ereções nos garotos e deixar as garotas molhadas” com ‘Love’".

Depois de chocar o mundo com ‘Irreversível‘ (2002) e a cena de estupro mais real da história do cinema, Gaspar Noé mostra que sua criatividade vai longe, já o bom gosto para fazer um filme legal...

Assista a uma cena comportada de 'Love':


'O PEQUENO PRÍNCIPE' TEM ESTREIA ARRASADORA EM CANNES

‘O Pequeno Príncipe‘ (Le Petit Prince), clássico de Antoine de Saint-Exupéry, ganhou uma versão moderna e criativa do diretor Mark Osborne, que apresentou a animação nesta sexta (22) no Festival de Cannes.

Esta é a primeira vez que o conto chega aos cinemas como uma animação.

O elenco de vozes na versão dublada em inglês é formado por grandes estrelas de Hollywood: James Franco, Rachel McAdams, Jeff Bridges, Marion Cotillard, Benicio Del Toro e Paul Giamatti.

O diretor Mark Osborne em Cannes - AFP

Osborne cria uma história ao redor do conto e decide que o aviador sobrevive para contar sua história.

Já idoso, ele passa seu tempo a observar as estrelas com seu telescópio e uma noite, ele percebe que sua pequena vizinha estuda em seu quarto.

Ele a envia um avião de papel, no qual escreve as primeiras linhas de uma história e, assim, a imaginação nos leva ao mundo de Saint-Exupéry em uma bela viagem visual.

A Paris Filmes anunciou que o filme estreia no Brasil dia 20 de Agosto, dois meses antes do previsto.

Confira o trailer:


MACBETH': COM MICHAEL FASSBENDER E MARION COTTILARD, LONGA DIVIDE OPINIÕES EM CANNES

A história é conhecidíssima: certo dia, o general escocês Macbeth ouve de três bruxas uma profecia: um dia ele se tornará o Rei da Escócia.

Ambicioso e impelido por sua mulher, ele assassina o Rei Duncan e toma o trono para si, mas sofre com a culpa e paranoia.

Ele se torna um líder tirano, cometendo cada vez mais assassinatos para se proteger, em um banho de sangue que o leva aos limites da arrogância, da loucura e da morte.

Neste sábado, 23, último dia de exibição de filmes da mostra competitiva no Festival de Cannes, o esperado ‘Macbeth‘, adaptação para o cinema do clássico de William Shakespeare, dividiu a crítica.

Enquanto alguns jornalistas acharam pouco inspirada a versão do diretor Justin Kurzel, outros ficaram empolgados com o longa.

Com uma dupla dos sonhos como protagonistas – a diva francesa Marion Cottilard e o astro alemão Michael Fassbender – o filme investe em uma bela fotografia, figurinos estonteantes e em uma Lady Macbeth (Marion) mais contida do que em outras versões.

Já o Macbeth de Fassbender tem o grau de força e loucura que o personagem pede.

Marion Cottilard e Michael Fassbender em Cannes - Reuters

Adaptar Shakespeare para o cinema não é fácil - e aqui não cabe nenhum comparação com a versão definitiva de Orson Welles, de 1948.

Mas a tentativa de Kurzel vale pela ousadia estética e por trazer dois atores que defendem com garra o filme - uma versão digna, embora não empolgue.

O roteiro é de Jacob Koskoff e Todd Louiso, que trabalharam juntos antes em ‘De Volta Para a Escola’ (The Marc Pease Experience).

‘Macbeth’ inspirou mais de 50 de filmes desde 1898 até 2012, e o protagonista já foi interpretado no cinema e na TV por atores do quilate de Sean Connery, Sir Ian McKellen e Orson Welles.

O longa ainda não tem datas de estreia confirmadas.

Confira o trailer do longa:


CONHEÇA OS FAVORITOS NAS APOSTAS DE CANNES 2015

Com uma das melhores seleções de filmes dos últimos tempos, a 68º edição do Festival de Cannes promete encerrar com grande estilo neste domingo (24), quando o júri presidido pelos irmãos Coen anunciar o grande vencedor da Palma de Ouro.

Segundo a imprensa especializada, o prêmio deve ir para o chinês ‘Mountains May Depart‘, de Jia Zhangke.

‘Dheepanm‘, do francês Jacques Auiard, ‘The Lobsterm‘ do grego Yorgos Lanthimos, ‘O Filho de Saul‘, do húngaro László Nemes e ‘Youth‘, do italiano Paolo Sorrentino aparecem com chances menores, mas não devem sair de mãos abanando do Festival.

‘Mia Madre‘, do italiano Nanni Moretti, também tem boa cotação do público e da crítica.

‘Youth‘ pode dar a Michael Caine o prêmio de melhor ator - com Gabriel Byrne (de ‘Louder than Bombs‘) e Géza Röhrig (‘O Filho de Saul‘) correndo por fora.

Michael Caine e Jane Fonda, na coletiva de imprensa de 'Youth' em Cannes - AFP
Entre as atrizes, Cate Blanchett ('Carol') e Margherita Buy ('Mia Madre') são as favoritas.

O prêmio de direção pode ficar com Michel Franco ('Chronic') ou Todd Haynes ('Carol').

Não será surpresa se ‘Conto dos Contos‘, de Matteo Garrone, ganhar alguma coisa - mas, entre os italianos, ele aparece menos cotado.

Resta saber se os irmãos Coen vão optar pela beleza clássica e trama minuciosamente contada de ‘Mountains May Depart‘, de Jia Zhangke, ou vão surpreender.

Na última postagem especial sobre Cannes 2015 - amanhã - vocês vão ficar por dentro de todos os ganhadores.

Aguardem!
*****
Texto base: Janaina Pereira - site Cinepop
Texto final, adição de fotos e trailers: Blog de Klau

quarta-feira, 20 de maio de 2015

FESTIVAL DE CANNES 2015: CONFIRA TUDO O QUE DE MELHOR ACONTECEU - DE DOMINGO A QUARTA


A 68º edição do Festival de Cannes, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, começou na Riviera Francesa na última quarta (13).

Nessa postagem, você vai conferir o que de melhor aconteceu - de domingo (17) a hoje (20).

Confira:
'AMY': A VOZ DE WINEHOUSE EMOCIONA CANNES
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FESTIVAL TEM SESSÕES GRATUITAS DE FILMES, EXIBIDOS NA PRAIA
*****
'DIVERTIDA MENTE' EMPOLGA PÚBLICO E CRÍTICA EM CANNES
*****
'LOUDER THAN BOMBS' TEM BOA RECEPÇÃO EM CANNES
*****
USO OBRIGATÓRIO DE SALTO ALTO NO RED CARPET CAUSA POLÊMICA
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'YOUTH': NOVO LONGA DE SORRENTINO, COM MICHAEL CAINE E JANE FONDA DIVIDIU A CRÍTICA
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Veja:
'AMY': A VOZ DE WINEHOUSE EMOCIONA CANNES

‘Amy‘, documentário sobre a cantora britânica Amy Winehouse, que morreu em 2011 aos 27 anos, foi um dos filmes mais comentados do Festival de Cannes.

Nele, o pai da cantora, Mitch, aparece como um homem capaz de tudo para explorar a fama da filha.

O que não se esperava, porém, era ver uma Amy tão frágil, tão doce e tão desprotegida.

A cantora de voz marcante parece não ter encontrado um ombro amigo que a salvasse do submundo de drogas, álcool e depressão.

O cineasta britânico Asif Kapadia (que também dirigiu o documentário sobre Ayrton Senna) constrói a imagem de uma Amy Winehouse ciente de sua voz poderosa, mas totalmente vulnerável diante da fama iminente.

Um dos momentos mais tocantes do filme é quando a cantora, aos 23 anos, está entregue ao álcool e às drogas, mas o pai não a ajuda, e ainda insiste para que ela não fosse internada numa clínica de reabilitação, porque a cantora se preparava para concretizar a sua primeira grande turnê pelos Estados Unidos.

Foi por causa dessa situação que Amy escreveu 'Rehab', que se tornaria seu maior sucesso.

A inteligência e sensibilidade fora do comum da cantora ficam claras quando um de seus produtores afirma que ela compôs letra e melodia de 'Black to Black' em cerca de 10 minutos.

Depois dessa informação, uma das melhores composições de Amy fica ainda mais forte quando a ouvimos no filme.

O pôster do documentário:

Asif Kapadia fez mais de 100 entrevistas ao longo dos últimos anos, e usou as letras das canções como fio condutor do filme, além de muitas imagens de arquivo de amigos, colegas músicos da cantora e de alguns familiares.

O resultado é um dos melhores documentários sobre música dos últimos tempos, páreo duro com o também emocionante ‘Cobain: Montage of Heck‘ (exibido no Festival de Berlim, em janeiro).

O crítico do jornal britânico The Guardian, Peter Bradshaw, se referiu ao documentário como “uma obra-prima trágica”.

Confira o trailer de 'Amy':


‘Amy‘ não tem previsão de estreia no Brasil.

FESTIVAL TEM SESSÕES GRATUITAS DE FILMES, EXIBIDOS NA PRAIA

Um dos espaços mais disputados da pequena cidade no sul da França é a praia.

Por isso, o Festival de Cannes promove sessões noturnas diárias, gratuitamente.

O Cinéma de la Plage já virou tradição, e ano passado teve seu maior público quando apresentou ‘Pulp Fiction‘, com direito a Quentin Tarantino e Uma Thurman ao vivo e a cores - o filme foi exibido para comemorar os 20 anos desde que ele que ganhou sua Palma de Ouro.

Para este ano, é aguardada a presença - ainda não confirmada - da lenda Arnold Schwarzenegger, para a sessão de ‘O Exterminador do Futuro‘. 

Outro filme que está programado para ser exibido no Cinéma de la Plage é ‘Os Suspeitos‘, de Bryan Singer.

A entrada do Cinéma de la Plage, em Cannes - AFP

O longa foi exibido fora de competição em Cannes em 1995, e assim iniciou uma carreira de sucesso, que culminaria com dois Oscar: melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante para o até então desconhecido Kevin Spacey (que hoje brilha na série 'House of Cards').

Curiosamente, um dos protagonistas de ‘Os Suspeitos‘ está em Cannes concorrendo (com chances) ao prêmio de melhor ator: Gabriel Byrne, que na noite de segunda, 18, passou pelo red carpet com o elenco do filme 'Louder than Bombs'.

'DIVERTIDA MENTE' EMPOLGA PÚBLICO E CRÍTICA EM CANNES

Em uma sessão pouco concorrida na segunda (18), a nova animação da Disney/Pixar, ‘Divertida Mente‘ (Inside Out) foi ovacionada por jornalistas e convidados, na première mundial do longa no Festival de Cannes.

Quem não foi perdeu não só o melhor filme do Festival, como deixou também de se divertir.

O filme é, de longe, o melhor realizado pelo estúdio, e pode ser comparado – sem nenhum medo de ser pretensioso – a já clássica trilogia ‘Toy Story‘.

Confira o trailer:


Com um roteiro inteligente e criativo, ‘Divertida Mente‘ conta a história da pequena Riley, uma garota alegre que fica com seus sentimentos confusos quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal para viver em São Francisco.

Dentro do cérebro de Riley convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojo (representados por bonequinhos fofos, coloridos e extremamente simpáticos).

As emoções precisam trabalhar para não se misturarem e, assim, fazer com que Riley se adapte bem a sua nova realidade.

As risadas da platéia e os aplausos entusiasmados ao final da sessão resumem bem o que é o filme - e um dos segredos está na direção competente de Pete Docter, responsável por outro sucesso do estúdio, o também sensacional ‘Up – Altas Aventuras‘ (que, não por acaso, abriu o Festival de Cannes em 2009 e entrou para a história como o primeiro 3D do evento).

Docter e sua equipe souberam criar uma história que encanta crianças de todas as idades, como também fizeram um filme de mensagem muito simples: sem tristeza, não há alegria (não é a toa que elas estão sempre juntas no filme).

Para quem acha que o Festival de Cannes não tem nada de comercial, e que por aqui só filme de arte é que faz sucesso, ‘Divertida Mente‘ veio para mostrar que o cinema mudou, Cannes também, e que atualmente as animações tem roteiros melhores – e conseguem ser superiores – a muitos filmes com ‘atores de carne e osso’.

‘Divertida Mente‘ estreia no Brasil em 16 de junho.

'LOUDER THAN BOMBS' TEM BOA RECEPÇÃO EM CANNES

O drama ‘Louder than Bombs‘, do norueguês Joachin Trier, foi bem recebido pela imprensa que está acompanhando o Festival de Cannes.

O filme, estrelado pela francesa Isabelle Huppert e pelo americano Gabriel Byrne, conta ainda com Jesse Eisenberg no elenco - ele não veio a Cannes porque está filmando ‘Batman vs Superman‘, onde interpreta o vilão Lex Luthor.

O longa de Trier narra a história de uma família que tenta superar suas crises.

O pai (Gabriel Byrne) esconde de um dos filhos (Devin Druid) os verdadeiros motivos da morte da mãe (Isabelle Huppert), uma fotógrafa de guerra.

Já o filho mais velho (Jesse Eisenberg) acaba descobrindo que a mãe tinha muito mais segredos do que ele podia imaginar.

No meio dessas revelações, a relação do pai e filhos vai sendo questionada.

Jesse Eisemberg e Isabelle Hupppert, em cena do longa - Divulgação

Um dos grandes destaques do filme é o roteiro enxuto, bem amarrado, que sabe delinear os personagens e envolver o espectador em uma trama que envolve, basicamente, as lembranças de cada um, e como eles lidam com a morte da esposa e mãe.

Com atuação impecável, Byrne entra para a disputa de melhor interpretação masculina, que até o momento tinha Géza Röhrig, do húngaro ‘O Filho de Saul‘, como favorito.

Na coletiva de imprensa que aconteceu na manhã da segunda (18), Joachin Trier explicou como chegou ao elogiado roteiro.

“Nós não começamos com uma trama a qual você pode descrever com duas frases. Passamos um ano nos reunindo e discutindo ideias que, às vezes, eram de natureza visual, e outras, apenas sobre os personagens. Então, tentamos estruturar a história”, disse.

USO OBRIGATÓRIO DE SALTO ALTO NO RED CARPET CAUSA POLÊMICA

Desde que vazou a notícia de que mulheres foram barradas no red carpet do Festival de Cannes,  por não estarem usando sapatos de salto alto, diversos veículos internacionais estão publicando extensas reportagens sobre o assunto.

Sabe-se com certeza que algumas idosas e uma produtora (que não possui dois dedos do pé e não pode usar salto) foram barradas por estarem de sapatilha.

Salto alto no red carpet - AFP

A direção do Festival nega que isso tenha acontecido, mas o cineasta Asif Kapadia, diretor do documentário ‘Amy‘, disse em uma rede social que sua esposa foi ao tapete vermelho sem salto alto e foi barrada - só depois de muita conversa com os seguranças ela conseguiu entrar.

A atriz Emily Blunt, que está em Cannes lançando ‘Sicario‘, um dos concorrentes à Palma de Ouro, reclamou publicamente da situação e ainda disse que prefere tênis a salto alto.

“As mulheres lutam pela igualdade e ainda precisam passar por isso”, criticou.

'YOUTH': NOVO LONGA DE SORRENTINO, COM MICHAEL CAINE E JANE FONDA DIVIDIU A CRÍTICA

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ano passado com ‘A Grande Beleza‘ – exibido em Cannes em 2013 – o italiano Paolo Sorrentino conseguiu lotar, pela primeira vez, a sessão matutina para imprensa neste Festival de Cannes.

Seu novo filme ‘Youth‘ (La Giovenezza, em italiano) é falado em inglês e conta com um elenco de estrelas, liderados por Michael Caine e Jane Fonda.

Caine interpreta um maestro aposentado, que está hospedado em um hotel de luxo com a filha (Rachel Weiz) e um amigo cineasta (Harvey Keitel).

Ele começa a repensar sua vida e suas escolhas, enquanto a filha vive uma desilusão amorosa e o amigo tenta terminar um roteiro.

Confira o trailer:


Com uma interpretação magistral, Michael Caine aparece com chances de ganhar o prêmio de melhor ator em Cannes.

Sua atuação, e a participação luminosa da Diva das Divas Jane Fonda (como uma atriz decadente que quer abandonar o cinema para fazer TV e, assim, "comprar uma casa em Miami”) foram as unanimidades do filme.

Sim, porque todo o resto, desde a supostamente arrogante direção, considerada pretensiosa, fez com que o longa fosse muito questionado - tanto, que, ao final da sessão de imprensa, parte dos jornalistas aplaudiu e a outra parte vaiou o longa.

Tecnicamente, o filme chama a atenção por sua fotografia deslumbrante, a edição perfeita e a trilha sonora inesquecível, mesclando música clássica e pop.

Provavelmente foi o melhor conceito visual já apresentado em Cannes este ano, e isso não é pouco, porque a média da mostra competitiva tem sido boa.

Não será surpresa se ‘Youth‘ for reconhecido pelo júri, mesmo dividindo opiniões – ou justamente por causa disso.

Poucos cineastas no mundo são capazes de tantas ousadias como Sorrentino, considerado por parte da imprensa uma fraude, e por outra um gênio - resta saber de que lado o Festival de Cannes vai ficar.
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Tudo sobre o Festival de Canner - com trailers, fotos das estreias e do red carpet e muita informação - você confere no site oficial do evento.

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Texto Base: Janaina Pereira - site CinePop
Texto Final e inserção de trailers: Blog de Klau