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terça-feira, 29 de outubro de 2019

'A VIDA INVISÍVEL': NOVO TRAILER DO LONGA DO BRASIL NO OSCAR GANHA NOVO TRAILER

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A Sony Pictures divulgou o novo trailer de ‘A Vida Invisível‘, filme que foi o escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil no Oscar 2020
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Assista:


Em um ano com dois filmes premiados lá fora, levando em conta que ‘Bacurau‘ também estava entre os pré indicados, ‘A Vida Invisível‘ saiu na frente após se destacar e levar o prêmio da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

Fernanda Montenegro ainda pode ser indicada a Melhor Atriz no Oscar 2020 por esse longa.

Na trama, que se passa no Rio de Janeiro de 1950, Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor.

Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.

O elenco conta, além de Fernanda Montenegro, com Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.

Dirigido por Karim Aïnouz, o longa é baseado no livro ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão‘, escrito por Martha Batalha.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

OSCAR 2020: 'A VIDA INVISÍVEL' É O LONGA ESCOLHIDO PARA REPRESENTAR O CINEMA BRASILEIRO NA PREMIAÇÃO

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A Academia Brasileira de Cinema anunciou hoje (27) durante uma coletiva de imprensa na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que o longa-metragem brasileiro A Vida Invisível, de Karim Ainouz, foi o escolhido para concorrer a uma vaga entre os cinco indicados ao prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2020 - novo nome do prêmio para as produções estrangeiras
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O longa, que já levou o prêmio de melhor filme na mostra Un Certain Regard, além de ser exibido no Festival de Cannes, se passa na década de 1940, onde acompanhamos Eurídice (Carol Duarte), uma jovem talentosa, mas bastante introvertida.

Guida (Julia Stockler) é sua irmã mais velha e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social.

Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor.

O elenco ainda conta com Gregório Duviviver, Bárbara Santos e Fernanda Montenegro, entre outros.

CONFIRA O TRAILER DE 'A VIDA INVISÍVEL', QUE ESTREIA EM 19 DE SETEMBRO:


Após quase duas horas de reunião na Cinemateca Brasileira, a comissão especial da Academia Brasileira de Cinema tomou a decisão após ficar dividida.

“Não foi consenso, mas todos gostamos do filme”, declarou Anna Muylaert, presidente da comissão. 

Segundo ela, o placar foi de 5 para "A vida invisível" contra 4 para "Bacurau".

“Tomamos a decisão pensando nas chances do filme na campanha americana. É um dos maiores diretores do cinema brasileiro e tem influência no cinema americano, tem a Fernanda Montenegro, que já concorreu ao Oscar, e é um belíssimo filme”.

"A vida invisível" teve seus direitos de exibição comprados pela Amazon e tem produção da RT Features, do brasileiro Rodrigo Teixeira (de "Me chame pelo seu nome" e "A Bruxa").

"O talento do Karim e o resultado do filme falam por si, mas obviamente nosso trabalho será grande. Vamos iniciar a estratégia de campanha com a Amazon, com contratação de profissionais de publicidade e montagem de cronograma de exibições", disse o produtor ao G1.

O acordo feito com a Amazon, plataforma de Streaming, permite também a exibição em cinemas, onde o longa estreia em 19 de setembro.

"Ainda não sabemos em quantas salas, ia depender da indicação. Agora podemos negociar", explicou Karim.

"Praia do Futuro" (2014), "O céu de Suely" (2006) e "Madame Satã" (2002) estão entre os trabalhos anteriores de Aïnouz.

'A Vida Invisível' concorreu com 12 produções:
Bacurau
Los Silencios
Sócrates
A Última Abolição
A Voz Do Silêncio
Bio
Legalidade
Chorar De Rir
Simonal
A Vida Invisível De Eurídice Gusmão
Humberto Mauro - documentário
Espero tua (re)volta - documentário

Veja as etapas da seleção para o Oscar:
*No dia 19 de agosto, a Academia Brasileira divulgou 12 filmes pré-selecionados;
*Nesta terça, a comissão com nove profissionais do audiovisual brasileiro escolheu o representante.
*Em dezembro, em data ainda não anunciada, a lista com os dez semifinalistas na categoria é divulgada;
*A Academia de Hollywood divulga cinco indicados no dia 13 de janeiro de 2020;
*A cerimônia do Oscar será no dia 9 de fevereiro, em Los Angeles.

sábado, 25 de maio de 2019

FESTIVAL DE CANNES: BRASILEIROS FIZERAM BUNITO

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Longas brasileiros levaram os importantes prêmios da Mostra Um Certo Olhar e o prêmio do Júri
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O cinema brasileiro fez bonito, levando dois dos mais importantes prêmios na 72º Festival de Cannes.

Confira:

KARIM AÏNOUZ LEVA O 'UM CERTO OLHAR' COM 'A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO'

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, coprodução de Brasil e Alemanha, foi o grande vencedor da mostra Um Certo Olhar e se tornou o primeiro brasileiro a levar uma das mais importantes premiações do evento.

Dirigido por Karim Aïnouz (Madame Satã) e estrelado por Fernanda Montenegro e Carol Duarte, o longa narra a trajetória de duas irmãs cariocas nos anos de 1950, cujos sonhos são soterrados pelo peso de uma sociedade machista.

Júlia Stockler, Gregório Duvivier, Marcio Vito e Nikolas Antunes também estão no elenco do filme, baseado no romance homônimo de Martha Batalha.

"É um grande prazer representar o Brasil", afirmou o diretor ao receber o prêmio, segundo o The Hollywood Reporter.

"Nós estamos passando por algo no Brasil agora que é muito muito difícil e tem algo a ver com intolerância."

Karim Aïnouz recebe seu prêmio em Cannes - Metro Jornal

"É um importante prêmio do cinema mundial e muito importante para o cinema brasileiro em um ano em que tivemos uma representação maravilhosa, com o filme do Kleber Mendonça e do Juliano Dornelles, o da Alice Furtado e o filme produzido pelos irmãos Gullane. Antes de qualquer coisa, é importante que este prêmio possa incentivar o futuro do cinema brasileiro, a diversidade da nossa cultura para que tenhamos um Brasil melhor do que estamos vivendo agora. Queria dedicar especialmente para a minha amada Fernanda Montenegro, para todas as atrizes do filme e para todas as mulheres do mundo", comemorou o diretor.

"Esse prêmio é muito importante para o Brasil, principalmente no momento atual, quando a cultura precisa ser abraçada. Um filme brasileiro vem para Cannes e ganha esse prêmio prova que o investimento que se fez em educação e cultura no Brasil foi muito importante. E que a gente continue fazendo isso para que a cultura brasileira permaneça muito bem representada lá fora", comentou Rodrigo Teixeira, produtor do longa.

A mostra Um Certo Olhar celebra obras com linguagem experimental.

Neste ano, seu júri foi presidido pela atriz e diretora libanesa Nadine Labaki.

Confira o trailer de 'A Vida Invisível De Eurídice Gusmão':


'BACURAU' LEVA O GRANDE PRÊMIO DO JÚRI

'Bacurau', dirigido pelos brasileiros Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, venceu o Prêmio do Júri junto com 'Les Miserables', de Ladj Ly, no 72º Festival de Cannes.

Na descrição de seus diretores, “Bacurau é um filme de aventura ambientado no Brasil ‘daqui a alguns anos’”.

Depois do sucesso internacional de 'Aquarius' (2016), que também teve sua estreia mundial na principal mostra do Festival de Cannes três anos atrás, 'Bacurau' é a segunda coprodução entre a CinemaScopio do Recife ('O Som ao Redor') e a SBS em Paris ('Mapas Para as Estrelas', de David Cronenberg).

‘Bacurau’ ganha prêmio do Júri em Cannes - THR

A história se passa em Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro, e dá adeus a Dona Carmelita, mulher forte e querida, falecida aos 94 anos.

Dias depois, os moradores de Bacurau percebem que a comunidade não consta mais nos mapas.

No elenco internacional, veremos Sonia Braga, Barbara Colen, Udo Kier, Thomas Aquino, Silvero Pereira e Johnny Mars, entre outros.

Distribuído pela Vitrine Filmes (que também distribuiu 'O Som ao Redor' e 'Aquarius') 'Bacurau' deve estrear em 14 de Novembro no Brasil.

Confira o trailer de 'Bacurau':


VITÓRIA DE 'BACURAU' É BOFETADA NO BOLSONARISMO

Por Tiago Barbosa

A vitória do filme pernambucano Bacurau, em Cannes, é a bofetada da cultura no governo Bolsonaro e um antídoto à peste obscurantista instalada no Brasil.

O governo refratário a artistas e professores, capaz de mutilar a educação com cortes ideológicos e extinguir o ministério da Cultura, precisa engolir a reverência do mundo aos talentos nacionais.

À consagração literária de Chico Buarque no mais importante prêmio da Língua Portuguesa, o Camões, o presidente ficou indiferente.

À façanha dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles, deve torcer o nariz.

Não é só esnobismo.
É inveja, ressentimento e burrice em estado bruto.

O prestígio desfrutado pelos artistas brasileiros contrasta com o total desprezo internacional conferido ao pária Bolsonaro, ser medíocre intelectualmente, limítrofe e alçado ao cargo pela combinação abjeta de ódio, fake news e torpor coletivo.

A glória conquistada no principal festival de cinema no mundo só realça a distância entre o Brasil bem-sucedido e o presidente fracassado e o consolida como a treva diante da luz, a antítese da criatividade, dos ventos civilizatórios.

A arte desconstrói, assim, a perseguição deflagrada pelo conceito oco de marxismo cultural e outros penduricalhos caça-otários para mostrar a todos como é necessário respirar resistência em meio à asfixia de uma atmosfera imbecilizante.

Outra narrativa é sempre possível.

segunda-feira, 16 de março de 2015

'BABILÔNIA': PRIMEIRO CAPÍTULO DEIXA TELESPECTADOR SEM FÔLEGO COM AS CANALHICES DAS DUAS SURUCUCUS INTERPRETADAS POR GLÓRIA PIRES E ADRIANA ESTEVES


SINOPSE:

Próximas quando adolescentes, Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves) se reencontram muitos anos depois, quando a primeira, depois de muitos anos em Portugal, retorna ao Rio de Janeiro depois de falir,  em meio a um escandaloso desabamento de uma obra de sua construtora.

Em todos esses anos, Inês foi endeusando Beatriz e quando as duas se reencontram, numa festa em 2006, esta não lhe dá atenção, o que a deixa furiosa.

Inês filma um 'pega' entre Beatriz e o motorista do seu noivo, Evandro (Cassio Gabus Mendes) e agora, são novamente 'amigas de infância'.

Enquanto isso, a terceira protagonista da trama, Regina (Camila Pitanga), mocinha pobre e ingênua, cai no bico doce de um homem casado, Luis (Gabriel Braga Nunes) e engravida no primeiro encontro.

CRÍTICA:

Se a antecessora 'Império' veio bem mas naufragou nos capítulos finais por única culpa do ego inflado do seu autor, Aguinaldo Silva, que não teve a humildade de arrematar como devia a boa estória que desenvolveu, 'Babilônia' estreou nessa segunda na Globo já dizendo a que veio, com o trio de autores Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga fazendo o possível e o impossível para manter o público de olhos abertos.

Assim, sem respiro algum, o telespectador foi apresentado aos personagens, viu um beijo na boca entre duas senhoras, duas cenas de sexo casual -  com Glória Pires açambarcando duas estupendas rôlas -  golpe do baú, réveillon em Paris, traição, mocinha ingênua enganada por homem casado, gravidez indesejada, exploração na fila do transplante, duas chantagens, um atropelamento e - ufa!  - um assassinato a sangue frio!

As duas vilões da novela: Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Glória Pires) - Divulgação/TV Globo
Antigamente, só víamos isso tudo ao longo de uma novela inteira, mas hoje, com a TV aberta perdendo dia a dia audiência para os canais fechados, serviços de streaming e internet, é preciso cutucar o telespectador o tempo todo, sem tempo para encheção de linguiça - ao menos no capítulo de estreia.

Assim, 'Babilônia' não nos deixou tirar o olho da telinha e por mais de uma hora, nos bombardeou com uma saraivada de situações atordoantes, em crescendo e com impressionante agilidade.

O maior mérito dos autores foi reunir pela primeira vez os talentos de Glória Pires e Adriana Esteves.

As duas surucucus em estado bruto foram apresentadas, duelaram em cena, atendem agora, respectivamente, por Beatriz e Inês, já causaram em muitas cenas e prometem nos fazer esquecer de Maria de Fátima ('Vale Tudo') e Carminha ('Avenida Brasil'), que deram às duas grandes atrizes todos os prêmios importantes das respectivas temporadas.

Regina (Camila Pitanga) - Estevam Avellar/TV Globo
A única a destoar nesse elenco é a fraquíssima Camila Pitanga: mais uma vez fazendo a mocinha pobre e ingênua, Regina, que caiu no bico doce de um homem casado, Luis (Gabriel Braga Nunes) e engravidou no primeiro encontro, Camila mostra, mais uma vez, que tem um santo fortíssimo dentro da Globo pois, mesmo sendo a atriz ruim que é, sempre emplaca protagonistas em boas novelas.

Para não deixar o telespectador na expectativa, os autores já colocaram o casal de idosas Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) se beijando logo no início do primeiro capítulo, já deixando a polêmica do “beijo gay” em fato consumado.

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Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) se beijam logo no início do primeiro capítulo - Reprodução/TV Globo
Como seu Afonso em “Vale Tudo”, também de Gilberto Braga, o personagem de Cassio Gabus Mendes, Evandro, já caiu na conversa da personagem de Gloria Pires e novamente é o Corno-Mór da vez.

Mais um papel feito sob medida para Glória Pires arrebentar, Beatriz não apenas armou o golpe do baú em poucas cenas, como também matou a sangue frio o motorista do futuro marido, Cristovão (Val Perré), seu amante e pai de Regina, que a estava chantageando.

Beatriz e Evando passeiam por Paris - Alex Carvalho/TV Globo
Mais: deu um jeito de culpar Inês, a segunda vilã da história, que também estava tentando arrancar uma grana dela, por ter filmado um atraque seu com o motorista negão.

Se já sabemos que a novela não vai continuar por muito tempo nesse ritmo, o capítulo de estreia de 'Babilônia' nos deixa a expectativa de uma novela agitada, com personagens fortes e texto muito acima da média.

ABERTURA DA NOVELA:


FICHA TÉCNICA:
'BABILÔNIA'
Novela de:
Gilberto Braga, Ricardo Linhares, João Ximenes Braga
Colaboradores:
Ângela Carneiro, Chico Soares, Fernando Rebello, João Brandão, Luciana Pessanha, Maria Camargo e Sérgio Marques
Direção de Núcleo:
Dennis Carvalho
Direção Geral:
Maria de Médicis
Diretores:
Cristiano Marques, Pedro Peregrino, Luisa Lima e Giovanna Machline
Elenco Principal:
Glória Pires, Adriana Esteves, Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg,Thiago Fragoso, Gabriel Braga Nunes, Marcos Palmeira, Cássio Gabus Mendes, Arlete Salles, Maria Clara Gueiros, Tuca Andrada, Thiago Martins, Chay Suede, Bruno Gagliasso, Bruno Gissoni, Sophie Charlotte
Tema de abertura:
"Pra Que Chorar" - Mart'nália
Estreia:
16 de março de 2015
Emissora:
Globo
Horário:
21h10

COTAÇÃO DO KLAU:

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

'BOA SORTE': ENCANTADORA COMO NUNCA, DEBORAH SECCO TRANSFORMA UMA HISTÓRIA SIMPLES NUM ROMANCE IRRESISTÍVEL


SINOPSE:

Aos 17 anos, o adolescente João (João Pedro Zappa) tem uma série de problemas comportamentais, é ignorado pelos pais e se torna agressivo com os amigos de escola.

Quando é diagnosticado com depressão, seus pais Ana (Gisele Fróes) e Luis (Felipe Camargo) decidem interná-lo em uma clínica psiquiátrica.

Lá, ele conhece Judite (Deborah Secco), uma mulher de 30 anos, HIV positivo e dependente química, em fase terminal.

Apesar do ambiente hostil, os dois se apaixonam e iniciam um romance, mas Judite tem medo que a sua morte abale a saúde de João.

CRÍTICA:

Duas vidas destruídas, que encontram nova força para viver após encontrarem o amor.

Se você se lembrou do recente megassucesso americano 'A Culpa é das Estrelas', sua lembrança não foi em vão, pois 'Boa Sorte', dirigido pela estreante em longas Carolina Jabor e que estreia hoje em 110 salas em todo o Brasil, tem a mesma pegada indie pop, que felizmente passa ao largo das comédias e cinebiografias que pipocam na produção nacional.

A trama, escrita por Jorge Furtado e seu filho Pedro, acompanha João (João Zappa), jovem dependente químico internado pelos pais (Gisele Fróes e Felipe Camargo) em uma clínica de reabilitação, onde o rapaz conhece Judite (Deborah Secco), usuária de drogas, soropositiva e com pouco tempo de vida.

Lá, aos poucos, se tornam próximos e encontram nova força para viver.

Deborah Secco como Judite e João Zappa como João, protagonistas do longa - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Imagem Filmes

O longa funciona - como a produção americana citada acima  também funciona - graças à química entre seus personagens.

Fazendo sua estreia em longas-metragens de ficção, a diretora Carolina Jabor entende profundamente os protagonistas e permite ao casal protagonista explorarem nuances inesperadas de cada um.

Para mim, a melhor atriz de sua geração disparado, Deborah Secco mais uma vez se entrega de corpo e alma ao papel: sua Judite é muito magra e pálida - a atriz perdeu 10 quilos para interpreta-la - e surge em cena envolta em tristeza, até conhecer João, quando seu rosto se ilumina e ela volta a se sentir viva, mesmo que por alguns momentos.

O casal em cena

Sua atuação  é tão tocante e arrebatadora que Deborah não só rouba a cena, como leva o filme praticamente nas costas.

João Zappa, ator com mesmo nome de seu personagem, tem participação apenas correta e não causa o mesmo impacto do seu par.

O longa ganha muito também com as participações especialíssimas de duas atrizes de primeiríssima: Fernanda Montenegro - como avó de Judite - e Cássia Kiss Magro - como terapeuta da clínica - reforçam o tom dramático que permeia todo o longa com grandes atuações.

Fernanda Montenegro interpreta Célia, avó de Judite

Fernanda é a justificativa simplória do longa para o triste fim de Judite: a personagem deixa claro que aprontou muito em sua vida e ela sabe o impacto disso sobre a neta.

Cássia, sozinha, representa a humanidade da clínica e mostra a outro lado dessas instalações, sem cair no clichê da dinâmica destrutiva clínica/paciente que normalmente se vê.

Cássia Kiss Magro como Dra. Lorena, em cena do longa

Visualmente, o filme é um achado: diferentemente da textura chapada/televisiva de 99,9% das produções bancadas pela Globo Filmes, aqui se procura reforçar a decadência e solidão dos personagens, com cenários desgastados e fotografia primorosa, marcada pelo contraste de cores, luz e sombra.

Com exceção de alguns momentos de humor forçado, que não bate com o tom da narrativa - a cena de João roubando arquivos do escritório da clínica enquanto outro paciente finge passar mal é um exemplo - o longa vai bem até o final.

Cena do longa

Pena que a diretora perca o controle justamente aí, deixando de terminar a obra quando devia para inserir cenas de flashback.

Enfim, mesmo com esse final que nada acrescenta, o longa tem uma doçura que permeia cada cena e arrebata o espectador, com uma narrativa agradável e que trata de assuntos fortes com delicadeza.

Deborah em cena: sua Judite é a melhor coisa do longa

Deborah, apesar dos problemas de sua personagem, está encantadora como nunca, faz até com que João pareça mais interessante do que realmente é - e ainda consegue transformar uma história simples em um grande romance na telona.

O longa ficou com o Prêmio do Público e Direção de Arte (Claudio Amaral Peixoto) no último Festival de Paulínia.

Irresistível.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'BOA SORTE'
Gênero:
Drama
Direção:
Carolina Jabor
Roteiro Adaptado:
Jorge Furtado, Pedro Furtado - adaptando o conto 'Frontal com Fanta', de Jorge Furtado
Duração:
90 min.
Ano:
2013
País:
Brasil
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
27/11/2014
Distribuidora:
Imagem Filmes
Estúdio:
Conspiração Filmes / Globo Filmes
Classificação:
16 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

'RIO, EU TE AMO': FILME EM EPISÓDIOS TEM MAIS ALTOS DO QUE BAIXOS E PROVA QUE O RIO CONTINUA LINDO


SINOPSE:

Novo episódio da série de filmes 'Cidades do Amor', 'Rio, Eu Te Amo' reúne dez curtas de dez diretores brasileiros e internacionais onde cada uma das histórias revela um bairro e uma característica marcante da cidade maravilhosa.

'Dona Fulana', por Andrucha Waddington
Leandro (Eduardo Sterblitch)  acreditava que sua avó (Fernanda Montenegro), que conheceu quando criança, estava morta, até encontrá-la um dia na rua.
Dona Fulana mora na rua, e de lá não quer sair.
Mesmo com os apelos do neto, ela se recusa a voltar para casa, e ainda o leva numa experiência inesquecível pelo Rio de Janeiro.

'La Fortuna', por Paolo Sorrentino
Uma ex-modelo (Emily Mortimer)  e seu marido (Basil Hoffman) vêm para o Rio de Janeiro passar férias em uma linda casa de praia.
Mas ele esta cansado da atitude controladora da mulher, e decide por um fim nessa situação.

'A Musa', por Fernando Meirelles e Cesar Charlone
O escultor Zé (Vincent Cassell)  reproduz nas areias de Copacabana obras mundialmente conhecidas, até o dia em que vê passar uma linda jovem (Débora Nascimento) no calçadão.
Sonhando com sua nova musa, ela o inspira a criar uma escultura original.

'Acho que Estou Apaixonado', por Stephan Elliott
Jay (Ryan Kwanten) esta no Brasil para divulgar seu novo filme no Festival do Rio.
Após o evento, ele não vê a hora de voltar para o hotel e descansar, mas seu motorista (Marcelo Serrado) não para de puxar conversa.
Quando Jay se depara com o Pão de Açúcar, fica deslumbrado e é atraído até o ponto turístico.

'Quando Não Há Mais Amor', por John Turturro
Um home (John Turturro) viaja com a mulher  até a ilha de Paquetá, mas percebe que, na verdade, seu casamento esta chegando ao fim.
Então, eles aproveitam a ocasião para fazer uma bela despedida.

'Texas', por Guillermo Arriaga
Após um acidente de carro, Texas (Márcio Rosário), um ex-lutador de boxe, perde um braço e sua esposa (Laura Neyva) não consegue mais andar.
Movido pelo sentimento de culpa, ele esta disposto a fazer de tudo para arrecadar o dinheiro necessário para a cirurgia que pode curar sua mulher.
Com isso, acaba se envolvendo em uma rede lutas clandestinas no Rio de Janeiro.

'O Vampiro do Rio', por Im Sang Soo
Fernando (Tonico Pereira) é um garçom de meia-idade que trabalha num movimentado restaurante turístico.
Ele mora no Vidigal, guarda um grande segredo e é apaixonado por Isabel (Roberta Rodrigues), sua vizinha.
Ela é uma mulher bonita e batalhadora, que trabalha como prostituta para sustentar a filha.

'Pas de Deux', por Carlos Saldanha
Um casal de bailarinos (Rodrigo Santoro e Bruna Linzmeyer) esta ensaiando um novo espetáculo, quando ele recebe um convite para se apresentar no exterior.
O jovem hesita em aceitar a proposta com medo de prejudicar seu relacionamento com a parceira.
Faltando poucos minutos para entrar no palco, a discussão se agrava, mas o show tem que continuar.

'O Milagre', por Nadine Labaki
Durante uma filmagem no Rio, um casal de atores famosos (Harvey Keitel e Nadine Labaki) conhecem um menino (Cauã Antunes) que acredita receber telefonemas de Jesus.
No início, eles o encaram com desconfiança, mas depois percebem que o "Jesus" com quem ele fala não é quem o menino esta pensando.

'Inútil Paisagem', por José Padilha
Um instrutor de asa-delta (Wagner Moura)  analisa sua relação com as pessoas e a cidade durante um voo na Pedra Bonita.

CRÍTICA:

Somente uma cidade internacional e ao mesmo tempo brasileiríssima como o Rio de Janeiro poderia ser cenário de um projeto como esse, que mistura histórias ótimas, outras não tão boas, interpretadas pelos nossos maiores astros e estrelas - Fernanda Montenegro, Wagner Moura e Rodrigo Santoro à frente - com a adição de nomes consagrados em Hollywood e no cinema internacional.

A cidade, cuja alcunha de maravilhosa não é à toa, mantém-se encantadora e não por acaso foi escolhida como cenário do terceiro filme da série 'Cities of Love', que já destacou Nova York e Paris.

'Rio, Eu te Amo'- que estreia hoje em 166 salas em todo o Brasil - apostou num diferencial entre os outros filmes da franquia, ao buscar pela primeira vez uma ligação entre os seguimentos dirigidos de forma independente por diversos diretores.

O responsável por tentar criar unidade entre as tramas foi o cineasta Vicente Amorim ('Corações Sujos'), que fez o que pôde e conseguiu só em parte  amalgamar as histórias curtas a ponto de assimilarmos o conjunto como um filme só.

Cada um dos cineastas envolvidos no projeto teve total liberdade para desenvolver seus dramas, com a condição de que tivessem a cidade do Rio como pano de fundo e que os enredos tratassem do amor em suas diferentes formas.

Ainda bem que, mesmo com altos e baixos, o time estelar de realizadores e atores salvou o filme de ser apenas mediano e isso se deve muito às oscilações entre as tramas e a tentativa de uni-las.

Bruna Linzmeyer e Rodrigo Santoro, em cena do segmento 'Pas de Deux' - Fotos dessa postagem: Divulgação/Warner Bros.
Aos menos houve esforço criativo dos diretores, que procuraram fugir do evidente.

Se os belos cartões postais da cidade estão lá, como cenários de tramas ficam um pouco óbvios.

O mago das animações da Fox, Carlos Saldanha (de 'Rio' e 'A Era do Gelo'), por exemplo, optou nessa sua estreia com atores em carne e osso por contar a história de amor entre dois bailarinos do Theatro Municipal (Rodrigo Santoro e ).

O sul-coreano Im Sang-Soo ('A Empregada') leva um vampiro, interpretado por Tonico Pereira, para as vielas de uma favela comandando um número musical.

Há também o polêmico seguimento dirigido por José Padilha (de 'Tropa de Elite' e 'Robocop'), que quase ficou de fora do corte final do longa quando a Arquidiocese do Rio – que detém o direito de imagens sobre o monumento do Cristo Redentor – o censurou e depois voltou atrás.

No trecho, o personagem interpretado por Wagner Moura resolve fazer um passeio de asa delta no entorno do Cristo para tirar satisfações, fala uns palavrões, dá uma banana para estátua e não vai além disso.

Vincent Cassell, em cena do segmento 'A Musa'
Há ainda sequências dirigidas por Fernando Meirelles ('Cidade de Deus'), cujo personagem principal é um escultor de monumentos de areia interpretado por Vicent Cassel; a de Nadine Labaki (de 'E Agora, Aonde Vamos'?) é sobre um menino que rua que aguarda um telefonema de Jesus; John Turturro ('Amante a Domicílio'), que também atual em seu seguimento ao lado de Vanessa Paradis - vive um conflito amoroso na tela; e Andrucha Waddington ('Os Penetras'), que traz Fernanda Montenegro interpretando uma moradora de rua que decidiu viver sem teto deliberadamente.

Fernanda Montenegro e Eduardo  Sterblitch, em cena do episódio 'Dona Fulana'
 Guillermo Arriaga, Stephan Elliott e Paolo Sorrentino completam o time de cineastas.

Nesta mescla de grandes nomes e ideias distintas, evidentemente que alguns seguimentos se sobressaem e outros decepcionam, justamente pela tentativa de promover unidade dramática nessa miscelânea irregular, naturalmente, não dar muito certo.

Marcelo Serrado e Ryan Kwanten, no segmento 'Acho que eu estou Apaixonado'
Há momentos iluminados aqui e ali - o de Fernanda Montenegro é sen-sa-cio-nal, principalmente para quem só conhece Eduardo Sterblitch do 'Pânico na TV'  - e algumas passagens decepcionantes - como o que conta com Wagner Moura.

Mas os bons momentos do longa, mesmo que pontuais, valem muito uma ida ao cinema.

Com o adendo de se poder atestar, nas belas imagens captadas, que o Rio de Janeiro continua lindo, é a nossa cidade mais cinematográfica, o que permite que muitas histórias tendo a cidade como cenário sejam contadas e recontadas.

TRAILER DO LONGA:


FICHA TÉCNICA:
RIO, EU TE AMO
Título Original:
RIO, I LOVE YOU
Gênero:
Drama
Direção:
Andrucha Waddington, Carlos Saldanha, Fernando Meirelles, Guillermo Arriaga, Im Sang-soo, John Turturro, José Padilha, Nadine Labaki, Paolo Sorrentino, Stephan Elliott, Vicente Amorim
Roteiro:
Andrucha Waddington, Carlos Saldanha, Fellipe Barbosa, Im Sang-soo, John Turturro, Nadine Labaki
Elenco:
Basil Hoffman, Bebel Gilberto, Bruna Linzmeyer, Cláudia Abreu, Débora Nascimento, Eduardo Sterblitch, Emily Mortimer, Fernanda Montenegro, Harvey Keitel, Jason Isaacs, John Turturro, Land Vieira, Laura Neiva, Marcelo Serrado, Márcio Garcia, Michel Melamed, Nadine Labaki, Regina Casé, Roberta Rodrigues, Rodrigo Santoro, Ryan Kwanten, Stepan Nercessian, Tonico Pereira, Vanessa Paradis, Wagner Moura
Produção:
Emmanuel Benbihy, Valéria Amorim
Fotografia:
Ricardo Della Rosa
Trilha Sonora:
Khaled Mouzanar, Pedro Bromfman
Duração:
110 min.
Ano:
2014
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
11/09/2014
Distribuidora:
Warner Bros
Estúdio:
Conspiração Filmes / RioFilme
Classificação:
12 anos

COTAÇÃO DO KLAU: