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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

'FAMÍLIA VENDE TUDO': HUMOR RASTEIRO E PRECONCEITUOSO DESPERDIÇA BOM ELENCO


Família Vende Tudo, parte do princípio de que uma família pobre e em sem grana venderia tudo para conseguir dinheiro, inclusive a própria filha.

Partindo dessa cafajestada, não é de se estranhar que o título nos créditos iniciais aparece na etiqueta de uma calcinha fuleira - cena de péssimo gosto - e o resultado dessa comédia de Alain Fresnot- de Desmundo e Ed Mort -, não é de causar nenhuma surpresa.

Surpresa  mesmo foi a enxurrada de prêmios que o filme levou no último Cine PE em abril passado - entre eles o de melhor ator para Caco Ciocler e melhor atriz, para Marisol Ribeiro, dividido com Leandra Leal, por Estamos Juntos - o que prova que o nordeste, realmente, é outro mundo, onde o brega não só reina como é extremamente cultuado.

Na trama, o casal Ariclenes - Lima Duarte, interpretando um personagem que tem seu nome verdadeiro - e Cida - Vera Holtz - moram na periferia de São Paulo e vivem de trambiques e muambas.

Divulgação
Lima Duarte e vera Hotlz, em cena do filme

Quando um contrabando dos dois é confiscado na fronteira do Paraguai, a família tem uma ideia brilhante: a filha, Lindinha - Marisol - deverá fornecer a perseguida para o cantor brega Ivan Carlos - Ciocler.

Rico, e rei de um estilo chamado Xique, ele é uma espécie de sub-Latino - que deu aulas ao ator e faz uma pequena participação no filme - e fez fortuna explorando o gosto pra lá de duvidoso do povão.

Assim, Ariclenes e Cida cafetinam a filha e conseguem que seu plano dê certo pois, mesmo casado com Jennifer - Luana Piovani -,Ivan não pensa duas vezes em passar a vara nas fãs e chutá-las na manhã seguinte.

Divulgação
Caco Ciocler e Marisol Ribeiro, em cena do filme

Agora, família vai cobrar seus lucros da gravidez da moça, mesmo batendo de frente com a primeira-dama do Xique, onde até o filho evangélico - Robson Nunes - fica mais interessado no dinheiro do que em suas crenças, o que pode ser ótimo para sua carreira como pastor.

Todos os personagens mostram-se corruptíveis e, se todos são imorais, o filme em si é extremamente amoral, debochando sem dó da classe C, partindo de preconceitos numa visão mundo-cão que ficaria bastante confortável em qualquer programa sensacionalista da televisão.

Não há qualquer preocupação em entender personagens, construir tramas, dramas e conflitos, já que a opção do diretor e roteirista do filme é simplesmente pelo escracho, forçando preconceitos ao extremo.

Aqui, a única coisa que presta é Marisa Orth, que aparece em participação especialíssima interpretando uma pastora evangélica chamada...Marisa - a única piada que eu gostei do filme.

Divulgação
Marisa Orth como pastora: a melhor coisa do filme

Lindinha é mais uma versão das Marias Violão do mundo musical, onde os pais encontram na fragilidade moral de Ivan a oportunidade para a tranquilidade financeira da família.

Ridicularizando seus personagens, o filme os julga e pretende se colocar num patamar acima deles, olhando-os de cima para baixo, e opta pelo tipo de riso mais fácil, rápido e perigoso que pode existir: o do preconceito.

É um desperdício dos talentos reunidos para o elenco, onde ninguém, absolutamente ninguém, está bem.

Afinal, bons intérpretes precisam de bons diretores e roteiros idem, e isso, esse filme não tem.

Confira o trailer do filme:

*****
FAMÍLIA VENDE TUDO
Diretor:
Alain Fresnot
Elenco:
Marissol Ribeiro
Luana Piovani
Lima Duarte
Robson Nunes
Caco Ciocler
Vera Holtz
Marisa Orth
Ailton Graça
Produção:
Suzana Villas Boas
Pablo Torrecillas
Roteiro:
Alain Fresnot
Marcus Aurelius Pimenta
Fotografia:
José Roberto Eliezer
Trilha Sonora:
Arrigo Barnabé
Duração:
89 min.
Ano:
2009
País:
Brasil
Gênero:
Comédia
Cor: 
Colorido
Distribuidora:
PlayArte
Estúdio:
A.F. Cinema e Vídeo
Classificação:
12 anos
Cotação do Klau:

sábado, 19 de junho de 2010

"NA FORMA DA LEI": GLOBO ACERTA A MÃO EM SERIADOS POLICIAIS

A Globo trocou seis por meia dúzia.
E eu aqui não faço nenhum comentário negativo, ao contrário.

No mesmo horário em que era exibida a série acima da média "Força Tarefa" - terças, após o "Casseta & Planeta Urgente" - a emissora líder de audiência estreou outra série policial, "Na Forma da Lei", onde o diferencial , além da boa história, é o ótimo elenco.

A trama começa quando Eduardo (Thiago Fragoso, em participação especial) é covardemente assassinado por Maurício (Márcio Garcia) filho de um senador influente.
E o que acontece com o assassino é o que acontece com a maioria dos poderosos e endinheirados neste país: nada, absolutamente nada.
Os cinco amigos do rapaz, que testemunham o homicídio, querem fazer justiça, ainda que tardia.
A promotora Ana Beatriz (Ana Paula Arósio), o juiz Célio (Leonardo Machado), o advogado Edgar (Henri Castelli), a delegada Gabriela (Luana Piovani) e o jornalista Ademir (Samuel de Assis) se reencontram anos depois e acreditam que ainda podem fazer Maurício pagar pelo crime que cometeu.

Veja a cena do assassinato de Eduardo:


O autor Antonio Calmon conta: “Participei de uma cerimônia de formatura de uma universidade em 2004 em que a turma dedicou a celebração a um colega assassinado em um dos primeiros períodos de faculdade. Isso ficou marcado em mim e, desde então, penso em escrever este seriado”.
“Acho esta história uma obra-prima. Os personagens têm verticalidade, a história tem ação e também psicologia. O projeto, mesmo que em um universo árido policial, tem uma estrutura dramatúrgica muito interessante
”, completa Wolf Maya.

A cada episódio, uma sequência de crimes acontece, muitos deles de certa forma ligados ao grande vilão da trama, Maurício.
Os cinco amigos justiceiros intervêm nas investigações e desdobramentos desses crimes, tentando vingar a morte de Eduardo.
“Maurício é filho de uma pessoa que não tem limites. É apaixonado doentiamente por uma mulher que não foi dele, Ana Beatriz. E por conta desse amor que tudo acontece. Os cinco justiceiros não são heróis individuais. Eles representam a formação de um pensamento de resistência à impunidade vinculada ao poder”, explica Wolf Maya.

Onde a série mais acerta, e embora a trama de todo o seriado envolva a corrida por tentar punir Maurício, é que as histórias dos episódios são independentes, com começo, meio e fim, e cada capítulo conta com participações especialíssimas, como Eva Wilma (Dra. Waldrida), Hugo Carvana (Jorginho), Othon Bastos (Governador), Osmar Prado (Lopez) e Paulo José (José Pedro), entre outros.

Ao todo, são cerca de 80 atores, entre elenco fixo e participações especiais, em oito episódios.
Como ressalta Maya, o seriado “é um projeto cinematográfico, feito com a rapidez da televisão”.
São 243 cenas feitas em 40 dias de gravações externas e 171 cenas em 20 dias de estúdio na Central Globo de Produção, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
A linguagem é ágil, imprimindo ritmo com dramaticidade às cenas.

A trama é ambientada no Rio de Janeiro, mas o seriado mostra outra face da cidade.
“É um Rio sem praia, sem sol, sem Corcovado. Mais noturno e urbano. Esse é um projeto ácido, com pitadas de melancolia. A trilha sonora, por exemplo, não tem muitas músicas, tem mais trilhas incidentais”, conta Wolf Maya.
Os cenários contribuem com a estética dramática de "Na Forma da Lei", onde as cores predominantes das locações são mais escuras e frias, e o figurino e caracterização trabalham com um tom abaixo e optam por um visual quase documental.
A ideia é exibir uma nova interpretação fotográfica do Rio de Janeiro, onde o tom solar não se encaixa nesta concepção, que trabalha com uma paleta de cores reduzida.
Para mim, lembra muito os primeiros anos de "CSI: NY".

No primeiro episódio, além da cena do assassinato de Eduardo, o destaque para mim foi a atuação de Jackson Costa como o capanga Anselmo, que se livra de uma amante do vilão Maurício (participação de Helen Roche) numa noite de chuva, à beira de um penhasco à beira mar, com um tiro à queima roupa na nuca, não sem antes dar a ela um terço e pedir que ela "se arrependa dos seus pecados".
Assassino psicopático/religioso? Sen-sa-cio-nal!

Na sequência, o show foi de Luiz Melo, no papel do senador João Carlos Viegas, pai do vilão Maurício.
Primeiro, ele bate em Maurício, e depois revela a ele que o capanga Anselmo também era seu filho, e que para salvar a pele dele, Maurício, mandou o bastardo para a cadeia onde ele comete suicídio na cela.

Grandes interpretações, roteiro de primeiríssima, e direção inspirada.

Já não me sinto mais tão órfão de "Força Tarefa", que, aliás, volta na telinha da Globo em 2011, quando Murilo Benício acabar de gravar "TITITI", a próxima novela das sete.

"Na Forma da Lei"
O que é: Série Policial em oito episódios
Emissora: Globo
Quando: Terças-feiras, logo após “Casseta & Planeta, Urgente!”
Autor: Antônio Calmon, com colaboração de Leandra Pires e Guilherme Vasconcellos
Direção: Emerson Muzelli e Miguel Rodrigues
Direção Geral: Wolf Maya
Elenco Principal:

Ana Paula Arósio

Márcio Garcia

Luana Piovani

Henri Castelli

Leonardo Machado

Samuel de Assis

Luis Melo

COTAÇÃO DO KLAU:


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

GLOBO REVITALIZA SEU HORÁRIO NOBRE (E QUEM GANHA SOMOS NÓS!)

Pessoal:

Nesse ano, o horário nobre foi todo da Globo!


Desde a morte do BUSSUNDA, o "Casseta e Planeta Urgente" vinha ladeira abaixo.
Piadas sem graça e repetitivas era o que se via no programa. Os demais membros da trupe - e nós - sentimos o golpe da perda do "casseta" mais engraçado.
Mas nesse ano - Surpresa!
O programa ganhou mais ritmo, o roteiro melhorou muito e as versões das novelas das 9 são muito engraçadas. E as personalidades - caso do Rubinho Barrichello, sempre zoado por eles - fazem fila pra aparecer ao lado dos "cassetas"! Talento e boas idéias eles sempre tiveram. Em 2009, desencantaram.

O projeto de jornalismo da Globo que eu considero o mais interessante atualmente é o "Profissão Repórter". Muito bem editado para um jornalístico de curta duração, e com repórteres novatos capitaneados pelo acima da média CACO BARCELLOS, o jornalístico aborda sempre assuntos curiosos e interessantes. Com ele, a Globo voltou a ser a dona das terças feiras, que ainda conta com o irregular "Toma Lá, Dá Cá".


O jeito do JÔ SOARES atropelar o raciocínio, falar - e querer aparecer - mais que os entrevistados já tinha virado folclore na mídia. Nessa temporada porém, o programa trocou os entrevistados enfadonhos e deu um espaço maior aos musicais, ao humor e aos humoristas, praia onde o Jô como entrevistador rende muito mais. As duas últimas semanas tem sido impagáveis. Pra quem vai dormir tarde, como eu, o "Programa do Jô" é o melhor dos fins de noite.



Pessoalmente, não gosto do tipo de humor da "A Grande Família", mas o programa continua como um dos 10 mais assistidos da programação global, mesmo sendo repetitivo e sem os roteiros criativos de antes. Faltava um programa que viesse logo em seguida, pegasse sua grande audiência e entregasse bem para o "Jornal da Globo".

Não falta mais: O musical-realidade "Por Toda a Minha Vida", antes escondido na alta madrugada, migrou para um horário acessível e já nos brindou com ótimas edições abordando Cazuza, e Claudinho, da dupla "Claudinho & Buchecha" - os 2 ótimos! Na próxima quinta, é a vez de Raul Seixas, nessa mistura de reconstituições de vida e obra dos nossos artistas mais populares, apresentada pela competência e charme da linda Fernanda Lima. Imperdível! (E pra quem perdeu, já na sexta os programas estão disponíveis no YouTube!)


É um desperdício de talento terem sido produzidos apenas 4 episódios para a segunda temporada da melhor série da Globo dos últimos 10 anos - pra mim! -: "Ó Pai Ió". No elenco,os ótimos LÁZARO RAMOS e MATHEUS NACHTERGAELE podem ser considerados os principais, mas o pessoal do Grupo de Teatro Olodum tem personagens muito bons,a interpretação é impecável, o texto e a direção são primorosos, e o resultado final é muito acima da média. A "mudança" do trambiqueiro Queixão, personagem de Nachtergaele em pastor evangélico, já é uma das melhores interpretações na tv brasileira, em todos os tempos.

Na próxima sexta, vai ao ar o último episódio dessa temporada, que já contou com participações especiais de DÉBORA SECCO e LUANA PIOVANI.

Que venham novas temporadas, e que a Globo continue nessa aposta no humor e jornalismo leve em 2010.