Presentes no centro histórico de dia, na Paulista à noite e em parques como o Ibirapuera aos finais de semana, os artistas de rua finalmente foram liberados para trabalhar na cidade de São Paulo desde julho.
Nessa postagem, você vai conhecer alguns desses artistas, e também os planos oficiais dos órgãos de turismo da cidade para eles.
Nessa postagem, você vai conhecer alguns desses artistas, e também os planos oficiais dos órgãos de turismo da cidade para eles.
Imagens: Breno Rotatori/Folhapress
Liliana Romero se apresenta como estátua viva em frente ao Theatro Municipal
Quando Liliana Romero, 26, subiu no pedestal, o amarelo-ouro de seu rosto rivalizava com a luz do sol que refletia nos prédios espelhados da avenida Paulista em um fim de tarde de sábado.
Depois de quase uma hora se produzindo em frente ao Conjunto Nacional, Liliana dava início a mais um dia de trabalho como estátua viva. O expediente começou promissor: as primeiras moedas vieram em menos de um minuto.
Quando Liliana Romero, 26, subiu no pedestal, o amarelo-ouro de seu rosto rivalizava com a luz do sol que refletia nos prédios espelhados da avenida Paulista em um fim de tarde de sábado.
Depois de quase uma hora se produzindo em frente ao Conjunto Nacional, Liliana dava início a mais um dia de trabalho como estátua viva. O expediente começou promissor: as primeiras moedas vieram em menos de um minuto.
Mas os meses anteriores foram tensos, e muitos foram impedidos de mostrar seu talento pela Guarda pretoriana municipal do prefeito Bolinha Kassab - aquela que é conhecida de só ter macho na hora de bater em camelôs e artistas de rua.
Rodolfo Valentino outra estátua viva do centro tem 36 anos e é formado em artes cênicas em Trujillo, no Peru, com intercâmbio pela USP; faz boa figura como o pirata Jack Sparrow
A prefeitura teve o disparate de deflagrar operação de caça aos artistas de rua no fim do ano passado, onde confiscou equipamentos e impediu apresentações por considerar que os artistas comercializavam produtos - CDs, por exemplo - e, portanto, eram ambulantes não regularizados - o que me levou a ter a certeza de que o que eles queriam era morder alguma grana dos artistas.
Rafael Pio, 30, voltou a se apresentar no mesmo local em que foi preso no fim do ano passado, a av. Paulista
"O começo da Operação Delegada foi o pior momento", diz Celso Reeks, 34, integrante de um grupo de teatro e porta-voz dos artistas de rua.
"A polícia e a prefeitura entendiam que 'passar o chapéu' era comércio ilegal."
A mobilização cresceu depois que o guitarrista Rafael Pio, 30, foi preso na Paulista e o fotógrafo Renato de Souza registrou Pio algemado no asfalto.
Os artistas protestaram e a prefeitura-os chamou para conversar.
"O começo da Operação Delegada foi o pior momento", diz Celso Reeks, 34, integrante de um grupo de teatro e porta-voz dos artistas de rua.
"A polícia e a prefeitura entendiam que 'passar o chapéu' era comércio ilegal."
A mobilização cresceu depois que o guitarrista Rafael Pio, 30, foi preso na Paulista e o fotógrafo Renato de Souza registrou Pio algemado no asfalto.
Os artistas protestaram e a prefeitura-os chamou para conversar.
Felizmente, toda burrice não suporta arte e cultura - o mínimo que seja - e os artistas puderam alegrar as ruas da paulistânia novamente.
Emerson Pinzindin, 47, se apresenta em frente ao Conjunto Nacional durante a semana e no shopping Pátio Higienópolis aos sábados;além do sax, Pinzindin toca flauta transversal e tem formação em música erudita
Depois de seis meses, em 19 de julho, Bolinha Kassab publicou o decreto que disciplina o uso "de vias e logradouros públicos para a apresentação de artistas de rua".
Segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, responsável pelo diálogo com os artistas, "bastava regulamentar para resolver o problema. 'Passar o chapéu' agora é permitido."
Para o coordenador do policiamento do centro, major Wagner Rodrigues, a apresentação dos artistas é bem- vinda. "Desde que dentro dos novos parâmetros."
Depois de seis meses, em 19 de julho, Bolinha Kassab publicou o decreto que disciplina o uso "de vias e logradouros públicos para a apresentação de artistas de rua".
Segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, responsável pelo diálogo com os artistas, "bastava regulamentar para resolver o problema. 'Passar o chapéu' agora é permitido."
Para o coordenador do policiamento do centro, major Wagner Rodrigues, a apresentação dos artistas é bem- vinda. "Desde que dentro dos novos parâmetros."
O violinista Tiago Paganini, 29, aceitou o desafio da sãopaulo de se apresentar na Paulista;Paganini é integrante da Camerata Fukuda e se apresenta com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Apesar de trabalharem geralmente nos mesmos lugares, os artistas de rua não têm pontos fixos e não gostam de falar quanto arrecadam por dia, mas nenhum dos mais de dez entrevistados disse receber menos de R$ 50 por jornada, e alguns ganham quatro ou cinco vezes esse valor.
Assim como para as demais pessoas que trabalham na rua, o tempo é fator determinante para os artistas: quando chove, não conseguem trabalhar; quando faz frio, ninguém sai de casa.
Todos os dias, eles torcem por sol e calor.
Agora que a proibição é passado, Reeks, representante dos artistas, planeja incluir a arte de rua no guia turístico da cidade.
"Começamos um mapeamento em parceria com a SPTuris." "Os artistas urbanos são talentos espalhados pela cidade, temos de aproveitar esse potencial", diz o presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho.
Empolgado com a parceria, ele acredita ser possível ter 500 artistas mapeados nos próximos seis meses - Reeks fala em 300 até o fim do ano.
Segundo ele, o site da iniciativa é responsabilidade dos artistas e deve ficar pronto até o fim do mês.
"Vai ser um canal de comunicação no qual será possível colocar locais de apresentação e conteúdo multimídia."
Para Reeks, é preciso valorizar a profissão.
"Muita gente fala que não é artista de rua pelo preconceito. A expressão está carregada de sentido pejorativo, mas nós temos de virar o jogo."
Apesar de trabalharem geralmente nos mesmos lugares, os artistas de rua não têm pontos fixos e não gostam de falar quanto arrecadam por dia, mas nenhum dos mais de dez entrevistados disse receber menos de R$ 50 por jornada, e alguns ganham quatro ou cinco vezes esse valor.
Assim como para as demais pessoas que trabalham na rua, o tempo é fator determinante para os artistas: quando chove, não conseguem trabalhar; quando faz frio, ninguém sai de casa.
Todos os dias, eles torcem por sol e calor.
Agora que a proibição é passado, Reeks, representante dos artistas, planeja incluir a arte de rua no guia turístico da cidade.
"Começamos um mapeamento em parceria com a SPTuris." "Os artistas urbanos são talentos espalhados pela cidade, temos de aproveitar esse potencial", diz o presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho.
Empolgado com a parceria, ele acredita ser possível ter 500 artistas mapeados nos próximos seis meses - Reeks fala em 300 até o fim do ano.
Segundo ele, o site da iniciativa é responsabilidade dos artistas e deve ficar pronto até o fim do mês.
"Vai ser um canal de comunicação no qual será possível colocar locais de apresentação e conteúdo multimídia."
Para Reeks, é preciso valorizar a profissão.
"Muita gente fala que não é artista de rua pelo preconceito. A expressão está carregada de sentido pejorativo, mas nós temos de virar o jogo."
Melhor assim.
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