Para sorte do seu limitadíssimo intérprete - o havaiano Jason Momoa, das séries Game of Thrones e Baywatch - Conan é um homem de poucas palavras e de ações regadas com muito sangue.
Conan, o Bárbaro, que estreia nesta sexta em cópias convencionais e 3D - dubladas e legendadas - reinventa o personagem dos livros e das HQs que chegou às telonas no começo dos anos 1980, interpretado por Arnold Schwarzenegger.
Agora sob a direção de Marcus Nispele, diretor cuja filmografia nada se pode esperar - seu currículo inclui remakes de Sexta-feira 13 e O Massacre da Serra Elétrica - é até uma surpresa que essa versão seja apenas sem graça e sem a atmosfera mágica dos filmes de 80.
Afinal, em vista dos últimos remakes que tem lotado o cinema com toda sorte de bobagens, poderia ser pior, bem pior.
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Jason Momoa, em cena do filme: saudades do Arnold...
A trama, assinada por três roteiristas (!) a partir do romance original de Robert E. Howard, não perde tempo desde a primeira cena: o bebê Conan nasce do que parece ter sido uma das primeiras cesarianas da história, quando sua mãe, ferida e à beira da morte, pede ao marido que corte seu ventre e retire o bebê, pois quer vê-lo antes de morrer.
Anos mais tarde, o garoto - interpretado por Leo Howard - prova sua coragem e destreza ao matar e decapitar sozinho um grupo de bárbaros mais toscos que os da sua aldeia - estes são capazes de organizar frases, enquanto os outros se comunicam apenas por grunhidos.
Quando a aldeia é dizimada, Conan - já com todos os músculos de Jason Momoa - vira mundo e se torna um mercenário em busca de vingança.
Conan, o Bárbaro foi, com certeza, feito para ser exibida no lugar de uma luta de MMA, onde tudo se resume a pancadaria e sangue.
Até a cena de sexo entre Conan e uma sacerdotisa puro-sangue, Tamara - a boa atriz Rachel Nichols, aqui bem gostosa e só - parece uma cena de luta e parece totalmente fora do contexto.
Como humor involuntário, temos poucas falas declamadas, que dão uma certa aura shaekespereana, com atores tão canastras como o Ricardo Macchi no comercial da Fiat - um momento hilário e inesquecível, de tão ruim.
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Rachel Nichols: os peitos do mocinho são maiores...
A direção de arte e os figurinos até que não são ruins, mas a iluminação e a direção são de doer - as lutas com espadas ao menos são bem coreografadas.
E o que dizer de Jason Momoa? No próximo filme ou série que for preciso um lutador de MMA que saiba usar espadas, ele com certeza será chamado.
E pelo andar da carruagem dessa onde de remakes toscos, Momoa nunca ficará desempregado - o que me fez lembrar a famosa frase de Goucho Marx:
"Nunca confie num filme onde os peitos do mocinho são maiores que os da mocinha".
Confira um dos trailers do filme:
*****
CONAN, O BÁRBARO
Título Original:
Conan, The Barbarian
Diretor:
Marcus Nispel
Elenco:
Rachel Nichols
Rose McGowan
Stephen Lang
Ron Perlman
Jason Momoa
Leo Howard
Bob Sapp
Produção:
Boaz Davidson
Joe Gatta
Avi Lerner
Fredrik Malmberg
Les Weldon
Roteiro:
Thomas Dean Donnelly
Sean Hood
Joshua Oppenheimer
Fotografia:
Thomas Kloss
Duração:
115 min.
Ano:
2011
País:
EUA
Gênero:
Aventura
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Califórnia Filmes
Estúdio:
Lionsgate Films
Millennium Films
Nu Image Films
Classificação:
16 anos
Cotação do Klau:
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