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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

'ROBIN'S WISH': DOCUMENTÁRIO SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS DE ROBIN WILLIAMS GANHA TRAILER

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Documentário será lançado direto em Video On Demand
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Assista:


O documentário mostra a vida do ator e sua luta contra uma doença neurodegenerativa mortal.

O projeto traz entrevistas com a viúva do astro, Susan Schneider Williams e dos seus amigos Shawn Levy, John R. Montgomery e David E. Kelley.

Tylor Norwood é responsável pela direção.

A produção será lançada direto em VOD no dia 1º de setembro.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

KOBE BRYANT: CONHEÇA SEU CURTA, GANHADOR DO OSCAR

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O curta de animação 'Dear Basketball' tem roteiro foi baseado na carta de aposentadoria escrita por Bryant à revista The Players Tribune
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O icônico jogadodor de basquete Kobe Bryant morreu na tarde no domingo em um acidente de helicóptero.

Como nosso assunto aqui é Cinema, vamos relembrar que ele é vencedor do Oscar de 2018 pelo curta de animação Dear Basketball.

O roteiro foi baseado na carta escrita por Bryant à revista The Players Tribune, quando ele anunciou que iria parar.

"Desde o momento em que comecei a enrolar as meias de meu pai e arremessá-las, de forma imaginária, no Great Western Forum, sabia que uma coisa era real: Eu me apaixonei por você", escreveu Bryant sobre o esporte.

A trama acompanha Kobe ainda criança, brincando com uma bola improvisada e sonhando com a carreira de jogador profissional.

A arte, o belo poema e uma trilha emocionante fazem do filme algo impactante.

Assista:

OSCAR 2020: PETRA COSTA E SÔNIA GUAJAJARA FAZEM SUCESSO NO ALMOÇO DOS INDICADOS

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Cineasta brasileira, que concorre com o documentário 'Democracia em Vertigem', levou a líder indígena Sônia Guajajara ao tradicional almoço que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood oferece aos concorrentes do Oscar
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Na segunda (27), aconteceu o almoço anual para os indicados do Oscar.

No evento, Petra Costa foi a grande representante do Brasil, já que seu filme, Democracia em Vertigem, está indicado na categoria de Melhor Documentário.

A celebração contou com alguns dos maiores nomes de Hollywood e a cineasta logo se enturmou.

Na foto com todos reunidos, Petra postou: "Onde está Wally"?

Na foto seguinte, ele mesma se mostrou, ao lado de Brad Pitt!

A cineasta também tirou foto e conversou com grandes atores, como Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Robert De Niro:

Petra levou para o almoço Sônia Guajajara, líder brasileira conhecida no mundo todo, por sua defesa veemente da floresta amazônica e dos povos indígenas.

Robert De Niro adorou conhecer a líder:

Já com DiCaprio, as duas fizeram um agradecimento especial ao ator, que é ativista ambiental e criticou as queimadas na Amazônia de 2019.


A cerimônia do Oscar acontece em 9 de fevereiro.

Fotos: The Oscars e Instagram/Petra Costa

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

'ROGÉRIA': DOCUMENTÁRIO GANHA TRAILER EMOCIONANTE

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O documentário já foi exibido em eventos como Festival do Rio de 2018 e o Mix Brasil
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Assista:


Sinopse oficial:
Um documentário que vai contar a vida e a trajetória artística de Rogéria a partir da dualidade entre artista e personagem, entre Rogéria e Astolfo.

Passando por todos os momentos da vida da transformista, o filme mescla dramatizações de etapas de sua vida – como o acidente que lhe feriu a cabeça – e depoimentos de artistas brasileiros, como Betty Faria, Jô Soares, Bibi Ferreira e Aguinaldo Silva.

Atual, provocante e sensível, o filme trata de temas frequentemente abordados no mundo de hoje, como questões de gênero, preconceito e afirmação de direitos no Brasil.

Rogéria - Senhor Astolfo Barroso Pinto chega aos cinemas dia 31 de outubro, distribuído pela Pagú Filmes.

terça-feira, 2 de julho de 2019

'DEMOCRACIA EM VERTIGEM': DOCUMENTÁRIO EXPÕE MUITAS FERIDAS DO GOLPE DE 2016


SINOPSE:

Documentário sobre o processo de impeachment da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que foi considerado como um dos reflexos da polarização política e da ascensão da extrema-direita para o poder.

O filme conta com imagens internas e exclusivas dos bastidores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Palácio da Alvorada, enquanto ocorria a votação para a queda de Dilma.

CRÍTICA:

Vasta documentação histórica aliada às portas abertas do Palácio da Alvorada compõem o documentário Democracia em Vertigem, da cineasta Petra Costa.

O longa chegou recentemente ao catálogo da Netflix para deixar mais um registro definitivo sobre o atual contexto político brasileiro.

Petra conta com sensibilidade pontos essenciais da história recente que levaram o país a um processo de golpe (contra Dilma Rousseff, em 2016) que levou à ascensão da extrema-direita – com a ajuda da classe média alta do país, na qual a diretora se inclui em sua narrativa.

O documentário entra para o panteão daqueles que se dedicam a contar a história do país, ao lado de extensa produção literária e mesmo audiovisual, como a obra par O Processo (2018), da documentarista Maria Augusta Ramos.

Estão ali, explícitos para o público, momentos históricos como a conversa do então senador Romero Jucá (MDB-RR) com o ex-presidente da estatal Transpetro Sergio Machado: “A solução é botar o Michel (…) Num grande acordo nacional, com o Supremo e com tudo”.

Petra faz questão de repetir a fala, como que em um desabafo particular, indignada.

O grande seriado de drama, com toques de terror (tudo muito bem televisionado, espetacularizado), que se transformou a política nacional, explode em seu mais novo capítulo com o escândalo da “Vaza Jato“.

Mesmo não entrando no documentário, os fatos se conversam.

No documentário, Petra apresenta a forma como a Justiça, por intermédio da Operação Lava Jato, com os procuradores do Ministério Público de Curitiba e o então juiz Sergio Moro, tratou o processo contra o ex-presidente Lula.

Provas? Não foram necessárias.

Bastaram convicções e um conluio entre juiz e promotores com a finalidade de prender Lula para impedi-lo de concorrer às eleições do ano passado. Foi a continuidade do golpe.

“Qual o sentido de tirarem a Dilma se eu voltar?”, questiona o ex-presidente.

“A história foi ficando cada vez mais surreal, com pontos de virada inimagináveis”, disse a cineasta em evento de lançamento do documentário em São Paulo. “As viradas continuam”, afirmou, em referência aos novos fatos que comprovam a relação promíscua entre Moro e procuradores (vazamento de diálogos pelo The Intercept Brasil).

Durante o lançamento, Petra foi questionada, inclusive, se seria cabível a produção de uma continuação do longa - e encarou a possibilidade com bom humor, sem sentenciar sim nem não.

Petra tem 35 anos, praticamente a mesma idade da democracia brasileira após o fim da ditadura civil-militar (1964-1985), como observa no filme.

Aos 28 anos, filmou ELENA (2012), que ganhou prêmios de Melhor Documentário pelo Júri Popular, Melhor Direção, Montagem e Direção de Arte no Festival de Brasília.

O documentário se impôs a Petra como um meio de enfrentamento à dor da morte da irmã.

Segundo ela, uma dor tão forte quanto a vivida nos dias atuais, ante o sangramento da utopia democrática – um roteiro que também se obrigou a contar.

A mensagem de Democracia em Vertigem é clara: tão jovem democracia em tão grave risco.

Não foram poucos os relatos de expectadores que caíram nas lágrimas durante o longa.

“Fiquei muito emocionado. Chorei pouco, não como ela”, disse o músico Caetano Veloso, que assistiu em sua casa, ao lado da apresentadora e atriz Mônica Iozzi, que ficou muito abalada.

“É difícil não chorar nada. Tem a perspectiva dela e a histórica, tem os pais dela. A série de coisas é muito nítida a feição dessa história”, completou Caetano.

O ponto de vista da cineasta é muito presente na obra.

Inclusive a crítica frequentemente cobrada do PT, de ter – apesar de ter realizado gestões inclusivas e que levaram a uma taxa elevada de aprovação de Lula, acima de 80% –, falhado no plano ético ao sucumbir aos antigos mecanismos de financiamento de campanhas.

Narrado em primeira pessoa, o documentário trata da família de Petra.

Seu avô, empreiteiro fundador da Andrade Gutierrez; seus pais, ativistas comunistas perseguidos pela ditadura - uma família de contrastes.

Em um desabafo, ela lamenta que parte de seus familiares apoiaram o presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL) – que não esconde seu desejo de que gente como os pais de Petra estivesse mortos após tortura, simplesmente por pensar de outra forma.

Um dos pontos de virada mais importantes da linha narrativa, como não poderia ser diferente, é a votação da aceitação do impeachment na Câmara dos Deputados, em abril de 2016, quando os deputados votaram por Deus, pela família, pela avó, por estradas, por igrejas, contra Dilma.

Sobre o porquê da cassação de seu mandato? Nada.

Apenas a oposição desesperada com o absurdo.

O maior deles veio justamente com Bolsonaro: deputado federal à época, dedicou seu voto ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador militar reconhecido pela Justiça, inclusive de Dilma Rousseff, quando ela era uma jovem ativista.

Perplexo, o ex-deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) – que atualmente está exilado, após ameaças contra sua vida vindas de grupos bolsonaristas – falou em suas redes sociais sobre o documentário.

“É impressionante como a Petra conseguiu traçar um elo entre nosso passado recente e nosso passado mais distante. E mostrar o que restou do passado distante de mais infeccioso, a ponto de infectar nossa democracia. Petra se implica na história, conta uma história que é dela e também nossa. Eu, envolvido nos fatos, ao vê-los de fora do país, me doeu muito”, disse.

Muitos outros pontos históricos estão lá: a resistência de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC antes da prisão; a morte de sua companheira, Marisa Letícia; o isolamento de Temer no governo Dilma, sua articulação golpista, entre outros.

Por tudo isso, o documentário entrou para a seleta lista de melhores filmes de 2019 do New York Times, um dos principais jornais norte-americanos.

Stephanie Goodman, crítica de cinema, escolheu oito filmes para o ranking: além de Democracia em Vertigem, o documentário Rolling Thunder Revue, no qual Martin Scorsese falou sobre Bob Dylan, também apareceu.

Democracia em Vertigem recebeu diversas críticas positivas, tanto em veículos nacionais quanto internacionais - e é um dos favoritos para concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Documentário.

Quem quiser o que acontece com o Brasil de 2016 para cá, é obrigatório.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
Gênero:
Documentário
Direção:
Petra Costa
Nacionalidade:
Brasil
Duração:
2h02
Exibição:
Netflix

COTAÇÃO DO KLAU:

terça-feira, 11 de junho de 2019

ANTON YELCHIN: DOCUMENTÁRIO SOBRE JOVEM ATOR TEM DEPOIMENTOS DE CHRIS PINE E KRISTEN STEWART

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O ator, que morreu em 2016, estrelou Star Trek, Alpha Dog e Loucamente Apaixonados
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Anton Yelchin foi um ator muito versátil, que trabalhou em Hollywood por 16 anos e que morreu em um acidente estúpido, na porta da sua casa, há quase três anos.

Ele não freou direito o seu carro e ao sair dele para abrir o portão de sua casa, foi prensado pelo veículo na pilastra de tijolos e morreu,

Talentoso e querido por seus colegas, ele é o tema do documentário Love, Antosha, que conta com depoimentos emocionantes de diversas personalidades que trabalharam com o jovem, como Chris Pine e Kristen Stewart.

Confira:


A prévia dá uma ideia do tamanho do legado de Yelchin e o quanto ele marcou a vida de seus colegas.

Além de sua carreira cinematográfica, o documentário toca na sua vida pessoal, além de seu gosto pela fotografia.

Além de depoimentos de sua família, o filme também conta com comoventes entrevistas com atores e diretores que trabalharam com ele.

Anton viveu apenas 27 anos, mas teve tempo de estrelar produções como a trilogia Star Trek (como Pavel Checov), Charlie, um Grande Garoto, Sala Verde, O Estranho Thomas, O Exterminador do Futuro - A Salvação e Loucamente Apaixonados.

Love, Antosha chega aos cinemas americanos dia 2 de agosto, e ainda não tem previsão de estreia no Brasil.

quarta-feira, 13 de março de 2019

'MUSSUM: UM FILME DO CACILDIS' - DOCUMENTÁRIO GANHA PRIMEIRO TRAILER

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O documentário Mussum - Um Filme do Cacildis ganhou seu primeiro trailer oficial divulgado
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Assista:


O longa conta a trajetória do músico e comediante Antônio Carlos Bernardes, conhecido como Mussum.

A produção também vai contar histórias mais pessoais do artista, como a paternidade e sua relação com a mãe, Dona Malvina.

Sua carreira iniciou como vocalista do grupo "Os Originais do Samba", passando por atuações na TV e depois no cinema, como humorista e mais tarde como integrante de "Os Trapalhões", grupo que revolucionou a forma de fazer humor na teledramaturgia brasileira.

Dirigido por Susanna Lira, o documentário tem narração do ator Lázaro Ramos e a emocionante trilha sonora original do músico Pretinho da Serrinha.

Mussum - Um Filme do Cacildis entra em cartaz no dia 4 de abril.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

'LEAVING NEVERLAND': POLÊMICO DOCUMENTÁRIO SOBRE MICHAEL JACKSON GANHA TRAILER

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'Leaving Neverland' é um documentário que trata sobre as acusações sexuais contra Michael Jackson
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Hoje, ele teve seu primeiro trailer divulgado pela HBO.

Assista:


O documentário, que causou polêmica no último Festival de Sundance, será exibido em duas partes, nos dias 3 e 4 de março, na HBO americana.

A família de Michael Jackson vem detonando a HBO e já disse que se a emissora exibir o documentário, ela será processada.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

FESTIVAL DE BERLIM: DIRETORA BRASILEIRA GANHA PRÊMIO PROTESTANDO CONTRA GOVERNO BOLSONARO

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“É uma honra estar aqui e protestar, para o mundo, contra o governo homofóbico, racista e contra as mulheres que se instalou no País”, disse a diretoria do filme “Espero Tua (Re)Volta
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A diretoria de cinema brasileira Eliza Capai conquistou, neste sábado (16), o prêmio da Anistia Internacional no Festival de Berlim, na Alemanha.

Seu longa “Espero Tua (Re)Volta”, aborda as ocupações dos estudantes secundaristas, com o objetivo de exigir educação nas escolas de São Paulo em 2015.

Ao receber o importante prêmio, Eliza aproveitou para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro.

A diretora Eliza Capai - Foto: Reprodução/Facebook

“Fazer o filme foi difícil, mas nem nos piores pesadelos eu poderia imaginar que o filme ficaria pronto em condições tão adversas. É uma honra estar aqui e protestar, para o mundo, contra o governo homofóbico, racista e contra as mulheres que se instalou no País”, declarou.

O cartaz do documentário - Divulgação

Em breve entrevista ao Estado de S.Paulo, Elisa afirmou:

“Sempre sonhei com um lançamento alternativo, para que o filme chegasse ao seu público e, com o apoio da Anistia, acho que vamos conseguir isso. Põe no jornal, por favor, para que o Brasil saiba da importância desse prêmio. Somos independentes. Precisamos de todo apoio para fazer e lançar nossos filmes”.

A diretora, recebendo o prêmio em Berlim - DW

O documentário Espero tua (Re)volta foi selecionado para a Mostra Geração do 69º Festival de Berlim, uma seção dedicada a filmes sobre adolescentes, e voltados ao público infantojuvenil em dezembro último.

O projeto retorna ao ano de 2013 para compreender porque as pessoas foram às ruas, e de que maneira as transformações do cenário político levaram ao impeachment de Dilma Rousseff, ao governo Temer e à eleição de Jair Bolsonaro.

Os fatos são narrados e comentados por três jovens que participaram ativamente dos protestos estudantis: Lucas "Koka", Nayara Souza e Marcela Jesus.

O site AdoroCinema conversou com Capai sobre o projeto, ainda sem data de lançamento definida no Brasil:

Pergunta - Poucos filmes sobre as ocupações desde 2013 se concentram em adolescentes. Qual é a importância deste recorte etário para você?

Resposta/Eliza Capai: Até conheço outros filmes sobre os adolescentes nas ocupações, mas talvez eles não tenham recebido o destaque de um festival grande como Berlim. A adolescência é um momento de formação. As pessoas estão se descobrindo, têm uma energia muito forte para fazer as coisas, e uma inconsequência que pode ser usada de forma positiva para a política.

Durante a pesquisa, percebi como o movimento secundarista se organizou rapidamente e se dispersaria logo também, porque os jovens passam apenas três anos na escola. Muitos personagens que participaram do filme não estão mais ali: agora estão no mercado de trabalho, na faculdade. A geração seguinte não necessariamente aprenderia algo com essa experiência. Por isso eu considerava necessário registrar aquilo, de modo didático (no melhor sentido do termo), incluindo as vitórias mas também os traumas sofridos por eles, como a violência policial. Era importante trazer outros pontos de vista e questionamentos sobre o nosso sistema de ensino para outras gerações.

P - Os adolescentes são o público-alvo do projeto?

Eliza Capai: Parte do público-alvo são os adolescentes. Nós buscamos conversar com eles, mas não sei se majoritariamente - só o andamento do filme vai poder dizer isso. Estou muito feliz de estar na Mostra Geração 14+ em Berlim, que dialoga justamente com os secundaristas alemães. Estou curiosa com o que pode acontecer, porque a Alemanha é um país com políticas públicas muito diferentes das nossas. Quero ver se as questões do filme vão dialogar com eles – o fato de a escola não ensinar sobre movimentos sociais, não encorajar a organização.

Berlim é uma cidade com uma história imensa, é um local que dividiu o mundo em dois há pouco tempo. Não sei se a juventude de lá possui os mesmos questionamentos da nossa. De qualquer modo, estou muito feliz em saber que a Marcela Jesus vai viajar para o lançamento no festival. Essa vai ser a primeira viagem internacional dela. Tenho certeza que a possibilidade de ver como a luta dela ecoa em outras pessoas será uma experiência valiosa.

Lucas Koka

P - Como encontrou os três protagonistas?

Eliza Capai: Cada um tem uma história bem diferente. Parte da pesquisa do filme começou com uma investigação ampla sobre o que se tinha dito sobre as ocupações de 2015, e em 2016 com a CPI da merenda. Vimos muitos materiais, desde vídeos institucionais até gravações de celular da molecada. Além disso, olhamos imagens de arquivo de documentaristas que entraram nas ocupações, como o Henrique Cartaxo. Um terceiro momento foi entrevistar e gravar o que estava acontecendo naquele momento.

Conversei com jovens de todo o país para ouvir a versão deles sobre como as origens do movimento, a importância daquele gesto e a consequência na vida deles. Assistindo ao material da Internet, descobri dois vídeos do Koka que viralizaram, inclusive aquele em que invertia os papéis e entrevistava uma repórter, questionando o entendimento da mídia sobre as ocupações. Achei fascinante o carisma deles e capacidade de dialogar com grupos diferentes. Ele estuda teatro há muito tempo, e depois das ocupações passou a atuar em Malhação, da Globo. É interessante que um menino negro vindo da periferia consiga transitar por ambientes tão diversos.

Depois dele, perguntei ao Henrique Cartaxo se tinha percebido alguém cuja trajetória tivesse se transformado ao longo das manifestações, e ele me sugeriu a Marcela. No começo ela era uma jovem tímida, de cabelo alisado, que aparecia nos vídeos ao lado das protagonistas, mas quase não falava. Marquei uma entrevista com ela e quando a conheci, dois anos mais tarde, fiquei surpresa, porque pareciam duas pessoas diferentes. Foi uma transformação enorme na vida dela, que aconteceu dentro das ocupações.

A Nayara era a personagem que eu conhecia há mais tempo, porque ela estava dentro da ocupação da ALESP, onde começou o filme. Na última gravação oficial da ocupação da câmera, eu presenciei a forma de liderança da Nayara, que tinha sido eleita presidenta da União dos Estudantes. A forma como ela sobe na mesa, conversa com os estudantes, enfrenta policiais e discute com vereadores deixava claro que se tratava de uma novíssima liderança. Ela se impôs ao filme. Em comum, os três têm uma disponibilidade muito grande para dividir as suas histórias, especialmente sobre um tema que recebeu uma atenção negativa por parte da sociedade.

 Nayara Souza

P - Por que decidiu colocar os jovens como comentaristas do material de arquivo?

Eliza Capai: O processo de edição foi bem complexo. O que eu tinha claro desde o começo era o fato de que a luta dos estudantes não poderia ser simplificada na hora de explicar. Ter três personagens para contar como era, para dar a voz, era uma forma de espelhar a diversidade e a discussão nas ocupações, onde estas questões são debatidas com frequência. Ao longo do filme, cada protagonista roubava a cena e trazia para si a narrativa. Fizemos grupos de estudos com outros secundaristas que participaram das manifestações, e percebemos a vontade de dialogar, mas também as divergências internas. Era importante o filme representar esse diálogo.

Os movimentos sociais hoje precisam de diálogo, o que não significa concordar em tudo, mas é necessário encontrar convergências. Por isso, a narrativa buscou representar essas diferenças. Além disso, fiz questão de checar os fatos. Quando eles contavam lembranças que não poderiam ser verificadas, preferi deixar de fora. Quis trazer diversos pontos de vista, porém todos verdadeiros. São posicionamentos reais, legítimos, e às vezes conflitantes - essa é a complexidade da própria luta. E eles são moleques, então de repente um papo sério é entrecortado por piadas e uma música. Nem precisei me esforçar para trazer isso ao filme, foi espontâneo.

 Marcela Jesus - Fotos do elenco - Carol Quintanilha

P - De que maneira acredita que as transformações políticas vão influenciar na leitura do filme?

Eliza Capai: Inicialmente, o lançamento deveria acontecer pouco antes da eleição de Bolsonaro. O filme foi selecionado em festivais, mas não aceitamos porque ele não parecia concluído, faltava aquele final [a posse de Jair Bolsonaro] para parecer completo, porque aquilo encerrava a narrativa. Bolsonaro legitima e verbaliza um discurso cruel sobre a nossa História.

Se a gente pensa que o Brasil é o último país latino-americano que acabou com a escravidão, e onde a escravidão nunca acabou de fato – basta ver os presídios -, ele representa a manutenção do status quo, mas de modo escancarado. Quando você tem um presidente que promete acabar com todos os ativismos e varrer a esquerda para o exílio, isso sublinha como são fortes os movimentos sociais, e como são perigosas "as esquerdas", como ele chama. Eu não conheço nenhuma história em que as elites tenham promovido avanços sociais por livre vontade; são processos que ocorrem com muito esforço. Os nossos direitos trabalhistas, por exemplo, foram fruto de muita luta. Bolsonaro permite entender o nosso país atual. Ele deixa claro que a luta será necessária para garantir um mínimo de dignidade para as minorias no país. Ele representa a ditadura que não quer acabar.

Tenho vontade de lançar o filme nas escolas e promover debates. É claro que existe um incômodo muito grande com o projeto Escola Sem Partido, que na verdade é a "Escola Sem Crítica". A ideia do filme é justamente suscitar debate, críticas. Não sei de que maneira isso poderá acontecer no novo cenário político, que repudia os ativismos e a liberdade nas escolas. Em certo ponto do filme, a Marcela lembra que, quando somos reprimidos, a nossa revolta triplica. A repressão escancarada no Estado de SP sobre o Passe Livre ilustra o novo tempo que vivemos. Só vamos descobrir com o tempo o que virá de resposta à repressão antidemocrática.

P - Você pretende acompanhar a trajetória dos três personagens após o filme? Acredita ter responsabilidade pela maneira como o filme impactará a vida deles?

Eliza Capai: Desenvolvi uma relação de afeto muito grande com os três. A relação curiosa: por um lado, é algo muito horizontal, porque eles me ensinaram muito. Tenho noção do meu lugar de fala como mulher branca de classe média. Os meninos me trouxeram um debate muito mais profundo, mas por outro lado, tenho a idade para ser a mãe deles.

Tenho muita preocupação com a repercussão do filme na vida dos três devido a este ambiente político. A Nayara se expõe como LGBT, a Marcela revela as crises de ansiedade que sofre. Eu me preocupo com a maneira como esses meninos serão percebidos após o lançamento em circuito comercial no Brasil. Cheguei a dizer que se eles não se sentissem à vontade de lançar no Brasil, por causa do contexto, eu entenderia, mas eles foram firmes em dizer que fazem questão de lançar, e acreditam que o lançamento é mais importante agora do que nunca. Eles estão conscientes dessa exposição.

Espero que o filme traga para eles mais situações interessantes. A Marcela é neta de uma empregada doméstica que nunca se alfabetizou. Em duas gerações, ela se tornou protagonista de um filme que vai ser exibido pelo mundo afora. Ela pode aspirar a outras coisas além dos exemplos que tinha ao redor dela na periferia, e que são exemplos reduzidos. Isso se transformou nos últimos anos. Quero que ela descubra novas possibilidades e permita novos intercâmbios. Koka é ator, então torço para que isso abra portas e o coloque em novos circuitos; e para a Nayara, que isso contribua ao ativismo. É ótimo ter um registro de quando ela começava a ser líder estudantil. Acredito que ela possa se tornar uma grande liderança política. Sempre vou ter curiosidade de saber o que está acontecendo com eles. Criamos laços afetivos, agora não dá pra voltar atrás. O filme vai fazer parte da nossa história.

Parabéns pra ela!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

'I AM PAUL WALKER': DOCUMENTÁRIO GANHA NOVO TRAILER

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Vídeo destaca a paixão que o ator tinha pela vida
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No próximo dia 30, será lançada uma nova versão de I Am Paul Walker, documentário sobre o astro da franquia Velozes e Furiosos.

A produção acaba de ganhar um novo trailer, trazendo depoimentos emocionantes de familiares do artista e também de Tyrese Gibson.

Nas imagens, intercaladas com vídeos de arquivo de Walker (em uma delas, aparece ainda criança brincando em seu triciclo), pessoas próximas à ele comentam sobre como o ator era intenso e sua paixão pela vida.

"Ele gostava de ser rápido", diz Ashlie, irmã do artista.

Assista:


Dirigido por Derik Murray (I Am Heath Ledger), o filme traz um olhar íntimo sobre a vida de Paul Walker, falando sobre sua carreira, paixão por esportes e vida marinha, além do trabalho humanitário que praticou no Haiti.

Walker morreu devido a um acidente de carro, em novembro de 2013, enquanto ainda filmava o sétimo longa da franquia, estrelada por ele e Vin Diesel.

Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, 'I Am Paul Walker' foi exibido nos Estados Unidos em agosto, e ganhará uma versão estendida, com meia hora a mais no dia 30 de novembro - data em que se completa cinco anos da morte do ator.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

'WHITNEY': DOCUMENTÁRIO SOBRE A DIVA DA MÚSICA FOI EXIBIDO NO FESTIVAL DE CANNES

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O documentário sobre a cantora Whitney Houston, falecida em 2012, já está pronto
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O trailer  final foi divulgado nesta quarta (16) no Festival de Cinema de Cannes.

As cenas mostram Whitney e como ela lidava com sua vida familiar, fama e sua luta contra a dependência química.

Também aborda seus relacionamentos com o ex-marido Bobby Brown, a mãe Cissy Houston, a amiga de longa data Robyn Crawford, Paula Abdul, Clive Davis e seu co-protagonista do longa 'O Guarda-Costas', Kevin Costner.

Assista:


Este é o primeiro documentário produzido com autorização dos herdeiros da cantora.

O documentário é um “retrato íntimo e inflexível de Houston e sua família, que investiga além das manchetes conhecidas dos tablóides e lança nova luz sobre a fascinante trajetória da vida de Houston. Usando imagens de arquivo nunca antes vistas, gravações de demonstração exclusivas, apresentações raras, arquivos de áudio e entrevistas originais com as pessoas que o conheciam melhor, o cineasta premiado com o Oscar Kevin Macdonald desvenda o mistério por trás de ‘The Voice’, que emocionou milhões mesmo lutou para fazer as pazes com seu próprio passado conturbado ”.

'Whitney' estreia mundialmente em 6 de julho.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

'WHITNEY': DOCUMENTÁRIO SOBRE A VIDA DA DIVA GANHA TRAILER

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‘Whitney’, documentário inspirado na vida da cantora Whitney Houston, ganhou trailer
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Assista:


‘Whitney’ é dirigido por Kevin MacDonald e promete mostra um “novo lado” da vida da cantora, que morreu em 2012.

De acordo com o Digital Spy, o filme chegará a mercados como os Estados Unidos e a Inglaterra no dia 6 de julho.

Ainda não há previsão no Brasil.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

'I AM HEATH LEDGER': CLIPE DO DOCUMENTÁRIO DETALHA A CRIAÇÃO DO CORINGA

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O documentário que foca na vida do ator, divulgou um clipe de nove minutos onde dá detalhes sobre a sua criação do Coringa para 'Batman – O Cavaleiro das Trevas'
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Confira:


Dirigido por Derik Murray, o material tem 90 minutos e foi exibido pela primeira vez no Festival Tribeca.

A exibição de 'I am Heath Ledger' no canal Spike americano acontece em 17 de maio de 2018, após um lançamento limitado nos cinemas no dia 3 do mesmo mês.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

'DIVINAS DIVAS': COM AFETO EM GRAU MÁXIMO, DIRETORA LEANDRA LEAL PROPÕE MERGULHO PROFUNDO NA ALMA HUMANA - E SE SAI MUITO BEM


SINOPSE:

Rogéria, Divina Valéria, Jane Di Castro, Camille K, Fujika de Holliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios já eram, na década de 1960,  talentosas artistas transformistas que testemunharam o auge de uma Cinelândia, repleta de cinemas e teatros, no centro do Rio de Janeiro.

O documentário dirigido por Leandra Leal acompanha o reencontro das artistas para a a montagem de um espetáculo, trazendo para a cena as histórias e memórias de uma geração.

As Divinas Divas são ícones da primeira geração de artistas travestis no Brasil dos anos 1960.

Um dos primeiros palcos a abrigar homens vestidos de mulher foi o Teatro Rival, dirigido por Américo Leal, avô da diretora.

O filme traz para a cena a intimidade, o talento e as histórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época.

CRÍTICA:

A excelente atriz e agora diretora Leandra Leal é filha da atriz Ângela Leal e neta do dono de teatro Américo Leal, que marcou época com seus shows bem produzidos.

Antes mesmo de estrear como atriz, ela já convivia com os bastidores e a classe artística carioca.

Recentemente, assumiu a administração do tradicional Teatro Rival, no centro do Rio e que herdou do avô.

Agora, Leandra une sua experiência de vida com o seu profundo interesse pela arte para produzir e dirigir um dos mais belos documentários já produzidos no Brasil.

Divinas Divas : Foto
Rogéria, em cena do documentário - Fotos dessa Postagem - Divulgação/Vitrine Filmes
'Divinas Divas', em exibição em 20 salas em todo o Brasil, conta a história de ícones da primeira geração de artistas travestis do Brasil, a partir de relatos colhidos em meio a uma apresentação realizada em 2014, no próprio Rival.

A começar por Rogéria (a mais conhecida delas, por aparecer bastante na TV), vemos também as estrelas Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Eloína dos Leopardos, Fujika de Halliday, Marquesa e Brigitte de Búzios contando suas histórias de vida, ao mesmo tempo em que continuam a demonstrar  seus enormes talentos em cena.

Resultado de imagem para divinas divas jane di castro
Jane di Castro em cena
Nesse momento, em que a sociedade brasileira e mundial sofre com uma onda absurda de conservadorismo, um documentário como este, produzido com tanto esmero, não é apenas ótimo, mas também é importante, para mostrar que mesmo na época da ditadura militar, artistas travestis tinham mais espaço nos palcos do que hoje.

Visceral, em mostrar a batalha de um apaixonado casal - Jane Di Castro e seu companheiro - levar 46 anos para conseguir na justiça o direito de viver uma união estável.

E vital, em mostrar o significado do artista e da arte no rompimento de barreiras e preconceitos.

Se é difícil imaginar que o espectador, que aguardou com ansiedade a estreia do documentário, olhe para as oito protagonistas da história e as considere anormais, mais difícil para todos nós é saber que esse tipo de preconceito, infelizmente, vem sendo novamente cada vez mais comum.

Divinas Divas : Foto
As Divas onde elas mais gostam de estar: no palco
Ainda bem que Leandra só faz questão de mostrar cenas onde as Divas só recebem carinho e demonstra uma sensibilidade absurda e bem vinda, em sua estreia como cineasta.

Leandra entrega um filme sobre afetos, feito com muito afeto, mostrando talento em grau máximo e também os problemas inerentes à velhice das Divas - que podem ainda ser glamurosas, mas são humanas e enfrentam, como todos nós, a degradação do passar dos anos.

Se vemos problemas de ritmo - a duração de 110 minutos é exagerada - dá para entendermos perfeitamente a dificuldade de Leandra e da montadora, Natara Ney.

É que com tanto carinho, talento e verdade envolvidos, deve ter sido muito difícil escolher o que acabou ficando de fora da corte final do documentário.

Leandra aproveita o tema das Divas para realizar também uma produção extremamente pessoal, se coloca como narradora e aproveita o tema para também relembrar seu avô, seus pais e, principalmente, seu teatro, o Rival.

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Leandra Leal e as Divinas Divas
Leandra Leal deveria aproveitar e remontar o espetáculo teatral que deu origem ao documentário e levar essas Divinas Divas em excursão, a preços populares, por todo o Brasil.

Pelo pique que elas mostram no documentário e na Parada LGBT de São Paulo, domingo passado, todas elas ainda tem muita lenha pra queimar.

Documentário para gays ou não gays, para gente que gosta ou não de espetáculos teatrais, mas que gosta, principalmente, de mergulhar profundamente na alma humana.

Documentaço.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'DIVINAS DIVAS'
Gênero:
Documentário
Direção:
Leandra Leal
Roteiro:
Carol Benjamin, Leandra Leal, Lucas Paraizo, Natara Ney
Elenco:
Jane di Castro, Rogéria, Valéria, Camille K., Brigitte de Búzios, Fujika de Holliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa - como elas mesmas
Produção:
Carol Benjamin, Leandra Leal, Natara Ney, Rita Toledo
Fotografia:
David Pacheco
Montador:
Natara Ney
Duração:
110 min.
Ano:
2016
País:
Brasil
Cor:
Colorido
Estreia:
22/06/2017 (Brasil)
Distribuidora:
Vitrine Filmes
Classificação: 
14 anos

COTAÇÃO DO KLAU: