O longa é dirigido por Wes Anderson e tem elenco estelar
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Confira:
Ambientado na redação de uma revista americana em uma cidade fictícia francesa do século XX, o filme apresenta uma coleção de histórias publicadas na The French Chronicle, a revista em questão.
O Pôster:
Escrito e dirigido por Wes Anderson, o filme é estrelado por Benicio del Toro, Frances McDormand, Jeffrey Wright, Adrien Brody, Timothée Chalamet, Léa Seydoux, Tilda Swinton, Mathieu Amalric, Lyna Khoudri, Stephen Park, Owen Wilson e Bill Murray.
Inicialmente programado para outubro deste ano, o longa foi adiado por tempo indeterminado.
Good Omens - livro que, no Brasil, ganhou o titulo de "Belas Maldições" - carrega no sarcasmo ao levantar uma questão essencial: O que define o bem e o mal?
Será a bondade ou a maldade, elemento intrínseco ao ser humano?
Ou construções morais definidas pelo ambiente que nos cerca e pelas escolhas que fazemos?
Como um Saramago em "Caim", Neil Gaiman usa os temas bíblicos, assim como os temas morais que fundamentam a religião cristã, como forma de discutir o que define as crenças que direcionam essas nossas escolhas.
O anjo Aziraphale (Michael Sheen) e o demonio Crawley... ou melhor, Crowley (David Tennant, maravilhoso) formaram uma relação de cumplicidade (que se confunde nos mais variados níveis) que nasceu ainda no começo dos tempos, no fatídico dia em que Eva deu aquela dentada no fruto proibido (instigada por Crowlay, evidentemente).
CRÍTICA:
Anjos e demônios, desde o florescer da civilização, caminham entre nós - e eles adoram viver por aqui, agindo, interferindo, algumas vezes um anulando o trabalho do outro mas, na maior parte das vezes, um colaborando com o outro, ainda que os dos lados estejam vivendo uma espécie de de guerra fria, que espera pela sua crise dos mísseis em Cuba (no caso, o Apocalipse) para pegarem em armas e recomeçar a batalha campal entre céu e inferno.
A humanidade que inunda os dois personagens, que adoram os pequenos prazeres que aproveitamos - ter um belo carro, comer crepes em Paris, ter um porre de vinho falando mal do trabalho - é também a zona cinza a justificar que tudo em demasia, ou pureza, não acaba bem.
Enquanto céu e Inferno radicalizam suas posições ao alimentar a guerra entre eles quando não desafiam o "Grande Plano" - e tudo que Deus planeja (e não explica pra ninguém) coisas como o grande dilúvio, a morte de Cristo e, mais recentemente, o apocalipse - nossos heróis, primeiro questionam, para então, subverter as regras, leis e profecias, ainda que pelos bastidores.
E não poderia ser mais providencial quando colocar o próprio Anticristo, ainda bebê, no lugar correto vira incumbência de Crowley.
Mas, no melhor estilo das comédias de erros, em vez de levar o filho do capiroto para uma influente família americana, ele acaba com um pacato casal de uma cidadezinha nas proximidades de Londres.
A dupla acaba acompanhando, por 11 anos, a criança errada, influenciando a, cada qual do seu lado, na esperança dele crescer e se tornar um jovem equilibrado, com tendências para os dois lados, na pior das hipóteses, normal.
Uma vez descoberto o engano, começa uma corrida para encontrar o garoto certo a fim de evitar que ele encontre os quatro cavaleiros do apocalipse e desencadeie o Armagedon.
Paralelamente a tudo isso, acompanhamos os jovens Anathema Device (Adria Arjona) e Newton Pulsifer (Jack Whitehall), a herdeira de uma antiga linhagem de bruxas e um atrapalhado aspirante a engenheiro da computação, herdeiro da linhagem de matadores de bruxa que as caçavam.
Anathema teve sua vida inteira moldada pelo livro de profecias escrito por sua mais notável ancestral, Agnes Nutter (Josie Lawrence), a última - e verdadeira - bruxa a ser queimada, na Inglaterra.
O livro é um verdadeiro manual com todo tipo de profecia, coisas bem específicas, que vão de que horas uma pessoa vai chegar em um local, até dicas de investimento sugerindo não comprar Betamax.
Seu destino é impedir o fim do mundo, e no processo, os caminhos dela se cruzam com os de Pulsifer, uma vez a Nemesis da sua família, agora, aliado.
Por fim, alheio ao seu destino, o enviado das trevas Adam Young (Sam Taylor Buck) segue se divertindo com seus amigos, Brian (Ilan Galkoff), Pepper (Amma Ris), Wensleydale (Alfie Taylor) e, mais tarde, o fofo cão de guarda de Adam (sabe o cachorrão preto que sempre aparece pra cuidar da cria do tinhoso? Pois é...).
Mas o destino é inevitável e o "Grande Plano" uma vez colocado em movimento, precisa ir até o fim.
A série abusa do inesperado, do ridículo e do nonsense, numa espiral de eventos sem qualquer aparente ligação, conectados por informações avulsas, que soam espertas mas, que no fim da contas se não nos fazem sentir espertos por capturar alguma graça de sua aleatoriedade boba, nos deixa confusos por não entender essa ligação.
De uma forma ou de outra, somos feitos de bobos - e isso não é ruim, tanto que acabamos rindo de nossa própria estupidez.
Esse papel de ligação vem de ninguém menos que Deus.
Ou melhor, a voz de Deus, papel que ficou com a vencedora do Oscar, Frances McDormand.
É engenhoso colocar uma mulher no papel do todo poderoso - de fato, Hollywood tem, já há algum tempo, brincado com o sexo dos anjos, como quando vimos Tilda Swinton como Gabriel em Constantine (2005), e aqui, os arcanjos Miguel e Uriel são interpretados por mulheres - e Frances dá o tom e a gravidade corretos à essencial função de narrador dentro desse estilo que mistura cinismo, sarcasmo com um certo encantamento e esperança.
Uma narração agridoce, que encontra ecos em outro exemplar da literatura britânica que também ganhou as telas: "O Guia do Mochileiro das Galáxias".
De fato, não é difícil se conectar com outros produtos da ficção inglesa uma vez que bebe, frequentemente, dessas fontes.
O contínuo jogo de trocadilhos e provérbios, de fazer piada da desgraça, a mistura do contemporâneo com o cafona, ou mesmo com elementos que parecem criados por crianças (afinal, o Anticristo é uma criança ainda) tem muito da aparente inocência de um "Dr Who" por exemplo (poxa, tem até o David Tennant surtando na tela!).
Falemos um pouco do céu e inferno, duas representações distintas da ideia de ambiente de trabalho (não à toa, referidas constantemente como "Administração").
Enquanto o céu parece um daqueles prédios envidraçados tão limpos, claros e brancos que até doem na vista, o inferno é a literal representação de uma repartição pública, saída diretamente do inicio dos anos 90.
Não passa despercebido ainda a escolha de certos papéis para certos cargos.
Num elenco quase completamente formado de atores britânicos, colocar o americano Jon "Don Draper" Hamm na posição de Gabriel (todo trabalhado no fitness e na arrogância), soa como uma provocação.
Não é pra menos, os americanos, e tudo que se refere aos EUA, é motivo de piada.
É divertido rir do ridículo, do inusitado, da corrente inconsistência do nonsense, mas, mais do que isso, é bom rir de si, da sua própria ignorância.
A crítica a essas instituições, a qualidade falha delas mas, principalmente, das pessoas que insistem em mantê-las, em acreditar nelas. A auto crítica é a joia da coroa aqui, como em toda boa comédia britânica.
Temos criticas evidentes, como a passagem de cenas bíblicas em que o demônio condena as ações cruéis de Deus contra os homens, assim como ele mostra que alguns dos momentos mais violentos da humanidade nem ele, nem qualquer outro demônio nada teve a ver com o fato - foi tudo obra da imaginação dos próprios humanos.
Na parte técnica, a estética farsesca já começa na abertura que exibe uma animação em cortes de papel, imprimindo um tom lúdico e sarcástico.
Os efeitos especiais, ainda que bem executados, também não tem uma preocupação grande em soarem reais.
Muita coisa prefere, na verdade, reforçar o aspecto teatral, seja de tragédia, seja de comédia, que a trama desenvolve quando coloca o mundo como "o palco" de tudo. Na trilha, muito, mas muito Queen, pontuando cada movimento.
Começamos com o demônio humanizado sendo apresentado a sua missão ao som de Bohemian Rhapsody.
Segue com um acidente envolvendo uma bicicleta que recebe a justa trilha de "bicycle race", a preocupação de um amigo com outro ao som de "you're my best friend" ou quando Crowley se põe à guerra para salvar o mundo ao som de "we will rock you".
