sexta-feira, 14 de maio de 2010

CANNES: OLIVER STONE E MICHAEL DOUGLAS APRESENTAM SEQUÊNCIA DE "WALL STREET" (1987)


O desarmamento nuclear é uma questão "prioritária" para Michael Douglas, protagonista do último filme de Oliver Stone, a sequência de "Wall Street: Poder e Cobiça" (1987), atração de hoje no Festival.
"Hoje, após 64 anos, temos a oportunidade de conseguir uma redução do armamento", declarou Douglas, que em 5 de maio apresentou nas Nações Unidas "Countdown to Zero", um documentário sobre as armas nucleares e seus riscos.

Vinte e três anos depois do contundente retrato de Wall Street, Oliver Stone e Douglas falaram sobre a sequência, , no qual "a ganância não apenas é boa, como legal".

"Não acredito que o mundo das finanças tenha mudado muito desde o primeiro "Wall Street"", afirmou em Cannes o ator de 65 anos, depois da exibição à imprensa do filme - estreará nos Estados Unidos em setembro.
"A ganância não acabou. O que aconteceu é que no primeiro filme o tema era que a ganância é boa, e agora que a cobiça é legal", declarou Douglas, que repete o papel de Gordon Gekko.

Nesta sequência, o tubarão de Wall Street foi punido pela vida: passou oito anos preso, um filho morreu de overdose quando ele estava atrás das grades, e a filha não fala com ele.
E desta vez, sobre Wall Street estão as nuvens da crise mais grave desde 1929, que ameaça sacudir o capitalismo.

foto: AFP
O diretor Oliver Stone e o ator Michael Douglas, hoje pela manhã
Oliver Stone decidiu fazer a sequência de "Wall Street" após a explosão da crise financeira de 2008.
"Em 1987, acreditava que o capitalismo iria melhorar, corrigir-se, mas isto não aconteceu. Piorou. Parece que se tornou louco".

Cercado na entrevista coletiva pelos outros atores do longa, entre eles Josh Brolin, que encarna um dos vilões de Wall Street, e os jovens Shia LaBeouf e Carey Mulligan, que interpreta a filha de Gekko, Stone ressaltou que o filme tem um "enfoque novo". "Trata não apenas do mundo das finanças, mas também da busca de equilíbro na vida, e fala das pessoas que estão tentando encontrar um equilíbrio entre o amor pelo poder, pelo dinheiro e pela família. Não repete o arquétipo. Começa com Gordon Ghekko saindo da prisão. Perdeu um filho nos oito anos que passou na cadeia e, ao sair, ninguém o espera. Tem que começar por baixo. É uma história sobre a família".

O diretor, dedicou o primeiro filme sobre o mundo das finanças de Nova York a seu pai, que foi um operador de Wall Street.
"Mas ele foi um homem honesto".

O filme foi exibido na mostra oficial, mas não concorre à Palma de Ouro.

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