FESTIVAL DE VENEZA COMEÇOU ONTEM, COM FILMES BRASILEIROS NAS SEÇÕES PARALELAS E AMERICANOS EM COMPETIÇÃO

O ano de 2011 está tendo, até agora, uma boa safra nos grandes festivais. 


Se Cannes viveu uma de suas melhores edições em maio, Veneza, que começou ontem (31), não fica atrás. 


Fotos: Divulgação

"L'Ultimo Terrestre", de Gipi (Itália)


O festival italiano, o mais antigo do mundo – criado em pleno fascismo, em 1932 -, conseguiu conquistar, para a sua competição ao Leão de Ouro, vários grandes nomes – caso do canadense David Cronenberg, com A Dangerous Method; do franco-polonês Roman Polanski e seu Carnage - com Jodie Foster e Kate Winslet; e dos americanos Todd Solondz - Dark Horse -, William Friedkin  - Killer Joe -  e o bad boy Abel Ferrara, com 4:44 Last Day on Earth. 

 4:44 Last Day on Earth, de Abel Ferrara (EUA)


O filme de abertura,Tudo pelo Poder, com  George Clooney dirigindo e interpretando,estará também na competição, da mesma forma que ocorreu no ano passado com o filme de abertura, Cisne Negro, de Darren Aronofsky.

Ryan Gosling, em cena de "Tudo pelo Poder", de George Clooney (EUA)


Não há nenhum brasileiro concorrendo na sessão principal. 

"Poulet aux Prunes", de Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud (França/Bélgica/Alemanha)

Só foram confirmados dois filmes brasileiros em sessões paralelas: o docudrama Girimundo, de Helvécio Martins e Clarissa Campolina na sessão Horizontes – que tem prêmio próprio –, e Histórias que só existem quando lembradas, primeira ficção de Julia Murat, na mostra Giornate degli autori. Girimunho, aliás, está confirmado também em outros dois festivais internacionais, Toronto e San Sebastián.

A Dangerous Method, de David Cronemberg (EUA)

A presença latino-americana, mais uma vez, é reduzida em todas as sessões, mesmo as paralelas. 

"Seediq Bale", de Wei Desheng (Taiwan)


Outra rara exceção é o novo filme do veterano argentino Fernando Solanas, que apresenta na mesma Giornate degli Autori o documentário Oro Negro – segunda parte do díptico iniciado em 2004 com Memória do Saqueio, que retrata os desastres das políticas econômicas de sucessivos governos de seu país.

A Simple Life, de Ann Hui (China/Hong Kong)


Mesmo fora da competição, prometem atrair grande atenção o romântico W.E. -  segunda incursão da pop star Madonna na direção, com Abbie Cornish -, e o terror Contágio  - de Steven Soderberg, que tem no elenco Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law e Marion Cotillard.

"Alps", de Yorgos Lamthimos (Grécia)  

Outra celebridade presente será a lenda americana Al Pacino que, além de receber um prêmio especial - Glória ao Cineasta - mostrará seu novo trabalho como diretor - Wilde Salome, sua visão da peça Salomé, de Oscar Wilde.

"An Été Brulant", de Philippe Garrel (França/Itália)

Promete ser um dos momentos mais emocionantes deste festival a entrega do Leão de Ouro pela carreira ao diretor Marco Bellocchio  por outro monstro sagrado do cinema italiano, Bernardo Bertolucci – que vem sofrendo há anos de sérios problemas de saúde, especialmente na coluna.

"Carnage", de Roman Polanski (França/Alemanha/Polônia)

Repetem-se algumas tendências de 2010, como a predominância dos concorrentes norte-americanos ao Leão de Ouro - seis filmes -, além de quatro concorrentes italianos - entre eles, dois fortes nomes, Emanuele Crialese - que já venceu prêmio de diretor revelação em Veneza em 2006 com Novo Mundo -, e agora compete com Terraferma, e Cristina Comencini - apresentando Quando la notte, com Filippo Timi.

"Dark Horse", de Todd Solondz (EUA) 

Outros dois fortes competidores têm passaporte francês: Un Eté brulant, de Philippe Garrell, uma coprodução com a Itália e tendo no elenco Monica Bellucci e o filho do diretor, o gostoso  Louis Garrell ; e a dupla Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, diretores do desenho animado Persépolis, agora conduzindo o drama Poulet aux prunes, baseado na graphic novel da própria Marjane, Frango com ameixas, já publicada no Brasil. No elenco, nomes do primeiro time, como Mathieu Amalric, Chiara Mastroianni e Isabella Rossellini.

"Faust", de Aleksander Sokurov (Rússia) 

Tal como ocorreu em 2010, é pequeno o contingente asiático, com apenas quatro concorrentes do continente, entre eles o japonês Sion Sono  - de Clube do Suicídio, lançado em DVD -, trazendo outro drama, Himizu; e um habituê do festival, Johnnie To, agora com Life without principle, que foi o 22º título adicionado à competição, em que ainda se promete incluir um filme-surpresa, como tem sido tradição na administração Marco Müller, diretor do festival desde 2004.

"Himizu", de Sion Sono (Japão)

O cinema de arte poderá comemorar a volta à ativa do celebrado cineasta russo Alexander Sokurov, apresentando seu longamente aguardado drama Fausto, com a Diva das Divas alemã Hanna Schygulla. 

 "Killer Joe", de William Friedkin (EUA)

Veneza também conseguiu, neste ano, seduzir dois britânicos anteriormente premiados no Festival de Cannes para completar sua lista de concorrentes ao Leão de Ouro: Steve McQueen  - diretor de Hunger, vencedor do Caméra d’or em Cannes 2008, inédito em circuito comercial no Brasil -, agora mostrando Shame, novamente com o ator Michael Fassbender; e Andrea Arnold, duas vezes premiada em Cannes - por Marcas da vida e Fish Tank, em 2006 e 2009, respectivamente -, competindo com Wuthering Heights, uma adaptação do clássico O Morro dos Ventos Uivantes,  com um ator negro, James Howson, no papel do protagonista, Heathcliff.

"Life without principle", de Johnnie To (China)

Confira todos os filmes da competição:

"The Ides of March", de George Clooney (EUA) – filme de abertura

 Ryan Gosling em cena de "Tudo Pelo Poder", de George Clooney (EUA) 


"Tinker, Tailor, Soldier, de Spy", Tomas Alfredson (Itália)

Gary Oldman, em cena de"Tinker, Tailor, Soldier, Spy", de Tomas Alfredson (Itália)


"Texas Killing Fields", de Ami Canaan Mann (EUA)

 "Texas Killing Fields", de Ami Canaan Mann (EUA)


"Wuthering Heights", de Andrea Arnold (Inglaterra)

"Wuthering Heights", de Andrea Arnold (Inglaterra) 


"Shame", de Steve McQueen (Inglaterra)

"Shame", de Steve McQueen (Inglaterra)

"A Dangerous Method", de David Cronenberg (Alemanha/Canadá)

"Terraferma", de Emanuele Crialese (Itália)

"Terraferma", de Emanuele Crialese (Itália)

"Un Été Brulant", de Philippe Garrel (França/Itália)
"A Simple Life", de Ann Hui (China, Hong-Kong)
"Faust", de Aleksander Sokurov (Rússia)
"Dark Horse", de Todd Solondz (EUA)
"Himizu", de Sion Sono (Japão)
"Seediq Bale", de Wei Desheng (Taiwan)
"Quando la Notte", de Cristina Comencini (Itália)
"L'Ultimo Terrestre", de Gipi (Itália)

"Life without principle", de Johnnie To (China)

"Poulet aux Prunes", de Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud (França/Bélgica/Alemanha)
"Carnage", de Roman Polanski (França/Alemanha/Polônia)
"Alps", de Yorgos Lanthimos (Grécia)
"Killer Joe", de William Friedkin (EUA)
"4:44 Last Day on Earth", de Abel Ferrara (EUA)"The Exchange", de Eran Kolirin (Israel/Alemanha)

Filme de encerramento:
"Damsels in Distress", de Whit Stillman (EUA)