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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

'GRACE DE MÔNACO': CONTO DE FADAS DA VIDA REAL É BELO MAS NÃO TEM CONSISTÊNCIA


SINOPSE:

Em 1956, o casamento da estrela de Hollywood Grace Kelly (Nicole Kidman) com o príncipe de Mônaco, Rainier III (Tim Roth) foi considerado um conto de fadas na vida real.

Entretanto, cinco anos mais tarde e já com dois filhos, Albert e Caroline, a verdade é que Grace está insatisfeita com a vida no palácio e o distanciamento do marido.

A oportunidade de novamente sentir-se útil surge quando seu velho amigo, o diretor Alfred Hitchcock (Roger Ashton-Griffiths), a convida para retornar ao cinema, como protagonista de seu próximo filme: "Marnie - Confissões de uma Ladra", ao lado de Sean Connery no auge da fama como James Bond.

O problema é que Rainier é terminantemente contra e, ainda por cima, está envolvido com uma ameaça vinda do presidente francês Charles de Gaule (André Penvern): caso Mônaco não pague impostos à França e acabe com o paraíso fiscal existente, o principado será invadido pelos franceses em seis meses.

Em meio às inevitáveis tensões, Grace e Rainier buscam resolver seus problemas e tentando evitar que eles cheguem ao divórcio.

CRÍTICA:

Foi o conto de fadas da vida real.

Uma das mais populares estrelas de Hollywood, endeusada pelos fãs e dona de um Oscar na estante, se casando com o príncipe de um país mínimo, mas reconhecido mundialmente como ícone do luxo e da riqueza.

O casamento de Grace Kelly com o príncipe Rainier III, de Mônaco, chamou a atenção de boa parte do planeta, em 1956.

Afinal de contas, se contos de fadas já encantam no mundo da fantasia, imagina quando surge uma (aparente) chance dele se materializar entre os mortais.

Consciente deste impacto, o diretor Olivier Dahan tomou para si este deslumbramento ingênuo para narrar um episódio marcante da vida de Grace e Rainier.

Grace de Mônaco : Foto Nicole Kidman
Nicole Kidman como Grace, em cena do longa - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Playarte Pictures
'Grace de Mônaco', em exibição em 89 salas em todo o Brasil, mostra tudo segundo a ótica do diretor, como revela o alerta inicial de que a história a ser contada é apenas inspirada em eventos reais - e como acontece em todo conto de fadas, resolveu facilitar as coisas.

De um lado, está o príncipe envolvido com sérias questões diplomáticas, que põem em risco a própria existência de Mônaco, um trabalho de homem, especialmente naquela época.

Grace de Mônaco : Foto Tim Roth
Tim Roth como Rainier III
Do outro está a princesa, infeliz em seu castelo, sem ter o que fazer além de cuidar dos filhos, quando recebe a visita do seu velho amigo, aquele que tinha lhe dado os principais papéis da carreira.

O diretor Alfred Hitchcock foi até ela para oferecer-lhe a oportunidade de voltar aos holofotes em seu próximo filme, 'Marnie - Confissões de Uma Ladra', onde Grace teria como galã nada menos que Sean Connery, na época um dos atores mais aclamados do mundo, graças à cinessérie de 007.

Como sabemos, Tipi Hendren - que depois faria com o diretor 'Os Pássaros' -  ficou com o papel.

Mais do que a fama ou o dinheiro, Grace queria mesmo voltar a se sentir útil, naquilo onde sabia que era competentíssima.

Talvez motivado pela escolha de 'Um Corpo Que Cai' como o melhor filme de todos os tempos, em 2012, talvez pela imagem icônica que o diretor deixou em seu trabalho, que permite sua fácil identificação, aqui, por mais que leve alguns minutos até que alguém o nomeie, é impossível não reconhecê-lo pelo semblante de perfil.

Sabendo disso, Dahan espertamente focaliza seus maneirismos para conquistar a simpatia do público - e o truque funciona.

Grace de Mônaco : Foto Nicole Kidman, Roger Ashton-Griffiths
Roger Ashton-Griffiths interpreta o diretor Alfred Hitchcock
Como o objetivo aqui é retratar um conto de fadas, mesmo com um pé (bem de leve) na realidade, é preciso que haja antagonistas.

Charles de Gaule, o presidente francês que deseja invadir Mônaco, é o inimigo perfeito, mas não é suficiente.

Para Grace, são dois os vilões: o tédio e a futilidade.

Para enfrentá-los, é hora de entrar em cena o velho combate entre o estilo da nobreza europeia e o 'american way of life', tudo bem explicadinho, bem cinemão americano, para que não haja qualquer dualidade nem um final em aberto.

Como já deu para perceber, temos aqui não um filme que deseja realmente se aprofundar no relacionamento de Grace Kelly com Rainier.

Ele apenas explora personagens famosos em uma trama maniqueísta com um fundo de vida real, para dar credibilidade ao que é exibido.

Só que dá certo - e diante deste mundo de príncipes e princesas, o diretor acerta a mão ao retratar visualmente a opulência típica da nobreza.

Grace de Mônaco : Foto Nicole Kidman
Presa no palácio e já com dois filhos
É claro que as paisagens de Mônaco são um convite e tanto, e Dahan as explora bem, assim como os figurinos requintados em cenários suntuosos, embalados em belíssima fotografia.

A própria escolha de Nicole Kidman como protagonista ajuda neste sentido, já que é uma integrante da realeza de Hollywood representando um ícone de sua aristocracia, ampliando a percepção de autenticidade por parte do espectador.

Fazia tempo que Nicole não aparecia tão linda na telona - a cada cena sua, o espectador perde o fôlego, com tanta beleza.

Por outro lado, o longa derrapa – às vezes feio – na narrativa novelesca, sempre pontuada por uma trilha sonora nitidamente manipuladora.

É close no rosto de Nicole para ressaltar a emoção de momento, reviravoltas conspiratórias, briga de casal com direito a cena de copo quebrado no chão... tudo para ressaltar o quão grave é a crise, tudo artifício que já vimos inúmeras vezes, em novelas brasileiras e mexicanas, com o objetivo de prender a atenção da forma mais óbvia possível.

No fim das contas, Dahan quis tanto fazer um conto de fadas visualmente belo que se esqueceu de dar a ele algo tão importante quanto: consistência.

Mesmo assim, pela história e por Nicole - e só da família real de Mônaco ter detestado e feito boicote contra, é um longa que deve ser visto.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
Grace de Mônaco : Poster
'GRACE DE MÔNACO'
Título Original:
GRACE OF MONACO
Gênero:
Drama
Direção:
Olivier Dahan
Roteiro:
Arash Amel
Elenco:
Aaron Webster, André Penvern, Derek Jacobi, Frank Langella, Geraldine Somerville, Jean Dell, Jeanne Balibar, Milo Ventimiglia, Nicholas Farrell, Nicole Kidman, Olivier Rabourdin, Parker Posey, Pascaline Crêvecoeur, Paz Vega, Philip Delancy, Robert Lindsay, Roger Ashton-Griffiths, Sir Derek Jacobi, Tim Roth, Yves Jacques
Produção:
Arash Amel, Pierre-Ange Le Pogam
Fotografia:
Éric Gautier
Montador:
Olivier Gajan
Duração:
103 min.
Ano: 
2014
País:
Bélgica / Estados Unidos / França / Itália
Cor:
Colorido
Estreia:
29/10/2015 (Brasil)
Distribuidora:
PlayArte Pictures
Estúdio: 
Canal+ / Lucky Red / Silver Reel / Stone Angels / TF1 Films Production / uFilm / YRF Entertainment
Classificação:
12 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

quarta-feira, 14 de maio de 2014

FESTIVAL DE CANNES COMEÇOU HOJE COM NICOLE KIDMAN DESFIGURADA PELO BOTOX E SEU 'GRACE DE MÔNACO' VAIADO APÓS SESSÃO DE ABERTURA


Começou hoje na linda cidade da riviera francesa a 67ª edição do Festival de Cannes, o maior evento cinematográfico do mundo e o longa escolhido para a abertura não podia ser mais glamouroso: 'Grace de Monaco', de Olivier Dahan ('Piaf'), com Nicole Kidman interpretando a Diva de Hollywood dos anos 50, que abandonou a carreira para ser princesa do pequeno país europeu, conhecido pelo glamour, luxo, jogatina e Fórmula 1.

Só que, infelizmente, Dahan não fez um filme à altura da Diva Grace Kelly e quem viu, escreveu que sua obra é enfadonha e com diálogos rasos.

'Grace de Monaco' caiu em desgraça já na sessão de imprensa, arrancando risadas em momentos dramáticos e sendo vaiado em seu final, após longo e constrangedor silêncio.

Cercado de polêmica, o filme chegou a Cannes com o repúdio da família real de Monaco já que os três filhos de Grace Kelly - Albert (atual soberano do principado) Caroline e Stefanie – divulgaram comunicado dizendo que a trama é "uma farsa".

Pior:  o longa corre o risco de ter uma versão editada para ser exibido nos EUA – fato negado pelo diretor na coletiva de imprensa.



Mas o pior estava por vir: outrora uma das mulheres mais lindas de Hollywood, nos últimos anos Nicole Kidman vem aumentando mais e mais as doses de botox no rosto e hoje, causou reboliço na Croisette: esticadíssima, Nicole mal consegue franzir a testa, o que a imprensa também constatou nas suas cenas no longa - sua Grace é robótica e inexpressiva.

Nicole, esticadíssima e sem expressão facial, posa em Cannes - Vanity Fair France

Durante sua conversa com os jornalistas, na sala de conferência de imprensa, a atriz foi simpática, mesmo diante de tanta hostilidade ao filme.

"Fico triste que a família de Grace tenha rejeitado o filme. Não tivemos malícia em relação a eles. Esta é uma ficção, não é uma biopic; precisamos tomar algumas licenças dramáticas. São seus pais retratados na tela, entendo que estejam buscando uma proteção da privacidade. Mas quero que eles saibam que minha performance foi feita com muito amor", disse Nicole na entrevista coletiva.

Ela brincou ao comparar sua vida com a de Grace: 

"Eu não me casei com um príncipe. Quer dizer, casei sim. Com um príncipe do country", brincou, ao falar do marido, o cantor Keith Urban.

Nicole foi rápida ao responder se, como Grace, abandonaria a carreira pelo amor.

"O amor é prioridade. Sim, eu poderia encontrar outra coisa para fazer na vida. Lembro que, no dia em que ganhei o Oscar, voltei para casa e não tinha nada. Foi o período mais solitário da minha vida. Sempre na minha vida, os meus altos momentos profissionais coincidiram com os baixos momentos pessoais. Mas enfim, quando você tem filhos, descobre que é capaz de morrer por alguém. E quando você tem isso, todas as suas perspectivas mudam", declarou.

O diretor Olivier Dahan falou pouco na entrevista coletiva para não aumentar a polêmica, mas garantiu que, ao contrário do que dizem os boatos, seu filme não terá duas versões, uma para os Estados Unidos e outra para o resto do mundo.

"Só há uma versão do filme, e Harvey (Weinstein, produtor) vai lançar essa versão. Se houver alguma mudança a fazer, faremos juntos", afirmou.

O diretor também minimizou as diferenças físicas e de idade entre Nicole e Grace (Nicole tem agora 46 e Grace tinha 32 à época da trama).

"Com este filme, eu pude conectá-las não do ponto de vista físico, mas espiritual, emocional."

Já à noite, no red carpet, Nicole esbanjou charme e elegância ao lado de Tim Roth, que vive o príncipe Rainier no longa.

Tim Hoth e Nicole Kidman em Cannes - Vanity Fair France

O filme começa no momento em que Grace está abandonando Hollywood para se casar com o príncipe Rainier e tornar-se princesa.

Alfred Hitchcock - que deu a ela muitos bons papéis em seus longas - a visita em Mônaco para lhe oferecer o papel título de "Marnie: Confissões de uma Ladra" (1964) - que acabou feito por Tipi Hendren, de 'Os Pássaros' - e a encontra infeliz.

Ela aceita o papel, mas a possibilidade de voltar a Hollywood cria um grande incidente diplomático que agrava a crise entre Rainier e de Gaulle, quando este ameaça invadir o principado caso ele não pague impostos à França.

Assim, Grace é obrigada a recusar o papel, declarar que nunca mais voltará a atuar em Hollywood e assumir de vez o papel de princesa para ajudar a resolver o conflito.

Entre os pontos mais polêmicos, o filme mostra a suposta traição da irmã de Rainier, a princesa Antoinette, que teria negociado com o presidente da França, Charles de Gaulle, pelas costas do príncipe.

'Grace de Monaco' deve chegar aos cinemas brasileiros ainda em outubro este ano.

Confira o trailer de 'Grace de Mônaco':


Enquanto a abertura oficial do Festival acontecia, a imprensa acompanhava o primeiro filme em competição, 'Timbuktu', de Abderrahmane Sissako, que foi recebido com aplausos discretos pelos jornalistas.

Amanhã, um dos fortes concorrentes a Palma de Ouro'Mr. Turner', de Mike Leigh - será apresentado logo cedo.

A mostra 'Um certo olhar', competição paralela que sempre traz uma boa seleção de filmes, também começará a exibir seus concorrentes amanhã.

Textos Base: Janaina Pereira (CinePop) e Thiago Stivaletti (UOL)
Redação Final: Cláudio Nóvoa