Mostrando postagens com marcador Alicia Vikander. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alicia Vikander. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 19 de abril de 2018

'SUBMERSÃO': ROMANCE TÓRRIDO, FILME MORNO


SINOPSE:

Danielle (Alicia Vikander) é uma exploradora do oceano que descobre um novo desafio: uma terrível, porém pioneira, descida ao abismo Ártico.

James (James McAvoy) é um empreiteiro acusado de ser um espião e interrogado por jihadistas africanos que irá se unir à moça para ajudá-la em sua missão.

CRÍTICA:

Após nos darem performances brilhantes em 'Ex-Machina' (2015) e 'Fragmentado' (2017), Alicia Vikander e James McAvoy, respectivamente, vivem um tórrido romance de quatro dias em um hotel na costa francesa em 'Submersão', novo longa de Wim Wenders que estreia hoje aqui no Brasil.

Baseado no romance homônimo do britânico J. M. Ledgard, o filme busca mostrar o isolamento por motivos distintos de dois seres completamente diferentes, mas conectados pelo sentimento, arrebatador.

Submersão : Foto Alicia Vikander, James McAvoy
Alicia Vikander e James McAvoy são os protagonistas Danielle e James - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Califórnia Filmes
Logo, somos apresentados aos protagonistas em suas ambições: Danielle Fliders (Vikander) é biomatemática e exploradora das profundezas do oceano e James More (McAvoy) é um espião, que se passa por engenheiro.

Ela está contando os dias para mergulhar nas desconhecidas águas da Groenlândia, enquanto ele tem uma missão na Somália.

Com perspectivas distintas sobre a vida e seus próximos passos, os protagonistas se encontram no mesmo hotel e, em pouco tempo, desenvolvem um proximidade extrema.

Submersão : Foto Alicia Vikander
Cena do longa
Os atores possuem química absurda em cena e os detalhes, entre toques e olhares, transmitem uma paixão avassaladora.

Mesmo assim não é o suficiente para fazer o filme engrenar.

Confinado em um quarto sem janelas e sendo alimentado com frutas podres, James encontra nas lembranças de “Danny” uma luz para a sua escuridão.

Por ter sido tão rápido e arrebatador, os pensamentos dele soam bastante lúdicos, porque provavelmente eles nunca mais se encontrarão.

Apesar das diferenças e dos segredos – evidentemente, James não abrirá para ela todos os detalhes de sua iminente viagem - ambos os trabalhos são cercados da necessidade de isolamento e de um inegável risco de morte.

Essa afinidade seria, a princípio, uma característica de personalidade que os atrairia um ao outro.

Wenders mantém sua capacidade de conduzir seus personagens nessas localidades belas e intrigantes do planeta, em trajetórias que, em algum momento, serão atingidas por medo e horror.

Submersão : Foto James McAvoy
Cena do longa
Especialmente no caso de James, que acaba prisioneiro de milícias jihadistas na Somália e é confrontado a cada minuto com o risco de morte.

É ao separar os dois amantes, cada um em sua missão, que o filme passa a sofrer de um desequilíbrio básico.

Muito mais tempo é dedicado a mostrar a angústia de Danielle com a falta de contato de James do que a retratar seu envolvimento no trabalho de sua vida, pelo qual ela vem sonhando há anos.

Já no caso de James, pode-se observá-lo em várias situações-limite, confrontado com a irracionalidade, o absurdo e a impotência.

Esse descompasso enfraquece a personagem feminina, prejudicando o pressuposto do início.

Dessa forma, passa a ser mais um romance globe-trotter, em que as belas imagens de lugares incríveis terminam tornando-se mais uma distração do que um contexto, além de esvaziar a tensão dramática, tornando a história um tanto artificial, apesar de seus bons atores.

Do outro lado do mundo, Danielle liga incansavelmente para o homem por quem se apaixonou perdidamente, mas nunca encontra uma resposta.

Sem saber a verdadeira identidade de James, ela transita numa paixonite sem esperança, enquanto se prepara para embarcar no que pode ser o fim de sua vida, mas o início de um descoberta grandiosa para humanidade.

A perspectiva de um romance que indaga solidão e isolamentos em busca de realizar algo maior acima de si mesmo é gloriosa, no entanto, é possível que no livro todos os fios tenham tecido uma história de amor, revelação e redenção.

Por outro lado, o filme apresenta todas essas premissas, mas se torna cansativo ao movimentar anacronicamente os seus personagens perdidos em si mesmos.

