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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

'THE POLITICIAN': CRÍTICA DA PRIMEIRA TEMPORADA

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Série do criador de Glee, que estreia em 27 de setembro, é exagerada e dramática
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SINOPSE:

A série acompanha o adolescente Payton Hobart (Ben Platt), cujo sonho é se tornar o presidente dos Estados Unidos.

O garoto de família rica tem seus planos traçados desde a infância: Pretende entrar em Harvard, se tornar presidente do grêmio estudantil e conseguir as melhores notas possíveis.

Só que ele não esperava que o Ensino Médio fosse tão difícil e competitivo.

CRÍTICA:

Criador de American Horror Story, American Crime Story e Glee para a Fox/FX, Ryan Murphy agora aparece à frente de uma nova série original Netflix, abusando de dramas adolescentes, personagens passivo-agressivos e reviravoltas absurdas.

The Politician tem um elenco invejável - Ben Platt, Gwyneth Paltrow, Jessica Lange, Zoey Deutch, Lucy Boynton, Bob Balaban, David Corenswet, Julia Schlaepfer, Laura Dreyfuss, entre outros - e as atuações estão à altura desses grandes nomes, ao menos nos capítulos liberados antes da estreia.

Com bastante drama adolescente, a série trata de questões complicadas, como sexualidade, depressão, suicídio, manipulação.

O roteiro é sólido, mas acaba por pesar demais certos temas, que podem acabar, até mesmo, impactando negativamente alguns espectadores, com risco até de ativar gatilhos - então, cuidado ao assistir.

É justo dizer que a Netflix tem tratado de temas muito complicados e isso é ótimo, mas não necessariamente tratar de questões complexas ou consideradas Tabu é algo positivo para pessoas passando por problemas semelhantes aos dos personagens da série.

Ainda mais se a maneira como tais personagens lidam com suas questões forem negativas.

Uma vez que esses assuntos são sérios e questões de risco, um gatilho de eventos traumatizantes podem desencadear consequências graves, como piorar quadros depressivos ou até algo pior.

Segundo especialistas, uma maneira de evitar esses riscos é a série exibir avisos para dar a chance do espectador se preparar.

E The Politician tem potencial para incomodar e, não só isso, gerar consequências graves que podem não ter volta.

A série é impecável tecnicamente - do figurino, aos cenários, o clima de riqueza e poder é óbvio do começo ao fim.

O exagero toma conta não só das atuações, como dos trajes e locações.

A montagem, porém, traz alguns flashbacks desnecessários e momentos de enrolação desnecessária, que apenas servem para deixar capítulos longos demais, sem informações relevantes o suficiente para justificá-las.

Em termos de roteiro, o exagero volta a aparecer em grande estilo: dos dramas, aos diálogos, tudo é maior do que precisava e isso vale até mesmo para as reviravoltas, mistérios e conspirações da trama, que se multiplicam desde o primeiro episódio sem muito realismo.

Para quem curte um bom dramalhão, é um prato cheio.

The Politician é uma boa aposta da Netflix, mas para gostar mesmo da série é preciso apreciar o tipo de narrativa criada por Ryan Murphy, na qual tudo é superlativo e fora de proporção.

Dito isso, o programa tem momentos muito bons, tramas interessantes e personagens sólidos, que se desenvolvem de forma interessante e coesa.

Ryan Murphy, enfim, estreia na Netflix em alto estilo.

GALERIA DE IMAGENS:
Lucy Boynton e Rahne Jones em O político (2019)

Zoey Deutch, Ben Platt e Kyle Eastman em O político (2019)

Gwyneth Paltrow e Ben Platt em O político (2019)

Laura Dreyfuss, Theo Germaine e Julia Schlaepfer em O político (2019)

Jessica Lange e Ben Platt em O político (2019)

Gwyneth Paltrow, Jessica Lange e Lucy Boynton em O político (2019)

Ben Platt em O político (2019)
TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
THE POLITICIAN
Formato:
Série
Gênero:
Musical, Comédia
Criador(es):
Ryan Murphy, Brad Falchuk, Ian Brennan
País de origem:
Estados Unidos
Produtor(es) executivo(s):
Ryan Murphy, Brad Falchuk, Ian Brennan, Ben Platt
Elenco:
Ben Platt como Payton Hobart
Gwyneth Paltrow como Georgina Hobart
Jessica Lange como Dusty Jackson
Zoey Deutch como Infinity Jackson
Lucy Boynton como Astrid Sloan
Laura Dreyfuss como McAfee
Rahne Jones como Skye
Bob Balaban
David Corenswet como River Barkley
Julia Schlaepfer como Alice
Theo Germaine como James
Benjamin Barrett como Ricardo
Estúdios:
Fox 21 Television Studios, Ryan Murphy Productions
Exibição:
Netflix
Formato de exibição:
4K (Ultra HD)
Estreia
27 de setembro de 2019
Número de Episódios:
9

COTAÇÃO DO KLAU:

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

'AMERICAN HORROR STORY - CULT': MELHOR TEMPORADA DA SÉRIE DEIXA DE LADO O SOBRENATURAL PARA DESTACAR OS MAIORES PERIGOS DA ATUALIDADE: A VAIDADE E O MEDO


SINOPSE:

Após as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2016, a cidade de Brookfield Heights, no Michigan, fica dividida.

A proprietária do restaurante local, Ally Mayfair-Richards, está completamente perturbada pela vitória de Donald Trump e várias de suas fobias de longa data, incluindo a coulrofobia, a hemofobia e a tripofobia, se intensificam com os recentes acontecimentos e ela tenta conseguir a ajuda de sua esposa, Ivy, e seu psiquiatra, Dr. Rudy Vincent, para curar suas fobias.

Um dos residentes de Brookfield Heights, um sociopata manipulador chamado Kai, se alegra com os resultados das eleições e fica inspirado a seguir o poder político.

Então, Kai forma um culto para conseguir realizar suas ideologias, contando com a ajuda de seus seguidores; entre eles, sua irmã Winter, os vizinhos Harrison e Meadow, além do detetive Jack Samuels e da repórter local Beverly Hope.

CRÍTICA:

Em novembro de 2016, em meio a toda a loucura provocada pela disputa entre Hillary e Trump pela presidência dos EUA, o YouTube começou a ser tomado por vídeos amadores que mostravam pessoas fantasiadas de palhaços pelas ruas, amedrontando e assustando moradores de cidades pequenas.

A polícia chegou a atentar para o “fenômeno” depois que alguns casos chamaram a atenção pelo seu teor quase terrorista.

A sociedade estava reagindo de algum jeito e olhando para trás na história, períodos de grandes transformações sociopolíticas também são incubadoras de organizações extremistas.

A vitória de Trump era o pontapé para a criação de um novo culto.

Ryan Murphy, criador de 'American Horror Story' juntamente com Brad Falchuk, ,declarou que os palhaços eram uma das inspirações para a história da temporada e que Charles Manson, seria a outra.

Os assuntos são completamente convergentes: os palhaços representam o registro contemporâneo visual e Manson - um dos mais famosos assassinos americanos, morto recentemente - representa o impacto de um culto dentro da cultura pop.

Nos anos 60, ele liderou um grupo que se autoproclamava hippie e que espalhou terror e pânico assassinando pessoas em Los Angeles sob a justificativa de que preparavam o terreno para uma guerra e para a reconfiguração do mundo.

Nesse mundo os negros seriam subjugados, homossexuais banidos e mulheres submetidas aos homens, só fazendo refeições depois dos cães, inclusive.

Ou seja: qualquer semelhança com a tomada absurda de reacionarismo político e social não é mera coincidência.

'American Horror Story: Cult', que o canal FX acabou de exibir, começou exatamente no momento em que a vitória de Donald Trump é declarada.

O mundo estupefato é representado pela reação da personagem de Sarah Paulson, Ally, uma mulher bem-sucedida, gay, casada com uma chef e que juntas criam seu filho - e simbolizam o resultado de uma América que fora salva por valores supostamente democratas.

Sarah Paulson é Ally
Elas idolatram Obama e celebram conquistas e vitórias que são importantes para minorias oprimidas no curso da história.

Porém, a maneira hiper dramática com a qual essa reação é exposta tem um propósito: Murphy não quer perder de vista que extremismo não se combate com mais intolerância e há um perigo rondando aquela casa que não tem raízes na vitória de Trump.

Do outro lado está Kai (Evan Peters, sensacional e irrepreensível), que começa o enredo não sendo mais que um jovem cheio de ideias distorcidas sobre o mundo.

Evan Peters, aqui com sua gangue de palhaços assassinos, é Kai
Cabelo colorido de azul, filho da era digital, do armamento, da classe média fingida e dissimulada, ele poderia ser qualquer um desses jovens que vão para as redes sociais defender opiniões reacionárias, questionar o valor de leis de proteção ao negro, aos gays, às mulheres, porque “se todos são iguais ninguém devia receber benefícios por ser diferente”.

Kai é o tipo que simpatiza pela causa nazista, mas quando indagado sempre diz que “a suástica, o nazismo, são muito mais que genocídio, são uma ideologia protecionista e legítima”.

Quando Trump vence, ele ganha a oportunidade de puro, de exercer sua oratória e garantir sua oportunidade de 'ser especial'.

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Sally é casada com Ivy, interpretada por Allison Pill
A dramaturgia da temporada se constrói de forma extremamente complexa.

Kai convence os seus seguidores de que o mundo precisa temer mais e mais, para que passe a aceitar ser liderado por quem realmente está disposto a fazer “uma limpeza”.

E isso é coerente com a realidade de formas enervantes, porque a ascensão de políticos de extrema-direita, que defendem muros cercando fronteiras, repressão de gênero e a matança indiscriminada de bandidos, só foi possível porque a sociedade vive um profundo momento de insegurança e foi convencida de que “os valores precisam ser recuperados para que a família se sustente”.

Por isso, Kai organiza um culto (todos vestidos de palhaços sombrios, claro) e instaura o medo, matando e mutilando, até que todos temam tanto, que aceitem qualquer tipo de ajuda.

Já a Ally que Sarah Paulson magistralmente interpreta é toda construída de medos e fobias.

Dominada por eles, ela segue por metade da temporada sendo um mero joguete nas mãos daqueles que a deviam proteger.

Dedicada ao papel, Paulson tenta se esquivar da semelhança de trajetória que já vivera em 'Asylum' e 'Coven', em que suas personagens também eram muito humilhadas antes de buscarem vingança - e ela consegue.

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Sarah Paulson, espetacular
A partir do ponto em que o culto é revelado e Ally entende tudo que lhe foi feito, a temporada entra numa espiral de tensões movidas pela vingança.

Além disso, os fracassos políticos de Kai pioram seus rompantes egomaníacos e assim como aconteceu com David Koresh, Jim Jones, Manson e tantos líderes de cultos que atravessaram o tempo (e que foram devidamente ilustrados nos episódios), seu propósito passa a ser apenas o de se tornar um “ídolo”.

A temporada tem grandes dois protagonistas, Sarah Paulson e Evan Peters, curiosamente, também os únicos dois membros do elenco original a participar de todos os anos da série até aqui.
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Peters e Paulson, os protagonistas
'American Horror Story' vem passando por uma evidente descaracterização de elenco e algumas perdas são sentidas.

Por ter nascido antologicamente, funcionando quase como uma trupe de teatro, a série tinha no seu cast um fator predominante de familiaridade.

'Roanoke', mesmo sem a presença magnética de Jessica Lange - estrela incontestável até então - ainda tinha Kathy Bates, Angela Bassett, Lily Rabe e até Lady Gaga, que também virou uma espécie de ícone da série.

'Cult' é a temporada com mais rostos novos e por isso mesmo, a que mais soa distanciada da atmosfera original.

Os pontos fracos estão justamente nas atuações de um elenco despreparado para enfrentar o peso da série.

A ideia do homossexual reacionário não é bem defendida por Billy Eichner, Alison Pill tem seu nome nos créditos de abertura, mas Adina Porter não tem e faz um trabalho muito melhor.

Isso sem falar em Billie Lourd, que é apática, monocórdia e não consegue esquecer sua personagem em 'Scream Queens'.

O desnível de atuações é problemático e prejudica a soberania do programa, algo que nunca foi um problema antes.

Além disso, os tropeços de texto e edição no episódio focado em Manson (logo ele), quebraram muito a expectativa da finale.

Porém, essa temporada tem o ótimo episódio focado em Valerie Solanas, uma líder feminina que redime a série de um discurso antidireita e ainda faz aquilo que a série tem de mais charmoso: sua capacidade de brincar com elementos da cultura pop.

Como estamos falando de Ryan Murphy e de seu profundo engajamento em questões de gênero e de defesa dos direitos das minorias (ele tem até uma fundação que prioriza mulheres e afro-americanos na direção, produção e autoria de trabalhos para a TV), o final da temporada não poderia deixar de encerrar os ponderamentos sobre o papel da mulher na sociedade.

Afinal, o discurso de Kai é velho, imbecil, nojento e cheio de sabedoria fingida.

Os que o seguem são gatinhos assustados que precisam de alguém que lhes dê a mão.

Ally sepulta esse terror promovido pela ignorância, mas o grande pesar do espectador ficou na hora de desligar a TV.

Sem monstros, criaturas e fantasmas, 'American Horror Story' fez sua temporada mais assustadora.

E o perigo, vejam vocês, somos nós.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'AMERICAN HORROR STORY - CULT'
Título Original:
American Horror Story
Criação:
Ryan Murphy,Brad Falchuk
Elenco Principal:
Sarah Paulson, Evan Peters, Billy Eichner, Alison Pill, Adina Porter, Billie Lourd
País:
EUA
Classificação:
16 anos
Exibição no Brasil:
Canal FX
Duração:
60 min.

COTAÇÃO DO KLAU:

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

'AMERICAN HORROR STORY: CULT' : CLAUSTROFÓBICA, SONHOS E MEDO DE PALHAÇOS NA ERA TRUMP


SINOPSE:

A noite do dia 8 de novembro de 2016 foi um momento assustador para muitos, e catártico para outros; o anúncio da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos causou um desespero e uma incredulidade coletivos.

E é catapultando este medo para territórios mais literais que Ryan Murphy e Brad Falchuk apresentam a sétima parte da sua antologia de 'American Horror Story'.

CRÍTICA:

Embora a premissa anunciada de 'American Horror Story: Cult' - que estreou no Brasil nesta quarta, no FX, depois de ter estreado um dia antes nos EUA - seja a realidade pós-Trump, a série não fica presa ao universo político e mergulha logo em um clima mais obscuro que é apenas iniciado pelo medo do que o Presidente faria.

Nem Sarah Paulson, Alison Pill, Evan Peters ou Billie Lourd: o real protagonista de da sétima parte da antologia de terror de Ryan Murphy é o medo, que aqui é representado por palhaços, muito, muito sinistros.

A trama acompanha o casal lésbico Ally e Ivy Mayfair-Richards (vividas respectivamente por Paulson e Pill), que têm um filho pequeno, Oz (Cooper Dodson).

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 Paulson e Pil em cena da nova temporada - Fotos dessa Postagem: Divulgação/FX
A ideia de Trump como presidente faz com que Ally tenha crises de ansiedade, que logo desencadeiam o retorno de suas fobias; entre elas uma irracional aversão a palhaços.

A coulrofobia (esse é o nome do medo de palhaços) é tanta que até mesmo a revista em quadrinhos de seu filho (cujo protagonista é um velho conhecido para os fiéis de AHS, o palhaço Twisty) lhe causa pânico.

Paralelamente, Kai (Peters) e Winter Anderson (Lourd) são irmãos que dividem uma estranha (e sinistra) conexão.

Eles não parecem ser exatamente próximos à primeira impressão, mas logo a história muda e algo particularmente esquisito faz com que eles tomem o centro das atenções.

Diferente da sexta temporada, 'Roanoke', 'Cult' já começa aceleradíssima e não economiza ou esconde a sua paixão pela paranoia e pelo bizarro.

O primeiro episódio já mergulha os personagens em um mundo que rapidamente se transforma, sobretudo através da visão de Ally/Sarah Paulson, que é o fio condutor do público neste universo, à medida que seu próprio enfraquecimento e crescente delírio são exatamente formas de representar a decadência de um sistema e a perspectiva incerta a respeito do futuro.

American Horror Story: Cult é uma potente metáfora do confinamento (Primeiras Impressões)
Ally/Sarah Paulson em cena - olha o palhaço lá no fundo!
Os comentários políticos da temporada parecem estar escondidos exatamente por baixo desta analogia.

Enquanto Ally representa o enfraquecimento de uma parte, que cede ao desespero e se sente cada vez mais diminuída, Kai representa o exato oposto.

O personagem de Peters, multifacetado, impulsivo e ao mesmo tempo metódico, é fortalecido pelo medo e apesar dos olhares assustados que direciona é um dos mais seguros de si.

As duas cenas de ódio que protagonizou no primeiro episódio - a primeira, jogando café sobre o casal de mulheres e a segunda, zoando um grupo de imigrante mexicanos, enchendo uma camisinha com urina e atirando neles, mostra do que o personagem será capaz - mesmo apanhando uma barbaridade dos chicanos.

Evan Peters é Kai
“Acima de tudo, os humanos amam o medo”, afirma com uma certeza que parece nem vir de dentro dele mesmo.

Esta relação de poder e controle através da manipulação de sentimentos (que se abrem ao mundo enquanto delírio obsessivo e transtornos de ansiedade) toca fundo no que move extremismos políticos e a ascensão de líderes nominais, únicos e controversos.

Parece ficção, mas é só uma outra forma de ver a triste realidade americana, agora sob o maior palhaço de todos, Donald Trump.

Se o mundo já não é um lugar exatamente agradável para Ally (e consequentemente, Ivy e Oz), também não é para o público.

A exploração das fobias como uma grande analogia às fraturas políticas dos Estados Unidos (que não por acaso refletem a instauração do medo ao redor de todo o globo) faz de 'American Horror Story: Cult' uma metáfora do confinamento ideológico do século XXI calcada na ultra-violência, mas com a qual é extremamente fácil criar empatia.

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Palhaços, muitos palhaços...
Claustrofóbica quando precisa, bem escrita e veloz, a sétima temporada de uma das melhores séries dos últimos tempos teve um ótimo começo para mais uma ideia inacreditavelmente interessante de Ryan Murphy e Brad Falchuk.

A nova temporada, além do elenco de temporadas anteriores - como Sarah Paulson, Evan Peters, Cheyenne Jackson, Adina Porter, Frances Conroy, Mare Winningham, Emma Roberts, Chaz Bono, James Morosini e John Carroll Lynch - também conta com novas adições, como Billie Lourd, Alison Pill, Colton Haynes, Billy Eichner, Leslie Grossman e Lena Dunham.

TRAILER:



'AMERICAN HORROR STORY: CULT'
Onde:
Canal FX
Quando:
Quartas:
Horário:
Meia Noite

COTAÇÃO DO KLAU:

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

'AMERICAN HORROR STORY: FREAKSHOW': QUARTA TEMPORADA ESTREIA COM MUITO ATRASO NO BRASIL , MAS TEM TUDO PARA SER A MELHOR


SINOPSE:

Jupiter, Florida, 1952.

Uma trupe de um circo dos horrores, formada por pessoas extremamente curiosas e bizarras e liderada pela fracassada atriz alemã Elsa Mars (Jessica Lange) - mas que se acha uma estrela - acaba de chegar à pequena vila.

Ao saber que irmãs siamesas Bette e Dot Tattler (Sara Paulson) foram capturadas pela polícia pelo assassinato da mãe e estão em custódia no hospital local, Elsa as convence a fugir e a serem as estrelas principais da companhia.

Ao mesmo tempo, um macabro palhaço assassino ameaça as vidas de todos os residentes da região cometendo assassinatos os mais escabrosos.

CRÍTICA:

A quarta temporada da série 'American Horror Story' tem o subtítulo de 'Freakshow' e mais uma vez, os criadores Ryan Murphy e Brad Falchuk conseguem criar uma atmosfera sombria e claustrofóbica ao retratar a chegada de um circo de horrores á pequena comunidade de Jupiter, Flórida, em 1952.

Logo na cena inicial do primeiro episódio da quarta temporada - que finalmente estreou no Brasil na última terça (20) depois de ter estreado em outubro último nos EUA - tivemos um breve monólogo de Dot, uma das gêmeas siamesas interpretadas magnificamente por Sarah Paulson, que documentava sua reação ao chegar ao circo, seguido do flashback de assassinato de sua mãe.

Sarah Paulson, em cena como as siamesas Bette e Dot Tattler - Fotos dessa Postagem: Divulgação/20th Century Fox Television
Acusadas pelo crime, as siamesas foram convencidas pela dona do circo, Elsa Mars (Jessica Lange, caprichando no sotaque alemão) a se juntarem à trupe como estrelas principais do show.

Foto Jessica Lange
Jessica Lange como Elsa Mars
Mas o que coloca em dúvida se o assassinato foi mesmo cometido por elas é que, assim que o circo chega à cidade, outras mortes, tão violentas quanto começam a aparecer.

Uma das cordas que amarra e promove a identificação entre cada etapa de AHS é o elenco, que muda pouco.

A Diva Jessica Lange está na série desde o início e já foi a vizinha estranha de um casal ingênuo na primeira temporada, “Murder House”; uma freira, na segunda, “Asylum”, e na terceira, “Coven”, foi uma bruxa decadente.

Agora, é a dona de um circo de horrores, uma alemã que foi parar na Flórida logo depois da Segunda Guerra.

Sarah Paulson e  Kathy Bates também estiveram em papéis de destaque em quase todas as outras temporadas.

A temporada, por enquanto, é focada no modo em que os “freaks” se sentem por serem tratados com diferença e preconceito.

Foto Emma Roberts, Naomi Grossman
Alguns dos 'freaks' da trupe
Quem mais mostra seus sentimentos a respeito disso é Jimmy Love (Evan Peters), que tem um comportamento explosivo mas faz a alegria da mulherada com seus dedos grossos e longos - daí ele se apresentar no show como o 'Garoto Lagosta'.

Além disso, vemos os esforços de Elsa (Jessica Lange), uma atriz fracassada que se julga uma grande estrela, para salvar seu show, sempre tendo por perto a fidelidade canina da mulher barbada Ethel Darling (Kathy Bates), mãe de Jimmy.

Foto Kathy Bates
Ethel Darling (Kathy Bates) é a mulher barbada do circo
Um dos núcleos mais interessantes é o de Twisty (John Carroll Lynch), o palhaço assassino, que já no primeiro episódio matou vários, está presente em quase todos os lugares, mas não é um ser místico e nem um espírito - nessa temporada não temos nada que seja fora de nosso mundo.

Twisty é um assassino, puro e simples, porém cheio de mistérios, que quer entreter seus reféns e matar os que ele não acha digno de seus “talentos”.

John Carroll Lynch em cena como Twisty, o Palhaço Assassino
A história fica mais interessante quando Dandy (Finn Wittrock), filho mimado da personagem de Frances Conroy, se envolve com Twisty.

Essa temporada possui vários personagens e cada um com uma história diferente e cheia de sofrimento para ser contada.

Evan Peters como Jimmy Love, o 'Garoto Lagosta'
O sofrimento é algo realmente presente em AHS: Freak Show, o que torna as cenas cada vez mais interessantes de se ver - o que demonstra que a dupla Murphy/Falchuk aprendeu com as críticas feitas à terceira temporada ('Coven') e está conseguindo consertar alguns erros - como a ressurreição cansativa de personagens - e incrementar cada vez mais a história com detalhes.

Agora, precisamos aguardar pelos próximos capítulos, que contam com a aparição de Emma Roberts, Denis O’Hare e Wes Bentley.

Mas pelo que vimos nesse primeiro episódio, 'Freak Show' tem de tudo para ser a melhor temporada de 'American Horror Story', que já é referência quando falamos em séries de horror.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'AMERICAN HORROR STORY: FREAKSHOW'
Criação:
Ryan Murphy e Brad Falchuk
Diretores:
Ryan Murphy, Howard Deutch, Alfonso Gomez-Rejon, Michael Uppendahl
Roteiristas:
Ryan Murphy, Brad Falchuk, Tim Minear, Jessica Sharzer, Jennifer Salt
Elenco Principal:
Jessica Lange (como Elsa Mars), Sarah Paulson (como Bette e Dot Tattler), Kathy Bates (como Ethel Darling), Michael Chiklis (como Dell Toledo), Evan Peters (como Jimmy Darling), Angela Bassett (Desiree Dupree), John Carroll Lynch (Twisty, o Palhaço)
Produção: 
FX Networks, 20th Century Fox Television
Produção Executiva:
Ryan Murphy, Brad Falchuk, Dante Di Loreto
Onde:
Canal FX
Quando:
Terças, 22h30 - com muitas reprises ao longo da semana

COTAÇÃO DO KLAU:

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

'AMERICAN HORROR STORY - COVEN': NÃO É TÃO IMPACTANTE QUANDO A SEGUNDA TEMPORADA, MAS TEM AULA DE INTERPRETAÇÃO DE JESSICA LANGE, KATHY BATES E ANGELA BASSETT


A primeira temporada de 'American Horror Story' (2011) nos apresentou o ótimo terror psicológico proporcionado por uma casa assombrada.

No segundo - e melhor ano - (2012), e com o subtítulo 'Asylum', um sanatório a partir dos anos 60 misturava histórias de demônios, médico louco e um serial killer que fazia cúpulas de abajur da pela das mulheres que matava.

Agora, a terceira temporada da série ganhou o subtítulo de 'Coven' ('Clã' em português') e nos mostra, basicamente com o mesmo elenco das temporadas anteriores, contos e lendas relacionadas a bruxarias.

Como sempre, a trama se passa em duas épocas distintas e agora, vai da época da caça às bruxas em Salem, passa pelo século 19 e chega à atual Nova Orleans, com cada ator novamente perfeito em seus novos papéis, mas algo permanece imutável: a diva das divas Jessica Lange, maior trunfo da série desde o início, permanece mais que perfeita como a maior megera da TV americana atual, de deixar Victoria Grayson - também excepcionalmente bem interpretada por Elizabeth Shue em 'Revenge', com jeito de colegial.

Jessica Lange como Fiona Goode - fotos dessa postagem: Divulgação/Fox Brasil
Agora, Jessica é Fiona Goode, uma bruxa poderosíssima e odiosa que resolve retornar à escola de bruxas dirigida por Cordelia (Sarah Paulson), por crer que esta estaria conduzindo as coisas de uma maneira muito pacifista e condescendente.

Nesse internato de meninas super poderosas, cada uma tem uma espécie de superpoder: uma é telecinética, outra lê pensamentos, uma é uma espécie de vodu vivo e a mais interessante de todas mata quem trepar com ela!

Tal e qual Xavier e Magneto, Zoe e Fiona representam os opostos de uma causa, e Fiona segue todo o tempo obcecada em descobrir uma maneira de viver para sempre.

Para isso, ela descobre uma antiga bruxa que conseguiu o feito, mas foi condenada a viver presa por 180 anos.

Neste ponto, a narrativa retorna ao século 19 para apresentar outra personagem que já é icônica: Madame LaLaurie, interpretada soberbamente por outra dama da interpretação americana, Kathy Bates, finalmente num papel à sua altura na telinha.

No passado, Madame LaLaurie cometia atrocidades com seus escravos em um porão.

Kathy Bates, como Madame LaLaurie
Apaixonada apenas por suas filhas, desprezava o marido e tentava a todo custo prolongar sua existência, até que enfim descobriu a vida eterna – não conto como, mas basta dizer que essa imortalidade leva a história até os dias atuais em Nova Orleans com Fiona na caça do mesmo feito.

Outra nova personagem que aparece bem nessa terceira temporada é a bruxa de vudu Marie Laveau.

Interpretada magnificamente pele estrela negra Angela Bassett, Marie tem uma rixa pessoal e ainda não explicada com a escola de bruxas, e já promoveu, inclusive, um ataque de zumbis à casa das moças - rechaçado por uma delas, que não sabia que era tão poderosa.

Angela Bassett como Marie Laveau
Muito magra, esquia, com muitos colares e turbante na cabeça, Marie poderia tranquilamente ser a representante brasileira nessa bruxaria toda.

Criada por Ryan Murphy ('Glee') com a ajuda do competente roteirista Brad Falchuk, a série conseguiu criar um estilo próprio em apenas três temporadas - todas de absurdo sucesso.

Se a cada ano, o elenco base retorna, fazendo outros personagens completamente diferentes do que fizeram no ano anterior e a trama nos leva a uma outra época e cenário, isso deixa os ótimos roteiristas mais livres para um avanço nos temas e narrativas, sem a preocupação com pontas soltas ou cronologia.

Pena que, se as duas primeiras temporadas trouxeram o impacto de uma história que buscava referências na cultura pop dos contos de terror, com um frescor moderno, permeado com muito sexo e algum gore, nesta terceira, a direção fica aquém na tentativa de dar um toque original em situações já tão exploradas em outros filmes e seriados.

Se por um lado curtimos cada minuto em que Jessica Lange e Kathy Bates contracenam, por outros somos submetidos sem dó, nem piedade,  a uma trama algo arrastada mostrando as bruxinhas adolescentes Zoe (Taissa Farmiga) e Madison (Emma Roberts) em um necrotério tentando construir um frankestein.

Ou então nos diversos momentos em que a telecinese é usada como forma de castigo ou no exagero de citações às bruxas de Salem.

O que salva essa 'Escola de Sabrinas' é Queenie: interpretada com toda garra por Gabourey Sidibe (estrela do longa 'Preciosa'), ele protagoniza com folga o núcleo teen que infelizmente não faz honra ao passado criativo da série, que sempre forçou os limites da TV com uma estética e narrativa acima da média.

Gabourey Sidibe (centro), como Queenie: desempenho que se destaca na escola de jovens bruxas
Os três primeiros episódios do terceiro ano - já exibidos aqui no Brasil - revelaram ao telespectador um distanciamento da proposta original, o que tirou a série da vanguarda ao sucumbir a tantas opções fáceis e já exploradas pelo gênero.

Por outro lado, se os criadores Falchuk e Murphy conseguirem explorar a essência pensada para a série, a temporada ainda pode vir a melhorar.

Afinal, 'American Horror Story' não é apenas um 'TV Show' de terror, é um seriado denso e que busca explorar nosso imaginário, com seres macabros mesclados com questões de nosso tempo, tudo misturado a uma história de suspense bem contada.

Bassett, Lange e Bates: sen-sa-cio-nais
Por enquanto, vale a pena acompanhar,  pela trinca Lange-Bathes-Bassett.

Confira um teaser da terceira temporada:

*****
'AMERICAN HORROR STORY: COVEN'
Criadores:
Ryan Murphy e Brad Falchuk
Elenco:
Jessica Lange - como Fiona Goode
Kathy Bates - como Madame LaLaurie
Taissa Farmiga - como Zoe Benson
Emma Roberts - como Madison Montgomery
Angela Bassett - como Marie Laveau
Evan Peters - como Kyle Spencer
Sarah Paulson - como Cordelia Foxx
Lily Rabe - como Misty Day
Gabourey Sidibe - como Queenie
Jamie Brewer - como Nan
Denis O'Hare - como Spalding
Frances Conroy - como Myrtle Snow
Chiaki Kuriyama - como Yoko Nagasaki
Alexandra Breckenridge - como Kaylee
Patti Lupone - como Joan Ramsey
Onde: 
Canais FOX e FOX/NatGeo HD
Quando: 
Terças (episódio inédito)
Horário: 
23h15 - e diversas reprises
Cotação do Klau: