A Netflix divulgou um hilário vídeo de bastidores de ‘Grace and Frankie’ em que Jane Fonda e Lily Tomlin falam se topariam experimentar algumas coisas – ou se estão “muito velhas” para isso.
Janelle Moáe e seu sensacional musical de abertura - Jane Fonda vestida para matar - Eminem canta música que deveria ter cantado 17 anos atrás - Idina Menzel canta com 'Elsas' de todo o mundo - Compositora de 'Coringa' faz história - Billie Eilich faz performance poderosa de 'Yesterday' no 'In Memoriam' - Diretora que derrotou Petra Costa cita Karl Marx no seu discurso - Joaquin Phoenix faz mais um discurso sensacional e fecha temporada de prêmios levando tudo - A noite histórica de 'Parasita'
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A Cerimônia de entrega do Oscar 2020 foi, talvez, a mais bonita e a mais dinâmica que vimos em muito tempo.
E também a que nos trouxe muitas surpresas.
Selecionamos algumas aqui:
JANELLE MONÁE E SEU IMPECÁVEL MUSICAL NA ABERTURA
Logo no começo da cerimônia, o palco foi tomado por Janelle Monáe e muitos bailarinos, que fizeram um número musical memorável, como fazia muito tempo que não víamos no Oscar, cuja cerimônia quase sempre é chata e cansativa.
Monáe já veio logo no início para mostrar que esse dia seria diferente - e memorável.
Veja:
JANE FONDA, A DIVA DAS DIVAS!
E quando aguardávamos o anúncio do Melhor Filme para fecharmos a noite grandiosa, eis que a Diva das Divas, do alto dos seus 82 anos, surgiu no palco com o envelope da revelação em mãos.
Lógico, foi ovacionada de pé.
Usando o mesmo espetacular vestido usado em 2014 em Cannes - é contra o consumismo - e segurando com classe o seu já famoso casaco vermelho, simbolo das frequentes prisões que tem enfrentado como ativista em defesa da vida e contra as mudanças climáticas, Jane Fonda nos inspira mais e mais.
Foi à maior festa do cinema mundial usando vermelho, com todos os simbolismos citados, para entregar o prêmio ao mais anti-capitalista dos filmes.
E ela é feminista.
E que momento sensacional!
Veja a aparição da Diva no palco:
E veja o anúncio do Melhor Filme:
EMINEM, SENSACIONAL!
"Lose Yourself" ganhou o Oscar de Melhor Canção Original no Oscar de 2003, mas Eminem não compareceu à cerimônia na época e não apresentou a música ao vivo.
A faixa veio a se tornar a primeira de hip-hop a vencer a categoria da Academia.
Só agora, em 2020, é que o rapper fez uma aparição surpresa no palco, justamente para fazer uma impecável apresentação da música, ao vivo.
Veja:
Após a performance surpresa, "Lose Yourself" retornou ao topo das paradas do iTunes, de acordo com o The Wrap.
Composta para o filme 8 Mile: Rua das Ilusões, a faixa superou "Intentions", de Justin Bieber, 18 anos após seu lançamento.
IDINA MENZEL E AS 'ELSAS' DE TODO O MUNDO
No momento da apresentação da música de Frozen 2, Into the Unknown, esperávamos que Idina Menzel, que é a voz original da princesa Elsa, viesse ao palco para apresentar a canção.
Só que ela apareceu acompanhada de nada menos que dez cantoras/atrizes que são a voz da princesa gelada em outras línguas, como russo, polonês e espanhol.
Ficou sensacional.
Veja:
COMPOSITORA DE 'CORINGA' É A QUARTA MULHER A LEVAR ESTATUETA DE MELHOR TRILHA SONORA
A compositora de Coringa, Hildur Guðnadóttir se tornou a primeira mulher a vencer o Oscar de Melhor Trilha Sonora nos últimos 23 anos, ao sair com a estatueta por seu trabalho no filme de Todd Phillips.
A compositora também é a 4ª mulher vencedora da categoria na história da premiação.
Ao aceitar o prêmio, Guðnadóttir falou com novas gerações de compositoras:
"Para todas as garotas, mulheres, mães e filmes, que sentem a música dentro de vocês, falem em voz alta. Nós precisamos ouvir a voz de vocês".
A islandesa se tornou a primeira mulher a ganhar o prêmio desde que a Academia uniu a categoria de trilha sonora original em uma só.
Até 2000, as categorias musicais eram divididas entre Melhor Trilha Sonora de Musical ou Comédia e Melhor Trilha Sonora de Drama.
A última mulher vencedora do Oscar de Melhor Trilha Sonora foi Anne Dudley, em 1997, por Ou Tudo ou Nada.
