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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

'SUPER 8' É AVENTURA CAPRICHADA, QUE OS PRÉ-ADOLESCENTES VÃO GOSTAR


Super 8 é um longa-metragem de aventura inspirado no cinema dos anos 70 e 80.

Por isso mesmo, a trama é ambientada no final da década de 70 e conta a história de um grupo de seis crianças moradoras de um pequeno povoado de Ohio (EUA) que testemunham um acidente de trem enquanto rodam na estação - com uma câmera super-8, lógico - um filme de zumbis.

Pouco depois do fato, começam a ocorrer no povoado uma série de desaparecimentos misteriosos e episódios estranhos que atormentam a população e com os quais as seis crianças terão de lidar.

"É difícil não comparar este filme com 'Os Goonies' e outros sobre um grupo de crianças do início dos anos 80", assinalou o diretor J.J.Abrams, quem explicou que, além das influências cinematográficas,  o roteiro do filme tem elementos autobiográficos.
"Queria contar uma história sobre esse momento da minha vida em que também fazia filmes em Super 8. Pensei que seria divertido, decidi chamar Spielberg, que fazia o mesmo quando criança, e rapidamente disse que sim".

O formato em 8 milímetros popularizou-se no final dos anos 60 entre os criadores de filmes de baixo custo, apesar de inicialmente esse tipo de equipamento ser destinado a uso doméstico.

Na nova obra de Abrams, a rodagem feita pelo grupo de crianças e os episódios fantásticos se alternam, envolvendo os dois protagonistas, Joe - interpretado pelo ator  mirim Joel Courtney - e Alice - a cima da média Elle Fanning - , jovem atriz que estreou com apenas dois anos de idade, em 2001, no filme Meu nome é Sam, e participou desde então de inúmeros filmes, entre eles Babel, do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu.
"O filme aborda as relações familiares e de amizade. Meu personagem tem um pai que não é precisamente maravilhoso, e não tem mãe, portanto, quando os meninos pedem que participe do filme de zumbis, ela vê a situação como uma válvula de escape", disse Fanning à Efe.

Divulgação
J.J.Abrams, dirigindo seu talentoso elenco

O personagem de Joe acaba de perder a mãe em um acidente, e a convivência com seu pai - Kyle Chandler, careteiro como sempre - está longe de ser perfeita, por isso que também busca refúgio no filme em Super 8 que é dirigido pelo seu amigo Charles - Riley Griffiths - um menino gordinho e muito bom ator.

A história de zumbis rodada pelas crianças se transforma em um relato autônomo dentro do filme de Abrams, que confessou sentir-se mais identificado com Joe do que com Charles, o diretor do filme obsessivo com a produção de seu filme.
"Charles é um diretor muito seguro de si mesmo, e eu não era assim quando criança. Sentia-me um pouco mais como Joe, era mais calado", contou Abrams.

"Participar de Super 8 é a experiência mais divertida que fiz em minha vida", afirmou Joel Courtney, do alto de seus 15 anos.

E como foi conviver com Abrams e Spielberg?
Os atores mirins deram todos a mesma resposta: "foi incrível".

Super 8 estreia hoje no Brasil, depois de ter sido um grande sucesso no seu lançamento nos EUA, em junho - arrecadou no fim de semana de estreia US$ 37 milhões, e custou US$ 50 milhões para ser produzido.

*****
Se eu tivesse de dizer uma única palavra para definir Super 8, a nova aventura saída da imaginação do diretor e roteirista J.J. Abrams, eu diria: nostalgia.

Ambientada em 1979, época ainda sem internet ou celulares, a história, desde o título, também remete ao passado do próprio Cinema, emprestando o nome das câmeras que antigamente eram quase tão populares quanto as digitais que são vendidas hoje em dezoito prestações nas Casas Bahia.

Filme de época, ficção científica, suspense com ecos de drama familiar e romance adolescente, com algumas pitadas de filme de terror...
Parece muita coisa para definir a mistura de gêneros que Abrams propõe aqui.

Isto sem contar o amplo espectro de referências cinematográficas do diretor - que vão de 
O Dia em que a Terra Parou (1951) aos filmes de Steven Spielberg, aqui atuando como produtor - como Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977) e E.T. - O Extraterrestre (1982) - ,  acrescidos  também de Conta Comigo (1986).

Mistura muito bem feita, que mostra Charles - Riley Griffiths - um pré-adolescente gordinho e cheio de energia que sonha em ser cineasta - a semelhança física com Orson Welles não é mera coincidência - e que está empenhado em fazer um filme, com esquema de produção bem caseiro, sobre zumbis, para colocar num festival.

Ele conta com amigos de todas as horas Cary - Ryan Lee -, Preston - Zach Mills - e Joe -
Joel Courtney - para serem seus atores, atrizes e técnicos.

Só falta convencer a menina mais bonita da escola, Alice - a excepcional Elle Fanning, de Um Lugar Qualquer - , para ser a estrela.

Divulgação
Ellen Fanning e Joel Courtney, em cena do filme

A partir do sim de Alice, a turma começa a filmar uma sequência noturna às escondidas, na estação de trem.

Tudo vai bem, até que eles presenciam um estranho acidente: uma caminhonete vem em alta velocidade sobre os trilhos, procurando chocar-se contra o trem - sabe-se depois que é um trem da Força Aérea Americana - que está chegando.

Se a intenção era aproveitar a parada do trem como pano de fundo para uma cena romântica, o espetacular acidente põe todos eles para correr.

Só que a câmera fica caída no chão, filmando cenas que logo se tornarão objeto de uma intensa disputa.

Quem lançou a caminhonete contra o trem é um professor dos garotos, o dr. Woodward - 
Glynn Turman -, que conta para eles uma estranha história sobre um extraterrestre para, pouco depois, a cidadezinha assistir à chegada de várias tropas militares, que tomam conta do trem acidentado e de toda a situação.

Divulgação
A turma, produzindo mais uma cena do seu filme em super-8

A partir daí, a trama se divide: a primeira, gira em torno do suspense sobre o segredo do que o trem transportava e o significado de um estranho cubo, pego na estação por Joe; a segunda, é o conflito entre o pai de Joe, o xerife-assistente Jackson - Kyle Chandler -, e o pai de Alice, Louis - Ron Eldard -, uma situação que embaça o romance entre os dois jovens, porquê a história tem a ver com a morte da mãe de Joe num acidente na fábrica em que também trabalhava o pai de Alice.

A primeira parte, quando os garotos encenam o filme e presenciam o desastre, é fantástica, por ser repleta de humor e homenagens ao Cinema.

Quanto mais se define o mistério sobre um extraterrestre com estranhos hábitos alimentares, digamos, coreanos, a trama perde vitalidade e se aproxima perigosamente do trash.

Os pré-adolescentes que vão invadir as salas de cinema brasileiros vão se reconhecer na carismática turma de amigos, que em todos os momentos decide tomar a responsabilidade com as próprias mãos, e Elle Fanning, 13 anos, está se tornando não só belíssima, mas também uma ótima atriz, mais um orgulho da família que já deu à telona Dakota Fanning - que atuou sob a direção de  Spielberg em Guerra dos Mundos.


E como a moda agora - inventada pela Marvel -  é continuar contando a história a partir dos letreiros finais, enquanto eles rolam aqui, uma deliciosa surpresa: o filme em super-8 feito pela turma,  passa inteirinho!


Sen-sa-cio-nal!

Confira o trailer do filme:

*****
SUPER-8
Diretor:
J.J. Abrams
Elenco:
Elle Fanning
Amanda Michalka
Kyle Chandler
Ron Eldard
Noah Emmerich
Joe Courtney
Ryan Lee
Gabriel Basso
Zach Mills
Produção:
J.J. Abrams
Bryan Burk
Steven Spielberg
Roteiro:
J.J. Abrams
Fotografia:
Larry Fong
Trilha Sonora:
Michael Giacchino
Duração:
112 min.
Ano:
2011
País:
EUA
Gênero:
Ficção Científica
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Paramount Pictures Brasil
Estúdios Produtores:
Amblin Entertainment
Bad Robot
Paramount Pictures
Classificação:
12 anos
Cotação do Klau:

sexta-feira, 13 de maio de 2011

CANNES 2011: A QUINTA FEIRA TEVE DRAMA SOMBRIO, HOMENAGEM A FAYE DUNAWAY, NOVO J.J.ABRAHAMS, ANGELINA JOLIE E UM SURPREENDENTE BRASILEIRO

DRAMA SOBRE ATAQUE EM ESCOLA PERTURBA FESTIVAL

Crueldade gratuita e uma dinâmica familiar distorcida foram o foco das atenções em Cannes nesta quinta (12), com a exibição de "Precisamos falar sobre Kevin", drama sombrio em que Tilda Swinton representa a mãe de um filho sádico.

O filme da britânica Lynne Ramsay - que conta a história de Eva, mãe de um jovem americano que um dia cometerá um massacre em seu colégio - estremeceu o festival.

Arrastando Cannes para um clima mais pesado no segundo dia do evento, a obra abalou os críticos com seu retrato intransigente de uma relação mãe-filho caracterizada não por amor, mas por crueldade e ódio mútuos.

Tensão e ansiedade marcam o filme desde o início: a história começa com a personagem de Swinton, a norte-americana Eva, tentando juntar os cacos de sua vida após uma tragédia e enfrentando as reações de revolta de seus vizinhos.

Enquanto sua casa é vandalizada com tinta vermelha e as pessoas lhe dão tapas no rosto quando ela passa na rua, Eva se isola e recua para seu passado, recordando sua vida familiar em uma série de flashbacks extensos.

Ramsay mostra o nascimento do filho de Eva e o desenvolvimento dele, de bebê com cólicas para garoto taciturno - representado por Ezra Miller - que parece determinado a punir sua mãe de todas as maneiras possíveis, desde derrubar sua comida no chão e matar o hamster de estimação de suas irmãs, até o clímax de violência do filme.

DivulgaçãoCena de "Precisamos Falar Sobre Kevin"

Apesar de algumas cenas de horror enquadradas cuidadosamente, Ramsay disse que a intenção do filme não foi mostrar violência, mas tratar do tabu psicológico de uma dinâmica mãe-filho disfuncional.

"Às vezes uma criança nasce e você não sabe quem ela é", disse a diretora a jornalistas em coletiva de imprensa.
"O filme não é sobre um ataque a uma escola, é sobre um relacionamento mãe-filho. É sobre o sentimento de culpa."

Confira o teaser 02 do filme - tem mais no YouTube:


John C. Reilly, ator norte-americano mais conhecido por seus papéis em comédias, contracena convincentemente com Swinton no papel do marido de Eva e defensor do jovem Kevin, com quem parece ter uma relação pai-filho normal.

Adaptado do romance homônimo de 2003 de Lionel Shriver, o filme é sombrio e de ação lenta, com diálogos esparsos e atos de violência que ficam implícitos, mais do que mostrados na tela.

Ezra Miller, 18, conhecido por sua atuação no seriado de TV "Californication", disse que não teve dificuldade em representar o papel de um adolescente assassino.
"Me sinto horrorizado porque sinto de fato alguma conexão com Kevin", disse ele.

As reações imediatas ao filme foram mistas: algumas pessoas na platéia abandonaram o cinema muito antes do final do filme, enquanto outras aplaudiram fortemente ao final.

Dominado por cores fortes, uma montagem pulsante e um sentido muito forte de que tudo é doloroso, mas nada se explica, o filme fez bonito no festival - e Swinton já é grande candidata à Palma de atriz.


FESTIVAL HOMENAGEIA DIVA FAYE DUNAWAY, COM CÓPIA RESTAURADA DE UM CULT EM QUE ELA BRILHA

Ainda na quinta (12), o Festival homenageou a atriz Faye Dunaway com a exibição de uma cópia restaurada de "Puzzle of a Downfall Child", dirigido por Jerry Schatzberg.
Juntos, os dois artistas apresentaram ao público a produção de 1970, que a princípio não recebeu reconhecimento, sobretudo nos Estados Unidos, mas que após sua estreia na França, se transformou em um filme cult.

"O cinema é uma arte aqui", proclamou a estrela americana que, em francês perfeito, manifestou seu agradecimento pela exibição do filme, dentro do programa de clássicos que o evento de Cannes propõe para divulgar obras-primas da sétima arte.

"Cannes é onde venho para ver arte", confessou a atriz, conhecida por obras como "Chinatown"(1974), "Bonnie and Clyde - Uma Rajada de Balas" (1967), "Rede de Intrigas (1977), que lhe deu o Oscar de Atriz, e "Don Juan De Marco"(1994) - onde teve como parceiros Jack Nicholson, Warren Beatty, William Holden e Marlon Brando, respectivamente.

Vestida de preto e com cabelo solto, a atriz mantinha assim o tom cromático dos outdoors e paineis com sua fotografia dos anos 1970, que estamparam os cartazes dessa edição do Festival - veja o cartaz de Cannes 2011 no selo que abre essa postagem.

Exposay.comA Diva faye Dunaway na última quinta em Cannes

"Puzzle of a Downfall Child" conta a história da ex-modelo Lou Andreas Sand - papel de Faye - que já foi muito famosa no passado e vive na reclusão.

Um dia, o fotógrafo de moda Aaron Reinhardt - interpretado por Barry Primus -, que já tinha sido seu amante e tornou-se diretor de cinema, faz uma visita a ela em sua casa isolada e, ao gravar suas conversas sobre as memórias da artista, ele espera ajudar Lou a reorganizar seus pensamentos e focar na realidade.

"A má recepção da crítica e público nos Estados Unidos provocou o pânico na Universal, que os obrigou a lançar uma nova versão, com um prólogo explicativo", comentou Pierre Rissient, produtor e assistente de direção.

Schatzberg nunca esteve satisfeito com esta decisão do estúdio e, por isso, a cópia que a partir de agora recupera a obra do diretor americano, elimina o extra.


NOVO FILME DE J.J.ABRAHAMS TEM CARA DOS ANOS 80, MAS TECNOLOGIA DE 2011

O evento prometia 40 minutos para a imprensa do novo filme de J.J. Abrams,
"Super 8" - com produção de Steven Spielberg, que estreia dia 12 de agosto no Brasil - ,mas no final foram apenas 20 minutos exibidos num cinema em Cannes.

O próprio Abrams apareceu num vídeo antes das cenas, para avisar que não pôde vir ao litoral francês porque ele e sua equipe "estão dando duro em Los Angeles para terminar o filme".

Nas cenas mostradas, o garoto Joe Lamb - Joel Courtney -, morador de uma pequena cidade do Ohio em 1979, acaba de perder a mãe num acidente, e seu pai - Kyle Chandler, da série "The Early Edition" - pensa em colocá-lo num internato.

Mas Joe se recusa, principalmente porque quer ajudar seu amigo, o gordinho Charles, a terminar um filme que ele está fazendo com uma câmera Super-8.

No elenco do filme dentro do filme, está a linda Alice - Elle Faning, de "Um Lugar Qualquer" -, cobiçada por toda a turma.

Enquanto eles gravam uma cena de amor, um acidente monumental faz um trem de carga colidir com o caminhão que carrega uma estranha criatura.

Em outra cena, a criatura faz um ataque-relâmpago num posto de gasolina, mas nós mal conseguimos vê-la - a câmera acompanha um vendedor da loja de conveniência, que está com seu walkman ouvindo Blondie no último volume e só percebe o ataque depois que o monstro foi embora.

Confira o primeiro trailer disponível de "super 8":


Abrams, produtor de "Lost" e diretor da revitalização da franquia "Star Trek", parece retomar a criatura destruidora de outro filme que produziu, "Cloverfield - O Monstro", mas o grande diferencial de "Super 8" é a fotografia e a atmosfera dos filmes da produtora Amblin de Spielberg, que fizeram a alegria das crianças nos anos 80, como "E.T.", "Os Goonies", "O Milagre Veio do Espaço" e "De Volta para o Futuro".

Ou seja, "Super 8" será um filme dos anos 80 com a tecnologia de 2011, nostalgia pura para quem tem mais de 30 anos.


ANGELINA JOLIE E DUSTIN HOFFMAN E JACK BLACK PARARAM CANNES PARA APRESENTAR "KUNG FU PANDA II"

Angelina Jolie, Dustin Hoffman e Jack Black - que emprestam suas vozes aos protagonistas de "Kung Fu Panda II" - atraíram as atenções nesta quinta no Festival, onde o filme, última produção do estúdio Dreamworks, foi apresentado apenas para um grupo de jornalistas.

Getty ImagesAngelina Jolie e Jack Black posam para foto com Po, de "Kung Fu Panda 2", na última quinta em Cannes

Agora, o gordo e desastrado panda que conquistou corações no primeiro longa-metragem - que arrecadou 633 milhões de dólares - busca sua "paz interior" para poder combater o mal.

Vestida com um vestido de cor clara, Jolie, que vive "a tigresa" no filme que será lançado nos Estados Unidos em junho, falou da busca pela paz interior na entrevista coletiva à imprensa.

"Para mim, a paz interior reside em saber que meus filhos e as pessoas de que gosto estão bem", disse a estrela, acompanhada na coletiva de imprensa em um luxuoso hotel de Cannes por Hoffman, Black e pela diretora do filme, a chinesa Jennifer Yuh Nelson.

Confira o trailer do filme:


"A paz interior é uma longa viagem, que todo mundo faz. Você pode alcançá-la, depois a perde, e procura de novo. A paz interior é, sobretudo, as pessoas que você quer e que querem você. Saber que estão saudáveis, que estão bem, isso é o que me dá paz", disse.

"Que paz interior?", perguntou Hoffman, vencedor de dois Oscars.
"Nunca tive tanta paz como agora, diante de centenas de câmeras e jornalistas, e sentado ao lado de Angelina", ironizou o ator, que dá voz ao mestre supremo das artes marciais, Shifu.

A atriz chegou a Cannes acompanhada de seus seis filhos e seu marido, Brad Pitt, que apresentará o filme "A Árvore da Vida", de Terrence Malick.

"Nós gostamos de estar aqui. As crianças adoram", disse a atriz, que revelou que sua animação favorita é "A Pantera Cor-de-Rosa".


BRASILEIRO "TRABALHAR CANSA" SURPREENDE CANNES

O Brasil está presente em Cannes com o filme "Trabalhar Cansa", primeiro e surpreendente longa-metragem de Marco Dutra e Juliana Rojas, apresentado nesta quinta (12) na mostra "Um Certo Olhar", a segunda seção mais importante do maior festival do cinema mundial.

Os diretores, que já estiveram em Cannes em 2004 e 2007, com dois curtas-metragens, voltaram agora com um filme que começa contando uma história do mundo do trabalho e se converte paulatinamente em uma história de terror, que deixou a sala sem fôlego.

Produzido por duas brasileiras, Sara Silveira e Maria Ionescu, o filme conta a história de Helena, uma mulher de classe média de São Paulo que realiza um velho sonho: o de abrir um pequeno mercado, e por isso aluga um local abandonado.

Esta conquista - que coincide, no entanto, com a perda do emprego de seu marido, o que fragiliza a família - dá passagem a uma história que mescla de maneira sutil o mundo do fantástico e do horror.

Confira o trailer de "Trabalhar Cansa":


"Queríamos contar uma história que mostrasse a importância do poder econômico, e como o mundo do trabalho afeta o mundo pessoal", afirmaram os diretores em uma entrevista concedida à AFP em uma esplanada do Palácio dos Festivais, em frente ao mar Mediterrâneo, repleto de luxuosos iates.

"O horror foi se infiltrando pouco a pouco na história", disse Rojas, que acrescentou que ela e Marco Dutra, que trabalham juntos há dez anos, gostam muito do gênero de filmes de terror e de suspense, cujo maior expoente é Alfred Hitchcock.

Os jovens diretores - cujo curta-metragem "Um Ramo" ganhou há quatro anos em Cannes o prêmio do Júri, na sessão da Semana da Crítica - também expressaram sua admiração pelo escritor americano Edgar Allan Poe, mestre da literatura de terror, e também pelos autores argentinos Jorge Luis Borges, Bioy Casares e Julio Cortázar.

Mas Rojas e Dutra advertiram que o que interessa não é o gênero em si, mas como "se infiltra" em outros aspectos da vida, como o do emprego e da desocupação.

Os cineastas, que se conheceram na Universidade e desde então trabalharam sempre juntos, advertiram, no entanto, que não querem aplicar os clichês do cinema de horror, mas sim explorar melhor a relação entre o protagonista e suas próprias caraterísticas de personalidade mórbida.

"O que nos interessa é de que maneira um gênero como o fantástico, o do horror, pode ser utilizado como filtro para discutir, iluminar outros temas", disse Dutra.

A primeira sessão de "Trabalhar Cansa" lotou uma das salas do Festival, onde boa parte dos espectadores eram portadores de convite do festival, entre eles professores e estudantes franceses - uma segunda sessão oficial, com apresentação dos diretores, elenco e equipe, também aconteceu na quinta.

O filme recebeu aplausos discretos ao final da sessão e concorre aos prêmios da mostra, cujo presidente este ano é o cineasta sérvio Emir Kusturica.

Do Brasil apresentam-se nesta edição do Festival, que termina no dia 22 de maio, o curta-metragem "Duelo Antes da Noite", de Alice Furtado, que será apresentado na sessão Cinéfoundation, dedicada a produções universitárias.

Entre os 14 filmes selecionados para "Um Certo Olhar", cujo prêmio será anunciado no dia 22 de maio, figuram também "Bonsai", de Cristián Jiménez (Chile), "Miss Bala", de Gerardo Naranjo (México), "Restless", de Gus Van Sant (EUA), "The Hunter", de Bakur Bakuradze (Rússia) e "Arirang", de Kim Ki-duk (Coreia do Sul).

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Com Agências Reuters, EFE, AFP e UOL