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quarta-feira, 26 de abril de 2017

R.I.P - JONATHAN DEMME, DIRETOR DE CINEMA

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Diretor de 'O Silêncio dos Inocentes', 'Filadélfia'  e de icônicos clipes da banda New Order morreu de câncer, aos 73 ano
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O diretor vencedor do Oscar Jonathan Demme, de 'O Silêncio Dos Inocentes', morreu hoje,  aos 73 anos,  de câncer no esôfago e complicações de uma condição cardíaca.

De acordo com a Variety, Demme tratava da doença desde 2010, mas ficou mais debilitado a partir de 2015.

Mesmo assim, ainda assinou 'Ricki And The Flash: De Volta Pra Casa', com Meryl Streep.

Nascido em fevereiro de 1944, em Baldwin, nos Estados Unidos, Demme começou a trabalhar no cinema com Roger Corman, diretor lenda dos filmes 'B' de terror.

O diretor ficou conhecido pelo suspense 'O Silêncio dos Inocentes', de 1991 sobre uma analista do FBI (Jodie Foster) que usa um carismático serial killer (Sir Anthony Hopkins) para capturar um outro assassino.

Demme alimenta Sir Anthony Hopkins (de máscara) num intervalo das filmagens de 'O Silêncio dos Inocentes' - Variety

O longa foi sucesso de público e crítica e se tornou o terceiro filme da história a vencer nas cinco principais categorias do Oscar: Filme, ator (Sir Hopkins) atriz (Foster), diretor (Demme) e roteiro adaptado (Ted Tally, baseado no romance best seller de Thomas Harris).

Relembre o trailer do longa:

Antes, Demme havia dirigido Michelle Pfeiffer em "De Caso Com a Máfia" (1988) e também Jeff Daniels e Melanie Griffith em "Totalmente Selvagem" (1986).

O diretor ainda é lembrado pelo magnífico drama 'Filadélfia' (1993).

Escrito por Ron Nyswaner e estrelado por Tom Hanks e Denzel Washington, foi um dos primeiros filmes comerciais de Hollywood a abordar a epidemia de HIV/AIDS, homossexualidade e homofobia.

O filme conta a história de Andrew Beckett (Hanks), um advogado homossexual, casado com Miguel Álvarez (Antonio Banderas, em sua estreia em Hollywood), que trabalha para uma prestigiosa firma  de advocacia em Filadélfia.

Quando fica impossível para ele esconder dos colegas de trabalho sua condição de doente de Aids, é demitido.

Beckett contrata então Joe Miller (Washington), um advogado homofóbico, para levar seu caso até o tribunal.

Relembre o trailer do longa:

Demme conseguiu de Hanks, até então uma jovem promessa e conhecido pelas comédias românticas, um desempenho tão excepcional que o ator ganhou todos os principais prêmios da temporada, inclusive o Oscar de Melhor ator.

Demme dirige Tom Hanks, numa cena em externa de 'Filadélfia' - Divulgação
A música tema "Streets of Philadelphia", composta especialmente por Bruce Springsteen para o longa, também levou o Oscar de Melhor Canção Original e o roteirista Nyswaner também foi indicado para o Oscar de Melhor Roteiro Original.

Relembre "Streets of Philadelphia", na voz de Bruce Springsteen:

Jonathan Demme também se envolveu com a música pop.

Em 1984, dirigiu "Stop Making Sense", filme de culto que protagonizava o grupo nova-iorquino Talking Heads tocando ao vivo num dos espetáculos da turnê de promoção do disco "Speaking in Tongues".

No ano seguinte, dirigiria o vídeo promocional do single "The Perfect Kiss", da banda inglesa New Order, que fugia completamente do chamado "padrão MTV": em vez de mostrar o grupo dublando a canção em playback, mostrava os membros da banda tocando ao vivo num estúdio, com planos quase sempre fechados nos rostos dos músicos (que não olhavam para as câmeras).

Confira o clipe de "The Perfect Kiss", do New Order:

Demme tornou-se um fã do pop-rock eletrônico dançante do New Order e passou a usar músicas do grupo nas bandas sonoras de alguns dos seus filmes, como em "Totalmente Selvagem" e "Bizarre Love Triangle" em "De Caso Com a Máfia".

Uma das características que diferenciava o seu trabalho é o modo como as personagens dos seus filmes olham diretamente para a câmera.

Outra marca bastante característica do realizador são os créditos finais dos seus filmes, que incluem sempre a frase na Língua Portuguesa "A Luta Continua", juntamente com o símbolo do MFA (Movimento das Forças Armadas), em memória do 25 de Abril de 1974 em Portugal, também conhecido como a Revolução dos Cravos, data histórica do fim da ditadura no país e que o marcou profundamente.

Jonathan fundou sua própria produtora de cinema, "Clínica Estético", com os produtores Edward Saxon e Peter Saraf - ela esteve sediada em Nova Iorque durante quinze anos.

Demme foi casado com a diretora e produtora Evelyn Purcell e deixa sua segunda esposa, Joanne Howard, e três filhos: Ramona, Brooklyn e Jos.

Vai fazer muita falta.


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

'RICKI AND THE FLASH: DE VOLTA PRA CASA': MERYL STREEP CANTA, TOCA GUITARRA E TENTA RECONQUISTAR A FILHA



SINOPSE:

Beirando a terceira idade, Ricki (Meryl Streep) é uma cantora de rock que sempre se apresenta com sua  banda em um pequeno bar.

A situação financeira é precária e ela não vê os filhos há décadas.

Um dia, o ex-marido Pete (Kevin Kline) avisa que a filha Julie (Mamie Gummer) foi abandonada pelo marido e precisa da ajuda da mãe.

Reticente, Ricki retorna ao seu antigo lar e descobre que tanto Julie quanto seus dois irmãos têm muito ressentimento por causa do abandono quando eram crianças.

Essa é a oportunidade para Ricki fazer as pazes e tentar ser mais presente na vida deles.

CRÍTICA:

Se a vida imita a arte, 'Ricki And The Flash: De Volta Pra Casa' - em cartaz em 103 salas em todo o Brasil - faz o caminho inverso no roteiro e no elenco, já que o filme traz Meryl Streep e Mamie Gummer no papel de mãe e filha, o que de fato são na vida real.

Na trama, Meryl vive uma guitarrista e vocalista que faz shows aos finais de semana ao som de clássicos do rock.

Durante a semana, ela trabalha como caixa de supermercado e tem uma rotina nada glamourosa.

Para ter esse estilo de vida, ela largou para trás o ex-marido (Kevin Kline) e os filhos.

Ricki and the Flash – De Volta pra Casa : Foto Mamie Gummer, Meryl Streep
Mamie Gummer e Meryl Streep, em cena do longa - Fotos dessa postagem: Sony Pictures
Quando Julie (Gummer) se divorcia contra sua vontade, Ricki é convocada pelo ex-marido (Kevin Kline) para ficar ao lado da filha nesse momento de dificuldade.

A reaproximação é espinhosa, pois a filha a acusa do abandono e não aceita sua ajuda.

Mesmo assim, Ricki insiste em uma jornada de reconquistas e arrependimento.

A relação com o ex também não é harmoniosa e situações embaraçosas se acumulam no enredo, o que resulta em algum humor para uma trama que poderia ser indigesta.

A ligação do longa com a vida real no roteiro está na protagonista, pois Ricki foi inspirada na sobra da roteirista Diablo Cody ('Jovens Adultos'), mas cai como uma luva em seu tipo de narrativa.

Ricki and the Flash – De Volta pra Casa : Foto Meryl Streep
E ela ainda canta - e bem!!
A escritora se preocupa em abordar o protagonismo feminino em história de personagens autênticos.

Ricki tem claras falhas de caráter, como a intransigência em ouvir opiniões que sejam diferentes de sua visão retrógrada da sociedade, mas suas falhas se revertem em simpatia perante o público.

Assim, ela tem permissão para se arrepender de ter abandonado a vida familiar, ou para não definir sua relação sentimental com um companheiro de banda (Rick Springfield).

Ricki and the Flash – De Volta pra Casa : Foto Meryl Streep, Rick Springfield
Meryl em cena com Rick Springfield
Outra opção que ajuda na verossimilhança está no repertório da 'The Flash', banda capitaneada por Ricki: as músicas remetem ao rock clássico sem apelar para hits óbvios, com um playlist que inclui Bruce Springsteen e Tom Petty and the Heartbreakers.

Além de autêntico, o filme ganha personalidade.