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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

'LIGA DA JUSTIÇA': SEM SER ESPETACULAR COMO 'MULHER-MARAVILHA', LONGA DIVERTE DO COMEÇO AO FIM E NOS DÁ ESPERANÇA QUANTO AO FUTURO DO UNIVERSO DC NO CINEMA




SINOPSE:

Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) convoca sua nova aliada Diana Prince (Gal Gadot) para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado.

Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes - Batman, Mulher-Maraviha, Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller) - poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque do Lobo da Estepe.

CRÍTICA:

Filme anterior  da Warner/DC, 'Mulher-Maravilha' foi espetacular, tão bom quanto 'O Cavaleiro das Trevas' (2008) e até mesmo 'Batman: O Retorno' (1992) e 'Superman: O Filme' (1978), para mim, os dois melhores filmes de super-herói já feitos.

Agora, com 'Liga da Justiça', lançado no feriado da República aqui no Brasil e que entra em circuito normal a partir desta quinta (16), pela primeira vez há de fato a sensação de que estamos diante de algo maior, de algo que vale a pena ser mais explorado.

Liga da Justiça : Foto Gal Gadot
Gal Gadot é a Mulher-Maravilha - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Warner Bros.
Após o irregular 'Batman vs Superman' e o trágico 'Esquadrão Suicida', é muito bom ver os personagens da DC ganhando destaque e profundidade em cena.

E este é justamente o ponto principal do novo longa, o bom desenvolvimento de personagens, em uma trama que conseguiu fazer com que o público se interessasse por todos os protagonistas, criando um cenário em que todos são importantes para a história e todos ganham espaço para brilhar.

Ben Affleck é o Batman
A trama une elementos vistos nos outros filmes do universo.

É centrada nas Caixas Maternas, guardadas pelos povos da Terra para evitar o domínio de Lobo da Estepe, conquistador que tentou tomar o planeta milênios atrás, mas foi impedido pela união dos antigos deuses, como Zeus, e dos mortais.

Com as ações de Lex Luthor em 'BvS' e a morte do Superman, o vilão sente o chamado das caixas e retorna para finalizar sua dominação.

A invasão é eminente, Bruce Wayne sabe disso e, ao lado de Diana, quer criar um grupo de defesa, mas pode ser tarde demais.

Seria um erro fazer um longa reunindo heróis em que apenas o Batman, Superman e Mulher-Maravilha, os nomes mais reconhecidos, tenham importância.

Jason Momoa é o Aquaman
Assim, o longa acerta em colocar o Flash, Aquaman e até Cyborg com espaço quase tão importante em cena.

Se a dinâmica e interação entre os heróis era algo que não funcionava em 'BvS', aqui é um dos destaques, graças a uma boa química entre todos do elenco, talentoso e carismático.

Gal Gadot está cada vez mais espetacular no papel de Diana Prince/Mulher-Maravilha, mostrando sensibilidade, muita força e determinação.

Ray Fisher é o Cyborg
Já o Batman tenta lidar com a culpa pela morte do Superman, ao mesmo tempo em que lida constantemente com sua própria mortalidade e humanidade em um time em que todos, menos ele, tem algum super poder.

Ben Affleck se reinventa no papel, por vezes nem lembrando sua atuação em 'BvS' e passando de forma clara a impressão de que estamos diante de um sujeito já cansado de tudo aquilo, mas que sabe que deve continuar lutando.

Os novos nomes - Ezra Miller como o Flash, Jason Momoa como o Aquaman e Ray Fisher como o Cyborg - não decepcionam, embora o primeiro incomode muito os fãs do tom sombrio da DC, já que, como nas animações da 'Liga', Barry Allen aqui também é o alívio cômico do filme.

Miller, bom ator, entrega momentos bem divertidos e assume aos poucos a sua importância perante a Liga.

Ezra Miller é o Flash
Jason Momoa faz um Arthur Curry ainda sem saber a que mundo pertence - dos atlantes ou dos humanos - e sua atuação é a melhor da sua carreira, como um bad boy errante, que não sabe ser, nem atlante, nem humano, mas dotado de poderes como controlar as águas dos oceanos e seus habitantes.