Ou seja, o único ponto alto do filme é o encontro entre os dois, seus diálogos e descobrimento um do outro.

Sem isso, os minutos passam de um lado o terror do fundamentalismo religioso, do outro o complexo mundo científico em busca de uma nova descoberta que mude a história da humanidade.

Mas tudo é apenas uma promessa ou esperanças vazias, baseadas na fé de acreditar em algo que é melhor do que não acreditar em nada.

Vale uma olhada.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'SUBMERSÃO'
Título Original:
SUBMERGENCE
Gênero:
Drama/Suspense/Romance
Direção:
Wim Wenders
Elenco:
Alex Hafner, Alexander Siddig, Alicia Vikander, Andrea Guasch, Audrey Quoturi, Charlotte Rampling, Clémentine Baert, Godehard Giese, Hakeemshady Mohamed, Harvey Friedman, James McAvoy, Jannik Schümann, Jean-Pierre Lorit, Jess Liaudin, Jocelyn Jones, Julien Bouanich, Loïc Corbery, Reda Kateb, Thibaut Evrard
Roteiro:
Erin Dignam
Produção:
Cameron Lamb
Fotografia:
Benoît Debie
Trilha Sonora:
Fernando Velázquez
Montador:
Toni Froschhammer
Estúdio:
Green Hummingbird Entertainment, Lila 9th Productions, Neue Road Movies
Distribuidora:
Califórnia Filmes
País:
EUA
Ano de Produção:
2016
Estréia no Brasil:
19/04/2018
Duração:
112 min.
Classificação Indicativa:
14 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

'TOMB RAIDER: A ORIGEM' TEM SEUS PRIMEIROS TRAILER E PÔSTER DIVULGADOS

<>
A Warner Bros. divulgou o primeiro trailer oficial de 'Tomb Raider: A Origem'
<>

O estúdio revelou um pequeno teaser e o cartaz do filme, que tem Alicia Vikander no papel de Lara Croft.

Confira:


A primeira adaptação cinematográfica do famoso game trouxe Angelina Jolie no papel principal.

Quem assina o roteiro desse segundo longa da franquia é Geneva Robertson-Dworet.

Roar Uthaug comanda a direção.

O primeiro pôster:

O filme gira em torno da juventude da heroína e será uma volta as origens, diz o produtor Graham King.

Além de Alicia Vikander, o longa traz no elenco Walter Goggins, Dominic West e Daniel Wu.

'Tomb Raider: A Origem' estreia nos cinemas em 16 de março de 2018.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

'JASON BOURNE': CLÁSSICO É REVITALIZADO COM CENAS ARREBATADORAS, BOAS ATUAÇÕES E DIREÇÃO INSPIRADA DE PAUL GREENGRASS


SINOPSE:

Fora do radar da CIA e sobrevivendo como um lutador de rua, Jason Bourne (Matt Damon) é surpreendido por Nicky Parsons (Julia Stiles), que o procura oferecendo novas informações sobre seu passado.

Inicialmente resistente, ele acaba voltando aos Estados Unidos para continuar a investigação e entra na mira do ex-chefe Robert Dewey (Tommy Lee Jones), que teme mais um vazamento de dados.

Dentro na CIA, no entanto, a novata Heather Lee (Alicia Vikander) acredita que tentar recrutar Bourne para a agência seja a melhor solução.

CRÍTICA:

Se Matt Damon tinha se recusado a viver pela quarta vez Jason Bourne – que resultou no medíocre 'O Legado Bourne', com Jeremy Renner como protagonista – o ator retorna ao papel com mais vigor do que nunca.

Na trama de 'Jason Bourne', em exibição em 429 salas em todo o Brasil, vemos logo no começo o protagonista se virando como lutador de rua por uns trocados.

Só que o seu passado volta a assombrá-lo, depois que a hacker e ex-agente da CIA Nicky Parsons (Julia Stilles) descobre indícios do envolvimento de seu pai no treinamento que o levou a se tornar um exímio assassino.

Os dois se encontram na Grécia, em meio a um protesto de rua e acabam sendo alvos do presidente da agência, Robert Dewey (Tommy Lee Jones) e pelo antagonista da vez, um agente vivido por Vincent Cassel e que querem impedir a revelação desse segredo.

Jason Bourne : Foto Julia Stiles, Matt Damon
Matt Damon e Julia Stilles, em cena do longa - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Universal Pictures Brasil
Quem conhece o trabalho do diretor Paul Greengrass, já sabe que a câmera trêmula (shaky Cam) é uma de suas marcas registradas, como podemos conferir em 'Zona Verde' e 'Domingo Sangrento'.

Aqui, a câmera acompanha a ação como numa perseguição em tempo real, com imagens agitadas e cortes rápidos, que aumentam ainda mais o realismo das cenas e a adrenalina nos espectadores, que pulam junto nas cadeiras das salas de cinema.

Mesmo não sendo esteticamente belo, esse efeito não compromete a história - pelo contrário, é um bônus para filmes do gênero.

A narrativa não traz grandes novidades e mantém a mesma identidade dos outros filmes, já que continua girando em torno de Bourne sendo perseguido.

Só que consegue tornar o cenário mais interessante ao partir para um lado mais político, citando o caso de Julian Assange - ciberativista australiano fundador do WikiLeaks - e debatendo sobre confidencialidade e os limites que as instituições governamentais devem ter sobre as informações de terceiros.

Jason Bourne : Foto Alicia Vikander, Tommy Lee Jones
Tommy Lee Jones e Alicia Vikander, em cena do longa
Apesar de afirmar nos últimos dias, nas inúmeras entrevistas que deu para o lançamento do longa, que a "idade pesou", Matt Damon mostra disposição e muita energia nas cenas de ação.

A passagem do tempo também é refletida no comportamento de Bourne, que aparenta estar mais maduro e centrado em seus valores, apesar de toda a "lavagem cerebral" que sofreu.

A personagem de Alicia Vikander, a agente da CIA, Heather Lee, é a adição mais do que bem-vinda pois, além de advogar pela liderança feminina, mostra-se sempre confiante em sua posição ao encabeçar a missão de encontrar Parsons e Bourne.

Pelo gancho no desfecho do filme, seu papel será fundamental no futuro da franquia.

Jason Bourne : Foto Matt Damon
Matt Damon: só ele consegue ser Jason Bourne
Paul Greengrass faz aqui um dos seus melhores filmes e entrega ao público saudosista tudo o que ele espera, com cenas de ação arrebatadoras, roteiro consistente e simples de ser entendido, boas atuações e um tom político muito bem desenvolvido.

Mesmo após tantos longas, essa estreia prova que nunca é tarde demais para revitalizar um clássico.

Filmaço.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'JASON BOURNE'
Título Original:
BOURNE
Gênero:
Ação
Direção:
Paul Greengrass
Roteiro:
Christopher Rouse, Matt Damon, Paul Greengrass, baseados nos personagens criados por Robert Ludlum
Elenco:
Alexander Cooper, Alicia Vikander, Amy De Bhrún, Ato Essandoh, Attila G. Kerekes, Daniel Eghan, Dino Fazzani, Graham Curry, Jamie Hodge, Julia Stiles, Marla Aaron Wapner, Matt Damon, Neve Gachev, Paul Terry, Riz Ahmed, Scott Shepherd, Tommy Lee Jones, Vincent Cassel, Vivian Yoon Lee
Produção:
Frank Marshall, Gregory Goodman, Matt Damon, Paul Greengrass
Fotografia:
Barry Ackroyd
Montador:
Christopher Rouse
Trilha Sonora:
David Buckley, John Powell
Duração:
123 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
28/07/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Universal Pictures Brasil
Estúdio:
Universal Pictures
Classificação:
14 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

OSCAR 2016: EM MEIO À POLÊMICA SOBRE A FALTA DE NEGROS, 'MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA' É O GRANDE VENCEDOR, DI CAPRIO É O MELHOR ATOR

<>
Numa das premiações mais justas dos últimos tempos, a ação dirigida por George Miller levou seis estatuetas nas categorias técnicas e Leonardo DiCaprio finalmente ganhou como melhor ator, numa noite pontuada pela polêmica de negros e negras não indicados
<>

Chris Rock, humorista negro e um dos mais reverenciados dos EUA, foi o hostess oficial da 88ª edição do Academy Awards, prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, no Teatro Dolby, em Los Angeles, na noite deste domingo.

Em meio à polêmica sobre a falta de atores e atrizes negros indicados às categorias principais pelo segundo ano consecutivo, Rock começou sua performance logo no início da cerimônia, fazendo um forte discurso sobre o problema da diversidade na maior indústria de entretenimento do mundo.

"Bom, estou no Oscar da Academia, também conhecido como os prêmios dos brancos", ironizou.

"Vocês se dão conta de que, se eles indicassem os apresentadores, eu nem teria este trabalho? Todos vocês estariam assistindo a Neil Patrick Harris nesse exato momento", brincou.

Em seguida, o comediante destacou que esta sempre foi a história de Hollywood e que nos anos 1960, ninguém protestava por isso.

"É a 88ª edição do Oscar, o que significa que essa coisa toda de 'sem indicados negros' aconteceu pelo menos outras 71 vezes, ok? Vocês precisam se dar conta de que isso aconteceu nos anos 1950, 1960", afirmou Rock.

"Sabe, quando sua avó está pendurada em uma árvore, é muito difícil se preocupar com o melhor curta de documentário estrangeiro", provocou.

Antes, um grupo protestou contra a falta de representatividade dos indicados ao Oscar em frente ao tapete vermelho da premiação - segundo a agência Reuters, os manifestantes reclamavam que a Academia falhou em reconhecer negros nas principais categorias.

Chris Rock apresenta o Oscar 2016 (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)
Chris Rock faz sua primeira performance no Oscar 2016 - Mario Anzuoni/Reuters
Assim, se o Oscar 2016 será para sempre lembrado pela polêmica da diversidade, será lembrado também por ser o ano em que Leonardo Dicaprio, um dos maiores atores de Hollywood de todos os tempos, finalmente conseguiu erguer o seu e também por um filme de ação - 'Mad Max: Estrada da Fúria' ser o campeão em número de estatuetas conquistadas.

A 88ª edição do Academy Awards também será lembrada por ter sido a mais curta, a que teve mais ritmo de TV, as maiores surpresas e por ser a mais justa dos últimos tempos.

Mesmo quando os favoritos não levaram o prêmio - como no caso de Melhor Filme - os melhores de cada categoria levaram a estatueta dourada para casa - casos de Mark Rylance, 'Ex-Machina' e Alejandro González Iñárritu, que quebrou a regra de um diretor nunca ganhar novamente na cerimônia seguinte.

Nesse domingo, ele foi o melhor diretor por 'O Regresso' e na cerimônia de 2015, levou na mesma categoria, por 'Birdman'.

Alejandro González Iñárritu, bicampeão no Oscar - Metro UK
'Spotlight' como Melhor Filme realmente foi uma surpresa - não pela qualidade do filme, que é ótimo e realmente mereceu a vitória - mas por não ter aparecido nas listas de apostas ou nas prévias com a força de um vencedor.

Se 'O Regresso' merecia ser o Melhor Filme, 'Spotlight' é tão bom quanto e ele levar o principal prêmio da noite faz muito sentido, diferente, por exemplo, caso o fraco 'Brooklin' tivesse levado.

Os votantes tornaram as categorias de atuação as mais justas em muito tempo.

Todo mundo sabe que DiCaprio merecia.

Entre os competidores deste ano, era o melhor, mas sua atuação em 'O Lobo De Wall Street' já deveria ter lhe garantido a estatueta em 2014.

Um dos maiores de todos os tempos, o ator sempre mostrou que deveria ser reconhecido, também, pela Academia de Hollywood.

Leonardo DiCaprio, Oscar de Melhor Ator - Getty Images
O mesmo vale para Mark Rylance.

Mais conhecido pelas performances estupendas nos palcos londrinos, ele deixou muita gente chateada por bater Sylvester Stallone, que concorria por 'Creed' e vinha levando todos os prêmios de ator coadjuvante até aqui.

Só que Rylance mostrou um belo trabalho, apesar de 'Ponte Dos Espiões' ser um dos filmes mais fracos do Oscar 2016.

Alicia Vikander teve um ano incrível com grandes atuações e era a favorita.

Brie Larson, que muita gente não conhecia, marcou a todos com o papel da mãe em 'O Quarto De Jack', belo longa que, caso fosse a surpresa da noite e levasse o Oscar de Melhor filme, também faria com que a estatueta estivesse em boas mãos.

Evidentemente, 'Mad Max: Estrada Da Fúria', melhor ação do ano, apesar de suas chances sempre terem sido mínimas, mereceu cada uma das seis estatuetas que levou.

O longa, um blockbuster do estilo que a Academia adora ignorar, também mostra que os organizadores do Oscar começam a tentar entender melhor o seu público.

Esse esforço ficou evidente com a vitória da lenda Ennio Morricone.

O compositor italiano já havia sido agraciado com uma estatueta dourada por sua obra, mas quando subiu ao palco extremamente emocionado para receber seu Oscar de Melhor Trilha Sonora por 'Os 8 Odiados', uma injustiça de anos foi corrigida.

Não à toa, Morricone, conhecido do grande público pelas trilhas dos faroestes espaguete de Sergio Leone, foi aplaudido de pé por todo o Dolby Theatre.

Ennio Morricone, Oscar de Melhor Trilha Sonora - Getty Images
No caso de nós brasileiros, impossível não ficarmos decepcionados com a derrota de 'O Menino E O Mundo', belíssimo, criativo e merecidamente aclamado ao redor do mundo, na categoria de Melhor Animação.

O ganhador 'Divertida Mente' também pode receber os mesmos elogios e sua vitória é tão justa e merecida, que seu favoritismo nunca foi questionado realmente.

As aparições ao vivo dos três simpáticos robôs de 'Star Wars', dos Minions, de Woody e Buzz Lightyear e do ator que mais faz captura de movimentos, Andy Serkis, no palco do Dolby Theatre, só serviram para reforçar a força da fantasia e do escapismo em nossos corações e mentes.

Robôs de 'Star Wars' fizeram aparição ao vivo no palco - Getty Images

Em uma noite em que a polêmica da diversidade e ameaças de boicote quase ofuscaram os astros do cinema, o apresentador da noite, Chris Rock, não deu a mínima e falou do assunto sem papas na língua, atitude positiva que ajuda a discutir um problema sério e antigo de Hollywood.

Se o seu discurso não foi o melhor para tratar do caso, ao menos valeu pela tentativa e pelo fato de não fingir que a polêmica não existia.

Outra questão interessante foi a agilidade da premiação, que evitou enrolações e garantiu uma festa mais fluída, também mérito do comediante, que soube conduzir tudo como um perfeito hostess.

Agora, resta ver se as mudanças anunciadas já para 2017 trarão ainda mais mudanças positivas ao Oscar.

E que no ano que vem mais filmes merecedores levem a cobiçada estatueta dourada para casa.

Confira os vencedores do Oscar 2016:


Melhor Filme
Spotlight - Segredos Revelados

Melhor Diretor
Alejandro González Iñárritu - O Regresso

Oscars 2016 Leonardo DiCaprio
Melhor Ator
Leonardo DiCaprio - 'O Regresso'

Melhor Ator Coadjuvante
Mark Rylance - Ponte Dos Espiões

Melhor Atriz
Brie Larson - O Quarto De Jack

Melhor Atriz Coadjuvante
Alicia Vikander - A Garota Dinamarquesa

Melhor Roteiro Original
Spotlight - Segredos Revelados - Josh Singer e Tom McCarthy

Melhor Roteiro Adaptado
A Grande Aposta - Charles Randolph e Adam McKay

Melhor Canção Original
"Writing's On The Wall", de 007 Contra Spectre - (Jimmy Napes/Sam Smith)

Melhor Trilha Sonora
Os 8 Odiados - Ennio Morricone

Melhor Filme Estrangeiro
O Filho De Saul (Hungria)

Melhor Animação
Divertida Mente

Melhor Documentário em Longa-metragem
Amy

Melhor Documentário em Curta-metragem
A Girl In The River: The Price Of Forgiveness

Melhor Animação em Curta-metragem
História De Um Urso

Melhores Efeitos Visuais
Ex Machina

Mixagem de Som
Mad Max: Estrada Da Fúria

Melhor Edição de Som
Mad Max: Estrada Da Fúria

Melhor Montagem (Edição)
Mad Max: Estrada Da Fúria

Melhor Fotografia
O Regresso

Melhor Maquiagem e Penteado
Mad Max: Estrada Da Fúria

Produção de Arte
Mad Max: Estrada Da Fúria

Melhor Figurino
Mad Max: Estrada Da Fúria

Melhor Curta-metragem
Stutterer
<><>
Fotos dessa postagem:
Getty, Variety, Divulgação

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

'A GAROTA DINAMARQUESA': EDDIE REDMAYNE E ALICIA VIKANDER SOBERBOS EM FILME MEDROSO E CONSERVADOR


SINOPSE:

Lili Elbe (Eddie Redmayne) nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero.

A trama foca o relacionamento amoroso do pintor dinamarquês com Gerda (Alicia Vikander) e sua descoberta como mulher.

Baseado em fatos reais.

CRÍTICA:

Se hoje, felizmente, a transexualidade é um tema que, aos poucos, vem sendo debatido com mais frequência, essa realidade era muito mais obscura nos anos 1920.

É essa a época em que é situada a trama de 'A Garota Dinamarquesa', novo longa de Tom Hopper ('O Discurso Do Rei'), baseado no romance homônimo de David Ebershoff e que está em exibição em 58 salas em todo o Brasil.

Lili Elbe (Eddie Redmayne) nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero.

O enredo é centrado no relacionamento amoroso do pintor dinamarquês com Gerda (Alicia Vikander) até sua decisão de assumir completamente sua identidade feminina.


A Garota Dinamarquesa : Foto Alicia Vikander, Eddie Redmayne
Eddie Redmayne e Alicia Vikander, em cena do começo do longa - Fotos dessa Postagem - Divulgação/Universal Pictures Brasil
O filme mostra os dois como um casal a frente de seu tempo, característica comum no meio artístico da época.

Os dois buscavam ascender como pintores e ocupar as paredes das grandes galerias com seus quadros, mas esse plano fica em segundo lugar quando Einar começa a se descobrir como mulher.

Isso deixa exposto o preconceito que estava impregnado até nos ambientes mais libertários - e como o casal lida com a situação é um dos pontos altos do drama.

Apesar do tema controverso, Hopper faz aqui a sua mais conservadora direção, sem riscos e com uma montagem tradicional, com saídas melodramáticas fáceis, e sem muitas reviravoltas no roteiro.

Ainda bem que Redmayne e Vikander, sempre soberbos, passam na medida ao espectador a fragilidade da situação retratada, além de possuírem uma química incrível, expressa nos olhares de cumplicidade entre os dois.


A Garota Dinamarquesa : Foto Eddie Redmayne
Já como Lilli Elbe
O longa também erra ao retratar Lili Elbe de forma erotizada no início, como se sua decisão de mudar de gênero estivesse apenas ligada a uma fetichização da figura feminina - esse tom é derivado do próprio livro e foi bastante criticado na época de seu lançamento, sob acusações de não retratarem a realidade.

Infelizmente, Hooper, que podia mudar isso no filme, não o fez.

Apesar de tudo, a direção de arte de Tom Weaving é primorosa e conduzida com muito cuidado.

Os cenários e os figurinos têm inspirações na art nouveau e nas pinturas do artista Vilhelm Hammershøi e variam de acordo com as fases percorridas pelo protagonista.


A Garota Dinamarquesa : Foto Alicia Vikander, Eddie Redmayne
Vikander e Redmayne em cena do final do longa
O filme é bastante consistente, mas esse mérito se deve mais pela falta de ousadia de sua construção do que pela direção acertada.

A impressão que fica é a de que Tom Hopper, acreditando que o tema era suficientemente polêmico, não quis se comprometer e fez algo seguro em todos os aspectos.

O lado bom é que a simplicidade da trama proporciona maior espaço para Eddie Redmayne e Alicia Vikander mostrarem porque são os atuais queridinhos de Hollywood.

Vale uma olhada e uma reflexão.

INDICAÇÕES AO OSCAR 2016:
Melhor Ator (Eddie Redmayne)
Melhor Atriz Coadjuvante (Alicia Vikander)
Melhor Figurino
Produção de Arte (Tom Weaving)

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'A GAROTA DINAMARQUESA'
Título Original:
THE DANISH GIRL
Gênero:
Drama
Direção:
Tom Hooper
Roteiro:
David Ebershoff, Lucinda Coxon
Elenco:
Adrian Schiller, Alicia Vikander, Amber Heard, Ben Whishaw, Cosima Shaw, Eddie Redmayne, Emerald Fennell, Ida Emilie Krarup, Jeanne Abraham, Matthias Schoenaerts, Ole Dupont, Rebecca Root, Richard Dixon, Sebastian Koch, Victoria Emslie
Produção:
Anne Harrison, Eric Fellner, Tim Bevan
Fotografia:
Danny Cohen
Montador:
Melanie Oliver
Trilha Sonora:
Alexandre Desplat
Duração:
120 min.
Ano:
2015
País:
Estados Unidos / Reino Unido
Cor:
Colorido
Estreia:
11/02/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Universal Pictures
Estúdio:
ELBE / Harrison Productions / MMC Independent / Pretty Pictures / Senator Film Produktion / Working Title Films
Classificação:
14 anos

COTAÇÃO DO KLAU: