sexta-feira, 16 de setembro de 2011

FESTIVAL DE TORONTO: DIVA GLENN CLOSE BRILHA COMO TRANSGÊNERO EM 'ALBERT NOBBS', FILME QUE É O PROJETO DA SUA VIDA


Em 29 anos de carreira como atriz, Glenn Close já foi indicada a cinco Oscars, ganhou três Emmys e convenceu toda uma geração de homens norte-americanos casados a pensarem duas vezes antes de uma traição, graças ao seu papel como a amante obsessiva de Michael  Douglas em "Atração Fatal" (1987).

Mas, em meio a tudo isso, ela nunca deixou de lado o sonho de levar às telonas "Albert Nobbs", curiosa história sobre uma mulher que, premida pelas circunstâncias, se faz passar por homem na Dublin - Irlanda - do século 19.

Close interpretou o papel-título no teatro em 1982, e há 15 anos começou a se empenhar pela realização do filme - o que incluiu inúmeras versões do roteiro, mudanças no elenco e uma incessante busca por investidores.

Finalmente pronto, o projeto da vida da estrela estreou nesta semana no Festival Internacional de Cinema de Toronto - TIFF.

"A natureza desse tipo de filme é que você precisa ter essa louca paixão por trás deles, porque eles estão fora da caixa", disse a atriz à Reuters, com um sorriso radiante que nada tem a ver com a reprimida e cabisbaixa personagem do filme.

"Eu sabia que seria difícil. Não sabia que seria difícil durante um período de 15 anos", disse Close, que foi também corroteirista e produtora do filme, dirigido por Rodrigo Garcia.

DARREN CALABRESE/THE CANADIAN PRESS
Glenn Close, na estreia de "Albert Nobbs" em Toronto

Com seu rosto pálido e andar chapliniano, Nobbs em nada lembra as "femmes fatales" e figuras autoritárias que marcaram a carreira de Close.

Trabalhando como garçom em um pretensioso hotel dublinense, ele tenta manter a discrição, ocultar sua condição feminina e juntar dinheiro para um dia poder abrir seu negócio - mas sua clausura é rompida pela chegada do(a) pintor(a) Hubert - Janet McTeer -, que guarda um segredo semelhante.

Embora já tivesse encarnado Nobbs no palco, Close se viu num território inexplorado, pois envelheceu 30 anos desde então, e agora precisava interagir com a câmera, e não com a plateia.

"Achei desafiador quando eu fiz tantos anos atrás, e é ainda mais desafiador no cinema porque você tem os primeiros planos (...). O cinema olha para a alma da pessoa", disse ela.

Confira cenas do filme e trechos da entrevista de Glenn Close em Toronto:


Embora a crítica tenha reagido com certa indiferença ao filme como um todo, foi muito elogiosa quanto à atuação de Close.

A Daily Variety diz que se trata de "um papel para coroar uma carreira" e outras publicações especularam que esse papel transgênero poderia finalmente dar a Glenn Close o prêmio que falta em sua mais que vitoriosa carreira: o Oscar de Melhor Atriz.

Aguardando com ansiedade!

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