Antes dela, as outras mulheres vencedoras foram Rachel Portman, por Emma e Marilyn Bergman por Yentl.
Hildur Guðnadóttir no Oscar 2020 - Getty
BILLIE EILISH EMOCIONA NO 'IN MEMORIAN' CANTANDO BEATLES
A cantora do momento é Billie Eilish.
Depois de ser confirmada na semana passada como a voz do tema de abertura de 007: Sem Tempo Para Morrer, que estreia em abril, a jovem cantora surgiu no palco do Oscar introduzida pelo diretor Steven Spielberg, para fazer a trilha sonora para os membros da industria - atores atrizes, diretores, maquiadores, produtores... - que nos deixaram.
E Eilish cantou Yesterday, dos Beatles.
E foi sensacional.
Confira:
MELHOR DOCUMENTÁRIO: DIRETORA JULIA REICHERT CITA KARL MARX NO SEU DISCURSO
Petra Costa não levou o prêmio de Melhor Documentário, mas foi lindo ver sua concorrente citando Marx em seu discurso no meio de uma das maiores premiações do cinema no mundo.
"Os trabalhadores têm cada vez mais dificuldade hoje em dia, e acreditamos que as coisas vão melhorar quando os trabalhadores do mundo se unirem", disse Julia Reichert, diretora de "Indústria Americana".
O documentário foi produzido por Michelle e Barack Obama e mostra os conflitos entre trabalhadores americanos e chineses nos EUA.
Democracia em Vertigem não ganhou, mas o Oscar ficou em ótimas mãos.
Veja:
JOAQUIN PHOENIX FEZ DISCURSO BASTANTE PESSOAL E ENGAJADO E COMEMORA COMENDO HAMBURGER
Favorito, Joaquin Phoenix venceu na categoria de Melhor Ator por seu trabalho em Coringa e subiu ao palco para fazer um discurso bastante emotivo e pessoal.
“Não me sinto acima de nenhum dos outros indicados ou de qualquer outra pessoa nesta sala. Todos nós compartilhamos o mesmo amor pelo cinema. Esse meio me deu tantas coisas extraordinárias que nem sei o que eu seria sem ele”, afirmou.
“Mas acho que o maior presente que me deu, e a muitos nessa sala, é a oportunidade de usar nossa voz pelos que não têm.”
Phoenix continuou:
“Seja falando sobre desigualdade entre gêneros, racismo, direitos LGBTQ+ ou indígenas, direitos dos animais, estamos falando sobre lutar contra a ideia de que uma nação, uma raça, um gênero ou uma espécie tem o direito de dominar, controlar, usar e explorar outros sem impunidade. Acredito que nos desconectamos demais do mundo natural, e nos sentimos culpados por ter uma visão egocêntrica, a crença de que estamos no centro do universo.”
“Entramos no mundo natural, roubamos seus recursos. Nos sentimos no direito de inseminar artificialmente uma vaca e então roubar seu bebê quando ele nasce, mesmo que seus gritos de angústia sejam perceptíveis. E então bebemos o leite que é destinado ao bezerro e colocamos em nosso café e cereal”, argumentou.
“Quando usamos amor e compaixão como nossos princípios, podemos criar, desenvolver e implementar sistemas de mudança que são benéficos para todos os seres e ao meio ambiente.”
Phoenix explicou como o cinema mudou sua vida para a melhor.
“Fui um canalha minha vida toda. Fui egoísta, cruel às vezes, alguém difícil de trabalhar. Estou grato porque muitos aqui nessa sala me deram uma segunda chance. Acredito que estamos no nosso ápice quando apoiamos uns aos outros. Não quando nos cancelamos por erros passados, mas sim quando nos ajudamos a crescer. Educamos uns aos outros, e nos guiamos no caminho pela redenção.”
Por fim, o ator terminou de forma melancólica ao lembrar de seu falecido irmão River Phoenix, que sofreu uma overdose aos 23 anos de idade, em 1993.
“Quando ele tinha 17 anos de idade, meu irmão escreveu uma música em que dizia ‘vá ao resgate com amor, e a paz o seguirá’”.
Veja:
Após a consagração, em vez de ir a um dos badalados festões de Hollywood, Phoenix preferiu comprar um cheeseburguer com sua amada Rooney Mara e comer sentado na calçada - e com seu Oscar do lado, lógico.
Veja:
Variety
Essa é a primeira vitória de Joaquin Phoenix no Oscar.
O ator havia sido indicado três vezes antes de Coringa: em 2001 por Gladiador (2000), em 2006 por Johnny e June (2005) e em 2013 por O Mestre (2012).
Nesta temporada, Phoenix levou todos os prêmios importantes.
Confira alguns:
Montagem: Variety
NA NOITE EM QUE O LONGA SUL-COREANO FEZ HISTÓRIA, A HOMENAGEM DO DIRETOR DE 'PARASITA' AO SEU ÍDOLO MARTIN SCORSESE
O longa sul-coreano Parasita, de Bong Joon-Ho, saiu como o grande vencedor do Oscar 2020, mostrando a luta de classes que acontece atualmente no país.
Na trama, toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado.
Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica.
Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um.
No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos.
Parasita levou o já esperado Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas começou a fazer história ao dar a Joon-Ho as estatuetas de Melhor Roteiro e Melhor Diretor e depois, ao levar o prêmio máximo, o de Melhor Filme, se tornando o primeiro longa de língua não inglesa a conseguir o feito.
No discurso de aceitação de Melhor Diretor, Bong Joon-Ho falou sobre a importância de uma frase dita por Martin Scorsese quando ele ainda estudava cinema, deixando o diretor de O Irlandês, seu concorrente, sem ação e emocionado na plateia.
O público aproveitou para aplaudir Scorsese de pé.
Confira os melhores momentos das premiações para 'Parasita':
Por fim, quando Joon-Ho e todos da equipe de Parasita estavam no palco e faziam seus discursos, o tempo acabou e a luz e microfones foram desligados.
Foi o que bastou para as estrelas na plateia, como Charlize Theron, Joaquin Phoenix, Tom Hanks, Adam Driver e Jane Fonda, que estava no palco, fazerem um ruidoso protesto para que os agradecimentos seguissem.
E assim foi feito - e assim terminou uma das melhores, divertidas e surpreendentes cerimônias do Oscar da história.
A icônica atriz Jane Fonda foi presa mais uma vez, durante um protesto contra a inércia em relação às mudanças climáticas mundiais
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O incidente aconteceu no instante em que ela também era condecorada com o prêmio Stanley Kubrick Britannia Award for Excellence in Film, na Inglaterra.
Em virtude de sua prisão nos Estados Unidos, a vencedora do Oscar não pôde receber a honraria do BAFTA de maneira presencial.
Mas enquanto era escoltada pela polícia de Washington DC, a atriz agradeceu à Academia Britânica pelo prêmio, lamentando-se por não estar lá para receber a estatueta em mãos.
Confira o instante de sua prisão:
Essa é a terceira vez que Fonda é presa em um curto intervalo de três semanas, por protestar contra as políticas relacionadas às mudanças climáticas.
Além dela, o ator Ted Dawson, da série ‘The Good Place’, também foi detido durante o mesmo protesto.
Jane Fonda sempre foi uma grande ativista dos direitos humanos e das causas ambientais.
Seu engajamento sócio político se estende desde a década de 60 e seu envolvimento com o meio ambiente tem sido ainda maior desde que a atriz se mudou para Washington, onde ficará por quatro meses.
A mudança se deu justamente pelo seu anseio de se tornar ainda mais ativa em sua militância.
Em seu site oficial, ela explicou sua postura categórica:
“Eu estarei no Capitólio toda sexta-feira, faça chuva ou sol, inspirada e envolta pelos incríveis movimentos que nossa juventude criou. Não posso mais permitir que nossos oficiais elegidos ignorem e, pior, deem aval para as indústrias que destroem nosso planeta em busca de lucro”.
Diva, maravilhosa - e ganhadora do BAFTA honorário.
A Netflix renovou Grace and Frankie para a sexta temporada.
De acordo com a Variety, a notícia vem no mesmo dia da estreia da quinta temporada, justamente nessa sexta, 18 de janeiro.
Uma das séries de maior sucesso da plataforma é estrelada pelas Divas Jane Fonda e Lily Tomlin, como duas mulheres maduras que têm suas vidas viradas de cabeça para baixo quando seus maridos (interpretados por Martin Sheen e Sam Waterston) revelam que são gays e estão apaixonados.
Confira o trailer da quinta temporada:
A atração foi criada por Marta Kauffman e Howard J. Morris, e ainda traz no elenco nomes como Brooklyn Decker, June Diane Raphael, Ethan Embry e Baron Vaughn.
As cinco temporadas de Grace and Frankie estão disponíveis no catálogo da Netflix.
Quatro amigas têm suas vidas viradas de cabeça para baixo quando dão inicio a nova leitura do mês e são apresentadas ao livro “Cinquenta Tons de Cinza”.
Diane (Diane Keaton) ficou viúva após 40 anos de casamento, Vivian (Jane Fonda) gosta de seus relacionamentos sem compromisso, Sharon (Candice Bergen) ainda está trabalhando em um divórcio de décadas e o casamento de Carol (Mary Steenburgen) está em baixa após 35 anos.
A leitura estimula romances e reavive velhas chamas.
Juntas, as amigas incentivam uma a outra, para tornar o próximo capítulo de suas vidas o melhor de todos.
CRÍTICA:
O elenco é excepcional e inclui quatro ganhadores do Oscar - Diane Keaton, Jane Fonda, Mary Steenburgen e Richard Dreyfuss - e dois indicados ao Oscar - Candice Bergen e Andy Garcia.
Assim, o diretor e roteirista Bill Holderman já teve meio caminho andado para fazer 'Do jeito Que Elas Querem', um filme simpático, leve e bem feito.
Na trama, Vivian, Diane, Sharon e Carol são quatro amigas inseparáveis.
Ricas e brancas, possuem boa saúde e trabalhos estáveis, de modo que o único conflito são suas vidas afetivas.
Seguindo uma dinâmica muito próxima de 'Sex and the City' - mas com elenco uma geração mais velho - o roteiro desta comédia dramática cria quatro personalidades complementares: uma mulher que só pensa em sexo, mas jamais quer ter um compromisso a longo prazo (Jane Fonda), outra ocupada demais com a vida profissional para se dedicar aos romances (Candice Bergen), outra ingênua e sonhadora (Mary Steenburgen) e aquela que reúne o grupo, além de ser a narradora da história (Diane Keaton).
Fotos dessa postagem: Divulgação/Paris Filmes
O quarteto se reúne sob o pretexto de um Clube do Livro, que jamais parece muito verossímil - nunca se discute literatura nessas reuniões.
Mas elas conversam, e muito: a dinâmica passa essencialmente por diálogos bem escritos, nos quais as personagens confrontam suas visões de mundo e trazem à tona os conflitos morais e geracionais.
Ainda é tarde para pensar em sexo depois dos 60 anos?
É possível encontrar um novo amor e fazer planos para o futuro, ou reacender a chama de um casamento entediante?
Pegando o exemplo do namoro entre Christian Grey e Anastasia Steele, elas decidem ser mais ousadas no sexo e no amor.
O aspecto positivo deste projeto se encontra na maneira como Bill Holderman consegue rir com estas mulheres, ao invés de rir delas.
Ainda que constituam estereótipos, cada uma é respeitada em seu corpo e seus desejos.
As novas gerações são vistas como conservadoras, a exemplo das insuportáveis filhas de Diane, enquanto as protagonistas querem se divertir, viajar, beijar, fazer sexo.
As atrizes são eficazes em seus papéis: Mary Steenburgen e Candice Bergen extraem humor de pequenas cenas de constrangimento universal - a proposta do sexo, o medo da rejeição - e Jane Fonda está muito confortável reproduzindo basicamente o mesmo papel nos últimos dez anos.
Já Diane Keaton abusa dos tiques e da gesticulação, mas nada que atrapalhe o conjunto.
De certo modo, o humor aqui nasce da comparação das quatro mulheres idosas com pré-adolescentes: elas têm medo do sexo, de chegar no homem desejado, de serem rejeitadas.
Não sabem como se vestir, se maquiar.
Estamos a um passo de um tom depreciativo, por infantilizar o grupo sem considerar suas experiências de vida.
No entanto, o filme faz questão de se manter solar, leve.
É claro que todas elas atravessam um problema amoroso ao mesmo tempo, é claro que o roteiro soluciona todos estes conflitos magicamente, ao mesmo tempo.
Não existe naturalidade neste cenário previsível e alegremente artificial.
Tampouco se pode esperar sexo no filme que tanto fala de sexo, ou mesmo uma amargura normal do envelhecimento e do medo da morte, como em 'Um Divã Para Dois'.
A estética contribui para este otimismo a qualquer preço: os cenários e figurinos adotam cores pastéis, a luz prefere tons lavados ao contraste intenso, a música feel good trata cada cena como um spot publicitário de livros, vinhos ou sites de encontro na Internet.
A mensagem final pode incomodar espectadores progressistas, por sugerir que a felicidade de uma mulher, independente da idade, depende de um par romântico estável, rico e branco.
Mesmo assim, este cinema acessível a qualquer idade, que continuará um sucesso na televisão e em home video, serve a homenagear a sexualidade feminina pós-menopausa - por mais que a singela homenagem venha de um diretor homem.
E só esse elenco em interpretações notáveis já paga o ingresso.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'DO JEITO QUE ELAS QUEREM'
Título Original:
BOOK CLUB
Gênero:
Comédia
Direção:
Bill Holderman
Elenco:
Jane Fonda, Diane Keaton, Candice Bergen, Mary Steenburgen, Andy Garcia, Richard Dreyfuss, Alicia Silverstone, Don Johnson