Se parece fazer falta pincelar algo sobre as demais religiões, é porque Neil Gaiman já extrapolou o que podia com Deuses Americanos (que rendeu outra boa série).
Esta já oferece muitos temas para discussão dentro da teologia cristã.
A série é curta, 6 episódios, e uma das grandes qualidades de uma trama, relativamente, complexa, com múltiplas tramas e personagens, é não dar espaço para barrigas ou subtramas desnecessárias.
A tentação para fazer uma nova temporada pode ser grande, e ainda que não haja grandes pontas soltas, foram deixadas migalhas para explorar, afinal, que tipo de mundo incrível, inesperado e imprevisto no "Grande Plano" pode surgir?
GALERIA DE IMAGENS:
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
Good Omens
Formato:
Série
Duração dos Episódios:
51–58 minutos
Criador:
Neil Gaiman, baseado no livro de Terry Pratchett & Neil Gaiman
País de origem:
Estados Unidos/Reino Unido
Diretor:
Douglas Mackinnon
Produtor(es) executivo(s):
Neil Gaiman, Caroline Skinner, Chris Sussman, Rob Wilkins, Rod Brown
Roteirista:
Neil Gaiman
Elenco:
David Tennant, Michael Sheen, Anna Maxwell Martin, Jon Hamm, Josie Lawrence, Adria Arjona, Michael McKean, Jack Whitehall, Miranda Richardson, Nick Offerman
Estúdios:
Narrativia, The Blank Corporation, BBC Studios, Amazon Studios
O drama 'Just Mercy', com Michael B. Jordan, será produzido com os chamados “inclusion riders”
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No início de 2018, depois de todas as polêmicas envolvendo o #OscarSoWhite e o movimento #MeToo, a atriz Frances McDormand recebeu seu Oscar pelo papel em 'Três Anúncios Para Um Crime' com as seguintes palavras: 'Inclusion Riders'.
Ela se referia a uma cláusula no contrato de atores que poderia exigir que uma produção fosse "inclusiva", ou seja, tivesse uma composição diversa à frente e atrás das câmeras.
Agora, as primeiras consequências dessa provocação estão começando a aparecer – e, é preciso dizer, são muito mais significativas do que o mais otimista dos cinéfilos poderia esperar.
Acontece que a Warner Bros., um dos maiores de Hollywood, anunciou que irá aplicar o "inclusion rider" em toda a extensão da empresa, incluindo as produções dos canais HBO e Turner.
Esse é o primeiro estúdio a fazer tal anúncio.
Frances McDormand no Oscar 2018 - Divulgação
A forma como a iniciativa será colocada em prática ainda é uma incógnita, mas é provável que cada nova produção passe por um estudo e controle na hora de selecionar as pessoas envolvidas.
A primeira experiência, inclusive, já começará a ser testada no filme 'Just Mercy', cujas filmagens acabaram de começar.
O longa traz no papel principal o ator Michael B. Jordan, que foi um dos primeiros a se comprometerem com a ideia após o discurso de McDormand, prometendo exigir essa cláusula em todos os seus contratos.
O ator Michael B. Jordan - Divulgação
Vale lembrar que as "inclusion riders" podem valer tanto para a diversidade de gênero quanto para cor, e pode ser bastante desafiador encontrar um equilíbrio ideal.
"O objetivo é criar oportunidades para indivíduos de grupos sub-representados em todos os níveis", informou a WarnerMedia por meio de um comunicado, explicando que irá envolver roteiristas, produtores e diretores na criação de um plano concreto para implementar esse "comprometimento com a diversidade e inclusão" em seus projetos.
Jordan, também por meio de uma nota oficial, declarou:
"inclusão sempre foi algo óbvio para mim, especialmente como um homem negro neste mercado. Mas foi apenas quando Frances McDormand falou as duas palavras que atearam fogo na indústria – inclusion rider – que eu percebi que poderíamos padronizar essa prática".
As informações são do jornal britânico The Guardian.
'Just Mercy' tem estreia prevista para 27 de fevereiro de 2020.
'Good Omens' é série do Amazon Prime Video e tem David Tennant e Michael Sheen como protagonistas
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O Amazon Prime Video recheou o Ballroom 20 de informações sobre suas novas séries nesta sexta-feira de Comic-Con, dia 20 de janeiro.
O canal de streaming divulgou um vídeo de 'Good Omens', nova série de Neil Gaiman protagonizada por David Tennant e Michael Sheen, e ainda anunciou que a vencedora do Oscar Frances McDormand será a voz de Deus na série.
Durante o anúncio, a voz de McDormand interrompeu Gaiman enquanto ele falava sobre a série.
O showrunner contou que a escalação da atriz aconteceu "da forma mais estranha de que ele já participou."
Ele contou que um dia recebeu um e-mail dela pedindo sua casa na Escócia emprestada.
Ao ceder, ele acabou fazendo um outro pedido.
E assim, Frances McDormand virou Deus.
Confira o trailer:
Baseada no livro "Belas Maldições", a série acompanha o demônio Crowley (Tennant) e o anjo Aziraphale (Sheen), que decidem se unir para impedir a destruição do universo, que está programada para acontecer em um sábado, antes do jantar.
Para isso, eles precisam matar o Anticristo, que é na verdade um menino de 11 anos que vive pacificamente em uma cidadezinha inglesa.
O ator britânico revelou que 'Good Omens' é a produção mais insana de que já participou, e que está ansioso para vê-la finalizada.
Ele ainda comentou que esta história só poderia vir "das mentes perturbadas de Gaiman e Terry Pratchett."
Além de ser o autor do livro, Gaiman também será o showrunner da sua adaptação.
Michael McKean (Better Call Saul), Jon Hamm (Mad Men), Nick Offerman (Parks & Recreation) e Adria Arjona (Emerald City) também completam o elenco.
Filmes premiados na 90ª edição do Oscar incluem transexuais, homossexuais e negros
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A DIVERSIDADE PRESENTE
Após muitos anos de predominância branca, masculina, cis e heterossexual nas cerimônias do Oscar, a 90ª edição da premiação cinematográfica mais prestigiada do mundo resolveu finalmente chegar ao século 21.
E evidentemente, não foi uma noite fácil para Trump, seus apoiadores e para quem não gosta de igualdade.
Cenas dos longas 'Uma Mulher Fantástica', 'Me Chame Pelo Seu Nome' e 'Corra!" - Divulgação
Logo no começo, na abertura da cerimônia, o hostess da noite, Jimmy Kimmel, disse a que veio.
O apresentador citou o vergonhoso fato de Hollywood ter escondido centenas de casos de assédio sexual, trazendo à tona, inclusive, o caso do produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio e estupro por atrizes como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Cara Delevigne.
No encerramento do seu monólogo de abertura, Kimmel foi até um canto do palco, mirou uma estatueta gigante do Oscar e decretou:
"O melhor homem em Hollywood é a estatueta do Oscar, pois sempre sabemos onde estão suas mãos - e não tem pênis".
Confira os melhores momentos de Kimmel no Oscar:
Na pauta da diversidade de gênero, foi sensacional vermos "Uma Mulher Fantástica", longa chileno dirigido por Sebastián Lelio, levando a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro.
O filme conta a história de Marina, uma garçonete transexual que sonha ser uma cantora de sucesso.
E, para viver Marina, Lelio escalou a atriz Daniela Vega, também transexual, um marco para a cinematografia mundial.
Vega, que já tinha subido ao palco para receber a estatueta com o diretor, voltou novamente para apresentar um prêmio - e falou para bilhões de pessoas que assistiam à premiação.
A atriz Daniela Vega - Variety
Outro momento legal da cerimônia foi quando a atriz queniana Lupita Nyong'o ("12 Anos de Escravidão", "Pantera negra") e o ator e roteirista paquistanês Kumail Nanjiani subiram ao palco para apresentar um prêmio e fizeram um bonito discurso sobre os imigrantes.
"A todos os sonhadores aí do outro lado, nós estamos com vocês".
Lupita Nyong'o e Kumail Nanjiani - EW
Já Maya Rudolph ("Missão Madrinha de Casamento") e Tiffany Haddish apareceram descalças no palco e irônicas, criticaram a "falta de pessoas brancas" no Oscar.
Maya Rudolph e Tiffany Haddish - Time
Uma das maiores críticas na edição de 2016, quando não havia nenhuma pessoa negra indicada aos principais prêmios, parece ter surtido efeito - e elas continuaram a fazer piada sobre:
"Fiquem tranquilos que ainda vem gente branca por aí" - elas encerraram, para anunciarem a vencedora do Oscar de curta-metragem, Rachel Shenton.
Ela fez história ao cumprir sua promessa a uma atriz surda.
Veja:
Os negros também pontuaram e além de serem indicados em muitas categorias nessa edição, ainda levaram estatuetas douradas para casa.
Foi o caso de Jordan Peele, vencedor na categoria de Melhor Roteiro pelo suspense 'Corra!', que satiriza o racismo na sociedade americana.
Foi um grande passo na carreira de Peele, antes reconhecido como um diretor de "filmes b".
Jordan Peele, vencedor na categoria de Melhor Roteiro - Variety
Também não foi uma noite fácil para os homofóbicos.
Ver "Me Chame Pelo Seu Nome" levar a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado para James Ivory deve ter sido um direto no fígado deles.
O filme conta a história de Elio (Timothée Chalamet), um sensível filho da família americana com ascendência italiana e francesa Perlman.
Ele passa outro verão preguiçoso na casa de seus pais na bela e lânguida paisagem italiana.
Mas tudo muda quando Oliver (Armie Hammer), um acadêmico que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega.
Chalamet estava indicado a melhor, mas perdeu para Gary Olman e sua impressionante personificação de Sir Winston Churchill em 'O Destino de Uma Nação'.
O diretor e roteirista James Ivory, do alto dos seus 89 anos e homossexual assumido há muitas décadas, subiu ao palco para agradecer seu prêmio, dedicando-o, entre outros, ao seu companheiro por mais de 60 anos, recentemente falecido.
Foi o mais velho ganhador do Oscar.
James Ivory agradece seu Oscar - EW
Vencedor do Oscar de Melhor Diretor, o mexicano Guillermo del Toro começou seu discurso com a frase "eu sou um imigrante".
Ótimo momento para a fala, uma vez que o presidente dos EUA, Donald Trump, não tira da cabeça a construção de um enorme muro para separar o país do México.
Del Toro agradece seu prêmio de Melhor Diretor - ABC
Outra coisa interessante a se considerar é que, neste ano, uma mulher foi indicada na categoria de Melhor Diretor: Greta Gerwig, que dirigiu o longa "Lady Bird".
Frances McDormand, ao receber seu Oscar de Melhor Atriz por "Três Anúncios Para Um Crime", fez todas as mulheres indicadas a alguma categoria na noite a se levantarem na plateia - a primeira, rápida, foi Meryl Streep - e as convidou para subiram ao palco, mas o cerimonial do Oscar não deixou.
"Olhem para todas elas. Todas nós temos uma história para contar, e projetos que precisam de financiamento. Nos chamem para seus escritórios, ou vão até os nossos, que nós contaremos tudo sobre elas” - disparou a atriz, ovacionada de pé.
Confira:
Enfim, se ainda há MUITO o que evoluir no campo da igualdade social, racial e de gênero em Hollywood, mas esse Oscar 2018 serviu como uma bem vinda luz no fim do túnel.
A CERIMÔNIA
Como esperado, 'A Forma Da Água' levou os principais prêmios da noite e saiu consagrado.
O drama romântico, dirigido pelo cineasta mexicano Guillermo Del Toro, era o maior destaque com 13 indicações e levou 4 estatuetas, incluindo as de "melhor diretor" e "melhor filme".
Diretor, elenco e produtores de 'A Forma da Água' recebem o Oscar de Melhor Filme - EW
'Dunkirk', drama de guerra de Christopher Nolan, era o segundo maior indicado com 8 nomeações e levou 3 prêmios, a maior parte em categorias técnicas.
Já no discurso de abertura, além de mencionar a questão dos abusos em Hollywood, como visto acima, Jimmy Kimmel também relembrou a gafe do ano passado, quando 'La La Land - Cantando As Estações' foi anunciado como melhor filme no lugar de 'Moonlight - Sob A Luz Do Luar' e a polêmica diferença de salários em 'Todo O Dinheiro Do Mundo'.
Kimmel também anunciou um prêmio para quem fizesse o discurso de agradecimento mais curto: um jet-sky apareceu no palco, com Dame Helen Mirren fazendo às vezes de garota propaganda - sensacional.
Quem ganhou foi Mark Bridges, vencedor do prêmio de Melhor Figurino por 'Trama Fantasma', que fez o menor discurso de agradecimento, com 36 segundos e ainda apareceu montado, com Dame Mirren, na moto aquática ao final da cerimônia.
Bridges e Dame Mirren, no final da cerimônia - Oscar.com
Bridges pensou que o prêmio era de brincadeira:
"Aquilo foi um acidente", afirmou Bridges ao ET.
"Eu realmente tinha coisas para dizer... eu esqueci a frase e agora olhe - estou em um jet ski com Helen Mirren e agora eu tenho um jet ski" - finalizou.
Por falarmos em palco: entre cenários reais e virtuais, a cerimônia dos 90 anos começou em preto & branco, com grafismos e lustres que remetiam à cerimônia de 1929, quando o estilo rococó estava em alta.
Veja:
No meio da cerimônia, Kimmel chamou algumas das estrelas presentes - entre elas, Gal Gadot, Lin-Manuel Miranda, Mark Hamill, Lupita Nyong'o e o diretor Guillermo Del Toro - para distribuir guloseimas e cachorros-quentes ao público que estava presente em uma das sessões de cinema no TCL Chinese Theater, no outro lado da avenida.
Foi uma forma dos artistas agradecerem aos espectadores, que pagam ingressos e compram todo tipo de memorabilia dos filmes que eles protagonizam.
O melhor momento foi quando, depois de invadirem a sala de cinema, os artistas no Oscar aplaudiram a plateia presente.
A internet, óbvio, pirou com o encontro da 'Mulher-Maravilha' com 'Luke Skywalker'.
Em entrevista depois, Kimmel reafirmou que nada foi encenado ou combinado:
"Todas aquelas pessoas ganharam ingressos para assistirem ao filme da Oprah, 'Uma Dobra no Tempo', então elas foram até lá e nós conseguimos identificar quem estaria no cinema, para termos certeza que não haveria problemas de segurança. Mas além disso, elas não faziam ideia do que estava acontecendo."
A comoção, no entanto, o deixou um pouco preocupado:
"Eu não imaginei que eles ficariam tão empolgados e que levantariam das cadeiras e formar uma multidão. Houve um momento em que eu pensei, 'Talvez isso tenha sido um erro. A Mulher-Maravilha talvez tenha que começar a lutar com as pessoas!"
Veja como foi:
Em outro momento memorável, o elenco de 'Star Wars: Os Últimos Jedi' - Mark Hamill à frente - subiu ao palco, acompanhados do droide BB-8, para apresentar a categoria de "melhor curta animado".
BB-8, Oscar Isaac, Hamill e Kekky Marie - People
O prêmio foi para 'Dear Basketball', que tem roteiro escrito pela lenda do basquete Kobe Bryant a partir da sua carta de despedida das quadras.
Bryant também atuou como produtor executivo e agora, além dos muitos troféus de sua vitoriosa carreira como jogador, tem na estante a cobiçada estatueta dourada.
Kobe Bryant agradece seu Oscar - Variety
Também sem surpresas, Gary Oldman levou a estatueta de Melhor Ator, por 'O destino de Uma Nação'.
Confira:
Como esperado também, a animação da Disney 'Viva - A Vida É Uma Festa' levou o troféu em sua categoria.
O longa é inspirado na cultura mexicana, mais especificamente no "Dia de los Muertos", e conta a história de um menino sonhador que acaba parando do outro lado da vida, onde se encontra com familiares já falecidos e com o seu grande ídolo da música.
Após ser indicado outras 13 vezes sem sucesso, o diretor de fotografia Roger Deakins venceu a sua primeira estatueta por seu trabalho em 'Blade Runner 2049'.
Ele disputava a mesma categoria que Rachel Morrison, a primeira mulher da história a disputar melhor fotografia.
O diretor de fotografia Roger Deakins agradece seu Oscar - EW
O também favorito 'Três Anúncios Para Um Crime' saiu com apenas dois prêmios: Melhor atriz para Frances Mcdormand e Melhor ator coadjuvante para Sam Rockwell.
Por fim, para anunciar o prêmio de Melhor Filme, foram chamados novamente Faye Dunaway e Warren Beatty, que dessa vez, anunciaram o filme correto, 'A Forma da Água'.
Ao subir ao palco, Guillermo del Toro ainda brincou, pegando o envelope das mãos de Beatty e conferindo se era mesmo o nome do seu filme que estava lá.
Confira:
OS INDICADOS E OS VENCEDORES DO OSCAR 2018
MELHOR FILME
Me Chame Pelo Seu Nome
O Destino De Uma Nação
Dunkirk
Corra!
Lady Bird - É Hora De Voar
A Trama Fantasma
The Post - A Guerra Secreta
A Forma Da Água - vencedor
Três Anúncios Para Um Crime
MELHOR DIRETOR
Christopher Nolan - Dunkirk
Jordan Peele - Corra!
Greta Gerwig - Lady Bird - É Hora De Voar
Paul Thomas Anderson - A Trama Fantasma
Guillermo Del Toro - A Forma Da Água - vencedor
MELHOR ATRIZ
Frances McDormand - Três Anúncios Para Um Crime - vencedora
Margot Robbie - Eu, Tonya
Meryl Streep - The Post - A Guerra Secreta
Saoirse Ronan - Lady Bird - É Hora De Voar
Sally Hawkins - A Forma Da Água
MELHOR ATOR
Timothée Chalamet - Me Chame Pelo Seu Nome
Daniel Day-Lewis - Trama Fantasma
Daniel Kaluuya - Corra!
Gary Oldman - O Destino De Uma Nação - vencedor
Denzel Washington - Roman J. Israel, Esq.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Mary J. Blige - Mudbound - Lágrimas Sobre O Mississipi
Allison Janney - Eu, Tonya - vencedora
Laurie Metcalf - Lady Bird - É Hora De Voar
Octavia Spencer - A Forma Da Água
Lesley Manville - A Trama Fantasma
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Richard Jenkins - A Forma Da Água
Christopher Plummer - Todo O Dinheiro Do Mundo
Sam Rockwell - Três Anúncios Para Um Crime - vencedor
Willem Dafoe - Projeto Flórida
Woody Harrelson - Três Anúncios Para Um Crime
MELHOR ANIMAÇÃO
The Breadwinner (Nora Twomey e Anthony Leo)
O Poderoso Chefinho (Tom McGrath e Ramsey Naito)
O Touro Ferdinando (Carlos Saldanha)
Viva - A Vida É Uma Festa (Lee Unkrich e Darla K. Anderson) - vencedor
Com Amor, Van Gogh (Dorota Kobiela, Hugh Welchman e Ivan Mactaggart)
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Sem Amor (Rússia)
Corpo E Alma (Hungria)
The Square - A Arte Da Discórdia (Suécia)
Uma Mulher Fantástica (Chile) - vencedor
O Insulto (Líbano)
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Blade Runner 2049 - vencedor
Guardiões Da Galáxia Vol. 2
Star Wars: Os Últimos Jedi
Kong: A Ilha Caveira
Planeta Dos Macacos: A Guerra
MELHOR FOTOGRAFIA
Blade Runner 2049 (Roger A. Deakins) - vencedor
O Destino De Uma Nação (Bruno Delbonnel)
Dunkirk (Hoyte van Hoytema)
Mudbound - Lágrimas Sobre O Mississipi (Rachel Morrison)
A Forma Da Água (Dan Laustsen)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Lady Bird - É Hora De Voar (Greta Gerwig)
Corra! (Jordan Peele) - vencedor
A Forma Da Água (Guillermo del Toro & Vanessa Taylor)
Três Anúncios Para Um Crime (Martin McDonagh)
Doentes De Amor (Emily V. Gordon & Kumail Nanjiani)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Me Chame Pelo Seu Nome (James Ivory) - vencedor
O Artista Do Desastre (Scott Neustadter & Michael H. Weber)
A Grande Jogada (Aaron Sorkin)
Mudbound - Lágrimas Sobre O Mississipi (Virgil Williams e Dee Rees)
Logan (Scott Frank & James Mangold e Michael Green)
MELHOR EDIÇÃO
Em Ritmo De Fuga (Paul Machliss e Jonathan Amos)
Dunkirk (Lee Smith) - vencedor
Eu, Tonya (Tatiana S. Riegel)
A Forma Da Água (Sidney Wolinsky)
Três Anúncios Para Um Crime (Jon Gregory)
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
A Bela E A Fera (Sarah Greenwood; Decoração de set: Katie Spencer)
Blade Runner 2049 (Dennis Gassner; Decoração de set: Alessandra Querzola)
O Destino De Uma Nação (Sarah Greenwood; Decoração de set: Katie Spencer)
Dunkirk (Nathan Crowley; Decoração de set: Gary Fettis)
A Forma Da Água (Paul Denham Austerberry; Decoração de set: Shane Vieau e Jeff Melvin) - vencedor
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
MIGHTY RIVER - Mudbound - Lágrimas Sobre O Mississipi; de Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson
MYSTERY OF LOVE - Me Chame Pelo Seu Nome; de Sufjan Stevens
REMEMBER ME - Viva - A Vida É Uma Festa; de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez - vencedor
STAND UP FOR SOMETHING - Marshall; de Lonnie R. Lynn e Diane Warren
THIS IS ME - O Rei Do Show; de Benj Pasek e Justin Paul
MELHOR TRILHA SONORA
Dunkirk - Hans Zimmer
A Forma Da Água - Alexandre Desplat - vencedor
Três Anúncios Para Um Crime - Carter Burwell
A Trama Fantasma - Jonny Greenwood
Star Wars: Os Últimos Jedi - John Williams
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Em Ritmo De Fuga - Julian Slater
Blade Runner 2049 - Mark Mangini e Theo Green
A Forma Da Água - Nathan Robitaille e Nelson Ferreira
Dunkirk - Richard King e Alex Gibson - vencedor
Star Wars: Os Últimos Jedi - Matthew Wood e Ren Klyce
MELHOR MIXAGEM DE SOM
Em Ritmo De Fuga - Julian Slater, Tim Cavagin e Mary H. Ellis
Blade Runner 2049 - Ron Bartlett, Doug Hemphill e Mac Ruth
A Forma Da Água - Christian Cooke, Brad Zoern e Glen Gauthier
Dunkirk - Mark Weingarten, Gregg Landaker e Gary A. Rizzo - vencedor
Star Wars: Os Últimos Jedi - David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Stuart Wilson
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Abacus: Pequeno O Bastante Para Condenar - Steve James, Mark Mitten e Julie Goldman
Visages, Villages - Agnès Varda, JR e Rosalie Varda
Ícaro - Bryan Fogel e Dan Cogan - vencedor
Últimos Homens Em Aleppo - Feras Fayyad, Kareem Abeed e Søren Steen Jespersen
Strong Island - Yance Ford e Joslyn Barne
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
Traffic Stop
Knife Skills
Edith+eddie
Heaven Is A Traffic Jam On The 405 - vencedor
Heroin(e)
MELHOR FIGURINO
A Bela E A Fera - Jacqueline Durran
O Destino De Uma Nação - Jacqueline Durran
A Trama Fantasma - Mark Bridges - vencedor
A Forma Da Água - Luis Sequeira
Victoria E Abdul - O Confidente Da Rainha - Consolata Boyle
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
O Destino De Uma Nação - Vencedor
Extraordinário
Victoria E Abdul - O Confidente Da Rainha
MELHOR CURTA-METRAGEM LIVE-ACTION
Dekalb Elementary- Reed Van Dyk
The Eleven O'clock - Derin Seale e Josh Lawson
My Nephew Emmett - Kevin Wilson, Jr.
The Silent Child - Chris Overton e Rachel Shenton - vencedor
Watu Wote/all Of Us - Katja Benrath e Tobias Rosen
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
Dear Basketball - Glen Keane e Kobe Bryant - vencedor
Garden Party - Victor Caire e Gabriel Grapperon
Lou - Dave Mullins e Dana Murray
Negative Space - Max Porter e Ru Kuwahata
Revolting Rhymes - Jakob Schuh e Jan Lachauer
AUDIÊNCIA CAIU - MAS A PREMIAÇÃO BOMBOU NAS REDES SOCIAIS
A 90ª edição do Oscar, mesmo que tenha trazido discursos poderosos sobre negros, mulheres e imigrantes, se conduziu de forma simples e enxuta.
Reflexo disso, foi a audiência na televisão norte-americana que despencou em relação ao ano passado.
Transmitida pela emissora ABC, a cerimônia teve queda de 16% de acordo com dados da Nielsen. (Via Variety)
De acordo com um porta-voz do canal, com quatro horas de duração, o Oscar 2018 atraiu cerca de 18,9% dos telespectadores para a frente da TV na noite de domingo.
Em 2017, o percentual ficou em torno de 22,4%, número que já foi considerado um grande fiasco.
Essa é a pior queda de audiência da premiação em 9 anos.
Os resultados divulgados pela Nielsen não somam os números de pessoas que acompanham a premiação pela internet ou serviços digitais - e a causa para a queda é que a maioria dos espectadores estão migrando para serviços de streaming.
Porém, a cerimônia bombou nas redes sociais - principalmente Twitter nos EUA e Facebook, no restante do mundo.