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terça-feira, 1 de novembro de 2016

ESTRELA DE 'OS PÁSSAROS' DIZ QUE FOI ASSEDIADA SEXUALMENTE POR HITCHCOCK

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Tippi Hedren, mãe da também atriz Melanie Griffith lançou sua autobiografia hoje
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A atriz americana Tippi Hedren revelou em sua nova autobiografia que o diretor Alfred Hitchcock a agrediu sexualmente e a intimidou quando trabalharam juntos na década de 1960.

Hedren já havia acusado o diretor de assédio sexual em numerosas ocasiões, incluindo em entrevistas em 2012 para o filme da HBO “The Girl”, que relata a suposta obsessão do cineasta com ela.

Mas em “Tippi: A Memoir”,  que chegou às livraria nesta terça, a atriz afirma que o assédio do diretor deu lugar à agressão em algumas ocasiões.

Hitchcock dirige Tippi Hedren em cena de 'Os Pássaros' - Universal Pictures

Tirada da obscuridade por Hitchcock no filme “Os Pássaros” (1963), Hedren afirma que após assinar um contrato de cinco anos com o diretor passou a ser assediada com frequência.

Segundo a atriz, certa vez Hitchcock se debruçou sobre ela, em sua limusine, e tentou beijá-la.

Em outra ocasião, o diretor a encurralou e pediu que o tocasse.

“Cada vez que o encontrava só ele tinha alguma maneira de expressar sua obsessão por mim, como se eu devesse lhe corresponder de alguma forma”.

A capa do livro - NBC

Hedren, mãe da atriz Melanie Griffith, também afirma que Hitchcock utilizava seu motorista para pressioná-la.

Hitchcock e Hedren trabalharam juntos também em “Marnie - Confissões de Uma Ladra” (1964), um filme baseado na história de uma cleptomaníaca com problemas mentais e sexuais.

A atriz disse ter consciência sobre a crença generalizada de que um homem que obriga sua “namorada frígida, inalcançável” a manter relações sexuais com ele era uma fantasia pessoal de Hitchcock sobre ela.

Melanie Griffith e a mãe, Tippi Hedren, em foto recente - The Hollywood Reporter

O cineasta britânico, que faleceu em 1980, manifestou seu amor e ficou agressivo na medida em que era rejeitado, revelou a atriz.

“Jamais revelei detalhes sobre isto e não o farei nunca. Simplesmente digo que ele me agarrou e colocou as mãos sobre mim”.

“Era sexual, perverso e feio”, revelou Hedren, que não comentou nada antes porque na ocasião “assédio sexual e assédio eram termos que não existiam”.

Hitchcock, frustrado com a resistência da atriz, teria ameaçado arruinar sua carreira.

Vocês tem alguma dúvida que em dias a autobiografia estará no topo das mais vendidas?

sábado, 14 de agosto de 2010

SERGIO BRITTO CONTA TUDO EM "O TEATRO E EU"

Com 65 anos de carreira dedicados à televisão, ao cinema e principalmente ao teatro, o ator Sergio Britto finalmente lançou sua autobiografia no último mês de maio - "O Teatro e Eu" - um corajoso relato em que resgata suas estreia nos palcos e momentos marcantes de sua trajetória artística.

Mostrando aos poucos a personalidade do homem por trás dos grandes personagens, Britto narra a criação e os bastidores de importantes grupos teatrais do país, dos quais participou da criação ou esteve envolvido nas montagens, entre eles, os fundamentais Teatro de Arena e o Teatro Maria Della Costa.

Os detalhes esmiuçados pelo ator, de tão descritivos e ricos, tem também momentos menos gloriosos, como quando foi desafiado por problemas de audição e na voz.

Protagonista de históricos embates com a ditadura militar, o artista conta como fez para burlar os censores do regime, e trata de outros obstáculos mais recentes, como os problemas financeiros impostos pelo corte de verbas que foi a tônica do governo Collor.

Embora tenha começado em 1945 e participado em 1948 da histórica montagem de "Hamlet" estrelada por Sérgio Cardoso, Britto diz que só começou a se considerar ator em 1953, com as estripulias de "Uma Mulher e Três Palhaços" - tão marcantes que ele guarda até hoje o nariz vermelho que usou.

Mas a inflexão na carreira aconteceu quando ele deixou os papéis de galã, adequados ao seu então perfil atlético, e passou a fazer espetáculos difíceis como "Fim de Jogo" (1970), "Tango" (1972), "Autos Sacramentales" (1974) e "Quatro Vezes Beckett" (1985).

"Acho que já sei tudo, que cheguei no máximo. Não tenho obrigação de fazer uma coisa a mais. Para mim, fazer algo a mais é fazer diferente", afirma, referindo-se à dialética do momento: saiu de um pesado solo de Beckett para uma peça brasileira realista, dirigida por Eduardo Tolentino, e entrará num Tchékhov poético, no qual interpretará um velho ator.

A ótima memória permite ao grande ator contar detalhes da carreira: fala dos grandes amigos - como Fernanda Montenegro - e dos colegas com quem se desentendeu - Beatriz Segall, Laura Carneiro, Osmar Prado e tantos outros.

O abuso de sinceridade é um traço forte de Britto, e justifica o porquê de ele ter começado o livro falando de homossexualidade.

"Para mim, se dizer bissexual é como esconder o homossexualismo que você não quer admitir. Sempre me senti homem o bastante para assumir opções e atitudes na minha vida", escreveu.

"Ninguém pode travar uma tendência dentro de si. Se tem alguma coisa que te empurra para cá ou para lá, você tem que ver como é, no mínimo", afirma ele, reconhecendo que tal sinceridade poderia tê-lo prejudicado no passado.
"Os galãs da Globo sofrem até hoje."

A aliança que tem usado é do Alberto de "Recordar É Viver", e ele diz ter decidido há cinco anos ficar "descasado definitivamente".

"Quero dormir sozinho. A parte sexual existe, mas a matrimonial, não."

A idade avançada é sinônimo de pais e muitos amigos mortos, mas nada que o tenha levado à depressão.

"Sou frio? Sou gelado? Não, é que eu enfrento bem as dificuldades. Lágrimas não combinam comigo."

Ele escreve que, quando cortou os pulsos, aos 22 anos, estava representando o desejo de se libertar, livrar-se da medicina que estudou para agradar os pais.
"Quando eu acordei no hospital, perguntei: 'O que é isso? Não quero morrer'. No mesmo dia, saí no bonde dançando e cantando. Era domingo de Carnaval."

Britto tomou a decisão de, nos anos que lhe restam, apenas trabalhar como ator, não mais dirigir nem dar cursos de teatro.
"Os jovens de hoje podem dizer que querem fazer teatro, mas o que eles querem fazer é televisão. Se a televisão chama, eles largam tudo. Não estou falando mal dos jovens atores, mas de uma fase do Brasil em que tudo é mais ralo, mais frágil."

"O TEATRO E EU"
Autor: Sérgio Britto
Editora: Tinta Negra Editorial
Gênero: Autobiografia
Quanto:R$ 52,00, na Livraria da Folha

COTAÇÃO DO KLAU: