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sexta-feira, 1 de junho de 2012

'UM VERÃO ESCALDANTE': DIRETOR PHILIPPE GARREL PARA NO TEMPO E FAZ OUTRA MESMICE


Monica Bellucci é uma das mulheres mais lindas que eu já vi na telona e uma atriz de primeiro time.

E o que dizer de Monica, nua e deitada na cama?

É com essa imagem, maravilhosa, que começa "Um Verão Escaldante", novo longa do diretor francês Philippe Garrel.
Paris Match
Monica Belucci nua: sen-sa-cio-nal!

O longa é divido em três atos, que o diretor entrelaça muito bem, evitando a narrativa em bloco.

No primeiro, vemos Angèle - Monica - atriz de cinema casada com Frédéric - Louis Garrel, filho do diretor -, pintor francês que vive em Roma e que convida seu melhor amigo, Paul - Jérôme Robart -, seu melhor amigo e narrador da história, e a namorada, Élisabeth - Céline Sallette - para se hospedarem em sua casa.

A partir daí, o filme envereda por uma tediosa narrativa, que aposta no distanciamento dos personagens e no afastamento da câmera, resultando numa barreira entre filme e espectador - para quem resta a observação à distância e impede qualquer empatia com os dramas retratados.

Se o efeito é proposital, aliado a uma trama de poucos conflitos chega-se rapidamente à monotonia.
Divulgação
Louis Garrel e Monica Bellucci, em cena de "Um Verão Escaldante"

Os quatros falam, e falam muito , filosofando sobre paixão, amizade, desejo e traição.

Fica quase óbvio onde Garrel pai quer chegar, e, por isso mesmo, o filme cai na mesmice que promete armar desde o começo.

Uma dança discretamente sensual de Monica Bellucci, em plano sequência, fecha o primeiro ato e ilustra o modo como os personagens às vezes se veem - com intensidade, mas à distância.
Divulgação
Louis Garrel e Jérôme Robart, em cena do longa

Em sua segunda parte, o longa perde fôlego ao enveredar por uma ação lenta, de ciúme, desconforto, rompimento e adultério.

No terceiro e derradeiro ato, mais uma vez pontuado com música, entra na dinâmica da vida e da morte permeada pelo amor, não sem pieguice.

O distanciamento persiste e, no último plano, é um gesto de afastamento que encerra a narrativa.

A principal falha do roteiro - assinado pelo diretor, Marc Cholodenko e Caroline Deruas - é que toda a ação é narrada por Paul, o que não faz muito sentido quando ele conta algumas cenas nas quais não estava presente.

Philippe Garret propõe ao espectador um exercício de observar sem sentir - o sentimento nunca chega até o espectador que, sem experimentá-lo, tambpem se afasta.

Em cena, Garrel filho mostra a apatia apresentada em outros trabalhos.

Belluccci, por sua vez, tira a roupa e é linda, mas isso não é o bastante para a dimensão densa que a personagem aspira ter.

É triste constatar como o cinema de Garrel pai parou no tempo, com seus personagens vivendo num outro mundo e onde os problemas são, basicamente, de ordem emocional - adoram sofrer por amor, e sofrem tanto que é difícil saber se estão realmente com dor ou apenas inventando.

Indicado a três Leões de Ouro no Festival de Veneza 2011, agora deu para entender porquê à época o longa foi execrado pela crítica.

Confira o trailer do filme:
*****
"UM VERÃO ESCALDANTE"
Título Original:
Un été Brûlant
Diretor:
Philippe Garrel
Elenco:
Monica Bellucci, Louis Garrel, Céline Sallette, Jérôme Robart, Vladislav Galard, Vincent Macaigne, Maurice Garrel
Produção:
Edouard Weil
Roteiro:
Marc Cholodenko, Caroline Deruas-Garrel, Philippe Garrel
Fotografia:
Willy Kurant
Trilha Sonora:
John Cale
Duração:
95 min.
Ano:
2011
País:
Itália/ França/ Suíça
Gênero:
Drama
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Imovision
Estúdio:
Rectangle Productions
Classificação:
14 anos
Cotação do Klau:

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

FESTIVAL DE VENEZA: 'UM ETÉ BRULANT', DO FRANCÊS PHILIPPE GARREL, FOI VAIADO


Totalmente diferente da recepção do filme de David Cronenberg foi a passagem pelo Lido de outro concorrente ao Leão, Um Été Brulant, do francês Philippe Garrel - que tem no currículo um prêmio de direção em Veneza, em 2005, por seu Os Amantes Constantes.

Escalando, pela quarta vez, seu filho, Louis Garrel, o cineasta voltou ao tema da obsessão amorosa e da morte - como em  A Fronteira da Alvorada (2007).

AFP
O diretor francês Philippe Garrel em Veneza

Desta vez, Louis Garrel interpreta um pintor que entra em depressão suicida depois de ser abandonado pela mulher, a atriz Angèle - vivida por Monica Bellucci.

Divulgação
Monica Bellucci e Louis Garrel, em cena do filme

A coletiva foi uma troca de gentilezas entre Louis Garrel, o pai e Monica Bellucci: a atriz italiana frisou sua confiança no diretor para a cena de nudez do filme.
“Foi num momento de abandono, porque eu tinha dado à luz um mês e meio antes. Mas me senti muito respeitada, porque ele cuida muito de seus atores e os protege”.

Louis Garrel, por sua vez, defendeu ardorosamente o pai das críticas que vêm recebendo neste novo trabalho.
“Desde minha adolescência, leio que o trabalho de meu pai desperta reações do tipo, meia sala se levanta, a outra metade aplaude. Há artistas cujas obras, não sabemos porque, são consideradas agressivas”.

Confira o trailer do filme:

Pelo visto, a meia sala que se levanta prevaleceu  porquê, na sessão de imprensa de ontem à noite, Um Été Brulant recebeu sonoras e insistentes vaias.
*****
Com AFP