quinta-feira, 1 de setembro de 2011

FESTIVAL DE VENEZA: GEORGE CLOONEY APRESENTA SEU 'TUDO PELO PODER'


George Clooney só precisa aparecer para que todos caiam rendidos a seus pés e isso foi o que aconteceu na quarta (31), onde abriu o Festival de Veneza com Tudo pelo Poder, um filme político que traz grandes nomes em seu elenco.

Vestido com terno cinza e trazendo um par de óculos escuros no bolso de seu paletó, Clooney chegou entre aplausos e com pouco esforço conquistou uma sala repleta de jornalistas.

Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Marisa Tomei e Evan Rachel Wood - faltava apenas o protagonista do filme, Ryan Gosling - apoiaram um Clooney que na realidade não precisava de ninguém para se vender.

Por essa razão, não faltaram brincadeiras e comentários irônicos: "Gosto de me dirigir e dizer: 'Bom take, George'"-, enquanto as perguntas comprometedoras foram respondidas com brilho.

Divulgação
George Clooney, em cena de "Tudo pelo Poder"

Tudo pelo Poder é uma história ambientada em uma campanha presidencial americana, mas que, na opinião de Clooney tem pouco de política e muito de moralidade, ou da falta dela - o filme compete em Veneza pelo Leão de Ouro.

"Não acho que seja um filme político, poderia se passar em Wall Street ou em qualquer outro lugar. É mais uma questão de moralidade", explicou o ator e diretor, que ressaltou seu gosto pelos filmes nos quais os personagens "têm coisas que dizer".

Diante da proliferação de perguntas sobre seu interesse em política, Clooney respondeu que de fato se interessa pelo tema, mas que não gosta do momento atual, no qual há tanto cinismo como em seu filme.
"É temporário, sou um otimista. Agora não há idealismo, mas espero que isso vá mudar em breve".

Clooney, que tem casa na Itália e é um convidado de honra habitual do festival,desembarcou no Lido com toda pompa e circunstância de um astro de Hollywood do seu calibre.

Uma importância que, ele garante, não esconde nenhuma vontade de participar da política diretamente, como candidato na vida real.

A uma pergunta neste sentido, Clooney respondeu: “Há um cara no poder, muito melhor e mais qualificado do que eu, que está tendo uma enorme dificuldade para governar. Por isso, acho muito difícil alguém se animar a postular o seu posto”.

Público e notório apoiador do Partido Democrata e do presidente Barack Obama na última eleição presidencial, o ator e diretor também descartou que seu filme, que adapta uma peça de Beau Willimon e retrata os meandros, inclusive sórdidos, da disputa à indicação presidencial de dois candidatos democratas, seja um tapa direto na cara do atual governo dos EUA.

Clooney preferiu ser mais genérico e até compreensivo em relação a Obama: “É um tempo muito difícil para governar, esteja-se do lado que se estiver”.

Ele também relativizou a mensagem pessimista do filme em relação à política partidária, ainda que, na história, mesmo o mais idealista dos assessores, Stephen Meyers - Ryan Gosling -finalmente não se mostre imune ao pior do pragmatismo e do cinismo dos dois outros chefes de campanha dos candidatos - Paul Giamatti e Philip Seymour Hoffman.
“Sou otimista, acredito que em algum momento isto vai mudar. Espero que mude”.

Confira o trailer do filme:

Embora sejam óbvios, no enredo, referências a escândalos sexuais de presidentes democratas de passado mais ou menos recente - John F. Kennedy e Bill Clinton os mais notórios -, o ator e diretor frisou: “Meu trabalho não é aconselhar ninguém. Também não sou nenhum Dominique Strauss-Khan ou coisa parecida”.

Clooney também acha que a questão de moralidade que impregna Tudo pelo Poder não é exclusiva da política. “Os mesmos desafios de moralidade, de vender sua alma, podem acontecer em quaisquer outros setores, Wall Street e outros”.

Indagado se também para fazer cinema deve fazer concessões e compromissos como os que realiza o candidato que interpreta no filme, Mike Morris, o diretor afirmou: “Claro que atores e diretores têm que fazer concessões e compromissos, por conta de orçamento e outros assuntos. Mas são de natureza muito diferente. Nenhum deles implica a vida ou a morte de qualquer pessoa.Estamos como que num parque de diversões, nosso negócio é atuar”.

Na mesma linha, Philip Seymour Hoffman, intérprete de Paul Zara, um dos assessores políticos, acrescentou: “É bom lembrar também que há uma grande diferença entre Hollywood e Washington”.

A isto aderiu também Paul Giamatti, intérprete do outro assessor, Tom Duffy: “Hollywood parece um parque infantil comparado a Washington”.

Na minha modesta opinião, Clooney é um realizador muito interessante, e com uma história dessas e um elenco desses, Tudo pelo Poder tem toda pinta de ser um filmaço.

Vamos aguardar - o filme tem previsão de estreia aqui no Brasil em 21 de outubro.
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Com Reuters e UOL
Redação Final: Cláudio Nóvoa

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