Ray Fisher é a única bola fora do time de heróis: seu Cyborg é praticamente  todo feito em CGI e o ator é muito fraco para dar vida a um personagem tão complexo quanto Victor Stone, trazido de volta à vida pelo pai graças a uma das três caixas maternas.

Para completar o time, como todo mundo já sabia, Henry Cavill retorna sensacionalmente como o Superman e entrega sua melhor participação no papel.

O alter ego de Clark Kent, sempre problemático e praticamente imbatível, aqui surge de forma imponente, mas também marcada por sua morte.

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Henry Cavill é o Superman
O retorno à vida do herói - também via caixa materna - é o ponto alto do longa, propiciando uma ótima cena de ação e dois tocantes reencontros - com a Lois Lane de Amy Adams e com sua mãe Martha, mais uma vez vivida lindamente por Diane Lane.

Pena que Cavill apareça em muitas cenas com o rosto bem deformado, consequência do retoque digital no bigode que não pôde tirar por causa das gravações de 'Missão Impossível 6'.

Ficou tão artificial que gera o questionamento se realmente valia a pena manter a cena - obviamente refilmada por Joss Whedon.

Aliás, fica nítido quais cenas Whedon refilmou ou acrescentou ao material de Zack Snyder: por exemplo, as do retorno do Superman e a do encontro entre Batman e Aquaman explicam melhor as situações, tornando as cenas mais inteligíveis ao espectador.

Amber Heard é Mera
Outro grande acerto do longa são as cenas de ação, que teve uma grande evolução em relação aos filmes anteriores - inclusive 'Mulher-Maravilha'.

A opção por confrontos em ambientes claros, aliada a uma fotografia mais colorida, valorizou o trabalho da equipe de efeitos visuais e evitou aquele cenário borrado do final de 'BvS'.

Pelas cenas de ação bem coreografadas, pela cor, pela luz e pelas muitas piadas, fica evidente que a DC quis aproximar o tom do longa aos longas da concorrente Marvel, que ajudam a criar empatia pelos personagens.

Pena que essa 'marvelização' passa também pela presença de um vilão pouco interessante e nada desenvolvido.

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Lobo da Estepe e seus parademônios: vilão dos mais toscos e capangas dispensáveis
O Lobo da Estepe (voz de Ciarán Hinds) é uma figura toda feita em CGI dos mais toscos, sua presença em cena é pouco ameaçadora e seus parademônios são tão dispensáveis como os milhares de alienígenas vistos no primeiro 'Vingadores' ou os robôs comandados por Ultron na sequência.

J.K. Simons aparece em duas rápidas cenas como o Comissário Gordon, Jeremy Irons mostra mais uma vez que é um Alfred mais que perfeito e Amber Heard faz pequena, mas importante participação como Mera, atlante que serve para colocar Arthur, o Aquaman bad boy, na guerra contra o Lobo da Estepe, após este, depois de roubas a caixa materna em poder das amazonas, resgatar também a que havia sido confiada a Atlântida.

Liga da Justiça : Foto Jeremy Irons
Jeremy Irons como Alfred
As comparações entre DC e Marvel ficam ainda mais inevitáveis diante da entrada de Joss Whedon no projeto.

Creditado como um dos roteiristas do filme, Whedon também dirigiu parte das  refilmagens, após o afastamento de Zack Snyder por causa de uma tragédia pessoal - uma de suas filhas cometeu suicídio.

O crédito de diretor, no entanto, segue apenas com Snyder, enquanto Whedon divide o roteiro com Chris Terrio ('Argo' e 'Batman vs Superman').

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J.K.Simmons como o Comissário Gordon
A chegada de Whedon ao universo DC - ele tinha sido contratado pela Warner para tocar o projeto de um longa da Batgirl - é positiva, não apenas pelo bom trabalho na Marvel, mas pelo fato dele ser criativo e talentoso.

Pena que sua entrada repentina em 'Liga da Justiça' não foi o ideal, já que o filme tem problemas claros de construção da narrativa, seja no roteiro, seja na montagem.

Fica claro ao espectador mais atento de que foi uma obra remontada, com visões conflitantes trabalhando numa só produção.

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Amy Adams como Lois Lane
As apresentações dos novos heróis ficaram muito rápidas e pouco naturais e o vilão surge de forma aleatória e pouco impactante em diversos momentos.

O caos, no entanto, por um momento acaba quando o espectador embarca na jornada de heróis realmente cativantes e por um cenário geral que merece ser explorado.

Conhecido pelas trilhas dos filmes de Tim Burton, o compositor Danny Elfman volta a trabalhar num filme da DC exatos 25 anos após 'Batman: O Retorno' e fez um trabalho realmente interessante, principalmente por unir a sua trilha para 'Batman', a de Rupert Gregson-Williams para 'Mulher-Maravilha' e o clássico tema de John Williams para 'Superman: O Filme'.

Imagem relacionada
Diane Lane é Martha Kent
E as referências aos filmes anteriores da DC (além do presente universo) não estão apenas na trilha, mas em frases e até expressões corporais presentes no roteiro - é interessante vermos Cavill fazendo a clássica pose de Christopher Reeve e Affleck agachado no alto de um prédio, a capa negra tremulando ao vento, numa das icônicas poses do Batman.

Ao final, temos duas cenas pós-crédito - o espectador deve ficar sentadinho na sala até o fim - veja abaixo.

'Liga Da Justiça' mostra que a DC está mesmo no caminho certo e embora ainda não tenha acertado a mão, a melhora é óbvia.

O  filme é capaz de divertir do começo ao fim e consegue manter o interesse do público mesmo longe das cenas de ação.

Se não é o filme perfeito e não é espetacular quanto 'Mulher-Maravilha' o foi, o longa é uma luz de esperança no universo da DC, além de ser tudo o que 'Batman Vs Superman' quis ser e não foi.

APRESENTAÇÃO DOS HERÓIS DA LIGA:

Barry Allen, o Flash


Victor Stone, o Ciborgue


Arthur Curry, o Aquaman


Diana Prince, a Mulher-Maravilha


Bruce Wayne, o Batman

TRAILER:


PÔSTERES ORIGINAIS:
















SPOILERS:

* As amazonas, lideradas pela Rainha Hipólita (Connie Nielsen) aparecem mais guerreiras do que em 'Mulher-Maravilha'.

As três caixas maternas, fontes de poder absoluto que o Lobo da estepe está atrás, foram confiadas às amazonas, aos atlantes e aos humanos - cada um ficou com uma.

 A cena de Clark, no meio do milharal na fazenda Kent, não é um sonho de Lois Lane, como pensávamos: após ser ressuscitado e ainda confuso, entrar em confronto com seus amigos da Liga, ele a leva para lá - o que o faz recuperar a razão.

 A primeira cena pós créditos é a icônica corrida entre o Flash e o Superman, um tira teima para sabermos quem é o homem mais veloz da Terra.
O confronto começou nas HQs da DC ainda nos anos 1970, passou por outras histórias mais recentes e chegou recentemente ao primeiro crossover entre as séries de heróis da Warner - quando o Flash aposta corrida com a Supergirl.

 A segunda cena pós créditos é mais interessante: mostra Lex Luthor (Jesse Eisenberg) fugindo da prisão ajudado por Slade Wilson, o Exterminador.
Depois, já a bordo de um luxuoso iate na baía de Mônaco, Luthor conversa com ele, que tira o capacete e revela que o personagem já é interpretado por Joe Manganiello -  escolhido anteriormente para dar vida ao personagem em 'The Batman', próximo longa solo do Morcego.

FICHA TÉCNICA:
Liga da Justiça : Poster
'LIGA DA JUSTIÇA'
Título Original:
JUSTICE LEAGUE
Direção:
Zack Snyder
Elenco:
Amber Heard, Amy Adams, Ben Affleck, Billy Crudup, Ciarán Hinds, Connie Nielsen, Daniel Stisen, Diane Lane, Erin Eliza Blevins, Ezra Miller, Gal Gadot, Henry Cavill, J.K. Simmons, Jason Momoa, Jeremy Irons, Jesse Eisenberg, Joe Morton, Kiersey Clemons, Lisa Loven Kongsli, Michael McElhatton, Ray Fisher, Robin Wright, Samantha Jo
Roteiro:
Chris Terrio, Joss Whedon
Produção:
Charles Roven, Deborah Snyder, Geoff Johns, Jon Berg
Fotografia:
Fabian Wagner
Montador:
David Brenner, Martin Walsh, Richard Pearson
Trilha Sonora:
Danny Elfman
Estúdio:
DC Entertainment, Warner Bros
Distribuidora:
Warner Bros
Ano de produção:
2017
Duração:
121 min.
Estreia no Brasil:
16/11/2017
Classificação Indicativa:
10 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

quinta-feira, 24 de março de 2016

'BATMAN VS SUPERMAN: A ORIGEM DA JUSTIÇA' : CANSATIVO E MUITO CONFUSO, LONGA ENTREGA QUASE TUDO O QUE PROMETE E DÁ INÍCIO AO UNIVERSO DC NO CINEMA


SINOPSE:

Após os eventos vistos em  'O Homem De Aço', Superman (Henry Cavill) divide a opinião mundial - afinal para salvar o mundo de Zod,  ele destruiu Metrópolis.

Enquanto muitos o consideram o grande salvador da humanidade, outros não concordam com sua permanência no planeta.

Bruce Wayne (Ben Affleck) está do lado dos inimigos do alter ego de Clark Kent e decide retomar o manto de Batman para enfrentá-lo.

Enquanto os dois brigam, uma nova ameaça, o monstro Apocalipse, é criado por Lex Luthor (Jesse Eisenberg) e eles tem de se unir, juntamente com a Mulher-Maravilha (Gal Gadot), para acabar com a ameaça.

Em meio a tudo isso, Clark desenvolve uma relação próxima com Lois Lane (Amy Adams).

CRÍTICA:

Nos últimos anos, a parceria do estúdio Warner Bros. com a editora de quadrinhos DC Comics, que também pertence ao grupo Time-Warner, nos entregou poucos altos e muitos baixos.

'Superman – O Retorno' (2006) foi um fiasco, precisou do reboot 'O Homem de Aço' (2013), que também não atingiu o  resultado esperado.

Já a vencedora trilogia do 'Cavaleiro das Trevas' de Chris Nolan se fecha em seu próprio arco e 'Lanterna Verde' (2011), todos sabemos, foi no mínimo constrangedor.

A parceria tem os dois maiores super-heróis dos quadrinhos - Superman e Batman - e começou a perceber o potencial de suas propriedades quando a rival Disney (dona dos direitos dos heróis da Marvel) construiu seu universo cinematográfico, costurando histórias e transformando merchandising em rios de dinheiro.

Pior para a DC/Warner: os filmes da Marvel tem qualidade e é essa a parte mais difícil, fazer algo que tenha ressonância.

Enquanto a Disney/Marvel precisou lançar cinco filmes antes de juntar todos os seus personagens em 'Os Vingadores: The Avengers' (2012), a DC/Warner, cansada de tomar bordoada, fez o caminho inverso.

Logo após a estreia de 'O Homem de Aço', começou a ser falado que muito em breve a Warner lançaria 'O Homem de Aço 2' e que este longa finalmente daria início ao aguardado Universo Cinematográfico da DC.

Só que em meses o projeto mudou: da segunda parte da história do filho de Krypton, o roteiro agora incluía o Batman, a Mulher-Maravilha, o Flash, o Aquaman e o Ciborgue - todos eles membros fundadores da Liga da Justiça dos quadrinhos.

Crítica | Batman vs Superman: A Origem da Justiça
Ben Affleck, Gal Gadot e Henry Cavill, em banner promocional do longa - Imagens dessa postagem: Divulgação/Warner Bros.
Nascia aí 'Batman vs Superman: A Origem da Justiça', que estreia hoje em 917 salas em todo o Brasil - inclusive nas 12 salas IMAX que já temos no país.

Assim como 'O Homem de Aço', o filme é extremamente sombrio, o clima tenso permeia todas as cenas e tudo é excessivamente dramático.

Graças à visão muito particular do diretor Zack Snyder - que, aliás sempre entrega mais do mesmo desde '300' - temos aqui poucos alívios cômicos, o que deixa todo o filme, interminável e cansativo de se ver, pesado, sem grande alegria e totalmente afastado daquele sentimento de “estar maravilhado”, que estamos habituados quando assistimos a um filme de super-herói.

Batman VS Superman
O Batman vestido com sua armadura
Snyder é um realizador limitado, que enche suas obras com overdoses de efeitos especiais e é péssimo em dirigir atores, principalmente nas cenas mais importantes e dramáticas.

Assim, se grande parte do que faz “um filme de herói” é transformar adultos em crianças novamente, fazer os sonhos se concretizarem, os espectadores que toparem pagar ingresso e se sentarem por quase três horas numa sala de cinema para se sentirem miseráveis e muito piores do que entraram serão somente os fãs ardorosos.

Lógico, o filme vai ser um dos campeões de bilheteria do ano, mas poucos retornarão ao cinema para vê-lo novamente.

Ao mesmo tempo, é preciso admirar a coragem da DC ao se manter fiel ao seu espírito original e não copiar o “Jeito Marvel de fazer filmes”, como sendo a solução do seu universo cinematográfico.

Batman VS Superman 2
O Superman depõe numa audição no senado americano
Se existe mercado para os dois tipos de escolha, uma produção sombria e ao mesmo tempo com classificação indicativa de 12 anos, é no mínimo contraditória.

Seja como for, o filme acaba funcionando e mostra tudo aquilo que os fãs estavam esperando - apesar do cansaço, ninguém sairá completamente insatisfeito da sala de cinema.

Na trama, após os eventos apresentados em 'O Homem de Aço', nos quais a cidade de Metrópolis foi quase reduzida a cinzas – ecoando muito o trágico 11 de setembro em Nova York – o bilionário Bruce Wayne (Ben Affleck) resolve que o alienígena conhecido como Superman é muito mais uma ameaça que um salvador.

Muitos pensam igual a ele, inclusive o jovem igualmente bilionário Lex Luthor (Jesse Eisenberg), que toma atitudes mais extremas para que tal “ameaça” seja dizimada de seu planeta.

O ricaço psicótico então resolve colocar Superman e Batman, os maiores heróis da Terra, para duelar.

O longa não tem furos gritantes ou aparentes no roteiro, escrito a quatro mãos por Chris Terrio (Oscar por 'Argo') e David S. Goyer (trilogia 'O Cavaleiro das Trevas').

Só que o espectador, depois de ficar com a bunda chata por passar tanto tempo sentado no cinema, vai embora com a certeza de que este é “um filme do meio”, um sentimento de que esta história não começou aqui e tampouco terminou.

Batman Vs Superman - A Origem da Justiça : Foto Gal Gadot
Gal Gadot como a Mulher-Maravilha
A aparição de diversos personagens da DC, com destaque para a Mulher Maravilha (Gal Gadot), que aliás, aparece muito mais como Diana Prince do que como a princesa amazona, são estrategicamente plantadas como migalhas para os filmes que virão.

Dois detalhes em especial chamam bastante atenção – duas sequências de “sonho” de Bruce Wayne, que devem ser melhor trabalhadas no futuro.

Por fim, a sensação de grandiosidade é aumentada pela boa trilha de Hans Zimmer, que destaca a importância de certas cenas e só acrescenta a tremenda dimensão da coisa toda.

Quanto ao elenco:

Se Gal Gadot tem poucos diálogos e aparece somente em momentos cruciais da trama, Henry Cavill aparece melhor - tanto como o Superman mas, principalmente, como Clark Kent.

Se o seu super-herói só dá pro gasto e não chega nem perto ao desempenho memorável de Christopher Reeve, principalmente no longa de 1978, seu Clark incorpora maneirismos de um repórter experiente, incisivo e questionador nos momentos certos.

Amy Adams continua se esforçando, mas Lois Lane não é papel para ela: Lois tem de se mostrar, ao mesmo tempo, uma combativa repórter e uma mulher apaixonada pelo Superman - e a atriz não entrega, nem uma coisa, nem outra.

Outro equívoco na escalação é Jesse Eisenberg como o vilão Lex Luthor: canastrão ao extremo, o regular ator entrega um Luthor mais histriônico do que psicótico, que por vezes parece uma cópia mal tirada do Coringa de Heath Ledger.

Ao menos na sua cena final mostra que Luthor ainda não deu a sua cartada final - que deve ser a trama dos filmes da 'Liga da Justiça'.

Batman VS Superman 4
Jesse Eisenberg e Amy Adams: mal escalados
Nos coadjuvantes, se Laurence Fishburne continua sendo o pior Perry White de todos os tempos, Holly Hunter dá show como a senadora Finch, engolindo Eisenberg em todas as (muitas) cenas em que contracenam.

Agora, depois de vermos Ben Affleck em ação é que temos a certeza do porquê o filme se chamar 'Batman Vs Superman' - e não o contrário.

Affleck está sensacional em todas as suas cenas - tanto como Bruce, quanto como o Batman e leva basicamente a seriedade do filme, carregando o protagonismo da obra com grande desenvoltura.

Quando contracena com Gal Gadot, a química e tensão sexual entre os dois é irresistível.

Batman VS Superman 3
Diana e Bruce: irresistíveis
Já quando contracena com o Alfred de Jeremy Irons, a parceria e a cumplicidade dos dois transparece em cada diálogo - afinal, mesmo chamando Bruce de "patrão" todo o tempo, aqui Alfred não é seu mordomo e sim, seu parceiro na luta contra o crime, que constrói seus bat gadgets e orienta suas ações, via rádio.

Quanto aos figurinos, em meio a vestidos espetaculares, usados por Diana Prince,  e ternos bem cortados, usados por Bruce Wayne, os uniformes do trio de heróis são funcionais e passam verdade - os fãs vão adorar ver o Batman com o uniforme dos quadrinhos e não com aquela armadura que o Morcego usa desde o filme de Tim Burton, de 1989.

Batman VS Superman 5
A batalha dos heróis
Na direção de arte e cenários, temos um batmóvel espetacular e uma nova batcaverna - na verdade, uma construção de aço e vidro repleta de tecnologia e plantada no meio da caverna.

O novo QG do Morcego replica a nova casa de Wayne, também de vidro e à beira de um lago, no terreno da antiga mansão, aparentemente também destruída na batalha de Superman com Zod e palco de um diálogo memorável entre Bruce e Alfred.

Holly Hunter, como a senadora Finch
Enfim, o longa que dá o pontapé inicial para o Universo Cinematográfico da DC - que a Warner já batizou de DC Filmes - apesar do excesso de computação gráfica, das escalações de elenco equivocadas e da duração, que deixa o espectador cansado no cinema, satisfará os entusiastas, fãs e fanáticos.

Para o restante, serve como entretenimento passageiro.

SPOILERS:

O longa não traz grandes segredos para quem já viu todos os trailers e prévias lançadas pela própria Warner, ao longo dos meses que precederam o lançamento.

Mesmo assim, vamos recapitular os já vistos e os que você só vai ver no cinema - se você não quiser saber, PARE DE LER AQUI:

1. 
Bruce agora mora numa futurista casa de vidro, a poucos passos da antiga Mansão Wayne, que aparece toda destruída.
2.
A destruição pode ter sido por conta da batalha do Superman com o General Zod, já que no longa, Metrópolis e Gotham City são cidades vizinhas, separadas apenas por uma baía.
3. 
Bruce começou a pegar raiva do Superman no dia da batalha deste com Zod: o milionário estava em Metrópolis e aparece nas ruas ajudando as vítimas.
4.  
Bruce e Clark se encontram pela primeira vez num evento de Luthor. 
O milionário vai lá a bordo de uma Aston Martin DB-5 igual á de James Bond (só que preta) para roubar os dados dos computadores de Luthor, mas Clark usa sua super audição e ouve todos os diálogos dele com Alfred, que o guia pelo lugar até que ele possa plugar um gravador.
5. 
Quando vai retirar o equipamento, Bruce percebe que ele foi roubado pela bela, sedutora e enigmática Diana Prince, que se apresenta como uma colecionadora de arte.
6. 
Depois ela devolve o equipamento a Bruce, dizendo que os dados estão criptografados e que ela não conseguiu ver nada.
7. 
Na batcaverna, Bruce quebra a criptografia, que revela uma vasta pesquisa de Lex Luthor sobre meta humanos - é a deixa para vermos duas aparições em vídeo do Flash de Ezra Miller, uma do Aquaman de Jason Momoa e outra, onde um cientista constrói o Ciborque.
8.  
Mas o que mais chama a atenção de Bruce é uma foto em que Diana aparece vestida de guerreira: antiga, a foto tem a data de 1916, o que prova ao melhor detetive do mundo que Diana é uma meta humana imortal.
9. 
Na foto, aparece parte do elenco do filme solo da Mulher-maravilha, inclusive Steve Trevor (Chris Pine) ao lado dela.
10. 
Para que o Homem de Aço tope batalhar com o Batman, Luthor sequestra Lois e a mãe de Clark, Martha (Diane Lane) - ou seja: Luthor sabe que o Superman e Clark Kent são a mesma pessoa.
Quando salva a mãe de Clark dos bandidos de Luthor, após uma luta espetacular, o Batman diz a Martha que é "amigo do seu filho".
11. 
A batalha dura pouco, é muito intensa e só para quando Superman, já enfraquecido pelas bombas de kryptonita que o Batman jogou nele, pede que o Morcego "salve Martha'. 
Bruce fica tocado ao saber que a mãe de Clark tem o mesmo nome da sua mãe, Martha Wayne.
12.
Martha e Thomas Wayne aparecem durante a abertura, que revive seus assassinatos, o enterro, Bruce criança fugindo e caindo na grande caverna sob sua mansão.
13. 
No final, os morcegos da caverna envolvem Bruce e o levitam, até que ele chegue à abertura de onde caiu - esse final se revela um sonho.
14.
Outro sonho, já visto num dos trailers, é aquele em que o Batman está num deserto, combatendo uma tropa que usa o 'S' do Super na farda. 
Depois de Batman ser capturado, o Superman chega, é reverenciado pela tropa e tira o capuz do Morcego, revelando sua identidade.
15. 
Com auxílio de kryptonita, Luthor corta as impressões digitais do corpo de Zod, o leva para dentro da nave que ainda se encontra em Metrópolis, usa as impressões digitais para ter acesso à tecnologia alienígena e cria o monstro Apocalipse  a partir do cadáver de Zod.
16.
A batalha final é entre Superman, Batman e Mulher-Maravilha (que só surge aí), contra Apocalipse. 
O monstro morre com uma lança de kryptonita feita pelo Batman, mas antes de morrer, acaba matando o Superman.
17. 
O Superman tem um enterro de herói em Metrópolis e Clark tem um enterro real em Smallville. 
Na cena final, no cemitério de Smallville, Bruce diz a Diana que eles devem reunir os meta humanos num grupo. 
Lois joga um punhado de terra sobre o caixão, já dentro da sepultura. 
A terra jogada em cima do caixão começa a tremer.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'BATMAN VS SUPERMAN: A ORIGEM DA JUSTIÇA'
Título Original:
BATMAN V SUPERMAN: DAWN OF JUSTICE
Gênero:
Ação
Direção:
Zack Snyder
Roteiro:
Chris Terrio, David S. Goyer
Elenco:
Ahman Green, Amy Adams, Bailey Chase, Barton Bund, Ben Affleck, Callan Mulvey, Christina Wren, Dan Amboyer, Demi Kazanis, Diane Lane, Ezra Miller, Gal Gadot, Harley Wallen, Harry Lennix, Henry Cavill, Holly Hunter, Jason Momoa, Jena Malone, Jeremy Irons, Jesse Eisenberg, Joe Cipriano, Laurence Fishburne, Maggie Wagner, Marko Caka, Michael Cassidy, Nicole Forester, Ray Fisher, Sandhya Chandel, Scoot McNairy, Stephanie Koenig, Tao Okamoto, Will Blagrove
Produção:
Charles Roven, Deborah Snyder
Fotografia:
Larry Fong
Montador:
David Brenner
Trilha Sonora:
Hans Zimmer, Junkie XL
Duração:
153 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
24/03/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Warner Bros
Estúdio:
DC Entertainment / Dune Entertainment / Syncopy
Classificação:
12 anos

COTAÇÃO DO KLAU: