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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MINISTÉRIO DA SAÚDE ABAIXA A CABEÇA PARA BANCADA EVANGÉLICA, E NÃO VEICULA VÍDEO ANTI-AIDS PROTAGONIZADO POR GAROTOS GAYS NA CAMPANHA DE CARNAVAL


O Ministério da Saúde mais uma vez baixou a cabeça para as forças pré-históricas que ainda mandam nesse país e retirou do Portal sobre Aids, Doenças Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais - que mantém na internet - um vídeo com cenas de um casal homossexual trocando carícias em uma boate.

O filme fazia parte da campanha de prevenção a doenças transmissíveis por relações sexuais lançada para o carnaval deste ano.

De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, "o vídeo foi feito para ser exibido exclusivamente em locais fechados, que recebem público homossexual, e não deveria ter sido disponibilizado na internet".

Confira o vídeo:

Segundo o ministério, a postagem do vídeo no portal foi "um equívoco" - a bancada evangélica, sempre ela, comemorou muito mais esse ato medieval em pleno século 21.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o vídeo que vem sendo exibido nas TVs abertas mantém a estratégia do governo de priorizar, na campanha deste ano, o público homossexual.

No vídeo protagonizado por Michel Teló, os primeiros versos do hit do verão “Ai Se Eu Te Pego” foram substituídos por “No carnaval ou na balada. Se a pegação começou a rolar. Você com a pessoa mais linda. E camisinha pra não vacilar”.

Confira:

Vocês viram alguma referência ou prioridade aos "jovens gays" no vídeo acima? Eu não vi.

Segundo o ministério, a campanha "é focada em jovens gays com idades entre 15 e 24 anos e será veiculada também depois das festas, com a intenção de conscientizar a população sobre a importância de se fazer o teste para detectar o HIV, vírus causador da AIDS".

Mais hipócrita, impossível.

Enquanto isso, o aumento da incidência da aids nos jovens foi de 10,1%, conforme dados divulgados pelo governo federal no fim do ano passado.

Em 2010, para cada dez heterossexuais com aids, havia 16 homossexuais soropositivos - em 1998, a relação era de dez para 12.

Até quando políticas de saúde pública no Brasil ficarão à mercê do crivo medievalista/religioso?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ESCOLA EM CAMPINAS RECEBE JOVENS LGBTs DISCRIMINADOS EM ESCOLAS CONVENCIONAIS



Conhecida como a primeira escola gay do Brasil, a Escola Jovem LGBT quase passa despercebida no pacato bairro residencial em que está instalada, na cidade de Campinas (SP).

Dentro da casa de seis cômodos, cerca de 30 jovens LGBT participam gratuitamente de aulas de música, teatro e de produção de revistas, todas voltadas para o universo gay.

A ideia nasceu há dez anos, a partir de e-mails trocados pelo fundador, o jornalista Deco Ribeiro, com outros jovens que passavam pelas mesmas angústias que ele. 
Hoje com 39 anos, Deco conta que se descobriu homossexual no início da adolescência, aos 13.

“Eu achava que era o único gay da minha escola, da minha rua, da minha cidade. Com a internet, descobri que muitos passavam pelo mesmo que eu”, lembra.

Cena G
A placa na fachada da escola

Em 2009, o projeto de Deco para uma escola de artes voltada para jovens LGBT venceu um edital do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura. 
Único dos 350 candidatos a propor a criação de um centro cultural voltado para a diversidade sexual e de gênero, o projeto passou a ser um dos Pontos de Cultura do Estado e a receber uma verba de 60 mil reais por ano.

Apesar do foco no mundo gay, héteros também são bem-vindos na escola. 
Atualmente, duas meninas heterossexuais participam das oficinas de revista.

Todos os fins de semana, jovens gays, bissexuais e travestis entre 14 e 24 anos organizam-se nas três turmas de dez alunos da escola.

Além dos três cursos em vigor hoje - criação de revista, música e teatro -, a escola já ofereceu aulas de dança, criação de fanzines e um curso livre de defesa pessoal. 

Ministrada por um especialista em artes marciais, o curso era focado em como evitar e como escapar de agressões.

Se eu tivesse grana, ela iria toda para projetos como esse.
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Matéria do site Cena G

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SEGUNDO CRÍTICOS, SILÊNCIO SOBRE HOMOSSEXUALIDADE NAS ESCOLAS LEVA AO BULLYING


Meus amigos:

Os jovens  gays americanos estão se matando por culpa dos abusos cometidos contra eles, principalmente nas escolas.

Quando um jornal da importância do The New York Times entra no debate sobre o bullying contra os adolescentes homossexuais nas escolas do interior americano, principalmente, podemos esperar mudanças efetivas nesse estado de coisas.

É essa matéria que eu separei para vocês, hoje:

A cidade de Anoka, no estado do Minnesota, tem um distrito escolar suburbano em expansão e sua maior parte está localizada no distrito da congressista Michele Bachmann.

Nesse setembro, Anoka atraiu a atenção dos americanos ao protagonizar uma das guerras culturais mais acirradas dos EUA – sobre como a homossexualidade deve ser discutida nas escolas.

Depois de anos de um conflito duro entre os defensores de alunos homossexuais e os cristãos conservadores, a questão já é altamente polêmica aqui.

Em julho, seis alunos entraram com um processo alegando que funcionários da escola não impediram o bullying incansável contra os homossexuais e que uma política do distrito - que exigia que os professores permanecessem “neutros” nas questões de orientação sexual - havia alimentado um silêncio opressivo e um estigma corrosivo.

Também neste verão americano, pais e alunos daqui aprenderam que o Departamento de Justiça federal estava envolvido profundamente numa investigação de direitos civis por conta de queixas de assédio contra um aluno gay do distrito - a investigação ainda está em andamento.

Evaristo Sá/AFP

Enquanto isso, grupos cristãos conservadores pediram que as escolas evitassem quaisquer descrições da homossexualidade ou do casamento do mesmo sexo como algo normal, alertando contra qualquer capitulação ao que eles chamam de “plano homossexual” para recrutar jovens para um “estilo de vida anormal e pouco saudável.”

Acrescentando um elemento incendiário a mais, o distrito escolar sofreu oito suicídios estudantis nos últimos dois anos, fazendo com que funcionários do estado declarassem estar diante de um “contágio suicida”.

Se o bullying homofóbico contribuiu para alguma dessas mortes é algo muito questionado aqui.

Afinal, alguns amigos e professores dizem que quatro dos alunos estavam sofrendo por conta da identidade sexual.

Em muitas cidades maiores, aulas de tolerância à diversidade sexual agora fazem parte da rotina da educação para saúde e treinamento anti-bullying.

Mas nos subúrbios a batalha continua, talvez agora mais amarga do que aqui no Distrito Escolar Anoka-Hennepin, ao norte de Minneapolis que, com 38 mil alunos, é o maior sistema escolar de Minnesota.

A congressista Michele Bachmann não falou sobre os suicídios ou sobre o debate acirrado sobre política escolar, e também não respondeu aos pedidos de entrevista da reportagem - ela já expressou "ceticismo" no passado sobre programas anti-bullying e é aliada do Conselho Familiar de Minnesota, um grupo cristão que se opôs veementemente contra qualquer retrato positivo da homossexualidade nas escolas.

Funcionários da escola dizem que estão no meio de uma batalha, enquanto defensores dos direitos dos homossexuais dizem que não há um meio termo nas questões de direitos humanos básicos.
“Acho que os adultos estão muito mais interessados em nos transformar num campo de batalha do que os alunos”, disse Dennis Carlson, superintendente das escolas.
“Temos pessoas na esquerda e na direita, e estamos tentando encontrar um terreno comum nesses assuntos.”

“Manter as crianças em segurança é uma preocupação comum”, diz ele, apontando para as iniciativas do distrito para combater o bullying e as novas iniciativas anti-suicídio.

Crianças gays e alguns pais e apoiadores dizem que essas iniciativas foram enfraquecidas pelo que chamam de “silenciamento” da discussão sobre diversidade sexual no distrito – uma política, adotada em 2009 em meio a um acalorado debate público, segundo a qual “ensinar sobre orientação sexual não faz parte do currículo adotado pelo distrito” e que os funcionários “deveriam permanecer neutros em questões relativas à orientação sexual.”

O processo foi aberto em julho em prol de seis alunos e ex-alunos, pelo Southern Poverty Law Center e pelo Centro Nacional pelos Direitos das Lésbicas, quando testemunharam ou ouviram relatos de atitudes homofóbicas, tendendo a “ignorar, minimizar, descartar, ou em alguns casos, culpar a vítima pelo comportamento abusivo dos outros alunos.”

Uma das vítimas, Kyle Rooker, 14, não declarou sua orientação sexual mas foi percebido como gay por um colega de classe, diz ele, em parte porque ele gosta de usar cachecóis brilhantes e cantar músicas de Lady Gaga.
No ensino médio ele era chamado por apelidos quase diariamente e uma vez urinaram nele por cima da parede enquanto ele usava o banheiro.

“Adoro atenção, mas esse é o tipo de drama com o qual eu simplesmente não consigo lidar”, disse Kyle, acrescentando que quando ele foi ameaçado no vestiário, funcionários da escola fizeram ele se trocar no escritório do assistente do diretor em vez de impedir o bullying.

A demanda do distrito por neutralidade sobre a homossexualidade, diz o processo, é inerentemente estigmatizante, inibiu os professores de responder mais agressivamente ao bullying e os impediu de combater estereótipos destrutivos.

“Esta política envia claramente uma mensagem para os alunos LGBT de que há algo de vergonhoso no jeito deles e que eles não são pessoas válidas na história”, disse Jefferson Fietek, professor de teatro na Anoka Middle School for the Arts.

Fietek, conselheiro de uma Aliança Gay-Hétero recentemente formada na escola, disse que conhece vários alunos gays e lésbicas que tentaram ou consideraram seriamente o suicídio.

Colleen Cashen, psicóloga e conselheira da Northdale Middle School, disse que ao excluir a homossexualidade, a política criou “um clima de vergonha”, e que interpretações contraditórias da administração deixaram os professores com medo de testar os limites, vendo a homossexualidade e a história dos direitos gays como temas tabu.
“Acredito que a política está criando um ambiente tóxico para os alunos”, diz ela.

Carlson, o superintendente, concordou que o bullying persiste, mas negou fortemente que o ambiente escolar é em geral hostil.

Ele disse que receberá bem iniciativas que possam resultar das negociações sobre o processo ou com os investigadores federais.
“Nós queremos que todos os alunos se sintam acolhidos e seguros”, disse ele.

Mas pais conservadores organizaram-se para fazer lobby contra mudanças.
“Dizer que você deveria aceitar duas mães como sendo uma família normal – isso seria defender direitos”, disse Tom Prichard, presidente do Conselho Familiar de Minnesota.
“Não deveria haver tolerância ao bullying, mas esses grupos estão usando o tema para tentar fazer avançar uma agenda social.”

Um grupo de pais do distrito que são aliados próximos do conselho familiar recusaram os pedidos de entrevista. 

Seu site diz que a depressão entre os adolescentes gays costuma ser culpa dos defensores dos direitos homossexuais que geram a falta de esperança: “quando uma criança foi deliberadamente mal informada sobre as causas da homossexualidade e dizem a ela que os atos homossexuais são normais e naturais, toda esperança de recuperação é retirada dela.”
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Matéria do jornalista Erik Eckholm,  publicada no The New York Times em 19.9.2011


Tradução: Eloise De Vylder

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AIDS: SEXO PIORA, E ARTISTAS ADEREM À CAMPANHA "SOMOS IGUAIS, PRECONCEITO NÃO"

Nesse ano, o Ministério da Saúde resolveu inovar na campanha publicitária para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro.

As fotos com artistas e pessoas que têm HIV/aids mostram abraço, beijo e representam proximidade e solidariedade - a ideia é demonstrar que amor, carinho e respeito não transmitem aids.

Confira imagens da campanha, e os artistas que a ela aderiram:
Fotos: Magda Fernanda/Ministério da Saúde
Marcello Antony também aderiu à campanha. As fotos com artistas e pessoas que têm HIV/aids mostram abraço, beijo e representam proximidade e solidariedade. A ideia é demonstrar que amor, carinho e respeito não transmitem aids.

Eduardo Moskovis posa para foto da campanha. A exposição com imagens de celebridades abraçados e beijando jovens que vivem com HIV/aids vai circular pelo Brasil, começando por Brasília e Fortaleza.

Hugo Soares (de camiseta vermelha, com Carolina Ferraz), 23, de Belém (PA), contraiu HIV por meio de abuso sexual aos 16 anos. Aos 21 anos descobriu que tinha o vírus porque percebia sua saúde debilitada. Há um ano e meio trabalha na militância dos jovens com HIV e mora na casa da avó. A ideia da campanha do Ministério da Saúde para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro, é contar histórias que mostrem a luta contra o preconceito de jovens que vivem com o HIV.

Reynaldo Gianecchini posa com jovens que vivem com HIV/aids para campanha do Ministério da Saúde para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro.

Adriana Esteves também participou da campanha. Por ano, são registrados cerca de oito mil casos de aids em jovens de 13 a 29 anos. Embora tenham a doença, têm também vida e muitos desafios pela frente. Conseguir um trabalho, manter os laços de amizade com os familiares e amigos, e serem enxergados como qualquer jovem e não como diferentes são os principais desafios.

Bruno Gagliasso também participa da campanha. A ideia é mostrar que os jovens com HIV/aids levam uma vida independente da contaminação, sendo que alguns nem precisam tomar os antirretrovirais.

Luana Piovani posou com um grupo de jovens soropositivos. A ideia é mostrar que beijo e contato físico não transmitem aids. Em pesquisa do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério, 13% das pessoas declararam acreditar que uma professora portadora do vírus da aids não pode dar aulas em qualquer escola.

Milena Toscano também participa da campanha - o tema deste ano foi fotografar jovens e celebridades em situações de proximidade e carinho.

Heloísa Perissé participa da campanha. Em pesquisa do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério, 22,5% afirmam que não se pode comprar legumes e verduras em um local onde trabalha um portador do HIV.

Fábio Assunção participa de campanha. Em pesquisa do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério, 19% das pessoas disseram acreditar que, se uma pessoa de uma família ficasse doente de aids, não deveria ser cuidada na casa da família.

A campanha do Ministério da Saúde para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, tem como tema 'Somos Iguais. Preconceito não'. Para isto, celebridades como Rodrigo Santoro posaram para fotos com 15 jovens que vivem com o HIV/aids.
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Após HIV, piora na vida sexual difere em homens e mulheres



Estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) constatou que após o diagnóstico positivo de HIV, homens e mulheres sofrem piora em suas relações sexuais.

Essa piora pode estar relacionada a inúmeros fatores, desde o desempenho até a frequência do ato sexual.

Segundo a pesquisa, ao comparar homens e mulheres, foi possível perceber que cada grupo considera diferentes variáveis como causas da piora na vida sexual.

A psicóloga Lígia Polistchuck estudou o assunto em sua dissertação de mestrado, e constatou que algumas concepções construídas social e culturalmente sobre os universos masculino e feminino podem exercer influência para piora na vida sexual.

Segundo a psicóloga, além de se depararem com tais concepções, atualmente os soropositivos ainda enfrentam, de certa forma, um suporte às vezes não adequado dado pelas instituições que se dizem especializadas.

“Este suporte os reduzem ao diagnóstico da doença, sem atentar para os outros fatores que auxiliariam na promoção de sua saúde”, afirma Lígia.

A pesquisa, baseada na análise de questionários respondidos por 979 portadores de HIV, aponta as variáveis mais relacionadas à piora tratando-se de cada sexo. Há variáveis que protegeriam os soropositivos da piora na vida sexual, chamadas “protetivas”, e também variáveis que colaborariam para o agravamento da vida sexual.

Para cada sexo, variáveis diferentes apresentam-se como mais expressivas, sejam protetivas ou não.

Por exemplo, para as mulheres, a falha de suporte do serviço de saúde, em diversos aspectos, é considerada muito significativa como causa de piora na vida sexual.

Já para os homens, ter o número de parceiras sexuais reduzido após o diagnóstico apresenta-se como questão expressiva para o agravamento na vida sexual. Isso não os ajuda na tentativa de manutenção do “ser homem”, uma construção sociocultural.

Como “protetiva”, “a facilidade para falar com psicólogo às vezes” apareceu no universo masculino. Curiosamente, ao contrário do que se esperava baseado no senso comum de que mulheres conversam mais com os médicos — psicólogos e outros profissionais da área —, esta variável não foi expressiva para o universo feminino.

Apesar disso, “a não abertura para falar com ginecologista sobre as relações sexuais” foi considerada um motivo expressivo de piora.

A partir desta comparação, a pesquisadora pôde confirmar a importância de ser oferecido um espaço para que as pessoas que vivem com HIV possam falar da vida sexual com o profissional de saúde.

Este, por sua vez, deve ter um olhar mais atento às demandas não tão óbvias, ou que não se associem somente à prevenção ou ausência de doença.

Vida financeira e uso de drogas

O trabalho constatou ainda que questões que dizem respeito à vida financeira também exercem influência para as mudanças na vida sexual de portadores.

No caso dos homens e das mulheres, respectivamente, estar empregado e receber um salário mediano, por exemplo, é considerado importante para as mudanças na vida sexual.

Os homens, caso desempregados, têm mais possibilidade de apresentar piora.

Esta piora aconteceria porque o homem é cobrado e/ou se cobra quando o assunto é “desempenho”, “poder”, “prover”, colaborando para o que a pesquisadora apontou sobre a influência das construções socioculturais associadas à vida sexual, além do diagnóstico positivo para o HIV.

No que diz respeito às drogas, a variável “fazer uso de maconha”, sendo este uso prévio ou atual, não determinado, apareceu como variável protetiva para os homens.

Segundo a pesquisadora, “é possível associar este dado a duas questões: os efeitos do uso podem trazer um relaxamento que é útil se pensarmos na cobrança frente ao desempenho do homem na cena sexual. Ainda, o uso de droga pode se associar a uma construção de masculino valorizada, a de correr riscos, a de uma vivência e um saber sobre esta esfera”.

É importante lembrar, segundo a psicóloga, que o efeito do uso é singular em cada organismo, o que não permite generalizações.

Para as portadoras de HIV esta variável não surgiu como associada à piora na vida sexual, revelando o quanto homens e mulheres são influenciados por variáveis diferentes em suas relações afetivas a partir do diagnóstico.

A pesquisadora utilizou duas amostras de portadores do vírus do Estado de São Paulo para realizar seu estudo: soropositivos que recebiam tratamento pela Casa da Aids, do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e pelo Centro de Referência de Tratamento DST-AIDS (CRT).


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Fontes: Ministério da Saúde e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP