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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

OSCAR 2017: 10 CURIOSIDADES SOBRE UM DOS PRÊMIOS MAIS IMPORTANTES DO MUNDO, QUE SERÁ ENTREGUE NO DOMINGO

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Em sua 89ª edição, o Oscar é um dos prêmios mais antigos, importantes e lendários do mundo
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De 16 de maio de 1929 (quando aconteceu a primeira edição) para cá, muita coisa aconteceu - e, de alguma forma, o prêmio concedido pela Academia de Artes e Ciência Cinematográficas de Hollywood continua impressionando.

Confira 10 curiosidades sobre a edição de 2017:

1. 'LA LA LAND', O FENÔMENO

Com 14 indicações, 'La La Land - Cantando Estações'  (trailer acima) é o terceiro filme na história a atingir o recorde de nomeações, anteriormente de 'A Malvada' (1950) e 'Titanic' (1997).

O longa de Damien Chazelle (que pode se tornar o cineasta mais jovem a levar o prêmio de Melhor Diretor, aos 32 anos) é a grande favorito da noite e ainda tem a chance de se tornar o maior vencedor de todos os tempos.

Para isso, precisará superar a marca de 11 Oscar, alcançada por 'Ben-Hur' (1959), 'Titanic' e 'Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei' (2003).


2. MERYL STREEP, A RECORDISTA

Ao ser indicada por seu trabalho com a personagem-título de 'Florence - Quem É Essa Mulher' (trailer acima), Meryl Streep bateu o seu próprio recorde e se tornou a intérprete mais nomeada de todos os tempos.

Agora, a atriz que o idiota do Donald Trump chamou de "superestimada'' já soma 20 indicações.

Streep ganhou 3 Oscar: Melhor Atriz Coadjuvante por 'Kramer vs Kramer' e Melhor Atriz por 'A Escolha de Sofia' e A Dama de Ferro' e nessa edição pode empatar o número de vitórias de Katharine Hepburn, a atriz recordista, com 4 prêmios.

O único ator vivo que está "próximo" da marca de nomeações de Streep é Jack Nicholson, que tem 12 indicações no total.


3. CASEY AFFLECK OU DENZEL WASHINGTON?

Casey Affleck pode ter perdido o prêmio de Melhor Ator do SAG (sindicato dos atores dos Estados Unidos e sólido indicador do Oscar) para Denzel Washington, mas ainda é o favorito da categoria no Oscar.

O irmão mais novo de Ben Affleck levou o Globo de Ouro, o BAFTA e ganhou várias outras premiações por sua atuação em 'Manchester à Beira-Mar' (trailer acima).

No entanto, a campanha do ator tem sofrido um boicote por causa do seu envolvimento em um caso de abuso sexual - o qual também envolveu seu irmão, Ben, em 2010.

Esse escândalo pode tirar Affleck da jogada, deixando o caminho livre para Denzel Washington, seu concorrente direto.

Se o protagonista de 'Um Limite Entre Nós' levar a estatueta, entrará para o seleto grupo formado por Daniel Day-Lewis, Jack Nicholson e Walter Brennan - os três são os atores mais vitoriosos da história, com 3 prêmios cada - e também se tornará o ator negro com maior número de vitórias.

Com essa sétima indicação, Washington se manteve no posto de ator negro mais vezes indicado ao Oscar.


4. EMMA STONE E O FIM DO JEJUM

Há 12 anos, 'Menina de Ouro', de Clint Eastwood, levou os Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Morgan Freeman) e Melhor Atriz (Hillary Swank).

Esta foi a última vez em que a atriz principal do Melhor Filme ganhou um Oscar - mas esse "jejum" pode acabar em 2017.

Se tudo correr como o previsto pelas casas de apostas dos Estados Unidos e pela mídia especializada internacional, Emma Stone e 'La La Land' (veja um 'atrás das câmeras acima) vencerão a premiação e, novamente, a protagonista do Melhor Filme também será a Melhor Atriz do ano.


5. VIOLA DAVIS, OUTRA RECORDISTA

Após ser indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por 'Dúvida' e como Melhor Atriz por 'Histórias Cruzadas', Viola Davis - que é a favorita da disputa - foi indicada novamente (como coadjuvante) ao Oscar por seu trabalho em 'Um Limite Entre Nós' (trailer acima).

Com esta nomeação, Davis atinge uma marca história: ela é a primeira atriz negra a ser indicada a três Oscar.


6. O OSCAR DA DIVERSIDADE

Após a grande polêmica do #OscarSoWhite no ano passado, quando só atores e atrizes brancos foram indicados às quatro categorias de atuação, a Academia resolveu se mexer para promover uma maior diversidade nos prêmios.

Enquanto muito ainda precisa ser realizado, a boa notícia é que a premiação de 2017 bateu vários recordes na questão da diversidade e, pela primeira vez na história, todas as categorias de atuação têm pelo menos um indicado negro: Denzel Washington como Ator Principal por 'Um Limite Entre Nós'; Ruth Negga como Atriz Principal por 'Loving'; 'Mahershala Ali' como Ator Coadjuvante por 'Moonlight: Sob A Luz do Luar' (veja trailer acima) - sem contar com a nomeação do indiano/britânico Dev Patel por 'Lion - Uma Jornada Para Casa' e Octavia Spencer, Naomie Harris e Viola Davis indicadas à categoria de Melhor Atriz Coadjuvante por 'Estrelas Além do Tempo', 'Moonlight' e 'Um Limite Entre Nós', respectivamente.

A categoria de Atriz Coadjuvante, inclusive, também traz um recorde em si: o maior número de indicados negros em uma só categoria de atuação na história do Oscar.


7. O ANO DOS DIRETORES NEGROS

O ano também foi ótimo para os diretores negros

Na categoria de Melhor Documentário, quatro dos cinco indicados são negros: Ava DuVernay por 'A 13ª Emenda'; Roger Ross Williams por 'Vida, Animada'; Raoul Peck por 'Eu Não Sou Seu Negro' (trailer acima) e Ezra Edelman por 'O.J.: Made in America'.

Barry Jenkins, por sua vez, se tornou o quarto cineasta negro a ser indicado na história da premiação - os outros são John Singleton, o nomeado a Melhor Diretor mais novo de todos os tempos, por 'Os Donos da Rua' na edição de 1992, quando tinha apenas 24 anos; Lee Daniels por 'Preciosa - Uma História de Esperança' na edição de 2010; e Steve McQueen por '12 Anos de Escravidão' no ano de 2013.

Jenkins também é o primeiro realizador negro a ser indicado também como produtor e roteirista (Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado).

8. JOI McMILLON, PRIMEIRA NEGRA INDICADA  A MELHOR MONTAGEM

Em 1970, a grande sensação do Oscar foi 'Perdidos na Noite', filme protagonizado por Dustin Hoffman e Jon Voight e que venceu 3 Oscar (Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado).

Indicado ainda a outros 4 Oscar, o longa fez história também por causa da nomeação do montador negro Hugh A. Roberston à categoria de Melhor Montagem - Robertson tornou-se o primeiro negro a ser indicado na categoria.

Neste ano, a montadora Joi McMillon seguiu os passos de Robertson ao editar 'Moonlight' e inscreveu seu nome na história do prêmio: é a primeira mulher negra a ser indicada na categoria.

9. ASGHAR FARHADI PODE LEVAR MELHOR FILME ESTRANGEIRO EM PROTESTO À POLÍTICA ANTI REFUGIADOS DE TRUMP

Donald Trump é presidente dos Estados Unidos há apenas um mês, mas suas ações já abalaram diversas áreas da sociedade estadunidense, atingindo também a política externa e assuntos internacionais.

Seu decreto, que proibiu a entrada de refugiados provenientes de 7 países do Oriente Médio (Irã, Iraque, Síria, Líbia, Iêmen, Somália, Sudão) impediu a viagem do diretor Asghar Farhadi e da atriz Taraneh Alidoosti aos Estados Unidos.

Os iranianos eram esperados na cerimônia do Oscar, uma vez que 'O Apartamento' (na foto acima, Shahab Hosseini e Taraneh Alidoosti, em cena do filme), longa mais recente de Farhadi, está na competição pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

O cineasta e a protagonista da obra já anunciaram que não irão ao país comandado por Trump nem que uma permissão especial seja concedida para sua viagem ou que o veto seja revogado.

A produção mais cotada para vencer na categoria é o concorrente da Alemanha, 'Toni Erdmann', um dos maiores destaques do último Festival de Cannes, mas a mídia internacional já especula que a Academia pode dar a vitória a 'O Apartamento' como uma forma de protesto a Trump.


10. A PRIMEIRA INDICAÇÃO DA DIVA FRANCESA ISABELLE HUPPERT

Prestes a completar 64 anos, Isabelle Huppert enfim recebeu sua primeira indicação ao Oscar.

A intérprete de Michèle Leblanc em 'Elle' (trailer acima), dirigido por Paul Verhoeven, é considerada uma das maiores atrizes francesas de todos os tempos e é a recordista de nomeações nos prêmios César, o Oscar francês.

Além de ter vencido a maior competição de cinema da França em 1996 com seu trabalho por 'Mulheres Diabólicas', Huppert levou o Globo de Ouro neste ano e os prêmios de Melhor Atriz em Veneza e em Cannes duas vezes.

Se vencer o Oscar, Huppert se juntará à italiana Sophia Loren ('Duas Mulheres') e à também francesa Marion Cottilard ('Piaf - Um Hino ao Amor'), as únicas vencedoras do prêmio de Melhor Atriz por uma interpretação em um filme estrangeiro.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

FESTIVAL DE CANNES: SEXTA TEVE ROUBO DE JÓIAS E TIROTEIO REAIS, JANE CAMPION, OZON, FARHADI E JACKIE CHAN


O Festival de Cannes teve um dia agitado hoje, com o roubo de joias da marca Chopard em um quarto de hotel e tiros de balas de festim disparados por um homem nas imediações do estúdio do programa 'Grand Journal' do Canal+, que era transmitido ao vivo da Croisette - avenida à beira mar da linda cidade da Riviera Francesa.

As joias da Chopard, avaliadas pela polícia em 1,4 milhão de dólares, estavam em um cofre no quarto do hotel Novotel de uma funcionária americana da Chopard e foram roubadas à noite.

Esse valor foi contestado pela marca suíça, fornecedora de joias para estrelas que desfilam pelo tapete vermelho e concorrem à Palma de Ouro, que menciona um valor "bem abaixo dos números anunciados".
"As peças roubadas não fazem parte da coleção destinada às atrizes durante o Festival de Cannes", indicou uma porta-voz da Chopard.

O cofre que continha as joias teria sido retirado do armário do quarto e depois levado, de acordo com uma fonte policial.

A Chopard é a principal joalheria das estrelas no festival.
Este ano, a célebre marca suíça de joias e de relojoaria já emprestou joias a Julianne Moore, Lana Del Rey, Cindy Crawford, à atriz chinesa Fan Bing Bing e à espanhola Blanca Suarez.

Como parte de uma parceria com o Festival de Cannes, a Chopard fornece todos os anos a Palma de Ouro, joia de 118 gramas de ouro que recompensa o melhor filme da competição oficial, é avaliada em mais de 20.000 euros e será entregue no dia 26 de maio no final do Festival - a Palma de 2013 está em segurança, garantiram os organizadores.



Policial defronte ao Novotel de Cannes, momentos após o roubo ter sido divulgado - foto: AFP

Todos comentaram que o roubo lembrou muito a trama do filme "Ladrão de Casaca" (1955) - de Hitchcock, estrelado por Cary Grant e Grace Kelly e filmado em parte no Carlton de Cannes, sobre uma série de roubos misteriosos de joias nos palácios da Riviera Francesa.

Já no começo da noite, a Croisette foi agitada novamente, quando um homem armado com uma pistola de festim e com uma granada falsa atirou duas vezes para o alto perto do cenário montado à beira mar do programa 'Grand Journal' do Canal +, que era transmitido ao vivo e que desencadeou um breve pânico, mas sem deixar feridos.

"Foi um indivíduo de 42 anos que utilizou sua arma nas proximidades do estúdio. Era um desequilibrado que logo foi detido pela polícia", declarou à AFP Marcel Authier, diretor do Departamento de Segurança Pública (DDSP) dos Alpes Marítimos.

Segundo fontes policiais, o homem, que também estava armado de um canivete, foi colocado sob custódia.

'O Grand Journal', que no momento entrevistava ao vivo os membros do juri do festival desde ano, Christoph Waltz e Daniel Auteuil, retomou sua transmissão às 20h35.

Confira matéria sobre os dois incidentes do 'Jornal do SBT':


Voltando a falar do festival e de filmes, a neozelandesa Jane Campion - diretora, entre outros filmes, de "O Piano" - recebeu ontem a 'Carruagem de Ouro', homenagem feita pelo próprio grêmio à independência, ambição e ousadia dos premiados.

A cerimônia aconteceu na abertura da 'Quinzena de Produtores', mostra paralela que a recebeu com um aplauso e que elogiou "uma das poucas cineastas capazes de refletir as emoções mais difíceis e sutis".

Campion tem uma longa carreira, na qual também se destacam "Retratos de Uma Mulher" (1996) e "Fogo Sagrado!" (1999), dedicou o prêmio ao francês Pierre Rissient - que em 1986, como responsável pela seleção de filmes do festival, descobriu três curtas da diretora e a encorajou a apresentá-los.

Um deles - "An Exercise in Discipline - Peel" - ganhou no mesmo ano a Palma de Ouro de melhor curta-metragem e representou o início de uma relação com Cannes que atingiu seu auge ao levar outra Palma de Ouro com "O Piano", que deu ainda o prêmio de melhor atriz para Holly Hunter.

Jane Campion é cumprimentada pela atriz Nicole Kidman - membro do júri principal desta edição - após seus discurso em que recebeu a 'Carruagem de Ouro' - foto: Paris Match

Jane, que nesta 66ª edição é presidente do júri de curtas-metragens e do 'Cine Fundación', dedicou o prêmio ainda a todos os diretores que a precederam em Cannes na lista de premiados e que com suas vozes e histórias, segundo explicou ao pegá-lo, a "educaram" como cineasta.

"A paixão que sinto por eles me fez querer ser diretora", concluiu em seu discurso, dizendo esperar que esse reconhecimento que dá à Sociedade de Produtores de Filmes (SFR) reflita "de alguma maneira" ter estado à altura de suas aspirações.

Ainda na quinta à noite, "Jeune et Jolie", filme de François Ozon, primeiro de quatro produções francesas na disputa pela Palma de Ouro, foi exibido.

O longa esboça o retrato de uma adolescente - a bela Marine Vacth - que mergulha na prostituição sem necessidade, sem um motivo aparente, como Catherine Deneuve em "A Bela da Tarde" (1967), obra prima do diretor Luis Buñuel.

Isabelle, jovem estudante - Lea para os clientes - se relaciona com homens maduros pela internet.
"É estudante? Ah, é a crise", diz um deles, referindo-se a um crescente fenômeno de estudantes que se prostituem ocasionalmente para arcar com suas despesas.

Marine Match como Lea, em cena de "Jeune et Jolie", de François Ozon - foto: Divulgação

"A ideia era fazer um retrato de uma jovem de hoje ancorado em uma certa realidade, mas sem dar todas as respostas, compartilhar com os espectadores o mistério de Isabelle", declarou Ozon após a exibição de seu filme para a mídia - que reagiu com aplausos.

Confira um teaser de "Jeune et Jolie":


O sexo também foi destaque no evento dois anos depois do escândalo de Dominique Strauss-Kahn, em pleno Festival de Cannes.

O ex-diretor do FMI voltou a dar o que falar, pois foram revelados os primeiros trechos do filme de Abel Ferrara "Welcome to New York", que narra sua queda em desgraça.

As imagens de forte cunho sexual do filme, protagonizado por Gerard Depardieu, que interpreta DSK - que não tem seu nome pronunciado - e pela Diva britânica Jacqueline Bisset, no papel da sua esposa, circulam em Cannes.

Já nessa sexta, o premiado diretor iraniano Asghar Farhadi apresentou "Le Passé", seu primeiro filme rodado na França e com boa parte do elenco francês.

"Le Passé" segue um caminho parecido do longa mais conhecido do diretor - "A Separação": é um drama familiar intenso sobre uma mulher, Marie (Bérénice Bejo, de "O Artista"), que recebe em sua casa, em Paris, a visita do ex-marido iraniano, Ahmad (Ali Mosaffa), que hoje mora em Teerã e que ela não vê há quatro anos - ele retorna para que eles oficializem os papéis do divórcio.

Marie agora mora com o marido, Samir (Tahar Rahim, de "O Profeta"), dono de uma lavanderia, e três filhos – dois de um casamento anterior a Ahmad e o terceiro é um menino filho de Samir.

Uma tragédia assombra a família: a ex-mulher de Samir vive em coma após tentar se matar quando descobriu a nova relação do marido e Lucie, a filha mais velha, não aceita a situação e vive deprimida.

Tahar Rahim e Berenice Bejo posam durante sessão de fotos para divulgação do filme "Le Passé" - foto: Loic Venance/AFP

Como em "A Separação", esse ato do passado encobre alguns segredos que proporcionam boas reviravoltas na parte final.

A Diva francesa Marion Cottilard - Oscar de melhor atriz por "Piaf" - era a primeira opção de Farhadi para o papel de Marie, mas teve de abandonar o projeto por problemas de agenda.

Ao final da projeção, o longa recebeu aplausos da mídia presente.

Confira o trailer de "Le Passé":


Quem deu o ar da graça hoje em Cannes foi a lenda Jackie Chan, que veio divulgar seu novo filme, "Skiptrace".

Chan deu uma concorrida entrevista a bordo de um luxuoso iate, disse que aceitou largar as cenas perigosas e que agora quer papéis mais sérios, mas sem nunca deixar de ser um astro de ação.

Aos 59 anos o ator nascido em Hong Kong disse que não é mais capaz de fazer sozinho as cenas mais físicas, pois demora muito para se recuperar de qualquer lesão.

Jackie Chan posa no iate onde concedeu entrevista hoje em Cannes - foto: Reuters

"Não sou super-herói", disse Chan à Reuters.

"Realmente quero ser mais como um Robert de Niro asiático, capaz de fazer todo tipo de coisa - comédia, drama, papéis pesados", afirmou, acrescentando que adoraria interpretar um vilão.

Depois de estrelar mais de 150 filmes ao longo de mais de quatro décadas, ele disse no ano passado que iria se aposentar dos grandes filmes de ação depois de "Chinese Zodiac 2012", lançado em dezembro.

Mas ele admite que em "Skiptrace" acabou fazendo mais um filme do gênero.

"Todo astro de ação sempre diz (que vai parar), mas no final precisa fazer de novo. Que nem o (Sylvester) Stallone, ele nunca para. Como eu, nunca vou parar.Mas a vida de um astro de ação é muito curta. Quero que o público saiba que sou um ator que sabe brigar. Não sou um astro de ação que sabe atuar."

Finalizando o dia em Cannes, foi exibido "A Touch of Sin" ("Tian Zhu Ding"), do diretor Jia Zhangke, corrosivo painel sobre a China contemporânea e que disputa a Palma de Ouro sem ter sido censurado pelas autoridades chinesas, que vigiam com rigor as obras do país.

O longa, muito ambicioso, foi exibido para a imprensa e relata quatro histórias, entre elas uma sobre uma trabalhadora sexual em um bordel de luxo, que refletem uma sociedade em plena mutação, na qual o capitalismo desenfreado gera uma grande desigualdade e uma colossal falta de humanidade.

O protagonista de uma das histórias, ambientadas em quatro províncias do gigante asiático, é Dahai, operário de Shanxi, que se rebela contra a corrupção dos dirigentes locais e recebe um castigo digno dos filmes de Quentin Tarantino.

A personagem de outro relato é uma recepcionista em uma sauna de Hubei, no centro da China, que vira uma lutadora quando um cliente tenta abusar dela.

O episódio, como o título do filme, faz referência a "A Touch of Zen", do taiwanês King Hu, um clássico das artes marciais de 1969.

O protagonista do último segmento, talvez o mais triste, é um jovem de Dongguan (sudeste), que, pressionado pelo trabalho, pela família e pela falta de esperanças, se joga pela janela de um prédio.

Shozo Ichiyama, Lik Wai Yu, Meng Li, Wang Baoqiang, Wu Jiang, ,Zhangke Jia, Tao Zhao e Lanshan Luo divulgam "Tian Zhu Ding" no Festival de Cannes 2013 - foto: Valery Hache/AFP
Em entrevista à AFP, o diretor explicou que todas as histórias são baseadas em eventos reais, conhecidos por quase todos na China.

"Muitas pessoas na China enfrentam crises pessoais pela grande desigualdade entre ricos e pobres", disse o diretor de 43 anos.

"Antes, em meus filmes eu tentava relatar a vida cotidiana. Neste eu tinha vontade de ir mais longe. Com o desenvolvimento fulgurante da sociedade chinesa, há muitas coisas que se tornam extremas. E quando digo extremo, digo violência", disse Jia Zhangke.

Quando as primeiras cenas do filme foram divulgadas há alguns dias no Youku - o Youtube chinês -, os internautas previram que o longa-metragem nunca será visto no país em consequência da censura do regime comunista.

Mas Jia afirma que "A touch of sin" poderá ser assistido nos cinemas chineses.

"Recebi a autorização antes de viajar a Cannes. É uma boa notícia", afirmou o cineasta.

"Estamos entrando em uma era na qual você é seu próprio meio de divulgação. Há muitas decisões que são tomadas por meio do twitter", afirmou.

O filme, parcialmente produzido por recursos chineses, foi aplaudido na sessão para a imprensa.

Esta é a terceira participação do diretor em Cannes, onde nunca foi premiado.

"O que mais me interessa é que o filme seja assistido por muitas pessoas, que provoque discussões, que provoque reações. Esta seria a maior recompensa", concluiu.

Confira o trailer de "A Touch of Sin":

Na mostra paralela 'Semana da Crítica', o destaque foi o filme italiano "Salvo", de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza, que conta a história de um assassino da máfia, Salvo (interpretado pelo palestino Saleh Bakri), que deve matar Rita (Sara Serraioco), cega de nascimento, e que acompanha impotente o assassinato do irmão.

No momento em que Salvo deve matar Rita, algo acontece, Rita recupera a visão e o mafioso desiste do crime, o que une o destino de ambos para sempre.

Confira o trailer de "Salvo":


Segundo a revista "Hollywood Reporter", a produtora Independent Film anunciou hoje que conseguiu o financiamento total de US$ 60 milhões para o novo filme de Bruce Willis - o thriller de ação "Expiration".
No filme, Willis viverá um matador que é envenenado e precisa encontrar uma cura para o veneno antes que ele faça efeito.

Foi anunciado também nesta sexta em Cannes que Scarlett Johansson agora quer ser diretora e vai assinar seu primeiro longa-metragem - "Summer Crossing", baseado num livro do escritor Truman Capote que ficou desaparecido durante anos.

O filme contará a história de uma garota de 17 anos durante o verão de 1945, que deixa de viajar a Paris com a família para manter um romance com um empregado.

Scarlett Johansson em Cannes, hoje - foto: Hollywood Reporter
Antes da nova empreitada, Scarlett havia dirigido um curta-metragem de seis minutos em 2009 chamado "These Vagabond Shoes".

Já a revista "Variety", que circula diariamente em Cannes, publicou hoje três páginas de reportagem com um balanço do momento atual do cinema brasileiro.

A reportagem lembra que o país teve um aumento de 10% no número de cinemas desde 2008 e vendeu 164% mais ingressos no período.

A previsão para 2013 é que os filmes brasileiros fiquem com 18% da bilheteria do ano, um bom aumento em relação à média de 13% obtida desde 2001.

A revista destaca filmes prontos a serem lançados no Brasil, como "Flores Raras" e "Faroeste Caboclo", projetos em andamento como o coletivo "Rio, Eu Te Amo" e ainda cinco novas promessas do cinema brasileiro: Fernando Coimbra, que finaliza seu primeiro longa, "O Lobo atrás da Porta"; Ricardo Targino, que prepara "Quase Samba"; Marco Dutra, diretor de "Trabalhar Cansa" que finaliza seu segundo longa, "Quando Eu Era Vivo"; o diretor e produtor Rodrigo Letier, que prepara a comédia "Julio Sumiu"; e Afonso Poyart, diretor de "Dois Coelhos", atualmente em Hollywood para dirigir "Solace", com Colin Farrell e Sir Anthony Hopkins.

Para um país que não tem nenhum filme na edição 2013 de Cannes, tá de bom tamanho, né?
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Com agências internacionais, Belinda Goldsmith e Tiago Stivaletti

quinta-feira, 18 de abril de 2013

FESTIVAL DE CANNES 2013: 'O GRANDE GASTBY' ABRE, COM SODERBERGH, IRMÃOS COEN E POLANSKI DISPUTANDO PALMA DE OURO



Roman Polanski, Steven Soderbergh e os irmãos Coen estão entre os 20 diretores que vão competir pela Palma de Ouro da edição 2013 do Festival de Cannes - que acontece de 15 a 26 de maio na Riviera Francesa.

O anúncio foi feito na manhã de hoje pelos organizadores do festival, Thierry Frémaux e Gilles Jacob.

A lista inclui ainda Alexander Payne - diretor de "Os Descendentes", que compete com o novo "Nebraska" - e Nicolas Winding Refn - premiado no festival com o cultuado "Drive", que retorna com "Only God Forgives", policial rodado em Bangkok, também estrelado por Ryan Gosling e também por Kristin Scott Thomas.

Confira o trailer espetacular de "Only God Forgives":


O iraniano Asghar Farhadi - Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por "A Separação" - compete com "Le Passé" ('O Passado'), rodado na França.

Confira o trailer de "Le Passè", de Asghar Farhadi:


Os irmãos Coen apresentam "Inside Llewyn Davis" -cinebiografia de um músico folk na Nova York dos anos 60 e estrelado por Justin Timberlake, Carey Mulligan e John Goodman.

Confira o trailer de "Inside Llewyn Davis", de Ethan Coen e Joel Coen:


Soderbergh estreia no festival "Behind the Candelabra", sobre a vida do compositor americano Liberace (1919-87), com Michael Douglas e Matt Damon vivendo um casal gay.

Esse longa foi aquele considerado "gay demais" por Hollywood, o que levou o diretor a exibi-lo somente na TV - o canal HBO adquiriu e vai exibi-lo em 26 de maio próximo.

Confira o trailer de "Behind the Candelabra":


Polanski compete com "Venus in Fur" - sobre uma atriz que tenta convencer um diretor a dar-lhe um papel.

Os americanos bateram recorde de indicações - com cinco filmes na lista - mas a relação também inclui cineastas de prestígio de todo o mundo, como o chinês Jia Zhang-ke (com "A Touch of Sin"), o japonês Hirokazu Kore-Eda (com "Like Father, Like Son") e os franceses François Ozon ("Jeune et Jolie") e Arnaud Desplechin ("Jimmy P.").

Na Mostra Competitiva, o único representante da América Latina é o mexicano "Heli", de Amat Escalante - sobre tráfico de drogas e corrupção policial na cidade de Guanajuato.

Infelizmente não há filmes brasileiros na Seleção Oficial de Cannes 2013.

O diretor geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux - esquerda - e Gilles Jacob anunciam filmes da mostra competitiva - foto: AFP


A Mostra Competitiva excluiu grandes nomes, como Woody Allen - com o novo "Blue Jasmine" -, Terrence Malick - com "Knight of Cups" -, o francês Jean Luc-Godard - "Adeus à Linguagem" - e o dinamarquês Lars Von Trier - que não teria terminado a tempo a montagem das mais de quatro horas de seu novo longa, "Nynphomaniac".

Aliás, a organização parece ter perdoado Von Trier - cuja polêmica em torno das ironias de teor nazista na entrevista coletiva de "Melancolia" no ano passado deram o que falar.

Mesmo assim, ainda há espaço para mais dois ou três filmes na Competição - que os organizadores podem anunciar nos próximos dias.

Além dos grandes diretores, Cannes sempre conta em seu tapete vermelho com estrelas de Hollywood e da Europa, que nesse ano aparecem em menor número.

Se Ryan Gosling retorna com "Only God Forgives", quem deve roubar a cena nessa edição é Emma Watson, já que a jovem atriz tem cenas quentes no novo filme de Sofia Coppola, "The Bling Ring: A Gangue de Hollywood" - história real de jovens que roubavam mansões de estrelas em Los Angeles, inclusive uma cena de 'pole dance' que vocês viram aqui no Blog , no trailer postado ontem.

Reveja o trailer de "The Bling Ring: A Gangue de Hollywood":


O filme abre a mostra 'Um Certain Regard/Um Certo Olhar'.

James Franco virá a Cannes desta vez como diretor, com seu novo filme "As I Lay Dying" e o indicado ao Oscar deste ano - por "O Mestre" - Joaquin Phoenix vai à Croisette defender "The Immigrant", de James Gray, que traz ainda Marion Cotillard e Jeremy Renner no elenco.

Quem dará a partida na abertura em 15 de maio para o frisson no tapete vermelho será o elenco do novo filme de Baz Luhrmann, "O Grande Gatsby": Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e Carey Mulligan são os protagonistas da refilmagem do clássico livro de F.Scott Fritzgerald, agora no esplendor do 3D e estarão presentes.

Relembre o fantástico trailer, já divulgado pelo Blog ontem:

O júri oficial que decidirá para quem vai a Palma de Ouro - prêmio máximo de Cannes - e outros prêmios será presidido por Steven Spielberg – mas os outros membros do júri ainda não foram anunciados.
O cineasta americano sucederá Nanni Moretti (2012), Robert De Niro (2011), Tim Burton (2010) e Sean Penn (2008).

Cannes 2013 tem programada também uma homenagem especialíssima à lenda do humor cinematográfico Jerry Lewis - que deverá ir à cidade especialmente para recebe-la.


FILMES DA MOSTRA COMPETITIVA

"Only God Forgives", de Nicolas Winding Refn
"Borgman", de Alex Van Warmerdan
"Behind the Candelabra", de Steven Soderbergh
"La Grande Bellezza", de Paolo Sorrentino
"Jeune et Jolie", de François Ozon
"Nebraska", de Alexander Payne
"La Venus a la Fourrure", de Roman Polanski
"Soshite Chichi ni Naru", de Kore-Eda Hirokazu
"La Vie D'Adele", de Abdellatif Kechiche
"Wara No Tate", de Takashi Miike
"Le Passe", de Asghar Farhadi
"The Immigrant", de James Gray
"Grisgris", de Mahamat-Saleh Haroun
"Tian Zhu Ding", de Jia Zhangke
"Inside Llewyn Davis", de Ethan Coen, Joel Coen
"Michael Kohlhaas", de Arnaud Des Pallieres
"Jimmy P.", de Arnaud Desplechin
"Heli", de Amat Escalante
"Un Chateau en Italie", de Valeria Bruni-Tedeschi

Confira o trailer de "Borgman", de Alex Van Warmerdan:


Confira o trailer de "La Grande Bellezza", de Paolo Sorrentino:


Confira o trailer de "Wara No Tate", de Takashi Miike:



SELEÇÃO 'UM CERTO OLHAR/UN CERTAIN REGARD'

"Omar", de Hany Abu-Assad
"Death March", de Adolfo Alix Jr.
"Fruitvale Station", de Ryan Coogler
"Les Salauds", de Claire Denis
"Norte, Hangganan NG Kasaysayan", de Lav Diaz
"As I Lay Dying", de James Franco
"Miele", de Valeria Golino
"L'inconnu du Lac", de Alain Guiraudie
"Bends", de Flora Lau
"L'Image Manquante", de Rithy Panh
"La Jaula de Oro", de Diego Quemada-Diez
"Anonymous", de Mohammad Rasoulof
"Sarah Préferè La Course", de Chloé Robichaud
"Grand Central", de Rebecca Zlotowski

'SÉANCE DE MINUIT'

"Monsoon Shootout", d Amit Kumar
"Blind Detective", de Jeohnnie To

'HOMENAGEM A JERRY LEWIS'

"Max Rose", de Daniel Noah

'SESSÃO ESPECIAL'

"Muhammad Ali's Greatest Flight", de Stephen Frears
"Stop Top The Pounding Heart", de Roberto Minervini
"Week End of a Champion", de Roman Polanski
"Seduced and Abandoned", de James Toback
"Otdat Konci", de Taisia Igumentseva

MOSTRA DE CURTAS-METRAGENS

Os curtas selecionados competem por dois prêmios: a Palma de Ouro de Curtas-Metragens e o prêmio Cinefondation, do qual participam trabalhos de estudantes de cinema de todo o mundo.

Os nove curtas que disputam a Palma de Ouro foram selecionados entre 3.500 inscrições e incluem produções do Irã, Islândia e Japão, entre outros.

SELEÇÃO OFICIAL

"More Than Two Hours" (Irã)
"Whale Valley" (Islândia, Dinamarca)
"The Metorite and Impotence" (Japão)
"Mont Blanc" (Bélgica)
"Olena" (Polônia)
"Ophelia" (França)
"Safe" (Coreia do Sul)
"37º 4 S" (França)
"Condom Lead" (Palestina)

Já a Seleção Cinefondation escolheu 18 produções entre 1.550 inscrições de 277 escolas de cinema - o Brasil ficou de fora das duas seleções.

CINEFONDATION

"The Norm of Life" (Rússia)
"The Magnificent Lion Boy" (Reino Unido)
"Ham Story" (República Tcheca)
"Duet" (Irã)
"Babaga" (Israel)
"Needle" (USA)
"Waiting for the Thaw" (Bélgica)
"Fable of a Blood Drained Girl" (México)
"Stepsister" (EUA)
"After the Winter" (França)
"In the Fishbowl" (Romênia)
"The Line" (Coreia do Sul)
"Asuncion" (Chile)
"Going South" (EUA)
"Dance Macabre" (Polônia)
"Tomorrow All The Things" (Argentina)
"Exile" (França)