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sábado, 28 de janeiro de 2017

RIP: ATRIZ FRANCESA EMMANUELLE RIVA MORRE AOS 89

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Atriz foi indicada ao Oscar em 2013, pelo drama 'Amor'
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A atriz francesa Emmanuelle Riva, do clássico 'Hiroshima, Meu Amor', faleceu ontem, após complicações em decorrência de um câncer.

Segundo o jornal francês "Le Monde", a atriz de 89 anos chegou a anunciar que estava doente, mas continuou realizando trabalhos no cinema mesmo assim.

Em 2013, foi indicado ao Oscar pelo trabalho no drama 'Amor', de Michael Haneke.

Pelo mesmo filme, recebeu o Cesar Prix - prêmio máximo do cinema francês - e o BAFTA - prêmio máximo do cinema britânico.

Emmanuelle Riva também fez grandes papéis em filmes como 'A Liberdade É Azul', de 1993, e 'Os Ultimos Dias de Minha Vida', de 2001.

Seu trabalho mais recente é o drama inédito "Alma", gravado na Islândia.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

OSCAR 2013: CONHEÇA AS INDICADAS A 'MELHOR ATRIZ'


A categoria de Melhor Atriz será uma das mais diferentes da cerimônia do Oscar 2013, por reunir talentos de diversas faixas etárias, além de três artistas que já haviam disputado o prêmio da Academia pelo menos uma vez no passado.

Se levadas em conta as premiações que servem como termômetro para a cerimônia de amanhã à noite, a favorita é a atriz Jennifer Lawrence, 22 anos, que interpreta uma dançarina viúva e complicada no filme "O Lado Bom da Vida".

Ela já levou na mesma categoria no SAG Awards (Screen Actors Guild), premiação concedida pelo Sindicato de Atores norte-americano, o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia e também na premiação da Associação de Críticos de Cinema (Critics' Choice Awards) dos EUA.

JENNIFER LAWRENCE
Quem é: Com apenas 22 anos, Jennifer Lawrence saiu da obscuridade total para o estrelato em apenas 24 meses.
Sua atuação sutil como uma mulher problemática que tenta se relacionar com o personagem de Bradley Cooper em "O Lado Bom da Vida", de David O. Russell, só a fará ainda mais requisitada.
Não perca: O caminho para o estrelato de Lawrence começou com "Inverno da Alma" (2010) , pelo qual foi indicada ao Oscar como a adolescente que luta para manter a família unida apesar da pobreza, da instabilidade mental e do vício em drogas.
Outros trabalhos: A jovem atriz é mais conhecida como a estrela de "Jogos Vorazes" (2012), no qual interpreta a arqueira Katniss Everdeen.
Também viveu o papel de Mystique em "X-Men: Primeira Classe" (2011) e já garantiu presença na sequência.

A principal concorrente de Jennifer é Jessica Chastain, a minha favorita, indicada pela atuação soberba em "A Hora Mais Escura".
A norte-americana de 35 anos já havia sido indicada à estatueta de melhor atriz coadjuvante em 2011 pela interpretação em "Histórias Cruzadas".

Jessica desbancou Jennifer ao faturar o principal prêmio para atrizes oferecido pela Associação de Críticos de Cinema (Critics' Choice Awards) e faturou o Globo de Ouro de melhor performance feminina em filme de drama, mas perdeu o duelo para a colega de profissão no SAG Awards.

JESSICA CHASTAIN
Quem é: Poucas atrizes já interpretaram um papel como o de teimosa agente da CIA que protagoniza "A Hora Mais Escura", de Kathryn Bigelow.
A busca por Osama bin Laden não só a faz relegar sua vida pessoal a segundo plano como acaba por consumi-la até que a caçada pelo líder da al-Qaeda seja sua única razão de viver.
Não perca: Chastain foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho como a dona de casa atrapalhada de "Histórias Cruzadas", dando um toque de comédia a uma história que, do contrário, peca pelo excesso de seriedade.
Outros trabalhos: Chastain é uma mulher cujo marido pode estar ficando louco em "O Abrigo" (2011), além de dar um pouco de charme ao drama de época "os Infratores" (2012) como a garota de Chicago que foge de seu passado no interior da Virgínia.

Também estão no páreo a mais velha e a mais nova atriz: a diva francesa Emmanuelle Riva, de 82 anos, e Quvenzhané Wallis, de apenas 9 anos.

Emmanuelle interpreta uma senhora debilitada pela idade em "Amor", de Michael Haneke e a pequena Quvenzhané é a protagonista de "Indomável Sonhadora", longa que mostra a trajetória de uma menina para superar uma catástrofe que afetou seu vilarejo.

EMMANUELLE RIVA
Quem é: A atriz de 84 anos e seu parceiro, Jean-Louis Trintignant, de 82, dão um show de interpretação em "Amor".
O papel dela no longa é desafiador, já que sua personagem não fala e quase não se move no início do filme.
Não perca: A veterana francesa está na ativa desde 1957, mas um de seus melhores trabalhos é em "Hiroshima, meu Amor" (1959), de Alain Resnais, no qual interpreta uma artista francesa que tem um caso com um arquiteto japonês enquanto roda um filme antiguerra em Hiroshima.
Outros trabalhos: Riva encarna uma mulher que pode (ou não) ter tentado matar o marido em "Thérèse" (1962) e interpreta a mãe da personagem de Juliette Binoche em "A Liberdade é Azul" (1993), de Krzysztof Kieslowski.

QUVENZHANÉ WALLIS
Quem é: Ela tem nove anos, tinha seis quando "Indomável Sonhadora" foi feito.
Ela é talentosa e Shirley Temple - anos 30 do século passado - talvez tenha sido a última atriz tão jovem a carregar um filme sozinha assim, com tanto talento e naturalidade.
Não perca: Seus próximos filmes, a começar de "Doze Anos de Escravidão".
Não dá para saber o que um ator mirim vai virar, mas a julgar de seu primeiro trabalho, a bunitinha tem um futuro impressionante pela frente.

A menos badalada entre as concorrentes em 2013 é Naomi Watts, que apesar da experiência em filmes dramáticos, só havia sido indicada uma única vez ao Oscar de melhor atriz em 2004 pelo trabalho em "21 Gramas".
Agora, a experiente artista concorre na mesma categoria pelo trabalho em "O Impossível", que narra o drama vivido por uma mãe que tenta salvar o filho e o marido após o tsunami que devastou o sudeste asiático em 2004.

NAOMI WATTS
Conhecida por atuar em dramas pesados, Naomi Watts se superou em "O Impossível", no qual encarna uma mulher cuja família passava férias em Bali, em 2004, quando o sudeste asiático foi atingido por um grande tsunami.
A força emocional de uma mãe que não aceita a perda do marido e do filho é o que rege a boa atuação da atriz no longa.
Não perca: Naomi aparece à beira de um abismo emocional em "21 Gramas" (2003) no papel de uma viciada em drogas em recuperação cuja vida é destruída quando o marido e os filhos são mortos num acidente de carro, o que a fez ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz daquele ano.
Outros trabalhos: A atriz despontou em "Cidade dos Sonhos" (2001), de David Lynch; ela e Edward Norton também fizeram um trabalho inesquecível em "O Despertar de Uma Paixão" (2006) como um casal que tenta manter o casamento enquanto combate um surto de cólera num vilarejo chinês.

Fotos dessa postagem: 
* Atrizes no red carpet do Globo de Ouro 2013: Getty Images
* Emanuelle Riva: Paris Match


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

'AMOR': MICHAEL HANEKE NÃO FAZ CONCESSÕES EM LINDA HISTÓRIA DE AMOR AOS 80 E QUE JÁ FOI PREMIADÍSSIMA


Contar uma história de amor entre dois professores de música octogenários, na telona e na vida real, envolvendo-os num dilema ligado a doença, degeneração e morte.

É essa 'tour de force" que o diretor e roteirista austríaco Michael Haneke decidiu enfrentar em “Amor”, longa estrelado pelos premiados veteranos franceses Emmanuele Riva e Jean-Louis Trintignant e que já levou, entre outros, a Palma de Ouro de Melhor Filme em Cannes 2012; Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro 2013; Melhor Filme, Melhor Diretor (Michael Haneke) e Melhor Atriz (Emmanuelle Riva) da National Society Of Film Critics (2012); prêmios do Cinema Europeu de Melhor Filme, Diretor, Ator e Atriz (2012); prêmios de Melhor Filme e Melhor Atriz da Associação dos Críticos de Cinema de Los Angeles (2012).

As lendas da interpretação francesa Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, em cena de "Amor" - Fotos dessa postagem: Divulgação: Imovision

E sim, foi indicado a Melhor Filme, Filme Estrangeiro, Atriz (Emmanuelle Riva, a mais velha a ser indicada), Diretor e Roteiro Original no Oscar 2013 - ufa!

Ao contrário dos dramas semelhantes filmados em Hollywood, o diretor afasta-se de um clima sentimental e prefere ser rigoroso no estilo, focalizando os detalhes que fazem do casal íntimo e cúmplice, criando entre si um ninho exclusivo, no qual até mesmo a filha (Isabelle Huppert, maravilhosa) parece ser uma intrusa.

A Diva Isabelle Huppert interpreta a filha do casal

Este pequeno mundo culto, refinado e muito parceiro do casal é subitamente abalado pela descoberta de uma doença degenerativa de Anne (Emmanuele Riva), que provoca intensa angústia e sobrecarrega Georges (Trintignant).

A lenda Emmanuele Riva, como Anne, em cena do filme

Mas o passar dos dias trazem também a iminência de uma decisão drástica, em que estará em jogo não só a liberdade individual como a noção do limite da dignidade.

Assim, nenhum espectador passará imune pela radicalidade deste filme pesado, intenso e sem concessões, com interpretações memoráveis do casal protagonista - o que prova que atores e atrizes não tem idade, e sempre estão prontos a fazer interpretações inesquecíveis.

A lenda Jean-Louis Trintignant, como Georges, em cena do filme

Basta serem chamados a trabalhar, como Michael Haneke fez.

Filmaço.

Confira o trailer do filme:

*****
'AMOR'
Título Original:
Amour
Diretor:
Michael Haneke
Elenco:
Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert, Alexandre Tharaud, William Shimell, Ramón Agirre, Rita Blanco, Carole Franck, Dinara Drukarova, Laurent Capelluto, Jean-Michel Monroc, Suzanne Schmidt, Damien Jouillero, Walid Afkir
Produção:
Stefan Arndt, Margaret Ménégoz
Roteiro:
Michael Haneke
Fotografia:
Darius Khondji
Duração:
127 min.
Ano:
2012
País:
França, Alemanha, Áustria
Gênero:
Drama
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Imovision
Estúdio:
Les Films du Losange / X-Filme Creative Pool / Wega Film
Classificação:
14 anos
Cotação do Klau:

segunda-feira, 28 de maio de 2012

FESTIVAL DE CANNES: MÍDIA FAZ ELOGIOS ÀS ESCOLHAS DO GRANDE JÚRI


Críticos elogiaram o júri do Festival de Cinema de Cannes nesta segunda, por ter dado a cobiçada Palma de Ouro de melhor filme para "Amour", do diretor Michael Haneke, que justificou seu status de favorito na cerimônia de premiação de ontem.

O diretor austríaco soma agora duas Palmas de Ouro no maior evento mundial de cinema, integrando uma pequena elite de vencedores múltiplos e firmando seu lugar como um mestre da produção de filmes.

Lento e discreto, o retrato do amor de um casal de idosos franceses enfrentando os últimos estágios de vida levou audiências às lágrimas e críticos correram para escrever resenhas concedendo cinco estrelas ao filme.
Divulgação
Emmanuelle Riva - de costas - e Jean-Louis Trintignant, em cena de "Amour", do diretor Michael Haneke, ganhador da Palma de Ouro em Cannes 2012

Sua vitória foi particularmente bem-vinda na França, onde as estrelas do longa, ambos em seus 80 anos de idade, são nomes respeitados do cinema nacional.

"Os nomes de Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant ... vão parecer perante os olhos do público como uma vitória francesa", disse o jornal Le Parisien.

Quem não deu as caras na cerimônia de premiação que encerrou o festival de 12 dias na Riviera Francesa foram as produções norte-americanas, sendo que cinco participaram da competição principal, que tinha 22 candidatos.

Nem mesmo o talento de estrelas de alto calibre como Nicole Kidman e Brad Pitt, ao lado de nomes emergentes quentes de Hollywood, como Jessica Chastain, Tom Hardy e Zac Efron, foi suficiente para conquistar os jurados de Cannes, comandados pelo diretor italiano Nanni Moretti - lembrando que, no ano passado, o diretor norte-americano Terrence Malick ganhou a Palma de Ouro por seu "A Árvore da Vida" e Kirsten Dunst arrematou o prêmio de melhor atriz por seu papel em "Melancolia", de Lars Von Trier.

Os críticos de Cannes ficaram mais desanimados em relação à maioria das produções dos EUA, embora "Killing Them Shoftly", do neozelandês Andrew Dominik, que trouxe Brad Pitt como um executor da máfia em uma cidade norte-americana atingida pela recessão dos anos 20, foi razoavelmente popular.

"Nenhum (filme) deixou a cidade em chamas, e claramente não conseguiu contar com o apoio expressivo da crítica", disse Todd McCarthy, do The Hollywood Reporter, em reação aos prêmios.

O que a forte presença norte-americana fez, no entanto, foi colocar estrelas no tapete vermelho, um ingrediente chave para o sucesso em um festival que vive não só do cinema alternativo, mas também do glamour, fama e das celebridades.

Além de Haneke, outros dois ex-vencedores foram premiados em Cannes - o britânico Ken Loach ganhou o prêmio especial do júri com a comédia escocesa "The Angels' Share" e o romeno Cristian Mungiu ganhou melhor roteiro para o drama sobre exorcismo "Beyond the Hills".

As duas jovens estrelas do filme, Cristina Flutur e Cosmina Stratan, surpreenderam com a dupla premiação de melhor atriz, enquanto o dinamarquês Mads Mikkelsen arrematou o prêmio de melhor ator por sua interpretação de um homem injustamente acusado de abuso infantil no drama angustiante "The Hunt".

A mair polêmica deste ano foi o mexicano Carlos Reygadas ter vencido na categoria melhor diretor por "Post Tenebras Lux", uma exploração onírica da corrente de riscos dentro da sociedade mexicana de hoje e que foi o longa mais vaiado pela mídia presente a Cannes - um prêmio surpreendente para um filme indecifrável.

domingo, 20 de maio de 2012

FESTIVAL DE CANNES: AS LENDAS JEAN-LOUIS TRINTIGNANT E EMMANUELLE RIVA EMOCIONARAM A PLATEIA COM 'AMOUR'


Os veteranos Jean-Louis Trintignant, de 81 anos, e Emmanuelle Riva, de 85, emocionaram neste domingo o público presente no Festival de Cannes e se mostram claramente favoritos aos prêmios de interpretação do evento com uma história nada complacente - "Amour", do austríaco Michael Haneke.

É um filme sobre a velhice, sobre o amor entre um casal que começa a viver uma fase tão avançada da vida e como ambos se ajudam num momento difícil, sem deixar que ninguém de fora entorpeça o caminho que lhes resta para percorrer.

Não trata do romantismo do amor, mas da necessidade de auxílio recíproco de um casal.

Menos ambicioso que "A Fita Branca" - vencedor da Palma de Ouro de 2009 - "Amour" marca o retorno de Haneke à Côte d'Azur. 
"Nunca faço um filme para demonstrar algo. Se chegamos a certa idade, estamos obrigatoriamente confrontados com o sofrimento, dos pais, dos avós, de outros parentes...".

O diretor considera o sofrimento como algo natural, que ele próprio já teve de lidar dentro de sua família, fato que representou o ponto de partida para este filme, cujo objetivo, segundo ele, "não é criar um debate social".

É um filme que, embora nada complacente, aborda a ternura que surge da cumplicidade entre um casal que passou toda a vida junto.

Os personagens de Trintignant e Emmanuelle dão uma lição de dignidade e, apesar de tudo, não se deixam levar pelo giro final de suas vidas quando ela sofre uma paralisia.
AFP
Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant, hoje em Cannes

Trintignant - que já ganhou o prêmio de Melhor Ator em Cannes em 1969 por "Z", de Costa Gavras - recebeu neste domingo calorosos aplausos ao chegar à entrevista coletiva de apresentação do filme, e se mostrou tão emocionado como brincalhão.
"Michael é um dos melhores diretores do mundo. Tive a oportunidade de trabalhar com ele, que me disse que talvez não haveria outra", declarou Trintignant, que diz se sentir, pela primeira vez na vida, satisfeito com seu trabalho.
"É pretensioso, mas me perdoem".

Para ele, atuar em "Amour" foi "muito doloroso", um trabalho "muito, muito difícil de fazer", mas que lhe deu "grande felicidade".
"Nunca encontrei um diretor tão exigente. Tem o filme na cabeça e conhece muito bem toda a técnica do cinema", ressaltou o ator, antes de acrescentar com um sorriso: "não o aconselho a ninguém".

Emmanuelle, que interpreta uma mulher em incessante deterioração moral, explicou que, no início, pensava que não conseguiria se colocar na pele de Anne, mas que pouco a pouco entrou no personagem "de forma natural e com uma paixão muito forte".

Tanto que não queria deixar de ser Anne quando a tomada terminava - "cada vez ela levava meia hora para se recuperar", lembrou Trintignant - e até dormia junto ao local das filmagens para ficar em contato permanente com ele, "mas sem nenhuma tristeza", pois não estava arrasada na vida real.

Sobre isso, Haneke destacou que, para os atores e o diretor, é muito mais difícil assistir ao filme, assistir na tela, do que fazer o trabalho. 
"Não temos piedade dos personagens (durante as filmagens)", declarou o cineasta.

Para ele, quem sofre é o espectador ao ver o resultado.

"Nós estamos aí para criá-los da forma mais eficaz. É um pouco romântica a ideia de que, ao fazer um filme trágico e triste, nós estamos tristes", esclareceu.

E, para Haneke, essa forma mais eficaz passa principalmente pelo som, como indicou Trintignant e reconheceu o diretor. 
"Michael é muito sensível e é a primeira vez que vejo um diretor tão atento ao som, a sua precisão", afirmou o ator.

Haneke admitiu que trabalha "mais com os ouvidos do que com os olhos"
Para ele, é mais fácil saber se algo soa falso simplesmente ouvindo o ator.

Junto ao casal protagonista, o único personagem de maior presença é o de Isabelle Huppert, que interpreta Eva, filha de ambos, uma mulher um tanto fria e distante que vive o drama de seus pais de uma forma particular.

"Não acho que meu personagem seja cruel" - disse Isabelle, em resposta a uma pergunta dos jornalistas -, "mas a situação. Há algo que separa inexoravelmente os mortos dos vivos. Há duas velocidades que são contraditórias, que não podemos compreendê-las, e isso é o cruel".


*****
Confira matéria de Alexandria Sage, da Reuters:

É um tema raramente enfocado pelo cinema, mas Michael Haneke nos força a enfrentar a realidade que cairá sobre nós -o fim da vida- em "Amor", seu belo e devastador filme.
"Amour", nome original do filme, falado em francês, acompanha um casal idoso, ex-professores de música que desfrutam de uma aposentadoria confortável, em Paris até que Anne, interpretada por Emmanuelle Riva, sofre um derrame.
"É um filme muito poderoso e um filme muito solene. Poderia quase parecer um documentário sobre esse acontecimento terrível e doloroso", disse Emmanuelle, mais conhecida por sua participação em "Hiroshima Mon Amour" (1959),  durante entrevista coletiva à imprensa. "É tremendamente simples e, por ser tão simples, é tão poderoso", acrescentou, falando em francês.
Muitas lágrimas foram derramadas durante a exibição do filme para a imprensa, antes da estreia mundial neste domingo em Cannes, e a julgar pelos comentários entusiasmados postados pelos críticos em blogues e no twitter, Haneke já está entre os favoritos na disputa pelo prêmio principal, - a Palma de Ouro.
Georges, o amoroso esposo de Anne, interpretado por Jean-Louis Trintignant, luta admiravelmente para se adaptar à situação enquanto o estado de Anne se deteriora, mas Haneke é impiedoso ao nos mostrar a banalidade e tristeza da rotina diária que caracteriza a nova vida do casal.
Vemos Georges ajudar Anne a ir da cama para a cadeira de rodas, a ir ao banheiro ou durante monótonas sessões de fisioterapia, e em cada situação o público é arrastado para o seu mundo, dolorosamente consciente de que a morte se aproxima. 
"Nada disso merece ser mostrado", diz Georges à filha Eva, interpretada por Isabelle Huppert, quando a fala de Anne se deteriora, se transformando em um balbuciar incoerente.

Haneke convenceu o veterano ator Trintignant, de 81 anos, a abandonar a aposentadoria para interpretar Georges - o ator ganhou o prêmio de melhor ator em Cannes em 1969, pelo filme político "Z".
"Sofri enormemente, mas? estou muito satisfeito com o nosso trabalho", disse Trintignant. "Foi doloroso, mas ao mesmo tempo muito bonito."
Haneke - ganhador da Palma de Ouro em 2009, por "A Fita Branca" e presença constante em Cannes, disse que seu novo filme não é um comentário sobre os idosos ou o tratamento que a sociedade dá a eles. 
Em vez disso, afirmou, está muito orgulhoso por fazer um filme "simples" sobre um relacionamento e seu fim inevitável.

Confira o trailer de "Amour":
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Matéria de Alicia García de Francisco, da Agência EFE, em Cannes