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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

SEAN CONNERY: 82 ANOS DE CHARME, MASCULINIDADE E TALENTO



Se hoje em dia, galãs assexuados parecem ser o que Hollywood mais entrega ao espectador, houve um tempo, não tão longínquo assim, que ator precisava, além de talentoso, parecer homem.


Se o melhor exemplo desse passado foi Rock Hudson e James Dean - o primeiro, gay, o segundo bissexual -, o melhor exemplo do presente continua sendo  Sir Sean Connery.

Imagens: Arquivos do Klau
Sean Connery, no início da carreira
Sir Thomas Sean Connery (Edimburgo, Escócia, 25 de agosto de 1930) é um ator versátil, que transita do drama, à comédia ou ao filme de ação com a mesma desenvoltura, tudo embalado numa voz maravilhosa, olhos profundamente expressivos e um charme irresistível.

Com quase 50 anos de estrelato, Connery construiu uma sólida carreira cinematográfica, onde papéis importantes se alternam a outros secundários, mas que, no conjunto, o tornam um dos atores mais conhecidos e respeitados da história do cinema.

Mas nem sempre foi assim: após trabalhos menores no cinema e na televisão inglesa, entre o fim dos anos 50 e começo dos 60, Connery ainda não ganhava dinheiro como ator, o que o fez fazer vários trabalhos para sobreviver.

No começo de 1960, o escritor Ian Fleming finalmente vendeu os direitos de suas novelas protagonizadas pelo agente secreto James Bond para o produtor americano Albert "Cubby" Broccoli e detestou a opção do produtor para que Connery interpretasse o primeiro 007 nas telonas, chegando a dizer: "o que esse caminhoneiro grosseirão - era essa a profissão de Sean na época - tem a ver com o mundo glamuroso de 007?"

Broccoli, produtor experiente e visionário, provou que tinha razão, e Connery interpretou Bond em nada menos que seis longas da saga oficial, que comemora 50 anos nesse ano: 

*"007 Contra o Satânico Dr. No" (Dr. No, ING, 1962, Cor, 109'), de Terence Young;
*"Moscou Contra 007" (From Russia With Love, ING, 1963, Cor, 115'), de Terence Young; 
*"007 Contra Goldfinger"(Goldfinger, ING, 1964, Cor, 109'), de Guy Hamilton;
*"007 Contra a Chantagem Atômica" (Thunderball, ING, 1965, Cor, 131', de Terence Young;
*"Com 007 só se Vive Duas Vezes" (You Only Live Twice, ING, 1967, Cor, 117'), de Lewis Gilbert;
*"007 - Os Diamantes São Eternos" (Diamonds Are Forever, ING, 1971, Cor, 120'), de Guy Hamilton

Ursulla Andrews - a primeira "Bond Girl" e Sean Connery, em cena de  "007 Contra o Satânico Dr. No" (Dr. No, ING, 1962)
Quando quis deixar a saga - após "Com 007 só se Vive Duas Vezes" - e devido ao fracasso de "007 A Serviço Secreto de sua Majestade" (On Her Majesty's Secret Service, ING, 1969, Cor, 140'), de Peter Hunt, com o australiano George Lazenby como Bond, Connery topou voltar para mais um longa - "007 - Os Diamantes São Eternos" - ganhando na época a astronômica quantia de US$ 1 milhão, mais participação nas bilheterias.

007
Connery em Jill St.John, em cena de   "007 - Os Diamantes São Eternos" (Diamonds Are Forever, ING, 1971)
Se depois de "007 Contra Goldfinger", Connery já tinha se tornado um dos maiores e mais prestigiados atores do cinema, sua alma inquieta de ator não sossegava, e não só ele, como seus milhares de fãs, achavam que só Bond era muito pouco para o seu imenso talento.

Assim, foi com o visual de Bond em "Goldfinger" que ele estrelou "Marnie: Confissões de uma Ladra" (1964), de Alfred Hitchcock, ao lado de Tipi Hendren, estrela de outro sucesso do mestre do suspense - "Os Pássaros" (1960).

Sean Connery e Tipi Hendren, em cena de  "Marnie: Confissões de uma Ladra" (1964), de Alfred Hitchcock
Se o longa não fez tanto sucesso, ao menos calou todos os seus detratores, que afirmavam que ele seria apenas um ator menor e de um só papel.

Em 1971, depois de "007 Os Diamantes são Eternos", Connery finalmente deixou o personagem, para doze anos depois  topar retomar Bond no longa "007 Nunca Diga Nunca Outra Vez"/Never Say Never Again" (1983), uma refilmagem de "007 Contra a Chantagem Atômica" de menor qualidade feita pelo produtor associado Kevin McClory, que detinha os direitos da novela de Ian Fleming e havia emprestado para "Cubby" Broccoli fazer o longa de 1965.

Connery e Kim Bassinger - a "Bond Girl" - em  foto promocional de  "007 Nunca Diga Nunca Outra Vez"/Never Say Never Again" (1983)
Connery estava envelhecido para o papel, o longa não foi bem nas bilheterias, mas até hoje é considerado pelos fãs de Bond como um excelente contraponto ao 007 mais leve  e bem humorado interpretado na época por Roger Moore na saga oficial.

Michael Caine e Connery, em cena de  "O Homem que Queria Ser Rei" (1975)
Nessa época, o ator já tinha optado por investir numa carreira mais diversificada e, a partir dos sucessos de "Zardoz" (1974), uma ficção científica dirigida por John Boorman, e "O Homem que Queria Ser Rei" (1975), dirigido por John Huston e co-estrelado por seu amigo Michael Caine, sua carreira entrou em ascensão em qualidade e diversidade, fazendo com que Connery se tornasse o único de todos os atores que interpretaram o papel de espião favorito de Sua Majestade a conseguir isso.

Connery, em foto promocional de "Zardoz" (1974)

A partir daí, Sean estrelou grandes sucessos, como "Robin e Marian (1976), "Highlander" (1986), "O Nome da Rosa" (1986), "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), "Caçada ao Outubro Vermelho" (1990), "A Rocha" (1996), "Armadilha" (1999), e muitos outros.

Connery e Harrison Ford, em cena de  "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), de Steven Spielberg
Surpreendentemente, Sean nunca levou o Oscar de Melhor Ator.

A Academia de Hollywood só o laureou como Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em "Os Intocáveis" (1987), de Brian De Palma, onde co estrelou ao lado de Kevin Costner e Robert de Niro.

Connery ao lado de Kevin Costner, em pose promocional de  "Os Intocáveis" (1987)
Na cerimônia, apresentado por Cher e Nicolas Cage,  Connery foi aplaudido de pé ao por todos os presentes no Dorothy Chandler Pavillion, local da festa de entrega dos prêmios da Academia na época - um reconhecimento público de seus pares a um dos mais importantes atores do cinema de todos os tempos.

Confira:


Connery foi casado por onze anos (entre 1962 e 1973) com a atriz australiana Diane Cilento, com quem teve um filho, Jason Joseph, nascido em janeiro de 1963 - relacionamento conturbado e amargo que levou a atriz a escrever uma autobiografia retratando Connery como um péssimo marido.


O Nome da Rosa
Connery, em cena de "O Nome da Rosa" (1986)
Desde 1975, ele está casado com a artista franco-tunisiana Michelline Roquebrune Connery e vive com a mulher em Nassau, nas Bahamas.

Reuters
Sean e sua mulher,  Michelline, no último festival de cinema de Edimburgo, Escócia
O ator é um dos maiores apoiadores e colaboradores financeiros do Partido Nacional Escocês, que luta pela independência da Escócia, tanto, que metade do seu cachê em "007 Os Diamantes São Eternos" (na época, 1971, o maior já pago a qualquer ator de cinema, para que ele voltasse ao papel de Bond) foi doado ao partido e para ajuda a crianças carentes da Escócia.


A Rocha
Connery em "A Rocha" (1996)
A Escócia tem hoje um parlamento próprio e Connery crê que ainda em vida a verá independente da Grã-Bretanha.

Seu apoio ostensivo a esta causa fez com que sua sagração a Cavaleiro do Reino Unido da Grã-Bretanha - que lhe deu o título de Sir - fosse adiada por muitos anos.

Reuters
Connery, no dia em que se tornou "Sir" do Império Britânico (5.7.2000)
Após receber a Legião de Honra, a mais alta condecoração do governo francês em 1991, ele foi finalmente agraciado com o título de Sir pela Rainha Elizabeth II, em 5 de julho de 2000, numa cerimônia que, a seu pedido, foi realizada na Escócia e à qual compareceu vestido com um traje típico escocês, um kilt de caça do clã MacLean.

Connery teve até hoje somente dois problemas de saúde: em 1993, foi obrigado a se submeter à radioterapia para eliminar nódulos na garganta e, em 2003, operou os dois olhos de catarata.

Divulgação
Connery como Alan Quarterman, em cena de "A Liga Extraordinária" (2003), seu último longa - até agora!
Nos últimos anos - e após o fracasso comercial e de crítica de seu último filme, "A Liga Extraordinária" (2003) - Connery mantém-se afastado do cinema, tanto por sua decepção com o sistema de Hollywood, como por sua alegada declaração de que concentra seus esforços em escrever sua biografia.

The Belfast Telegraph
O ator, em maio de 2012
Aos 82 anos, Sean Connery continua em forma e arrancando suspiros por onde passa.

 O cinema não pode prescindir de um ator tão completo assim.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

HARRISON FORD, 70 ANOS


Harrison Ford completa 70 anos nesta sexta-feira 13, dia do Rock, data icônica para quem ficou marcado pelos memoráveis papéis dos rebeldes Han Solo, Rick Deckard e Indiana Jones.
Imagens: Arquivos do Klau
 Harrison Ford jovem
Harrison Ford nasceu em 13 de julho de 1942. 
Filho de uma judia russa e um irlandês, Ford tentou outras profissões antes de se tornar ator, como roadie da banda The Doors e carpinteiro, ocupação que ainda desenvolve como hobby até hoje.
 Cena de LOUCURAS DE VERÃO
Ford iniciou a carreira de ator na década de 60, onde fez pequenas participações em séries e filmes para a TV (como em Ironside), até conseguir o papel de Bob Falfa em Loucuras de Verão (1973), de George Lucas, que se tornaria seu grande amigo.
 Cena de STAR WARS
No ano seguinte, Ford já iria trabalhar com outro grande diretor: Francis Ford Coppola, em A Conversação (1974). 
Mas foi em 1977 que o ator conseguiu seu primeiro importante papel, novamente em um filme de Lucas. 
Em Guerra nas Estrelas, Ford deu vida a Han Solo, um piloto que ajuda Luke Skywalker a resgatar a Princesa Leia, por quem se apaixona, e todos sabem o resto da história...
 Elenco de COMANDO 10 DE NAVARRONE
No mesmo ano, Ford também atuou em Heróis Sem Causa, e no ano seguinte conseguiu o seu primeiro papel de protagonista no drama de Guerra O Comando 10 de Navarrone, de Guy Hamilton
Em 1978, o ator teria um papel em outro clássico de Coppola: Apocalypse Now, no qual interpreta o Coronel Lucas.
Em 1979, Ford estrelaria seu terceiro drama de guerra seguido: Amor em Chamas
No mesmo ano, ele também atuou ao lado de Gene Wilder em O Rabino e o Pistoleiro, até ser convidado a reprisar o papel de Han Solo novamente em Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca, no qual criou o famoso diálogo em que a Princesa Leia diz “Eu Te Amo” e Han responde: “Eu Sei”.
Cena de CAÇADORES DA ARCA PERDIDA
Em 1981 foi convidado por Steven Spielberg para viver o arqueólogo apaixonado por aventuras Indiana Jones, em Caçadores da Arca Perdida
Com isso ele se tornou o único ator que já trabalhou com George Lucas, Coppola e Spielberg - ele considera este o papel de que mais se orgulha.
 Cena de BLADE RUNNER
Em 1982, outro clássico: Ford protagonizou a cultuada ficção-científica Blade Runner, interpretando Deckard, um caçador de andróides aposentado, em sua última missão. 
O ator criticou muito o filme e o diretor Ridley Scott, além de detestar a decisão do estúdio de adicionar uma narração em off na versão para os cinemas. 
 Cena de A TESTEMUNHA
A década de 80 foi definitivamente a mais produtiva para a carreira de Ford, que estrelou praticamente um clássico por ano. 
Em 1983 interpretou Han Solo pela última vez em Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi, e no ano seguinte deu vida ao famoso arqueólogo novamente em Indiana Jones e o Templo da Perdição
Mas foi em 1985 que o ator conseguiu sua única indicação ao Oscar até hoje, pelo papel do policial John Book em A Testemunha, de Peter Weir - ele perdeu o prêmio para William Hurt, por O Beijo da Mulher Aranha.
Ford em A COSTA DO MOSQUITO
No ano seguinte, Ford trabalhou novamente com Weir em A Costa do Mosquito, que ele descreve como uma de suas atuações favoritas. 
Um dos motivos para Ford gostar tanto do papel, segundo ele, é porque neste longa ele pode demonstrar suas verdadeiras habilidades de carpinteiro.
 Ford e Emmanuelle Seigner em BUSCA FRENÉTICA
Em 1988 fez Busca Frenética, de Roman Polanski, por quem posteriormente aceitou um Oscar, em 2003, quando o diretor não pôde agradecer pessoalmente seu prêmio por O Pianista por não poder retornar aos Estados Unidos. 
No mesmo ano, Ford também atuou emUma Secretária de Futuro, de Mike Nichols.
 Ford e Connery em INDIANA JONES E A ULTIMA CRUZADA
Em 1989 foi a vez de Indiana Jones e a Última Cruzada, terceiro longa da série. 
No filme, ele interpreta o filho de Sean Connery, que na realidade é apenas 12 anos mais velho do que Ford. 
O ator também foi responsável por indicar River Phoenix para o papel do jovem Indy, de quem era grande amigo desde A Costa do Mosquito, quando River interpretou seu filho.
 Cena de O FUGITIVO
De 1990 a 1993 protagonizou quatro longas: Acima de Qualquer Suspeita - de Alan J. Pakula -, Uma Segunda Chance - novamente de Mike Nichols - , Jogos Patrióticos de Phillip Noyce (vivendo o famoso agente da CIA Jack Ryan, criado por Tom Clancy), e O Fugitivo - no qual o papel de um homem acusado injustamente de assassinar sua esposa lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator.
 Gary Oldman e Ford em FORÇA AEREA UM
Em 1994 trabalhou novamente com Phillip Noyce em Perigo Real e Imediato e no ano seguinte estrelou a adaptação de Sydney Pollack para Sabrina
Em 1997, foi a vez de atuar ao lado de Brad Pitt em Inimigo Íntimo e no mesmo ano substituiu Kevin Costner no papel de presidente dos Estados Unidos em Força Aérea Um - anos depois era Costner quem substituiria Ford em O Mistério da Libélula (2002).
 Cena de REVELAÇÃO
No final da década de 90 trabalhou com Anne Heche em Seis Dias, Sete Noites e novamente com Sydney Pollack, em Destinos Cruzados
Em 2000 interpretou o marido de Michelle Pfeiffer em Revelação, de Robert Zemeckis
No ano seguinte Ford entrou para o Guinness Book como o ator mais rico do cinema.
 Ford e Shia LaBeouf em INDIANA JONES 4
No começo da década de 2000, Ford fez alguns longas de ação como: K-19: The Widowmaker, ao lado de Liam NeesonDivisão de Homicídios, com Josh Hartnett; e Firewall – Segurança em Risco
Em 2009, foi Indiana Jones pela última vez em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.
 Ford e Craig em COWBOYS & ALIENS
Nos últimos três anos fez dois dramas: Território Restrito e Decisões Extremas, além de interpretar um jornalista na comédia Uma Manhã Gloriosa. 
Seu último papel foi ao lado de Daniel Craig , em Cowboys & Aliens, de Jon Favreau.
 Calista Flockhart e Ford
Entre os próximos projetos de Ford estão o papel do Coronel Graff na adaptação cinematográfica do livro O Jogo do Exterminador; Branch Rickey em 42; o thriller Paranoia, no qual atuará novamente com Gary Oldman; e um provável Indiana Jones 5
Ele também está cotado para uma participação especial em Blade Runner 2. 
Atualmente, Ford é casado com a atriz Calista Flockhart - da série Ally McBeal -  e é pai de cinco filhos.
 Harrison Ford
Você tem que ter a vontade de viver na frente de outras pessoas. Deixá-las ver o bom, o mau, o feio, o fraco, o forte, o conflituoso, o terrível... Uma das coisas em atuar que mais me dá satisfação é a oportunidade de exercitar o emocional. O investimento ao ponto que produz verdadeira emoção. 

Harrison Ford

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Larissa Padron, do "Cinema em Cena": Brigadu! Eu já estava esquecendo!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

'OS VINGADORES - THE AVENGERS': CONFIRA ENTREVISTA COM SAMUEL L. JACKSON, O NICK FURY DO LONGA


Um dos atores mais requisitados do cinema, Samuel L. Jackson continua em “Os Vingadores - The Avengers” a sua interpretação do Coronel Nick Fury, o líder do time de super-heróis que ele interpretou pela primeira vez em “Homem de Ferro” (2008).

Como ele mesmo diz, é uma evolução inesperada e interessante do herói criado por Stan Lee “mas é isso que eu acho interessante, que me motiva em tudo o que faço: a possibilidade de criar”, Jackson diz.
“Não sei pintar e tenho pavor de uma página em branco. Poder usar a mim mesmo como ferramenta criativa, como ator, é o que me faz sair da cama todos os dias”.

Continue acompanhando a entrevista que o aclamado ator, uma das lendas do cinema moderno, concedeu à Ana Maria Bahiana, do UOL, logo abaixo.
Divulgação - Marvel Films
Samuel L. Jackson como Nick Fury, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

UOL - Qual seu super-herói favorito?
Samuel L. Jackson - Não me ligo nisso. Sou um Jedi. Estou bem. Posso acabar com todos esses caras usando meu sabre de luz.

Por que você acha que continuamos fascinados por super-heróis?
As pessoas comuns – que somos todos nós, não é? – sempre tiveram fascínio pelas pessoas extraordinárias. Pessoas que voam. Pessoas que nadam distâncias impossíveis. Pessoas que saltam enormes distâncias. Fazem parte de nosso arsenal de sonhos e desejos, essas coisas extraordinárias. Vivemos sonhando que elas podem conviver com nossa realidade.

Nick Fury tem um papel muito difícil lidando com todos esses super-heróis. Como você descreveria o estilo de gerenciamento que ele emprega?
Nick Fury é um líder nato. Se não fosse assim, seria impossível lidar com essas personalidades imensas que, como o Homem de Ferro, não sabem brincar juntas. E cada um deles tem motivos para não confiar nos demais, para não gostar dos outros. E é claro que, pela própria natureza deles, eles são altamente competitivos. E é claro também que, ao encontrar uma pessoa como Nick Fury, vão imediatamente desconfiar que estão sendo manipulados. Meu ponto de vista como Fury era o de uma espécie de super motivador, dedicado a convencê-los de que, se eles eram ótimos individualmente, seriam invencíveis se trabalhassem juntos.

Você acha que essa abordagem tem paralelos com o seu modo pessoal de ser?
É capaz. Eu era o mais velho e mais experiente no set. E na minha vida eu tento sempre liderar pelo exemplo. Chegar no set preparado. Ser pontual. Saber meu texto. Tratar todo mundo com respeito. Cumprimentar o pessoal da equipe, os motoristas, os maquiadores, os técnicos, o pessoal do bufê, todo mundo. Fazer um filme não é muito diferente de coordenar um time de super-heróis: só se consegue alguma coisa se todos estiverem na mesma página. Não se faz trabalho algum a não ser que todos nós trabalhemos juntos.

Você conversou com Stan Lee sobre Nick Fury?
Encontrei Stan várias vezes, e tive uma conversa longa e maravilhosa sobre Nick Fury, sobre quem ele era inicialmente e como ele foi parar aqui, em 2012. Porque ele era um cara branco na Segunda Guerra Mundial, liderando os Howling Commandos. E acabou se transformando num cara negro que… sou eu, não é? O que é super legal. Eu gosto muito disso.