Na dúvida entre Caubeatles e Caubytles, a Diva Cauby Peixoto escolheu a segunda opção para batizar um dos três álbuns que lança neste ano, em que comemora - declarados - 80 anos de vida e 60 de carreira fonográfica.
É mais Cauby do que Beatles - exatamente como o maior intérprete brasileiro de todos os tempos quer que seja.
Afinal, ele se lembra, já era "um astro veterano da música" quando os quatro meninos ingleses estavam apenas nascendo para o estrelato.
Para esse trabalho, escolheu basicamente o repertório romântico de John Lennon e Paul McCartney: Help, Let it Be, Hey Jude, Michelle e Yesterday.
Já colocou voz em metade das faixas e está decorando as letras das que ainda faltam.
"Para 'Help', me inspirei na versão da Tina Turner, que é mais meu estilo. 'I Love Her' virou um bolero", diz.
"Funcionou. Modéstia à parte, eu canto muito bem."
Letícia Moreira/Folhapress
O cantor Cauby Peixoto, 80 anos, na casa em que mora há oito anos, em Higienópolis, em SP
O disco vai fazer parte da caixa Cauby - O Mito - nome escolhido pelo próprio cantor - que sai no meio do ano pela Lua Music e também inclui um álbum no formato voz e violão e um pacote de CD e DVD ao vivo, gravado em abril no Teatro Fecap (SP).
Nos shows - que vão gerar também especial para o Canal Brasil - Cauby recebeu convidados como Angela Maria, Agnaldo Rayol, Fafá de Belém e Agnaldo Timóteo.
"Sugeri vários outros nomes, mas ele não aceitou de jeito nenhum", diz Thiago Marques Luiz, que dirige os três trabalhos.
"Ele quer só os amigos e mais ninguém."
Cauby se explica:
"Eles me respeitam, sabem que canto muito bem. Por isso o mito".
E foi justamente no palco do teatro Fecap que Cauby, e os Agnaldos - Rayol e Timóteo - repetiram essa performance grandiosa num programa da TV Gazeta - cantando Sangrando - de Gonzaguinha, e também Conceição, carro chefe da Diva.
Confira:
A personalidade do "mito" está sendo esmiuçada no filme Cauby - Começaria Tudo Outra Vez, de Nelson Hoinneff - mesmo diretor que fez os documentários de Chacrinha e Paulo Francis.
O filme está quase pronto e deve estrear no segundo semestre.
Hoinneff conta que conviveu com o mito por um ano - em casa e nos shows e captou cerca de 200 horas de imagens, somadas a outras tantas obtidas em arquivos de TV, cinema e no acervo pessoal de Cauby.
"Ele é um enigma, não fala nada sobre a vida pessoal", diz Hoinneff.
"Quando entramos no assunto sexualidade, ele escapa para a música: 'Meus amores são minhas fãs'. Nem a idade dele é uma certeza."
Segundo o diretor, há controvérsias sobre os atuais 80 anos.
"Alguns dizem 81, outros 82. É assim em todas as coisas. Tudo tem várias versões. Ele não é monolítico."
Confira Cauby cantando "Bastidores", música de Chico Buarque que relançou sua carreira nos anos 90:
Enquanto espera os lançamentos, Cauby segue em temporada no Bar Brahma - na icônica esquina das Avenidas Ipiranga e São João, no centro paulistano - às segundas-feiras.
E, assim que sai do palco, corre de volta para casa.
"Não gosto de perder as novelas", entrega.
Em seus planos para os próximos anos, estão mais três álbuns: um dedicado ao repertório de Nat "King" Cole, outro de clássicos do jazz, e um de canções italianas.
Afinal, como Cauby sempre gosta de dizer: "Eu sou muito romântico."
E para encerrarmos essa postagem em altíssimo astral, confira a interpretação da Lenda para "Ne me Quitte Pas":
Nenhum comentário:
Postar um comentário