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quinta-feira, 12 de março de 2015

'PARA SEMPRE ALICE': JULIANNE MOORE ENFRENTA O ALZHEIMER NO MELHOR FILME DA TEMPORADA


SINOPSE:

A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora de linguística.

Quando ela começa a esquecer certas palavras e a se perder pelas ruas de Manhattan, logo ela é diagnosticada com Alzheimer.

A doença coloca em prova a força de sua família.

Enquanto a relação de Alice com o marido, John (Alec Baldwin) se fragiliza, ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam.

CRÍTICA:

Apesar do desabafo de Patricia Arquette - pedindo equiparação salarial aos atores, quando recebeu seu Oscar de Coadjuvante por 'Boyhood' - a temporada foi muito boa para protagonistas femininas e alguns trabalhos são realmente impressionantes.

A melancolia de Marion Cotillard em 'Dois Dias, Uma Noite', a força de Rosamund Pike em 'Garota Exemplar' e  a já citada Arquette são exemplos.

Mas, é impossível não se encantar com Julianne Moore em 'Para Sempre Alice', longa que estreia hoje em 125 salas em todo o Brasil e que é carregado pela atuação impressionante de uma atriz em grande forma.

Para Sempre Alice : Foto Julianne Moore
Julianne Moore como a Dra. Alice Howland, em cena inicial do longa - Fotos dessa postagem: Divulgação/ Diamond Films
Tanto, que a própria Julianne reconhece que, depois de tantos e tantos anos de carreira, sempre vivendo ótimas personagens, esse é o papel da sua vida e por ele, ganhou todos os prêmios da temporada.

Adaptado de romance homônimo de Lisa Genova, a trama acompanha uma professora universitária de meia idade que descobre ser portadora de um tipo raro de Mal de Alzheimer.

Como suprema ironia, a Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é especialista em linguística e se vê perdendo tudo aquilo que conquistou ao longo da vida: a admiração dos que vivem em seu entorno, a capacidade de se comunicar, a memória sobre quem ama.

Adaptação exageradamente dramática, o roteiro escrito pela dupla que também assina a direção - os novatos Wash Westmoreland e Richard Glatzer - não tenta fugir dos clichês que estamos tão acostumados a ver em retratos de personagens rumo a um destino trágico.

Para Sempre Alice : Foto Alec Baldwin, Julianne Moore
Julianne em cena com Alec Baldwin, que interpreta John, seu marido: melhores papéis da carreira de ambos
Assim, o que vemos na telona é como uma versão light e romântica de 'Amor', filme de Michael Haneke que levou o Oscar de filme estrangeiro em 2012, pode ser ainda mais espetacular, graças ao soberbo desempenho do elenco.

Principalmente na extrema sensibilidade na atuação de Julianne Moore, que impede o filme de se tornar um mero retrato deprimente de uma personagem definhando diante de nossos olhos.

Sempre contida e segura do tom de sua interpretação, somos conectados a esta Dra. Alice cheia de nuances, mesmo quando a melosa trilha sonora insiste em tentar levar o espectador às lágrimas.

Mesmo assim, o longa tem alma e, de certa forma, consegue estabelecer uma relação direta com o espectador, sempre alfinetado pelo comportamento dos personagens coadjuvantes.

Para Sempre Alice : Foto Julianne Moore, Kristen Stewart
Alice em cena com a filha Lydia, vivida por Kristen Stewart: aproximação pela doença
Alice possui filhos, marido, uma família, mas, tão complexos e presos em suas individualidades, lidam de maneiras diferentes com a doença da personagem.

O comportamento oposto entre Anna (Kate Bosworth) e Lydia (Kristen Stewart) humaniza esta trajetória, assim como a possível insensibilidade de seu companheiro, vivido pelo veterano Alec Baldwin, aqui em seu melhor papel nas telonas em todos os tempos, mas disparado.

É difícil não tentar se posicionar diante de Alice e sua impotência perante a vida.

Perdendo as memórias e as lembranças responsáveis por sua conexão com o mundo em que vive, a personagem parece perder a si mesma.

O título do filme dá a entender que ela será para sempre a mulher admirável que vemos nos primeiros minutos de projeção, viva na memória das pessoas que ama.

Talvez ainda seja possível, afinal.

Para Sempre Alice : Foto Julianne Moore
Jantar em família
Um filme raro, que desnuda toda a perversidade dessa que é, para mim, a pior das doenças.

O melhor filme da temporada, o melhor de Julianne Moore, o melhor do elenco.

Filmaço.

PRÊMIOS CONFERIDOS A JULIANNE MOORE:

Julianne Moore foi laureada como Melhor Atriz na temporada com os seguintes prêmios:

Oscar (prêmio da Academia de Hollywood)

Globo de Ouro (prêmio dos jornalistas estrangeiros em Hollywood)

SAG Awards (prêmio do Sindicato dos Atores)

 Independent Spirit Awards (prêmio do cinema indepentente)

BAFTA (Prêmio da Academia Britânica de Cinema)

Critic's Choice Awards (Prêmio dos críticos americanos)

Fotos: Getty Images/Daily Mail/The Hollywood Reporter

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'PARA SEMPRE ALICE'
Título Original:
STILL ALICE
Gênero:
Drama
Direção:
Richard Glatzer, Wash Westmoreland
Roteiro:
Richard Glatzer, Wash Westmoreland, baseados no romance de Lisa Genova
Elenco:
Alec Baldwin, Cali T. Rossen, Cat Lynch, Daniel Gerroll, Eha Urbsalu, Erin Darke, Hunter Parrish, Julianne Moore, Kate Bosworth, Kristen Stewart, Orlagh Cassidy, Rosa Arredondo, Seth Gilliam, Shane McRae, Stephen Kunken, Victoria Cartagena
Produção:
James Brown, Lex Lutzus, Pamela Koffler
Fotografia:
Denis Lenoir
Montador:
Nicolas Chaudeurge
Trilha Sonora:
Ilan Eshkeri
Duração:
101 min.
Ano:
2014
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
12/03/2015
Distribuidora:
Diamond Filmes
Estúdio:
Backup Media / Big Indie Pictures / Killer Film

COTAÇÃO DO KLAU:

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

'BIRDMAN - OU A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA': MICHAEL KEATON NO PAPEL DA SUA VIDA NUM DOS FILMES MAIS IMPACTANTES DOS ÚLTIMOS TEMPOS


SINOPSE:

No passado, Riggan Thomson (Michael Keaton) fez muito sucesso interpretando o Birdman, super-herói que se tornou um ícone cultural.

Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem, sua carreira começou a decair.

Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway.

Entretanto, em meio aos ensaios -  com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough) - Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e também com uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente.

CRÍTICA:

Vivemos todos em função de aparências, onde a vida real não passa de uma verdadeira representação teatral, vazia de realidade material.

É assim, refugiado nesse cenário 'fake',  que o mexicano Alejandro González Iñárritu narra a jornada de um ator de Hollywood assombrado pelo prestígio do passado e faz de 'Birdman - ou a Inesperada Virtude da Ignorância', que estreia hoje em 65 salas em todo o Brasil, o melhor longa da sua já inspirada carreira.

A trama acompanha Riggan Thomson (Michael Keaton, sensacional), ator mediano que se tornou um dos astros mais importante da geração dos anos 90 após interpretar o super herói Birdman - o Homem-Pássaro.

Famoso, ídolo cult de uma geração, mas preso ao personagem - como George Reeves com o Superman e Adam West com o Batman,  nas respectivas séries de TV -  Riggan se recusa a protagonizar novamente um quarto longa do herói, o que o leva a enfrentar o pesadelo mais temido por um artista: o esquecimento.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) : Foto Michael Keaton
Michael Keaton, em cena como o protagonista Riggan Thomson - Fotos dessa postagem: Divulgação/20th Century Fox
Obstinado em recuperar sua fama, ele decide investir tudo em uma adaptação teatral da Broadway - mas o ostracismo não é o único fantasma que o rodeia.

Thomson tem que lidar com o fracasso de seu casamento, com a filha rebelde Sam, cheia de crises existenciais e que também é sua ajudante (Emma Stone), e a petulância de um jovem ator, Mike Shiner (Edward Norton).

Para piorar, ele suporta, não sem sofrimento, uma insistente voz oculta, fruto de sua mente - que mais tarde revela-se ser do Birdman.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) : Foto Emma Stone
Emma Stone como Sam, em cena do longa

A escalação de Keaton para ser o protagonista mostrou o primeiro grande acerto de Iñárritu, pois é simplesmente impossível não associar a trajetória de Riggan com a do próprio Keaton.

Após interpretar o Homem-Morcego em dois longas dirigidos por Tim Burton - 'Batman' (1989) e 'Batman Returns' (1992) - Keaton se recusou a estrelar um terceiro - 'Batman Forever' (1995).

Estrelado por Val Kilmer, o longa, dirigido por Joel Schumacher, marcou o começo da descida ao inferno do personagem nos cinemas, até o resgate feito por Christopher Nolan e seu 'Batman Begins' (2005).

Se a recusa em protagonizar o terceiro 'Batman' revelou-se um acerto - o filme é muito ruim - Michael Keaton, porém, foi aos poucos desaparecendo dos holofotes e passou a se contentar com papéis coadjuvantes em filmes, muitas vezes, infanto-juvenis.

Sua carreira só voltou a dar sinais de vitalidade na recente refilmagem de 'Robocop' (2014), onde fez um ótimo vilão sob a direção do brasileiro José Padilha e provou que sim, é um bom ator aos olhos não só da nova geração, mas, principalmente, aos que já tinham se esquecido dele.

Talvez seja por isso que Keaton pareça tão confortável em sua interpretação como Riggan: há algo na forma como ele transpõe os medos e anseios de seu personagem que fazem o espectador, maravilhado com o que vê na telona, realmente crer que aquilo não é apenas derivado de uma boa atuação.

Aliás, todo o elenco está bem.

É impressionante ver, por exemplo, que mesmo com um papel pequeno, Naomi Watts consegue crescer dentro das possibilidades que são oferecidas a sua personagem, Lesley.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) : Foto Naomi Watts
Naomi Watts, em cena como Lesley
Edward Norton mostra-se igualmente brilhante como o astro cheio de estrelismos Mike Shiner, capaz de elevar um personagem clichê a outro patamar, principalmente em suas oscilações de humor: seus diálogos com a jovem Sam, papel de Emma Stone, também são dotados de uma profundidade e destreza de encher os olhos.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) : Foto Edward Norton, Michael Keaton
Edward Norton, em cena como Mike Shiner: atuação brilhante
Iñárritu já acumula significativa experiência em Hollywood ('Babel', '21 Gramas') e justamente por isso nem piscou em alfinetar grandes estrelas em seu roteiro, cuja crítica recaí sobre o caráter efêmero da indústria do entretenimento e sua manutenção das aparências - o mito inalcançável do mundo dos "ricos e famosos", seja por apresentar um conteúdo de qualidade ou pelo envolvimento em grandes escândalos.

O diretor também faz questão de reafirmar a contribuição da era digital para essa derrocada moral quando, em uma das cenas, pessoas perseguem Riggan Thomson com suas câmeras de celular enquanto ele corre seminu pelas ruas de Nova York - o vídeo vai parar no Youtube e, evidentemente, faz tremendo sucesso.

Para caracterizar ainda mais seu teatro da vida real, o cineasta trabalha diversas cenas em plano sequência, com cortes sutis que só são percebidos pelas mudanças de cenário, com a câmera voyeur sempre perseguindo os atores ou a ziguezaguear pelos estreitos corredores do velho St. James Theater, no coração da Broadway.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) : Foto Alejandro González Iñárritu, Emmanuel Lubezki, Michael Keaton
Alejandro González Iñárritu, ao lado do fotógrafo Emmanuel Lubezki,  dirige Michael Keaton em uma cena

Como consequência, o público sente-se como espectador de uma peça, como se cada ato do filme estivesse ocorrendo ao vivo, diante de seus olhos, sempre extasiados com o que veem.

A trilha sonora - do também mexicano Antonio Sánchez - também impressiona pela simplicidade, pois é composta apenas por solos de bateria - com raras exceções – que reforçam o tom das cenas, alternando sua intensidade nos momentos necessários.

Já a bela fotografia, do premiado Emmanuel Lubezki - também mexicano e ganhador do Oscar por seu trabalho em 'Gravidade' - pode repetir o feito esse ano.

Pena que o público americano não viu como poderia ou deveria esse esplêndido longa, que teve por lá uma bilheteria sofrível em relação aos seus concorrentes no Oscar.

Pena, porquê o longa é uma obra autêntica e intensa, com tiradas metalinguísticas responsáveis por causar incômodo e, consequentemente, reflexões sobre os padrões culturais da atualidade, principalmente no que se refere ao mundo dos blockbusters de ação e adaptações de super-heróis.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) : Foto Michael Keaton
O espectador logo percebe que a voz na mente de  Riggan Thomson é a do seu personagem Birdman
Suas citações memoráveis com certeza devem figurar pelo submundo "cult" - como ocorreu com 'Clube Da Luta' e 'Scarface', entre outros.

Não há dúvidas de que o longa veio para consolidar a posição de Iñárritu como um dos melhores diretores de sua geração e muito além da volta por cima magistral de Michael Keaton, 'Birdman' será responsável por voltar os olhos à muitas vezes egoísta Hollywood para o trabalho feito por seus vizinhos latinos.

Filmaço que já vem amealhando prêmios e que concorre aos seguintes Oscar:

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'BIRDMAN - OU A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA'
Título Original:
BIRDMAN
Gênero:
Drama
Direção:
Alejandro González Iñárritu
Roteiro:
Alejandro González Iñárritu, Alexander Dinelaris, Armando Bo, Nicolás Giacobone
Elenco:
Akira Ito, Amy Ryan, Andrea Riseborough, Brent Bateman, Clark Middleton, Damian Young, David Fierro, Donna Lynne Champlin, Edward Norton, Emma Stone, Hudson Flynn., Jamahl Garrison-Lowe, Jeremy Shamos, Joel Marsh Garland, Katherine O'Sullivan, Keenan Shimizu, Kenny Chin, Lindsay Duncan, Merritt Wever, Michael Keaton, Michael Siberry, Naomi Watts, Natalie Gold, Paula Pell, Warren Kelly, William Youmans, Zach Galifianakis
Produção:
Alejandro González Iñárritu, Arnon Milchan, James W. Skotchdopole, John Lesher
Fotografia:
Emmanuel Lubezki
Montador:
Douglas Crise, Stephen Mirrione
Trilha Sonora:
Antonio Sánchez
Duração:
119 min.
Ano:
2014
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
29/01/2015
Distribuidora:
Fox Film do Brasil
Estúdio:
Fox Searchlight Pictures / Regency Enterprises / Worldview Entertainment
Classificação: 
16 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

'A TEORIA DE TUDO': PROTAGONISTAS SOBERBOS, SUPERAÇÃO, VONTADE DE VIVER E BOM HUMOR MIRANDO O OSCAR


SINOPSE:

Baseado na biografia do cientista mais pop de todos os tempos, o filme mostra como o jovem astrofísico Stephen Hawking (Eddie Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge,  Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora degenerativa quando tinha apenas 21 anos.

CRÍTICA:

Sabemos que todos os anos, muitos filmes são feitos para disputar o Oscar e abusam de clichês para agradar a Academia.

Se mostrarem uma figura polêmica e sua luta - principalmente física - para vencer dificuldades melhor ainda, utilizando todas as táticas conhecidas para emocionar a cada cena.

Alguns, porém, se dão mal nessa trajetória.

Felizmente, esse não é o caso de 'A Teoria de Tudo' - que estreia hoje em 51 salas em todo o Brasil - e que conta a história do casal Stephen Hawking - gênio que, enquanto procurava respostas para a existência, tinha seu corpo destruído pela esclerose lateral amiotrófica - e sua mulher Jane, que ficou ao seu lado o quanto pôde, mesmo diante da dura realidade.

Baseado no romance homônimo escrito por Jane, o filme funciona muito, graças às atuações de Eddie Redmayne (Stephen Hawking) e Felicity Jones (Jane Hawking), que passam em cada cena sentimentos e pensamentos complexos com simples olhares, reforçados pela câmera, sempre em close nos dois.

A Teoria de Tudo : Foto Eddie Redmayne, Felicity Jones
 Eddie Redmayne (Stephen Hawking) e Felicity Jones (Jane Hawking), em cena do longa - Fotos dessa postagem: Divulgação/Universal Pictures
O britânico Redmayne - um dos melhores atores da sua geração - se transforma fisicamente para lembrar o gênio e impressiona pela forma como transmite muito sem dizer quase nada.

Felicity está ainda melhor no papel da amorosa esposa, que é destruída pelas circunstâncias catastróficas de seu casamento: conforme Stephen perde sua capacidade motora, Jane desmorona emocionalmente sem deixar transparecer à sua família - porém seus olhos deixam isso sempre evidente.

O longa começa com Hawking conhecendo Jane na Universidade de Cambridge, em 1963 e a partir daí, ele passa a desenvolver teorias avançadas, se relacionar com a garota e, eventualmente, descobre sua terrível doença.

A Teoria de Tudo : Foto Felicity Jones
Felicity Jones como Jane Hawking, em cena do longa
Não espere ver no longa a magnitude das importantes descobertas sobre espaço-tempo do físico: como a trama é focada no relacionamento dos dois, o roteiro de Anthony McCarten faz uma salada com buracos negros e relatividade sem conteúdo ou capacidade de fazer o público entender a importância desses avanços.

Quando Stephen e Jane se casam, o drama familiar toma conta: Jane sacrifica sua vida para cuidar do marido e dos filhos, a previsão de dois anos de vida para Stephen cai por terra e a vida de Jane não fica nada fácil com o tempo.

É aí que entra Jonathan (Charlie Cox, protagonista da nova série 'Demolidor'), condutor de coral da igreja que tumultua a vida dos dois ao passar a conviver com o casal diariamente - um triângulo amoroso, enfim.

Ator soberbo, Cox consegue evitar qualquer traço de maldade enquanto se aproxima de Jane, e a complexa situação é tratada com delicadeza na telona, mesmo que o diretor acabe por perder o sentido dela ser melhor explorada.

A Teoria de Tudo : Foto Charlie Cox, Eddie Redmayne
Charlie Cox e Eddie Redmayne, em cena do longa
Perto do fim, quando Hawkings já está completamente incapacitado, a grande questão é a forma como nos comunicamos e nos relacionamos, mesmo sem palavras.

A voz robótica do físico - Hawkings em pessoa gravou as falas - ganha vida com os movimentos faciais limitados de Redmayne - dá vontade de levantar na sala de cinema e aplaudir de pé - e pausas demoradas a cada conversa permitem ao espectador estudar reações dos personagens, em vez de darem respostas simples sobre seus pensamentos.

A exemplo da vida de Hawkings - pop ao extremo, amado por cientistas e pelo público em geral e que inclusive já participou, como ele mesmo, de um episódio chave da série 'The Big Bang Theory' como o guru maior do Dr. Sheldon Cooper (Jim Parsons) - o filme sempre deixa claro que a doença afeta apenas o corpo do gênio, não sua mente ou vontade de viver.

A cena que o mostra imitando o robô Dalek - da série britânica 'Doctor Who' - mostra bem isso e faz refletir sobre a capacidade do Ser Humano de ir além das próprias limitações.

A Teoria de Tudo : Foto Eddie Redmayne
A transformação física de Eddie Redmayne é impressionante
Agradável de se ver e recheado com bons momentos, o longa, mirando sempre no Oscar, se aprofunda demais num relacionamento melodramático e sua narrativa sofre.

Apesar de duas das melhores atuações do ano darem o status de grande filme à produção, a trama fica mais preocupada em fazer o espectador se emocionar ao invés de refletir.

Mesmo assim, um filmaço.

Eddie Redmayne levou o SAG Awards e o Globo de Ouro pela atuação - desbancando o favorito Michael Keaton, por 'Birdman' - e foi indicado ao Oscar.

Felicity Jones levou o Globo de Ouro pela atuação - também foi indicada ao Oscar.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'A TEORIA DE TUDO'
Título Original:
THE THEORY OF EVERYTHING
Gênero:
Drama
Direção:
James Marsh
Roteiro:
Anthony McCarten
Elenco:
Adam Godley, Charlie Cox, Charlotte Hope, David Thewlis, Eddie Redmayne, Emily Watson, Enzo Cilenti, Felicity Jones, Harry Lloyd, John Neville, Maxine Peake, Richard Cunningham, Tom Prior
Produção:
Anthony McCarten, Eric Fellner, Tim Bevan
Fotografia:
Benoît Delhomme
Montador:
Jinx Godfrey
Trilha Sonora:
Jóhann Jóhannsson
Duração:
119 min.
Ano:
2014
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
29/01/2015
Distribuidora:
Universal Pictures
Estúdio:
Working Title Films
Classificação:
10 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

domingo, 25 de janeiro de 2015

SAG AWARDS 2015: SINDICATO DOS ATORES PREMIA JULIANNE MOORE, EDDIE REDMAYNE, 'BIRDMAN' E 'ORANGE IS THE NEW BLACK' - DIVA DEBBIE REYNOLDS É HOMENAGEADA PELA CARREIRA




O Screen Actors Guild - Sindicato de Atores dos Estados Unidos, entregou nesta noite de domingo (25) seus SAG Awards às melhores interpretações do cinema e da televisão.

O prêmio é uma das melhores prévias para as categorias principais do Oscar, que será entregue em fevereiro.

Infelizmente, o canal TNT brasileiro preferiu transmitir nesta noite o 'Miss Universo' - mas promete exibir o VT do SAG Awards, na íntegra, na noite desta segunda (26).

Nas categorias de Cinema, o destaque ficou com Eddie Redmayne ("A Teoria de Tudo"), Julianne Moore ("Para Sempre Alice") e o elenco de "Birdman".

Ao interpretar uma professora que descobre estar no estágio inicial do Alzheimer, Julianne Moore se fortalece muito para o Oscar com mais um prêmio de melhor atriz e agradeceu a seus parceiros profissionais por terem "apoiado cada escolha estranha que eu já fiz", disse, no palco.

Já o prêmio de melhor ator para o britânico Eddie Redmayne surpreendeu: com Michael Keaton ("Birdman"), disparado na bolsa de apostas, Redmayne conquistou os votantes pela sua incrível transformação corporal para interpretar o físico Stephen Hawking.

Eddie Redmayne e Julianne Moore exibem os troféus recebidos no SAG Awards 2015 - Eric Charbonneau/Invision for People/AP Images

Escrito e dirigido por Alejandro González Iñárritu, "Birdman" acabou vencendo na categoria melhor elenco.

A produção já tinha vencido o principal prêmio de produtores de Hollywood - o PGA Awards, Producers Guild of America - e com os últimos troféus, o filme cresce na disputa pelo Oscar - com nove indicações, mesmo número da comédia de Wes Anderson, "O Grande Hotel Budapeste".

Os vencedores do PGA Awards têm seguido o caminho de vencer o Oscar de Melhor Filme, maior honra da indústria cinematográfica, nos últimos sete anos.

Confira os ganhadores do SAG Awards - Categorias de Cinema:

MELHOR ELENCO - 'BIRDMAN'
Michael Keaton agradece o SAG de melhor elenco, à frente dos seus companheiros de 'Birdman' - Reuters

MELHOR ATOR - EDDIE REDMAYNE ('A TEORIA DE TUDO')
Eddie Redmayne recebe seu SAG - Reuters

MELHOR ATRIZ - JULIANNE MOORE ('PARA SEMPRE ALICE')
Julianne Moore agradecendo seu SAG - Reuters

MELHOR ATOR COADJUVANTE - J.K.SIMMONS ('WHIPLASH: EM BUSCA DA PERFEIÇÃO')
J.K. Simmons recebe seu SAG - The Hollywood Reporter

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE - PATRICIA ARQUETTE ('BOYHOOD: DA INFÂNCIA À JUVENTUDE')
Patricia Arquette segura seu SAG - Getty Images

o SAG Award Especial pela carreira foi concedido nesse ano a uma das últimas Divas da Era de Ouro de Hollywood ainda viva: Debbie Reynolds.

Aos 82 anos, a estrela da MGM, atriz, cantora e excelente dançarina, tem mais de 66 anos de carreira ininterrupta, e trabalhou em longas que marcaram Hollywood - como 'Cantando na Chuva" (1952) - e mais recentemente, no premiado telefilme 'Behind The Candelabra' (2013), onde interpretou a mãe de Liberace (Michael Douglas).

Quem introduziu a homenagem à veterana atriz foi sua filha, a também atriz Carrie Fisher - que voltará às telonas no papel de maior destaque da sua carreira, a princesa Leia, no novo 'Star Wars'.


Debbie Reynods (esquerda) recebe o SAG Awards pela carreira das mãos de sua filha, Carrie Fisher - Getty Images
Uma bela homenagem, enfim - com todos a ovacionando de pé por longos minutos.

Já nas categorias de Televisão, a grande surpresa foi o prêmio de Melhor Elenco para 'Downton Abbey'.

A série britânica, que vai para a sua quinta temporada, tinha ganho vários prêmios importantes nas primeiras - Dame Maggie Smith, a Lady Violet Crawley, foi a mais premiada - mas nos últimos anos não tinha levado nada.

Nessa temporada, além do SAG de hoje, 'Downton Abbey' levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante em Televisão para Joanne Froggatt - a criada Anna Bates no drama de época.

Seguindo outras premiações que laurearam séries exibidas em streaming, "Orange Is the New Black" levou dois prêmios.

A série do Netflix se destacou entre os premiados de TV e sagrou-se vencedora nas categorias Melhor Elenco em Série de Comédia e Melhor Atriz em Série de Comédia - para Uzo Aduba, que interpreta a detenta Crazy Eyes.

Em seu discurso, Aduba ficou emocionada e chorou ao homenagear os colegas.

"Eu quero dizer um enorme 'obrigada' ao nosso elenco, sem o qual isso não seria possível. Eu amo vocês desesperadamente, muito. Isso não poderia ser feito sem vocês todos. Quero agradecer aos meus amigos, quero agradecer à minha família e, finalmente, quero muito mesmo dizer que o dia em que eu consegui este trabalho foi o dia em que parei de atuar, e estar em uma sala vocês, seres humanos incríveis, muito talentosos, a quem amo e respeito tanto, é realmente uma grande honra."

"House of Cards" garantiu o terceiro prêmio do Netflix com a vitória de Kevin Spacey como Melhor Ator - prêmio que ele já havia conquistado no Globo de Ouro do ano passado.

Já a comédia "Modern Family", que liderava a disputa com quatro indicações, saiu sem nada.

Confira os ganhadores do SAG Awards - Categorias de Televisão:

MELHOR ELENCO EM SÉRIE DRAMÁTICA - 'DOWNTON ABBEY'
Phyllis Logan, que interpreta a governanta Elsie Hughes, agradece o SAG juntamente com seus colegas de elenco - Getty Images

MELHOR ELENCO EM SÉRIE DE COMÉDIA - 'ORANGE IS THE NEW BLACK'
A atriz Uzo Aduba agradece o SAG, juntamente com o elenco da série da Netflix - The Hollywood Reporter

MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMÁTICA - KEVIN SPACEY ('HOUSE OF CARDS')
Kevin Spacey agradece seu SAG - Getty Images

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMÁTICA - VIOLA DAVIS ('HOW TO GET AWAY WITH MURDER')
Viola Davis agradece seu SAG - US Magazine

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA - WILLIAM H. MACY ('SHAMELESS')
William H. Macy agradece seu SAG - ABC 7News

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA - UZO ADUBA ('ORANGE IS THE NEW BLACK')
Muito emocionada, Uzo Aduba agradece seu SAG - US Magazine

MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TELEVISÃO - MARK RUFFALO ('THE NORMAL HEART')
Mark Ruffalo, em cena de 'The Normal Heart' - HBO

MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TELEVISÃO - FRANCES McDORMAND ('OLIVE KITTERIDGE')
Frances McDormand agradece seu SAG - The Hollywood Reporter

MELHOR PERFORMANCE DE DUBLÊS EM SÉRIE DE COMÉDIA OU DRAMA - 'GAME OF THRONES'
Os dublês de "Game of Thrones", premiados com o SAG - HBO