A tucanada e seus aliados democratas passaram meses reclamando, do uso indevido e ilegal que o PT fez de propagandas partidárias para patrocinar a candidatura da Dona Dilma ao Planalto.
E com razão, já que a lei em vigor não permite.
Só que, na última quinta feira, o DEM teve seus dez minutos no rádio e na TV, e o que o partido fez?
Usou esse tempo para promover Serra Nomuro, pré-candidato da tucanada a presidente.
O PT reagiu, e foi à Justiça pedir punição aos Demos.
Ou seja: fizeram tudo aquilo que condenam quando é o PT quem faz!
O comportamento dos partidos políticos na atual campanha eleitoral, quando se trata de desrespeitar a lei, portanto, é igual.
Todos reclamam, mas todos jogam as regras no lixo.
É o puteiro do puteiro.
A lei dá aos partidos, a cada seis meses, a oportunidade de falar no rádio e na TV sobre atividades das legendas.
Em ano eleitoral, não se encontra uma só usando o benefício de forma correta.
Todos fazem propaganda eleitoral fora do prazo legal - que é o período depois das convenções que homologam as chapas até o dia do primeiro turno da eleição, geralmente de junho a 3 de outubro.
Tudo isso, na minha opinião, é uma grande falha da democracia brasileira.
A começar pelo tempo determinado de campanha: os candidatos precisam fingir que não são candidatos.
De repente, na data certa, a partir do primeiro segundo da madrugada, passam então todos a ser postulantes a um cargo público.
Salvador Dalí adoraria isso!
Essa regra foi inventada pela ditadura militar, já que não interessava naqueles dias o debate eleitoral constante.
Só que agora vivemos num estado democrático, e os políticos são coniventes ao insistirem no modelo, já que podem fugir da mídia e de perguntas sobre temas importantes para os eleitores, com a desculpa de que não são candidatos, como é o caso de Dona Dilma, do Serra Nomuro e da Tia Marina Clorofila, que fogem a meses da Folha de S.Paulo para responder a perguntas, como se são a favor ou não do aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, descriminização das drogas e outros temas igualmente espinhosos.
No caso dos programas partidários semestrais, a lei tem outro componente safado, já que obriga políticos na TV a não demonstrarem interesse pelo poder, por não poder pedir apoio.
Juntando isso tudo,os programas eleitorais disfarçados mostram a putaria avançada no modelo de exposição dos políticos na TV.
O descumprimento da lei continua, assim, sistemático.
E ninguém ousa falar em mudar esse estado de coisas.
Como em 2011 não teremos eleição, lógico, o tema será esquecido.
Voltaremos, todos nós, ao tema em 2012.
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