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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

'CONQUEST': SÉRIE PRODUZIDA E ESTRELADA POR KEANU REEVES RODA CENA DECISIVA NA AV. PAULISTA

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Cena foi rodada no domingo (1)
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Cenário emblemático de São Paulo, a Avenida Paulista tem abrigado manifestações, passeatas, protestos.

Num domingo, digamos, comum, é aquele lugar, fechado ao tráfego, em que as famílias passeiam, artistas apresentam suas performances, artesãos vendem seus produtos.

Mas no último domingo (1) foi diferente: várias quadras ficaram fechadas – mesmo -, tivemos movimentação de seguranças, helicóptero, um tanto de tiroteio, mas calma.

Será tudo ficção. Nada de guerra, nem de fim de mundo.

A Paulista abrigou a produção de Conquest, a série que Keanu Reeves grava em São Paulo.

Astro de Matrix, John Wick e Velocidade Máxima, Keanu Reeves estava bem longe, em casa, mas ele já esteve aqui, há quatro meses.

Foi fotografado com o prefeito Bruno Covas e a diretora da Spcine, Laís Bodanzky, assinando o acordo com a São Paulo Film Comission que trouxe à cidade a produção de Conquest.

Grandes cenas já foram gravadas no Anhangabaú e na própria Paulista.

Numa noite dessas, alta madrugada, a energia foi desligada e o Anhangabaú ficou totalmente às escuras para uma cena de Conquest.

O curioso é que não adianta falar com Laís Bodanzky, nem com Andréa Barata Ribeiro, da O2 Filmes - eles não revelam nada sobre a série.

A legislação exige que produções estrangeiras contratem os serviços de produtoras locais, e a O2, de Fernando Meirelles, está fazendo a prestação de serviços.

Veja:


Andréa já filmou, aqui mesmo em São Paulo, uma grande produção internacional – Ensaio sobre a Cegueira, que Meirelles dirigiu, a partir do romance de José Saramago, para uma produtora do Canadá.

Ela explica:
“São Paulo é uma metrópole, uma grande cidade que tem um viés futurista, mas tem uma São Paulo oculta, que nem os paulistanos conhecem. Isso é muito bom, essa riqueza, essa diversidade, para quem filma. A cidade tem infraestrutura hoteleira e de serviços, aeroportos. A equipe de Conquest descobriu que a cidade pode ser um paraíso para filmar.”

Andréa sabe muitas coisas sobre Conquest.

Afinal, cabe à equipe da 02 organizar tudo para que cenas grandiosas como a de domingo deem super certo.

Na direção da Spcine há quatro meses, Laís Bodanzky conta que o primeiro contato da produção de Conquest com a São Paulo Film Comission começou há oito meses.

“É uma história de sedução. Há muitas cidades no mundo que adorariam sediar um filme desses. Então, a gente tem de atrair, seduzir. O que eles podem trazer é muito forte – visibilidade, dinheiro injetado na economia, empregos. Mas a gente também tem de mostrar que tem condições. Fizemos muitas reuniões com secretarias de Estado e do município para mostrar que São Paulo está aparelhada como centro audiovisual.”

Em três anos de atuação, de maio de 2016 a maio de 2019, 2,8 mil obras audiovisuais foram filmadas na cidade, gerando mais de 69 mil postos de trabalho e uma movimentação financeira de pelo menos R$ 1,3 bilhão.

Por ano, a cidade recebe cerca de mil produções, entre filmes, séries e publicidades, em mais de três mil diárias de filmagens. 

Somente em 2019 foram atendidas 644 obras e emitidas 997 autorizações de filmagem que geraram 15,2 mil postos de trabalho.

As solicitações são tantas que outro dia tivemos três filmes sendo feitos no centro e o cuidado era evitar que um set interferisse no outro”, diz Laís.

Ela conversa com o repórter pelo telefone e, de repente, dá uma parada para pegar uma informação com um assessor.

“Agora mesmo, enquanto estamos conversando, entrou no ar o Instagram da Spcine com informações práticas e curiosidades de filmagem para compartilhamento de quem se interessa em acompanhar o movimento do cinema na cidade.”

A série se passa num mundo distópico e tem a ver com refugiados e os riscos de desumanização do mundo.

Vamos aguardar.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

CHRIS PRATT: EM SÃO PAULO, ASTRO COME FEIJOADA, LUTA MMA E ENCONTRA FÃS

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O Senhor das Galáxias de 'Guardiões da Galáxia' está em São Paulo para divulgar 'Vingadores: Guerra Infinita'
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O astro Chris Pratt, estrela de filmes de super-heróis para a Marvel e da saga 'Jurassic World' para a Universal, está aproveitando muito bem a sua estadia no Brasil.

O ator chegou ontem (03) a São Paulo para participar do lançamento brasileiro de 'Vingadores: Guerra Infinita' e participar de um encontro com fãs.

E foi postando tudo nas suas redes sociais.

Se ontem, na chegada, ele "curtiu" o travado trânsito paulistano, hoje, já saboreando uma feijoada e tomando caipirinha, Pratt aproveitou para mandar um recado para os fãs:


"Muito grato por estar em São Paulo. Este lugar é especial. Os fãs são incríveis. Eu amo isso aqui. Eu tenho que experimentar o prato nacional, a feijoada. Eles comem quarta e sábado. Eu comeria todos os dias se pudesse. Carne de porco, feijão, arroz, tempero. Céus! E você tem que ter uma caipirinha para acompanhar".

Passeando pela cidade, Pratt se encantou com uma perua Ford Belina, anos 1970 - e até filmou:


"Tão feliz por estar em São Paulo para ver todas essas coisas #avengers #guerrainfinita

Confira este incrível muscle car !!"

Depois, antes de um encontro com fãs, Pratt ainda teve tempo de praticar MMA com nossos campeões Minotauro e Minotouro:


"Se você me conhece, sabe que eu sou um grande fã de artes marciais mistas, eu considero o JiuJitsu, karate, tae kwon do, judô e wrestling como uma forma de arte, já que atuar é um trabalho (o que quer dizer às vezes não parece que é.) Independentemente disso, é uma disciplina que requer intenso treinamento, dedicação e sacrifício. Hoje eu fui abençoado por participar de uma sessão de treinamento com alguns dos maiores praticantes de MMA. Os irmãos Nogueira são nativos de São Paulo e lendas absolutas. “MINOTAURO” me pediu para demonstrar algumas quedas de wrestling sobre ele. Ele é um ex-campeão dos pesos pesados no UFC e no Pride e é amplamente considerado um dos mais difíceis seres humanos do planeta. Ele também é um dos mais legais. Eu acho que quando você anda com um repertório de movimentos letais à sua disposição, você pode ser gracioso e gentil. Obrigado @minotauromma e @minotouromma pela sessão! E obrigada #saopaulo #guerrainfinita"

Por fim, o encontro com os fãs brasileiros:





Com a participação de Pratt e os demais Guardiões da Galáxia, 'Vingadores: Guerra Infinita' chega aos cinemas em 26 de abril.

Vídeos: Redes sociais de Chris Pratt
Fotos: Marvel Brasil

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

JESSICA LANGE: DIVA ESTEVE EM SÃO PAULO PARA ABRIR EXPOSIÇÃO DE SUAS FOTOS NO MIS


Era o ano de 1976.

Tinha 16 anos, já era fascinado pelo 'King Kong' de 1933 e lá estava no primeiro dia de exibição da versão que o mega produtor Dino de Laurentiis fez - aquele com um imenso macaco mecânico que depois passou uma temporada exposto com muito sucesso no finado Playcenter, aqui em SP.

Se o filme nem chegou aos pés do original, saí fascinado do cinema com a jovem atriz Jessica Lange, que se grita, chora e se aterroriza nas mãos do macaco gigante, era uma presença absolutamente magnética na telona.

Jessica Lange, em cena de 'King Kong' (1976), sua estreia na telona - Divulgação/Paramount Pictures
Frisson assim, eu só tinha sentido até então com Marilyn Monroe e dois dias depois, arrastei meu melhor amigo, Francisco Azevedo, para o cinema - ele, que detestava blockbusters, foi porquê queria conferir a atriz.

Kiko, já um renomado diretor de teatro e TV, também saiu de queixo caído e profetizou:
 "O filme é uma bosta, mas essa moça ainda vai dar muito o que falar".

'Mãe Kiko' acertou!

Já formada em fotografia e até então modelo das boas, Jessica só fez 'King Kong' porquê De Laurentiis  lhe fez marcação cerrada, por ela ser muito parecida com a atriz do 'Kong' de 1933, Fay Draw.

A crítica caiu matando - no filme e na performance dela - e mesmo levando o Globo de Ouro de Melhor Nova Estrela - a saraivada negativa a fez desistir de ser atriz por longos três anos.

E eu, esperando...

Até que em 1979, ela aceitou um pequeno papel - de um anjo -  em 'All That Jazz' - que eu só fiquei sabendo quando o Kiko, depois de ver, me telefonou, eufórico: 
"Sabe a loira do macaco?"

Em 'All That Jazz' (1979) - Divulgação
As críticas, desta vez, foram amplamente favoráveis e Jessica seguiu com a carreira de atriz, fazendo 'The Postman Always Rings Twice' (1981) e me deixando de joelhos em 'Frances'  (1982)- uma cinebiografia tocante da estrela de Hollywood dos anos 1940, Frances Farmer, que por ser independente e dona do seu nariz é lobotomizada pela inconformada família.

Na saída do cinema, 'Mãe Kiko' finalizou: 
"Eu não disse que ela era danada"?

Em 'Frances' (1982) - Divulgação
Nas filmagens, Jessica, que tinha tido um breve romance com o ator e bailarino Mikail Barishnikov - com quem teve uma filha, Alexandra - engatou um longo casamento - entre 1982 e 2010 - com o ator, diretor e dramaturgo Sam Shepard, com quem teve dois filhos, Hanna e Walker.

A partir daí, o mundo, o céu e tudo o mais não foram limites para uma das mais completas atrizes de todos os tempos que nos entregou atuações marcantes em diversos filmes.

Seu primeiro grande sucesso de bilheteria foi 'Tootsie' (1983), comédia em que brilhou ao lado de Dustin Hoffman e que lhe deu seu primeiro Oscar - o de atriz coadjuvante - além de um Globo de Ouro e uma indicação ao BAFTA.

Com Dustin Hoffman, em foto dos bastidores de 'Tootsie' (1983) - Paramount Pictures
Em 1995, a consagração veio com 'Blue Sky': no filme, dirigido por Tony Richardson, Jessica interpretou Carly, casada com o engenheiro militar Hank (Tomy Lee Jones), com duas filhas, ora infantil, ora sedutora, que gosta de se sentir o centro das atenções sempre que pode e é assediada pelo General Vince (Powers Boothe), que tenta a todo custo levá-la para cama.

Enquanto o major Hank vai tomando conhecimento das irregularidades cometidas pelo governo durante experimentos nucleares, bate de frente com o general quanto às medidas tomadas na base e também quanto ao assédio à sua mulher.

O General Vince trama a internação de Hank em uma instituição psiquiátrica para que ele cale a boca sobre a real razão dos testes nucleares e é a partir daí que Carly prova seu amor pelo marido, armando um salseiro para ter o marido de volta.

Com Tommy Lee Jones, em 'Blue Sky' - Divulgação
Por Carly, uma das personagens femininas mais sensacionais de todos os tempos na telona, Jessica levou o Oscar de Melhor Atriz - agora na categoria principal - e o Globo de Ouro de Melhor Atriz (Drama) no Cinema.

Depois, sua carreira entrou em declínio: separou-se de Shepard e aceitou um pequeno papel em 'Hush', ao lado da ganhadora do Oscar daquele ano, Gwyneth Paltrow.

Com  Sam Sheppard - Getty Images
A crítica achou o desempenho de Lange fraco, o que lhe rendeu sua única indicação ao Framboesa de Ouro de pior atriz.

Assim, Lange ficou alguns anos longe das telonas e foi para o teatro, onde brilhou na Broadway interpretando Blanche Dubois numa das mais sensacionais encenações de 'Um Bonde Chamado Desejo', obra prima de Tenessee Williams.

Seu desempenho foi tão bom que ela foi convidada a  repetir o papel na minissérie de 'Um Bonde...' - que lhe deu um Globo de Ouro de Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme em 1996.

Em cena de 'Um Bonde Chamado Desejo' - Divulgação
E o cinema? 

Se Hollywood tinha se esquecido dela, nós, seus fãs, não tínhamos!

Por isso, e já sob a internet, recebi no final de 2011 um alerta de 'nova notícia sobre Jessica Lange' - que dizia que a Diva tinha sido convidada por Ryan Murphy - até então o criador e diretor da série musical de sucesso da Fox, ' Glee' - para fazer parte do elenco de sua nova série, que ele vinha desenvolvendo com Brad Falchuk.

Jessica aceitou e 'American Horror Story' se tornou um absurdo sucesso mundo afora, graças a um roteiro diferenciado, direção primorosa e elenco afiadíssimo, onde a estrela pontua.

Com o megassucesso da série, especialmente entre o público jovem, Jessica Lange voltou a ser reverenciada como a grande Diva, a grande estrela que nunca tinha deixado de ser, especialmente depois dos prêmios que ela arrebatou:

Em 2012, pela primeira temporada de 'American Horror Story', Emmy de Melhor Atriz (Coadjuvante) na Televisão
Em 2012, pela primeira temporada de 'American Horror Story', Globo de Ouro de Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme
Em 2012, pela primeira temporada de 'American Horror Story', Screen Actors Guild de Melhor Atriz - Série (Drama)
Em 2014, por 'American Horror Story: Coven', Emmy de Melhor Atriz (Minissérie ou Telefilme)

Na primeira temporada, ela interpretou Constance Langdon, ex-proprietária da casa mal assombrada onde a ação acontece; na segunda, 'Asylum', uma freira, Irmã Jude, diretora de um manicômio; na terceira, 'Coven', como Fiona, a bruxa chefe de uma casta e nesta última, 'Freak Show', atualmente no ar no FX brasileiro, onde ela capricha no sotaque alemão para dar vida a Elsa Mars, dono do circo de horrores que dá nome à temporada.

Como Elsa Mars, cantando em cena de 'AHS Freak Show'  - FX/Divulgação
Mesmo com o sucesso absurdo, todo final de temporada a Diva ameaça abandonar o barco - mas sempre volta, para nossa alegria.

Fotógrafa por formação, Jessica desde sempre fotografou.

Suas imagens em preto e branco, tiradas em todo o mundo, mostram principalmente pessoas, são soturnas e se assemelham muito aos visuais usados por Tim Burton em seus filmes.

Nos últimos anos, graças ao sucesso da série, Jessica vem fazendo exposições fotográficas e foi justamente a última que ela trouxe agora para o MIS - Museu da Imagem e do Som de SP nesta semana.

Quando soube que a Diva estaria aqui, enlouqueci: corri ao MIS e me ajoelhei aos pés do diretor André Sturm, pedindo a oportunidade de ao menos dar um "Hello" à Diva.

André riu muito, me sabatinou pra saber se eu era mesmo fã de Jessica e, assim, fui laureado com um convite para a abertura da exposição, na última terça (10).

Só quando cheguei ao MIS, no final da tarde de terça, empunhando um simpático buquê de flores, é que soube que a mulekada - fascinada por 'AHS' - tinha começado uma fila às seis da matina para ver a Diva de perto!

Pelo menos 150 deles, inclusive, tiveram de assistir ao bate papo do lado de fora do auditório principal do MIS, por meio de uma TV, já que não cabia mais gente.

Uma gentil produtora já pegou as flores para colocar na água e depois de algumas horas de espera, Jessica surgiu, toda de preto, linda e loira do alto dos seus 65 anos bem vividos.

A Diva, cercada pela mulekada antes do bate papo - Manuela Scarpa
Foi uma das maiores emoções da minha vida.

Foi ovacionada, com gritos histéricos, típicos do público jovem que foram avisados com antecedência que a Diva havia pedido que não fossem tiradas fotos durante o evento, pois isso a desconcentrava.

A verdade é que a atriz e fotógrafa tem horror que a fotografem e isso tem lhe criado algumas situações constrangedoras, especialmente depois de ser transformada em ídolo adolescente por causa da série de terror.

“Eles me pedem para tirar selfies o tempo todo. E eu apenas digo: ‘Não, obrigada por pedir, mas eu nunca tiro fotos'”, comentou a atriz.

No começo do bate papo, ela falou sobre a carreira e respondeu aos jornalistas.

Jessica Lange (Foto: Bruno Segadilha / QUEM)
A Diva, no Bate papo - Bruno Segadilha/Revista 'Quem'
Eu perguntei sobre Shepard, os filhos e depois, como era trabalhar com a dupla Murphy/Falchuk.

Jessica respondeu que Sam foi o amor da sua vida, que os filhos a mantém à tona e que a dupla criadora de 'AHS' são insanos, a obrigam a fazer "coisas que eu jamais faria", mas que ela se diverte a cada cena e a cada encontro com o elenco - Sara Paulson e Kathy Bates principalmente.

Sobre a série, disse que ela lhe deu alguns dos melhores personagens da carreira e que agradecia muito a Murphy e Falchuk por isso.

Quando o debate abriu para o público, só foi permitido fazer perguntas sobre fotografia pois, do contrário, ela provavelmente só teria falado sobre suas personagens na série.

Ela aproveitou e falou mais um pouco sobre a obsessão das pessoas por selfies.

“Não faz o menor sentido pra mim registrar cada segundo da sua vida. Eu até entendo o impulso de registrar cada minuto de sua vida, mas acho que cruzamos a linha além do natural. Afinal, quem se importa? Quem se importa tanto assim com sua vida? Se alguém se importa, olha, Deus te abençoe, mas eu não acredito que alguém se importe. Quem se importa comigo indo ao supermercado tirando fotos de mim mesma em frente à prateleira de sucrilhos?”

Obviamente, foi aplaudidíssima - e continuou:

“Visitei um parque aqui em São Paulo e fiquei observando um casal que ficou o tempo todo tirando fotos de si mesmos. Não rolou uma carícia. Um beijo que não fosse fotografado. Pensei: os tempos mudaram mesmo.”

Jessica Lange (Foto: Manuela Scarpa/Foto Rio News)
Jessica, defronte às suas fotos em exposição no MIS - Manuela Scarpa
Originalmente intitulada 'Unseen' (“Não Visto”, em tradução livre), a exposição é composta por 135 fotografias e 12 folhas de contato, todas em preto e branco.

Formada por imagens feitas nos últimos 20 anos com uma câmera analógica Leica M6 - que ela ganhou de Sam Shepard - as fotos são organizadas em duas séries: “Coisas que vejo” e “México”.

Foto da Diva que está na exposição do MIS - Jessica Lange/Divulgação
O fato de a abertura da exposição não ter tido a presença de muitos artistas e figurões ligados à política e às artes plásticas provavelmente se deve ao fato de muita gente duvidar se, além de ser uma grande atriz, Jessica Lange é também uma grande fotógrafa, ou se está apenas fazendo isso por hobby.

Pouca gente sabe, mas ela estudou fotografia muito antes de se tornar atriz - e as principais características de seu trabalho em fotos é que ela fotografa apenas em preto e branco, usa uma câmera analógica e gosta de fotografar à noite.

Foto da Diva que está na exposição do MIS - Jessica Lange/Divulgação
“Eu costumo passar despercebida porque sempre gosto de fotografar em locais onde ninguém me conhece. E eu sempre me interesso por aquele momento anterior ao que a pessoa percebe que eu a estou fotografando”, contou ela, que na tarde desta terça visitou o Mercado Municipal e a rua 25 de Março, onde não foi reconhecida.

Lange fotografa na rua 25 de Março, onde não foi reconhecida -  Divulgação
O material que saiu disso pode se tornar uma exposição?

“Preciso ver se elas ficaram boas. Esse é o problema de quem fotografa usando filme.”

Ao fim do debate, novamente ovacionada pela plateia, agradeceu sorridente e saiu aos gritos de: “Supreme! Supreme!” (referência ao papel da bruxa suprema na terceira temporada da série).

Lange fotografa no Marcado Municipal da Cantareira, onde  também não foi reconhecida -  Divulgação
Ainda na terça, a Diva concedeu uma ótima entrevista ao repórter James Cimino, do UOL:

James Cimino – O que a distingue como fotógrafa?

Jessica Lange – Olha, não sei. Eu nunca sou muito boa ao falar de mim mesma desse jeito. Eu acho que eu me projeto para um outro tempo… O que acho fascinante sobre usar filmes para fotografar é capturar um momento etéreo e reduzi-lo a branco e preto, sombras e luz. Eu não estou interessada em manipular imagens. Não estou interessada em cores, em computação gráfica, nada disso. É um approach bem antiquado, na verdade…

Inclusive sua câmera…

Sim. Ainda fotografo com filme…

Foto da Diva que está na exposição do MIS - Jessica Lange/Divulgação
Deve ser muito difícil para você fazer isso nos dias de hoje, em que tudo é eletrônico e digital…

Sim. E está ficando cada vez mais difícil, aflitivo até… Um dos filmes que gosto de usar, que é um filme de exposição rápida, para fotografar à noite, a Kodak não fabrica mais. Então eu tive que parar um trabalho, que ficaria descontínuo por causa disso. Alguns produtos químicos para revelação e alguns papéis de impressão não estão mais sendo feitos. Hoje em dia não é fácil de entrar em uma loja e pedir um filme. Ninguém mais tem isso.

Li que você adora fotografar o México, por quê? O que tem de especial naquele país que a inspira tanto?

O México é muito cinematográfico e teatral. Aquelas pequenas vilas. O jeito que as ruas são dispostas. As pessoas vivem nas ruas. Há uma vida a ser observada, bem diferente de Nova York, por exemplo. A coisa é que, em alguns lugares do mundo ainda existe essa vida sendo vivida em espaço aberto. Hoje a maior parte da vida acontece a portas fechadas. E você vai a um lugar desses e você observa famílias, namorados… Tudo está ali. E não é o mesmo em todos os lugares.

Foto da Diva que está na exposição do MIS - Jessica Lange/Divulgação
Você está aqui para uma exposição de fotos, mas você vetou a presença de fotógrafos aqui durante a entrevista…

Eu odeio ser fotografada… (risos)

Por quê?

Primeiro de tudo é porque agora tudo está muito facilmente disponível na internet. Facebook, Instagram. Agora tudo acontece em rede. Então quanto mais tudo isso se torna facilmente disponível, menos eu quero participar.

Foto da Diva que está na exposição do MIS - Jessica Lange/Divulgação
Mas agora você se tornou um ídolo adolescente por causa de 'American Horror Story'. E eu suponho que muitos deles pedem para tirar selfies contigo o tempo todo, não?

Sempre!

O que você responde?

Eu digo: “Muito obrigado por pedir, mas eu nunca tiro fotos.” Algumas pessoas têm reações muito fortes sobre isso, mas o fato é que eu nunca me deixo fotografar.

Foto da Diva que está na exposição do MIS - Jessica Lange/Divulgação
Fora isso, esses jovens passaram a conhecer o trabalho de atrizes como você, Kathy Bates, Angela Bassett…

Sim, essas crianças não tinham ideia do que era meu trabalho… Me surpreende quando essas meninas chegam a mim e dizem: “Meu Deeeeeeeeusssss!” E eu fico pensando: “Quem elas pensam que eu sou?”

Que você é a bruxa suprema…

Sim! (risos) Eu acho muito fofo, na verdade. E algumas vezes elas dizem: “Eu acho que vou chorar!” E eu fico: “Oi?” Mas é um fenômeno! Porque para uma pessoa que veio do cinema como eu, o negócio funciona assim: você faz seu trabalho. Ele é bem recebido, ou não é bem recebido. As pessoas vão ao cinema, ou ao teatro, pagam um ingresso para ver. E acabou. Agora, a TV tem milhares de tentáculos. Ela penetra na casa das pessoas. Me pegou de surpresa.

É verdade que você não sabia o que eram índices de audiência?

Sim! Eles tiverem que me explicar! (risos)

Foto da Diva que está na exposição do MIS - Jessica Lange/Divulgação
Por que você acha que a série ficou tão popular?

Acho que é porque a série não é sobre horror somente. Definitivamente não é. Se você observa o trabalho do Ryan [Murphy, criador da série], você vê que ele gosta das subculturas, dos excluídos. Se você reparar, cada uma das quatro temporadas que fizemos é sobre um desses grupos marginalizados. Pessoas que não são aceitas. Por isso eu acho que a série conquista o público, que trata de grupos diferentes, mas que, de alguma forma, estão sob o mesmo tipo de opressão.

E o que despertou o seu interesse neste trabalho?

O que me interessou, desde o começo, foi quando Ryan Murphy me ligou, e eu nunca o tinha encontrado na vida. Eu não assisto TV e, portanto, não conhecia 'Nip/Tuck' [série sobre dois cirurgiões plásticos que no Brasil foi exibida no SBT com o nome de 'Estética'] nem 'Glee'. E, quando ele começou a falar da série, ele foi muito sedutor. Ele começou a explicar a primeira personagem para mim, mas escondeu uma característica que sempre me interessou em uma personagem. E a primeira personagem… Na verdade, as quatro personagens têm essa linha que as une. Que é uma vida de decepção. E elas estão todas naquele ponto em que nada que você imaginou, nada que você planejou aconteceu. E todas elas estão lidando com isso. A base dessas personagens é essa. E você joga todas essas fragilidades para o público. Na verdade, todas essas personagens têm isso em comum com outra grande personagem que interpretei no palco, que é Blanche Dubois [da peça 'Um Bonde Chamado Desejo', que no cinema foi interpretada por Vivien Leigh]. Nunca ter tido a segurança de ser quem você quis ser. E cada uma dessas quatro personagens têm isso em certo grau. Esse desespero. E essa terrível solidão. E tem isso do Ryan. Ele me fez acreditar, quando conversou comigo. Ele me disse: “Vou escrever para você alguns dos melhores personagens que você já interpretou.” De alguma forma eu acreditei nisso…

E ele cumpriu?

Sim, ele cumpriu.

Muitas pessoas dizem que só assistem à série por sua causa…

Sério? Muito obrigada!

Você estará na quinta temporada, ou a cena final de 'Freak Show' foi sua despedida mesmo?

Foi minha despedida. Não posso. Já fiz o suficiente. (risos)

(Nota: Ryan Murphy já disse que ela volta ...)

No México, você fotografou o Dia de los Muertos, e estamos a apenas alguns dias do Carnaval no Brasil. O que você gostaria de fotografar aqui?

Se eu pudesse ficar, eu definitivamente ficaria para fotografar o Carnaval. Eu não sou muito de fotografar cidades. Exceto pequenas comunidades ou bairros mais afastados. Eu gostaria de ir para o interior. Mas, quem sabe no ano que vem…

Ou seja: ELA VOLTA!!

A Diva agradece as flores - para minha alegria! - Foto: Manuela Scarpa
Exposição: “Jessica Lange: Fotógrafa”
Quando: 
 De 11 de fevereiro a 5 de abril de 2015
Dias e Horários:
 Terças a sextas, das 12h às 21h; sábados, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 11h às 20h
Onde: 
Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo
Telefone:
(11) 2117 4777
Quanto: 
R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

DIANA ROSS: MINHA NOITE COM A DIVA DAS DIVAS FOI SEN-SA-CIO-NAL!


Com a grana curta, infelizmente nesses últimos tempos tenho ido cada vez menos aos shows de que gostaria.

Por isso, quando soube que uma das grandes Divas de minha vida, Diana Ross, faria shows aqui em SP, fui em pouco tempo da mais completa euforia à mais profunda tristeza.

Só que nesse meio tempo teve o Dia dos Namorados e meu marido, absolutamente antenado com tudo o que me é caro, me deu de presente justamente o segundo espetáculo da Diva em SP!

Mesmo tendo passado por pequeno mas muito dolorido procedimento médico na manhã, lá estava eu, na noite de ontem, amparado pelo meu presenteante e devidamente medicado, para o segundo dos quatro shows da turnê brasileira da Diva da música americana.

No Espaço das Américas, na Água Branca - para mim o melhor lugar para shows da cidade -  a cantora americana fez uma apresentação até que curta - com apenas uma hora e 20 minutos de duração - mas que representou bem as diferentes fases dos seus já 54 anos de carreira.

O set list foi dividido em três momentos:
1. o de soul - tirado principalmente do 'The Supremes', conjunto vocal feminino liderado por ela nos anos 60 e 70 e um dos nomes mais importantes do catálogo da gravadora Motown;
2. o dedicado à era disco - movimento do qual ela foi uma da precursoras;
3. o das canções românticas - maravilhosas, que não envelheceram e hoje têm status de "trilha sonora que embala grandes amores" - como o meu atual.

Pouco antes das 22h., as cortinas se abriram e a banda - composta por baixo, guitarra, bateria, percussão, teclados, três cantores de apoio e uma seção de metais - atrás de um véu branco, atacou de "I'm Coming Out".

De fora do palco, a voz da Diva já se fazia ouvir, entoando o verso "I'm coming" (estou chegando, em português). 

Eis que ela, linda de viver, um pouco mais gordinha do que estávamos acostumados a vê-la, entra e toma todo o palco vestindo o primeiro dos cinco vestidos que exibiria durante o show - vermelho e adornado por uma echarpe de paetês na mesma cor.

A Diva entra no palco do  Espaço das Américas 
O fundo do palco variava entre as cores vermelho, amarelo e azul - destacando sua presença e seus figurinos.


A partir daí, Diana emendou uma sequência maravilhosa de quatro clássicos do 'The Supremes': "Where Did Our Love Go", "Baby Love", "Stop! In the Name of Love" e "You Can't Hurry Love".

Confira a Diva entoando 'Baby Love':

Na penúltima, a cantora começou uma brincadeira em que as luzes do salão se acendiam e ela estendia a mão ao mencionar a palavra "stop" (pare), mas quase ninguém da plateia entendeu  - uma pena.


Depois, músicas disco como "The Boss", "Upside Down" e o hino gay "I Will Survive" - originalmente gravado por Gloria Gaynor em 1978 -, que levantou o público de vez, com as luzes da plateia acesas e todos, absolutamente todos, dançando entre as mesas.

Confira a Diva, interpretando "Upside Down":


Um dia antes, fizeram quatro anos da morte de Michael Jackson  e Diana cantou "Ease on Down the Road" - que gravou com ele em 1978 - mas não fez qualquer menção a ele, que a idolatrava tanto por tê-lo descoberto juntamente com seus irmãos do 'Jackson Five' que, segundo ele mesmo declarou, fez plásticas para ficar mais e mais parecido com ela.

Confira Michael e Diana cantando "Ease on Down the Road":

Finalmente, as canções românticas, com canções como "Touch Me in the Morning", a ainda bela "Love Hangover", "Endeless Love", e "Do You Know Where You're Going To?", além de um 'pout-pourri' com "Ain't No Mountain High Enough", hit nas vozes de Marvin Gaye e Tammi Terrell.

Diva é assim: ocupa todo o palco!

Um dos maiores destaques dessa parte do show foi, para mim, sua interpretação maravilhosa de "Don't Explain", famosa na voz de outra Diva, Billie Holiday.

Ao vivo, Diana simplesmente arrebentou e me deixou muito, muito emocionado.

Confira a Diva cantando "Don't Explain":

Até meu marido, roqueiro de carteirinha, ficou maravilhado com o que viu e sentiu durante todo o tempo e ficou também emocionadíssimo, ao ponto de confessar que, agora, iria a todos os shows comigo - menos mal.

Aos 69 anos, Diana Ross é uma Diva no sentido mais perfeito do termo: tem o corpo, os cabelos e a pele de uma quarentona enxuta, é simpaticíssima com o público - com diversos "I love you" durante o show -  e sua voz, ainda perfeita nos agudos e enrouquecendo levemente nos graves, impressiona ainda mais ao vivo.

A Diva , seus vestidos e jóias: simplesmente maravilhosos
Miss Ross volta a se apresentar sábado no HSBC Arena, no Rio, e em Curitiba, no Teatro Positivo, no dia 2 de julho.

Quem puder, vá ver, porquê Diana Ross é simplesmente imperdível.

E Amore: obrigadíssimo pelo presente!
*****
Fotos dessa postagem: UOL e Cláudio Nóvoa