Fora de competição, Contágio - filme-catástrofe de Steven Soderbergh sobre a expansão de um novo e letal vírus pelo mundo - teve direito à primeira sessão deste sábado, às 9 h da manhã, na sala Darsena, que é normalmente destinada aos filmes que concorrem ao Leão de Ouro no Festival de Veneza.
Na sessão de imprensa o filme recebeu aplausos discretos.
Na coletiva de imprensa, no prédio histórico do Cassino do Lido,o diretor foi aclamado entusiasticamente ao lado de intérpretes do elenco - como Matt Damon, Lawrence Fishburne e Gwyneth Paltrow - comportamento de tiete por parte da mídia que não condiz com a seriedade que se espera de profissionais especializados em Cinema.
Foi a volta por cima para Soderbergh, que, em 2002, ao apresentar seu Full Frontal, recebeu uma das mais estrondosas vaias da história recente de Veneza.
AFP
Matt Damon - com o visual de "Elysium", em filmagem-, Gwyneth Paltrow, Laurence Fishburne e o diretor Steven Soderbergh durante a divulgação de "Contágio", hoje no Festival de Veneza
A boa acolhida serviu para que o diretor relaxasse na coletiva, rindo quando lhe perguntaram se Contágio continha alguma metáfora em relação à crise econômica mundial de 2008.
“Um dos apelos desta história para mim é que não havia metáfora alguma. Estou tirando uma férias disso no momento.Temos um protagonista (o vírus) que não fala, mas todas as pessoas falam dele”, afirmou.
Quando indagado se o filme continha referências a séries de TV como CSI, Soderbergh respondeu que o que tinha em mente “era mais ‘Todos os Homens do Presidente’ - filme de 1976, de Alan J. Pakula.
Segundo o diretor, seu filme “é realista no conceito e estilisticamente muito despojado”, realismo que,aliás, foi uma coisa de que ele e o produtor Scott Z. Burns - autor do argumento de Contágio - fizeram muita questão.
“Nosso sentimento foi no sentido de que toda ciência deveria ser muito precisa, senão nada funcionaria”, acentuou Soderbergh.
Essa busca de realismo, em alguns momentos, chega a exageros, como num detalhe da autópsia de uma vítima em se mostra os legistas puxando a pele de sua cabeça, sem que isso tenha uma função na história.
Confira o trailer legendado do filme:
Gwyneth Paltrow - que interpreta uma executiva adúltera que é uma das primeiras vítimas da epidemia - não viu em sua morte nenhum sentido oculto de um “castigo moral” por sua traição ao marido, interpretado por Matt Damon.
“Não pensei nisto assim, nem julguei minha personagem. Penso que somos todos seres humanos. Apenas acho que ela estava no lugar errado, na hora errada”, disse a atriz.
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Com AFP e site Cineweb - Neusa Barbosa, em Veneza
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