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terça-feira, 29 de outubro de 2019

'A VIDA INVISÍVEL': NOVO TRAILER DO LONGA DO BRASIL NO OSCAR GANHA NOVO TRAILER

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A Sony Pictures divulgou o novo trailer de ‘A Vida Invisível‘, filme que foi o escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil no Oscar 2020
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Assista:


Em um ano com dois filmes premiados lá fora, levando em conta que ‘Bacurau‘ também estava entre os pré indicados, ‘A Vida Invisível‘ saiu na frente após se destacar e levar o prêmio da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

Fernanda Montenegro ainda pode ser indicada a Melhor Atriz no Oscar 2020 por esse longa.

Na trama, que se passa no Rio de Janeiro de 1950, Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor.

Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.

O elenco conta, além de Fernanda Montenegro, com Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.

Dirigido por Karim Aïnouz, o longa é baseado no livro ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão‘, escrito por Martha Batalha.

sábado, 31 de agosto de 2019

29º CINE CEARÁ COMEÇA HOJE - CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

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O indicado ao Oscar 'A Vida Invisível' será homenageado
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A 29ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema começa hoje em Fortaleza e segue até o dia 6 de setembro.

Com mais de 1.271 filmes de 12 países inscritos, o evento bateu seu recorde e terá a exibição de 40 filmes, entre curtas e longas.

A Vida Invisível, de Karim Ainouz, será o longa de abertura - o diretor será homenageado com o troféu Eusélio Oliveira.

A produção levou o prêmio de melhor filme na mostra Un Certain Regard, além de ser exibido no Festival de Cannes e ser o longa brasileiro indicado ao Oscar 2020.

Relembre o trailer:


O evento também contará com a estreia mundial de Maria do Caritó, estrelado por Lília Cabral.

Veja o trailer:


SERVIÇO:
29° Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema
Quando:
De 30 de agosto a 6 de setembro de 2019
Onde:
Fortaleza. Cineteatro São Luiz (Praça do Ferreira, s/n - Centro) e Cinema do Dragão (R. Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema).
Mais informações: 
www.cineceara.com
Email: 
contatos@cineceara.com. Tels: (85)3055-3465 e 99134-1101
Ingressos:
Acesso gratuito mediante ingressos com distribuição no local.
Para a programação de 31/08 a 06/09 (encerramento) no Cineteatro São Luiz: Distribuição de ingressos na bilheteria uma hora antes do início de cada sessão. 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

OSCAR 2020: 'A VIDA INVISÍVEL' É O LONGA ESCOLHIDO PARA REPRESENTAR O CINEMA BRASILEIRO NA PREMIAÇÃO

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A Academia Brasileira de Cinema anunciou hoje (27) durante uma coletiva de imprensa na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que o longa-metragem brasileiro A Vida Invisível, de Karim Ainouz, foi o escolhido para concorrer a uma vaga entre os cinco indicados ao prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2020 - novo nome do prêmio para as produções estrangeiras
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O longa, que já levou o prêmio de melhor filme na mostra Un Certain Regard, além de ser exibido no Festival de Cannes, se passa na década de 1940, onde acompanhamos Eurídice (Carol Duarte), uma jovem talentosa, mas bastante introvertida.

Guida (Julia Stockler) é sua irmã mais velha e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social.

Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor.

O elenco ainda conta com Gregório Duviviver, Bárbara Santos e Fernanda Montenegro, entre outros.

CONFIRA O TRAILER DE 'A VIDA INVISÍVEL', QUE ESTREIA EM 19 DE SETEMBRO:


Após quase duas horas de reunião na Cinemateca Brasileira, a comissão especial da Academia Brasileira de Cinema tomou a decisão após ficar dividida.

“Não foi consenso, mas todos gostamos do filme”, declarou Anna Muylaert, presidente da comissão. 

Segundo ela, o placar foi de 5 para "A vida invisível" contra 4 para "Bacurau".

“Tomamos a decisão pensando nas chances do filme na campanha americana. É um dos maiores diretores do cinema brasileiro e tem influência no cinema americano, tem a Fernanda Montenegro, que já concorreu ao Oscar, e é um belíssimo filme”.

"A vida invisível" teve seus direitos de exibição comprados pela Amazon e tem produção da RT Features, do brasileiro Rodrigo Teixeira (de "Me chame pelo seu nome" e "A Bruxa").

"O talento do Karim e o resultado do filme falam por si, mas obviamente nosso trabalho será grande. Vamos iniciar a estratégia de campanha com a Amazon, com contratação de profissionais de publicidade e montagem de cronograma de exibições", disse o produtor ao G1.

O acordo feito com a Amazon, plataforma de Streaming, permite também a exibição em cinemas, onde o longa estreia em 19 de setembro.

"Ainda não sabemos em quantas salas, ia depender da indicação. Agora podemos negociar", explicou Karim.

"Praia do Futuro" (2014), "O céu de Suely" (2006) e "Madame Satã" (2002) estão entre os trabalhos anteriores de Aïnouz.

'A Vida Invisível' concorreu com 12 produções:
Bacurau
Los Silencios
Sócrates
A Última Abolição
A Voz Do Silêncio
Bio
Legalidade
Chorar De Rir
Simonal
A Vida Invisível De Eurídice Gusmão
Humberto Mauro - documentário
Espero tua (re)volta - documentário

Veja as etapas da seleção para o Oscar:
*No dia 19 de agosto, a Academia Brasileira divulgou 12 filmes pré-selecionados;
*Nesta terça, a comissão com nove profissionais do audiovisual brasileiro escolheu o representante.
*Em dezembro, em data ainda não anunciada, a lista com os dez semifinalistas na categoria é divulgada;
*A Academia de Hollywood divulga cinco indicados no dia 13 de janeiro de 2020;
*A cerimônia do Oscar será no dia 9 de fevereiro, em Los Angeles.

sábado, 25 de maio de 2019

FESTIVAL DE CANNES: BRASILEIROS FIZERAM BUNITO

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Longas brasileiros levaram os importantes prêmios da Mostra Um Certo Olhar e o prêmio do Júri
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O cinema brasileiro fez bonito, levando dois dos mais importantes prêmios na 72º Festival de Cannes.

Confira:

KARIM AÏNOUZ LEVA O 'UM CERTO OLHAR' COM 'A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO'

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, coprodução de Brasil e Alemanha, foi o grande vencedor da mostra Um Certo Olhar e se tornou o primeiro brasileiro a levar uma das mais importantes premiações do evento.

Dirigido por Karim Aïnouz (Madame Satã) e estrelado por Fernanda Montenegro e Carol Duarte, o longa narra a trajetória de duas irmãs cariocas nos anos de 1950, cujos sonhos são soterrados pelo peso de uma sociedade machista.

Júlia Stockler, Gregório Duvivier, Marcio Vito e Nikolas Antunes também estão no elenco do filme, baseado no romance homônimo de Martha Batalha.

"É um grande prazer representar o Brasil", afirmou o diretor ao receber o prêmio, segundo o The Hollywood Reporter.

"Nós estamos passando por algo no Brasil agora que é muito muito difícil e tem algo a ver com intolerância."

Karim Aïnouz recebe seu prêmio em Cannes - Metro Jornal

"É um importante prêmio do cinema mundial e muito importante para o cinema brasileiro em um ano em que tivemos uma representação maravilhosa, com o filme do Kleber Mendonça e do Juliano Dornelles, o da Alice Furtado e o filme produzido pelos irmãos Gullane. Antes de qualquer coisa, é importante que este prêmio possa incentivar o futuro do cinema brasileiro, a diversidade da nossa cultura para que tenhamos um Brasil melhor do que estamos vivendo agora. Queria dedicar especialmente para a minha amada Fernanda Montenegro, para todas as atrizes do filme e para todas as mulheres do mundo", comemorou o diretor.

"Esse prêmio é muito importante para o Brasil, principalmente no momento atual, quando a cultura precisa ser abraçada. Um filme brasileiro vem para Cannes e ganha esse prêmio prova que o investimento que se fez em educação e cultura no Brasil foi muito importante. E que a gente continue fazendo isso para que a cultura brasileira permaneça muito bem representada lá fora", comentou Rodrigo Teixeira, produtor do longa.

A mostra Um Certo Olhar celebra obras com linguagem experimental.

Neste ano, seu júri foi presidido pela atriz e diretora libanesa Nadine Labaki.

Confira o trailer de 'A Vida Invisível De Eurídice Gusmão':


'BACURAU' LEVA O GRANDE PRÊMIO DO JÚRI

'Bacurau', dirigido pelos brasileiros Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, venceu o Prêmio do Júri junto com 'Les Miserables', de Ladj Ly, no 72º Festival de Cannes.

Na descrição de seus diretores, “Bacurau é um filme de aventura ambientado no Brasil ‘daqui a alguns anos’”.

Depois do sucesso internacional de 'Aquarius' (2016), que também teve sua estreia mundial na principal mostra do Festival de Cannes três anos atrás, 'Bacurau' é a segunda coprodução entre a CinemaScopio do Recife ('O Som ao Redor') e a SBS em Paris ('Mapas Para as Estrelas', de David Cronenberg).

‘Bacurau’ ganha prêmio do Júri em Cannes - THR

A história se passa em Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro, e dá adeus a Dona Carmelita, mulher forte e querida, falecida aos 94 anos.

Dias depois, os moradores de Bacurau percebem que a comunidade não consta mais nos mapas.

No elenco internacional, veremos Sonia Braga, Barbara Colen, Udo Kier, Thomas Aquino, Silvero Pereira e Johnny Mars, entre outros.

Distribuído pela Vitrine Filmes (que também distribuiu 'O Som ao Redor' e 'Aquarius') 'Bacurau' deve estrear em 14 de Novembro no Brasil.

Confira o trailer de 'Bacurau':


VITÓRIA DE 'BACURAU' É BOFETADA NO BOLSONARISMO

Por Tiago Barbosa

A vitória do filme pernambucano Bacurau, em Cannes, é a bofetada da cultura no governo Bolsonaro e um antídoto à peste obscurantista instalada no Brasil.

O governo refratário a artistas e professores, capaz de mutilar a educação com cortes ideológicos e extinguir o ministério da Cultura, precisa engolir a reverência do mundo aos talentos nacionais.

À consagração literária de Chico Buarque no mais importante prêmio da Língua Portuguesa, o Camões, o presidente ficou indiferente.

À façanha dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles, deve torcer o nariz.

Não é só esnobismo.
É inveja, ressentimento e burrice em estado bruto.

O prestígio desfrutado pelos artistas brasileiros contrasta com o total desprezo internacional conferido ao pária Bolsonaro, ser medíocre intelectualmente, limítrofe e alçado ao cargo pela combinação abjeta de ódio, fake news e torpor coletivo.

A glória conquistada no principal festival de cinema no mundo só realça a distância entre o Brasil bem-sucedido e o presidente fracassado e o consolida como a treva diante da luz, a antítese da criatividade, dos ventos civilizatórios.

A arte desconstrói, assim, a perseguição deflagrada pelo conceito oco de marxismo cultural e outros penduricalhos caça-otários para mostrar a todos como é necessário respirar resistência em meio à asfixia de uma atmosfera imbecilizante.

Outra narrativa é sempre possível.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

'PRAIA DO FUTURO': TRAMA SIMPLES E BONS DESEMPENHOS DO TRIO DE PROTAGONISTAS


Se o diretor Karim Aïnouz consegue dar substância e densidade a seus personagens num grau absurdo, tornando tramas simples em grandes espetáculos cinematográficos, não foi diferente em seu mais novo projeto, 'Praia do Futuro' - que estreia hoje em 82 salas em todo o Brasil depois da estreia mundial no último Festival de Berlim.

Na trama, o protagonista é Donato (Wagner Moura), um militar do corpo de bombeiros que trabalha como salva-vidas na praia cearense que dá nome ao longa.

Wagner Moura como o protagonista Donato - Imagens dessa postagem: Divulgação/Califórnia Filmes

Depois de uma frustração no trabalho, ele salva das águas o turista alemão Konrad (Clemens Schick),abandona tudo no Brasil -  inclusive o irmão mais novo, Ayrton, que o venera  -  e parte para Berlim para viver um romance com Konrad.

Anos depois, acontecerá o confronto com o irmão já adulto ((Jesuíta Barbosa), que vai à capital alemã atrás dele e de respostas.

Aïnouz transforma essa trama simples num belo e tocante filme sobre perda e busca, temas recorrentes em sua filmografia de personagens sempre em trânsito, à procura de respostas para suas inquietações existenciais.

Justamente por isso, os motivos que levam Donato a tomar suas decisões não ficam claras logo de início - afinal, isso nem mesmo ele sabe - e cabe ao espectador ir juntando as peças para entender seu comportamento ao mesmo tempo em que ele mesmo vai se compreendendo.

Jesuíta Barbosa é Ayrton, irmão de Donato

Filmes assim dependem fundamentalmente de seus atores, da capacidade deles em contar muito dizendo pouco ou nada - e nesse sentido, o trio protagonista funciona muito bem.

Wagner Moura, como de hábito, se desafia e se supera num trabalho difícil: seu Donato carrega suas aflições e vivências no olhar, como se pudéssemos enxergar seu passado mesmo estando diante apenas do presente encenado.

Mesmo nas tão faladas cenas de nu e de sexo tórrido com o ator alemão só engrandecem sua composição de Donato.

E essa tridimensionalidade está presente também nos personagens do bom ator alemão Clemens Schick (conhecido mundialmente por ter interpretado Kratt, o guarda-costas do vilão Le Chiffre em '007: Cassino Royale'/2006) e da revelação brasileira Jesuíta Barbosa (dos longas 'Tatuagem'/2013, 'Serra Pelada'/2013 e da ótima série 'Amores Roubados'/2014).

Clemens Schick é Konrad

Assim, o longa tem sua força nos personagens densos e repletos de humanidade, sem esquecer-se da produção bem-acabada e alinhada com a história, da fotografia à trilha sonora.

Ao final, o cenário habitual do diretor: a estrada, sempre presente nos seus filmes, não só porque diz muito sobre os tipos que leva à telona, mas porquê também desnuda sua disposição em ir adiante, em direção a um cinema cada vez mais perfeito.

Confira o trailer do longa:


*****
'PRAIA DO FUTURO'
Gênero:
Drama
Direção:
Karim Ainouz
Roteiro:
Felipe Bragança, Karim Ainouz
Elenco:
Christoph Zrenner, Clemens Schick, Demick Lopes, Emily Cox, Fred Lima, Ingo Naujoks, Jean Philippe Kodjo Adabra, Jesuíta Barbosa, Maj. Barreto, Marcus Davis Andrade Braga, Natascha Paulick, Sabine Timoteo, Savio Ygor Ramos, Sophie Charlotte, Thomas Aquino, Wagner Moura, Yannik Burwiek
Produção:
Geórgia Costa Araújo, Hank Levine
Fotografia:
Ali Olay Gözkaya
Montador:
Isabela Monteiro de Castro
Trilha Sonora:
Volker Bertelmann
Duração:
106 min.
Ano:
2013
País:
Alemanha / Brasil
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
15/05/2014
Distribuidora:
Califórnia Filmes
Estúdio:
Coração da Selva / Hank Levine Film
Classificação:
14 anos
Cotação do Klau:

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

BERLINALE 2014: AGUARDADO 'PRAIA DO FUTURO' É EXIBIDO EM COMPETIÇÃO E NICK CAVE DIZ QUE CINEMA EXISTE PARA MOSTRAR VIOLÊNCIA


A Berlinale teve finalmente a exibição de 'Praia do Futuro'  - novo longa de Karim Aïnouz  -  e do documentário retratando a lenda Nick Cave.

Confira:

'PRAIA DO FUTURO' É EXIBIDO, COM CENAS DE SEXO GAY E WAGNER MOURA EM NU FRONTAL

Se o também brasileiro 'Hoje eu Quero Voltar Sozinho' usa da delicadeza e da percepção para narrar a história de um adolescente que se descobre gay, 'Praia do Futuro' apresenta a história de um casal gay adulto que busca se aventurar e encontrar coragem para viver.

O drama,que foi exibido nesta terça na mostra competitiva do Festival de Berlim, chamou a atenção por conta das diversas cenas de sexo e nu frontal do protagonista Wagner Moura.

O novo longa do diretor Karim Aïnouz - de 'O Abismo Prateado' (2011) e 'O Céu de Suely' (2006) - foi apresentado para uma sala cheia, mas não empolgou a plateia.

Um dos integrantes do júri, o ator austríaco Christoph Waltz, bocejou algumas vezes durante a exibição e cerca de 15 espectadores deixaram a sala nas cenas que envolviam carícias do casal.

Na coletiva após a exibição e com a repórter Estéfani Medeiros presente, Wagner Moura, Jesuíta Barbosa e o alemão Clemens Schick comentaram sobre o trabalho, filmado em Berlim e em Fortaleza (CE) em 2012.

O ator alemão Clemens Schick, o diretor Karim Aïnouz e brasileiros Wagner Moura e Jesuíta Barbosa no tapete vermelho da Berlinale - Axel Schmidt/AP

"Uma das coisas importantes é que [os atores] falassem, se aventurassem, se arriscassem e fossem a lugares desconhecidos. Queríamos falar sobre o contratempo entre medo e coragem", disse o diretor.

Moura chegou a morar na capital alemã durante as filmagens e disse que se identifica com a cidade.

"Berlim é uma das minhas cidades favoritas, mas viver aqui e estar na cidade fez uma grande diferença. O filme é sobre alguém que chega em um lugar e se reconstrói. A gente é o que as pessoas projetam na gente. Vir para um lugar e começar do zero foi fascinante. Viver a cidade foi fascinante".

Aïnouz reside em Berlim e Moura é um velho conhecido da casa - após seu papel em "Tropa de Elite", Urso de Ouro em 2008.

Se agradar ao júri, "Praia do Futuro", pode assegurar o terceiro Urso de Ouro ao Brasil - o primeiro foi com "Central do Brasil".

Sobre a polêmica que o filme pode gerar por aqui, Moura disse que essa não é uma preocupação.

"Não me preocupo com a recepção no Brasil. A relação que existe entre os caras é importante, mas não o mais importante no filme. Quanto mais a gente não fizer disso uma questão ou um problema, mais ajudamos politicamente contra o preconceito a homossexuais. Tem duas dimensões, uma dramática e outra política. Temos que parar de ver isso como um assunto."

Karim Aïnouz já tratou do abandono sob a perspectiva de mulheres e agora voltou ao tema com personagens masculinos e com ares de super-heróis, ainda que vulneráveis.

Em "Praia do Futuro", Wagner Moura interpreta Donato, um heroico salva-vidas que trabalha na praia de mesmo nome, em Fortaleza (CE).

Depois de não conseguir salvar uma vítima pela primeira vez na carreira, Donato conhece um amigo do afogado, o motoqueiro alemão , Konrad (Clemens Schick), e parte em busca de uma nova vida no país europeu e deixando pra trás o irmão, Ayrton (Jesuíta Barbosa), que o tinha como ídolo.

Oito anos depois, Ayrton parte para Alemanha em busca do irmão mais velho.

O diretor, que vive atualmente em Berlim, disse que o filme foi "gestado" enquanto viveu pela primeira vez na cidade, em 2004, após dirigir "Madame Satã", seu primeiro filme, e enquanto escrevia o roteiro de "Céu de Suely".

"É um lugar que está tentando se entender, tentando entender qual seu futuro. Berlim tem um ambiente criativo muito bonito".

Confira o trailer de 'Praia do Futuro':


NICK CAVE DIZ QUE "CINEMA FOI INVENTADO PARA MOSTRAR VIOLÊNCIA

Sentado confortável em uma poltrona, vestindo seu tradicional terno escuro e camisa de gola alta, mexendo os dedos da mão esquerda com três anéis de ouro, Nick Cave fala com um psiquiatra sobre seu maior medo: perder a memória.

"A memória é o lugar onde a gente se lembra do significado da vida", filosofa.

Partindo deste princípio, '20,000 Days on Earth', filme apresentado nesta segunda no Festival de Berlim, mistura documentário e ficção para mostrar 24 horas na vida do músico australiano - uma necessidade de Cave em fazer um registro de como ele se vê ou como quer ser visto.

"Às vezes leio matérias ou coisas escritas por jornalistas sobre a minha vida e não me reconheço nelas. Esse filme é mais real do que vejo ou leio sobre mim", Cave comentou durante entrevista na Berlinale - a repórter Estéfani Medeiros estava presente - após a exibição do longa como parte da mostra Panorama.

"Não é sobre a minha vida. Em 1h30 de filme não dá para contar toda a minha história. Tentamos fazer um filme sobre temas que estávamos interessados, sobre como preservar a memória", completou o artista.

O músico e ator Nick Cave durante sessão de fotos em Berlim - Thomas Peter/Reuters

Em uma rara cena do filme em que aparece sorrindo, Cave está acompanhado dos filhos gêmeos, rindo com um tiroteio de "Scarface" (1983), clássico de Brian De Palma.

Questionado sobre a relação da música, do cinema e da violência em seu trabalho, Cave disse que "o cinema foi inventado para mostrar violência. Nenhuma outra mídia faz isso como o cinema. Eu me satisfaço com a violência nas minhas músicas. Mas o cinema é cool".

Para trazer Cave próximo ao público, os diretores Iain Forsyth e Jane Pollard - premiados por melhor edição e melhor direção com o longa no festival de Sundance em janeiro - rodaram cenas de Cave acordando, escrevendo em uma velha máquina de escrever e nos bastidores da gravação do álbum "Push the Sky Away", lançado em 2013 - cenas que mais se aproximam do gênero documentário.

Ao mesmo tempo, valorizam declarações dramáticas e histórias sobre seu excêntrico lado rockstar, como quando ele mostra uma caixa com cabelos de meninas comprada em um mercado de pulgas em Berlim ou um testamento antigo em que diz deixar todo o seu dinheiro para o "inevitável Nick Cave Memorial Museum", o que hoje ele comenta ser uma grande besteira.

Entre belas paisagens e voltas de carro com Kylie Minogue e Blixa Bargeld (ex-guitarrista do Bad Seeds), Cave assume o papel de narrador e fala sobre suas crenças e filosofias com o mesmo tom poético que canta suas músicas.

Os temas variam entre sua relação com o mar, o céu, o tempo e seu processo criativo, criando um estilo que foge da relação cronológica dos documentários de música convencionais.

"O estranho é que essas ideias nunca apareceram como um filme", explicou Pollard.

"Começamos como um videoclipe, quando dois anos atrás ele pediu para nós visitarmos o estúdio. Mas percebemos algo tão íntimo que poderíamos fazer algo diferente. Não sobre a trajetória de Nick, mas sobre quanto tempo você está na Terra e como você usa esse tempo. A verdade é que ele pode ser considerado um documentário porque mostramos algo da sua história, mas ao mesmo tempo nem tudo que mostramos é real. Queríamos um tom dramático, por isso alguns detalhes são mais mitológicos", descreveu.

Confira o trailer de '20,000 Days on Earth':

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

FESTIVAL DE BERLIM 2014 DIVULGA CONCORRENTES: 'PRAIA DO FUTURO', DE KARIM AÏNOUZ, COM WAGNER MOURA E JESUITA BARBOSA É RELACIONADO


A organização da edição 2014 do Festival de Berlim anunciou a lista completa de concorrentes ao seu prêmio máximo, o Urso de Ouro.

Entre eles, está o filme nacional ‘Praia do Futuro’, dirigido por Karim Aïnouz (‘O Abismo Prateado’).

No longa,  Wagner Moura interpreta o salva-vidas Donado, que trabalha na Praia do Futuro, em Fortaleza, e começa a se afastar de sua vida depois de uma tentativa frustrada de resgatar um turista alemão.

Cabe a seu irmão Ayrton (Jesuíta Barbosa, de ‘Tatuagem’) tentar salvá-lo.

Rodado em Berlim e Fortaleza, ‘Praia do Futuro’ estreia comercialmente no dia 1º de maio.

Os atores Jesuita Barbosa (à esq.) e Vagner Moura (à dir.) posam ao lado do diretor brasileiro Karin Aïnouz - Joe Dilwortth/Divulgação

A competição pelo Urso de Ouro inclui longas americanos, asiáticos, europeus e africanos.

O júri será presidido pelo produtor e roteirista norte-americano James Schamus (‘O Tigre e o Dragão’, ‘Hulk’) e inclui o ator austríaco Christoph Waltz (‘Django Livre’) e o cineasta francês Michel Gondry (‘A Espuma dos Dias’).

A Berlinale trará outros dois longas brasileiros na mostra Panorama: ‘O Homem das Multidões’, de Marcelo Gomes e Cao Guimarães e inspirado no conto de Edgar Allan Poe, e ‘Hoje Eu Quero Voltar Sozinho’, dirigido por Daniel Ribeiro e adaptado de seu curta ‘Eu Não Quero Voltar Sozinho’.

O filme de abertura será o inédito ‘The Grand Budapest Hotel’, do cineasta Wes Anderson (‘Moonrise Kingdom’) e a aventura histórica ‘Caçadores de Obras-Primas’ (The Monuments Men), estrelada e dirigida por George Clooney, também terá sua première mundial no festival, fora de competição.

A Berlinale acontece de 6 a 16 de fevereiro.

Confira a lista dos filmes que concorrem ao Urso de Ouro do Festival de Berlim 2014:

‘71, de Yann Demange – Reino Unido

Aloft, de Claudia Llosa – Espanha/Canadá/França

Beauty and the Beast (La Belle Et La Bête), de Christophe Gans – França/Alemanha

Black Coal, Thin Ice (Bai Ri Yan Huo), de Yinan Diao – China

Blind Massage (Tui Na), de Ye Lou – China

Boyhood, de Richard Linklater – EUA

Die Geliebten Schwestern, de Dominik Graf – Alemanha

History Of Fear (Historia Del Miedo), de Benjamin Naishtat – Argentina/Uruguai/Alemanha/França

Inbetween Worlds (Zwischen Welten), de Feo Aladag – Alemanha

In Order Of Disappearance (Kraftidioten), de Hans Petter Moland – Noruega/Suécia/Dinamarca

Jack, de Edward Berger – Alemanha

Life Of Riley (Aimer, Boire Et Chanter), de Alain Resnais – França

The Little House (Chiisai Ouchi), de Yoji Yamada – Japão

Macondo, de Sudabeh Mortezai – Áustria

No Man’s Land (Wu Ren Qu), de Hao Ning – China

Praia Do Futuro, de Karim Aïnouz – Brasil/Alemanha

Stations Of The Cross (Kreuzweg), de Dietrich Brüggemann – Alemanha

Stratos, de Yannis Economides – Grécia/Alemanha/Chipre

The Third Side of the River (La Tercera Orilla), de Celina Murga – Argentina/Alemanha/Holanda

Two Men In Town (La Voie De L‘Ennemi), de Rachid Bouchareb – França/Argélia/EUA/Bélgica

sexta-feira, 25 de maio de 2012

FESTIVAL DE CANNES: FILME DE ESTUDANTE RUSSA LEVA 15 MIL EUROS EM PREMIAÇÃO


O júri do Cinéfondation, mostra dedicada a curtas-metragens de estudantes de cinema, anunciou os vencedores da edição 2012 nesta sexta (25).

A cerimônia, realizada no cinema Buñuel, parte do Palais des Festivals, agraciou o russo "Doroga Na" (o caminho para), de Taisia Igumentseva - o filme levou um prêmio de 15 mil euros.
Anne-Christine Poujoulat/France Presse
O júri da mostra do Cinéfondacion - a partir da esq.: o diretor brasileiro Karim Aïnouz, o escritor francês Emmanuel Carrère, a atriz canadense Arsinee Khanjian e os diretores Jean-Pierre Dardenne e Yu Lik-wai

O segundo lugar ficou para o americano "Abigail", de Matthew James Reilly, da Universidade de Nova York, e o terceiro foi para Miguel Angel Moulet, da Escola Internacional de Cinema da Cuba, por "Los Anfitriones".

Entre os jurados estava o brasileiro Karim Aïnouz, diretor de "Madame Satã" e "O Céu de Suely".

O festival, agora nos seus dois últimos dias, anuncia os vencedores da Quinzena dos Realizadores amanhã.

No domingo, é a vez do anúncio do grande prêmio da mostra competitiva.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO: FILME COM ALESSANDRA NEGRINI LOTA PLATEIA COM CELEBRIDADES


Cerca de 30 minutos antes de O Abismo Prateado começar a ser exibido no cinema Odeon, na noite da quarta (12), os seguranças fecharam as portas por causa da lotação máxima atingida.

Um time de celebridades da música e do cinema foi prestigiar o silencioso filme de Karim Aïnouz na Première Brasil, que conta com Alessandra Negrini no papel principal: Caetano Veloso, Elba Ramalho, Rodrigo Santoro e a veterana Camilla Amado, de 68 anos, que assistiu à exibição sentada no chão, ao lado de Milhem Cortaz - teve até ator de Hollywood na plateia, Willem Dafoe, acompanhado da mulher, Giada Colagrande.

Mas apesar de tanto burburinho e de cenas quentes de nudez da protagonista, a recepção do público foi morna à trama baseada na música de Chico Buarque  - Olhos nos Olhos.

“Eu prefiro não comentar sobre o filme, ok? Mas o Festival do Rio é ótimo”, disse Dafoe, que está na cidade para lançar o thriller O Caçador e o drama 4:44 - Last Day On Earth.

Enquanto Olhos nos Olhos tocava no filme onde a protagonista é abandonada pelo marido de forma repentina e tenta reerguer sua vida, Caetano Veloso cantarolava o tema ao lado de Elba Ramalho
O cantor, que se disse maravilhado com o filme pela beleza de Alessandra Negrini, também fez críticas.
“Quando eu vi a ‘longura’ das cenas, percebi que não daria para fazer todas as etapas da música. A canção de Chico tem roteiro, o filme não tem. Parece que Karim só se inspirou na música e não se baseou. Não tem a volta por cima, a superação da mulher. E eu torci para haver um romance entre os personagens de Alessandra e Thiago (Martins). Mas a gente teve a chance de ver quase duas horas de Alessandra Negrini, ela está uma coisa linda neste filme”, disse Caetano.

AG News


A atriz Alessandra Negrini e o diretor Karim Aïnouz, na noite de quarta no FestRio

Antes de começar o filme, Alessandra falou sobre o nervosismo de estrear na cidade onde mora, mas com os aplausos que recebeu depois de os créditos aparecerem na telona, abriu um largo sorriso e declarou estar satisfeita com o resultado.
“Já lançamos o filme em Cannes e no Festival de Toronto, mas aqui foi o lugar que fiquei mais nervosa. É muita emoção exibir o filme em casa, com tantos amigos na plateia. Achei maravilhoso fazer parte de um projeto sobre ‘Olhos nos olhos’, que é Chico cantando a beleza da mulher. Eu não mudaria nada no filme e acho que o final é bem fiel à realidade. A vida é para isso, para nos curarmos”, contou a atriz.

Karim Aïnouz já fez obras que foram sucesso de público e crítica - como Madame Satã - mas confessa ainda ficar nervoso em estreias no Brasil.
“Há muito tempo eu não ficava tão nervoso com uma estreia. Mas foi uma noite de alegria, porque é um privilégio estrear no Festival do Rio. Queria agradecer ao Chico Buarque, por ter feito uma música tão maravilhosa, que deu origem a essa história. Dedico o filme ao Rio de Janeiro, que é um personagem importante, além da Alessandra, que foi alma, corpo e a luz desse projeto”, comentou o diretor - que também tem O Céu de Suely e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo no currículo.

O ator Otto Jr. não é bem um novato: participou de dezenas de peças de teatro e tem tido uma atuação elogiada no cinema.
Ele, inclusive, interpreta personagens de destaque em dois filmes da mostra: o marido de Alessandra Negrini em O Abismo Prateado - que lhe rendeu uma elogiada cena de nudez completa - e um comunista militante em A Novela das 8.
“Eu sempre quis viver de cinema e demorou a acontecer. Estar em dois grandes filmes da Première Brasil é muita alegria. Especialmente, porque são duas linhas, histórias e épocas muito diferentes. Mas são produções muito fortes na atuação. Espero que minha carreira melhore ainda mais com essas participações, sobretudo no cinema”.

Confira o clip 01 do filme:

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Matéria de Michele Gomes, para o UOL