"A Alegria" - filme brasileiro sobre rebeldia e juventude - é exibido
Os jovens cineastas brasileiros Felipe Bragança e Marina Meliande apresentaram nesta quinta-feira um exuberante conto sobre a juventude atual em busca de novas referências, sem recorrer aos símbolos que guiaram as gerações anteriores.
Foto: divulgação
Cena do filme "A Alegria", de Felipe Bragança e Marina Meliande
"A Alegria", um "ovni" nas palavras dos próprios selecionadores da Quinzena de Realizadores, toma a forma de uma alegoria de tom juvenil, um conto sobre a rebeldia tranquila e determinada, sobre a responsabilidade dos jovens e é, no fundo, uma reinvenção do espírito dos anos 1970 para o século 21.
Bragança e Marina, que dirigiram antes "A Fuga da Mulher Gorila", fazem um relato estruturado em vários planos, e tiveram boa receptividade para sua obra.
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"Armadillo" leva Grande Prêmio da Semana da Crítica
O documentário "Armadillo", do dinamarquês Janus Metz, recebeu nesta quinta-feira o Grande Prêmio da 49ª Semana da Crítica, concedido por votação da imprensa internacional credenciada no Festival de Cannes.
Cena do documentário ''Armadillo'', de Janus Metz
O filme narra a vida em condições extremas de um pelotão de jovens soldados de "Armadillo", base avançada da província afegã de Helmand, e seu combate contra os talibãs.
O documentário suscitou controvérsias na Dinamarca, por conter cenas de soldados que garantem que "liquidaram" cinco talibãs feridos em uma missão.
O filme vietnamita "Bi, dung so!" (Bi, não tenha medo!), de Phan Dang Di, recebeu dois prêmios, o SACD da sociedade de autores e o prêmio apoio ACID/CCAS.
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Diretor de "Identidade Bourne" filma caso real de agente da CIA, com Naomi Watts e Sean Penn
Foi sensacional a entrevista do diretor Doug Liman (de "Identidade Bourne" e “Sr. e Sra. Smith”) sobre “Fair Game” (Jogo Limpo), estrelado por Naomi Watts e Sean Penn, o único filme americano em competição em Cannes.
O diretor não poupou ninguém!
Foto: AFP
O filme reconstitui um episódio que marcou o início da Guerra do Iraque em 2003: Valerie Plame, agente da CIA, teve sua identidade revelada por oficiais da própria Casa Branca.
O motivo da “revanche”: seu marido Joe Wilson, ex-embaixador dos EUA em Níger, escreveu um artigo para o “New York Times” dizendo o que sabia: Níger não tinha a mínima condição de produzir armas nucleares.
Os dois se empenham em revelar à mídia a mentira ideológica de Bush, mas o governo e a mídia os acusam de traidores e agentes duplos.
“Não vejo 'Fair Game’ como um filme político, mas como a história de dois grandes personagens, um casal envolvido numa enorme polêmica. (...) Não estou certo de que quis passar uma opinião forte a respeito do caso. Não é um filme de tribunal. Só quis contar uma história que aconteceu”, declarou.
Nas perguntas sobre as falsas informações do governo americano em relação às armas de destruição em massa, Liman passou a bola para outro filme americano exibido fora de competição em Cannes – o documentário “Countdown to Zero”, de Lucy Walker, no qual a verdadeira Valerie Plame dá um depoimento.
“Até pensamos em trazer Valerie aqui hoje, mas os organizadores do festival nos disseram que não há uma tradição em trazer personagens de livros ou casos no qual um filme é baseado”, desculpou-se.
Depois, Liman deu a entender que sua falta de engajamento politico é culpa do próprio cinema, que não acolhe bem o tema.
“‘A Identidade Bourne' era pra ser uma versão do escândalo Irã-Contras, mas ninguém percebeu isso. Na série ‘The OC’, eu queria tratar de assuntos como a reforma da lei dos imigrantes, mas a Fox me vetou”.
Na ausência de Sean Penn, que ficou nos EUA para depor no Senado sobre sua experiência com as vítimas do Haiti, Naomi Watts, surpreendentemente demonstrando ser pouco articulada, não conseguiu segurar a bola.
“Valerie é uma mulher complexa que tinha um trabalho de grande responsabilidade. Havia muita informação confidencial a respeito dela, e eu quis desvendar todos os seus segredos. É uma mulher muito reservada quando se trata da sua família, que lutou por sua integridade e pra que a verdade viesse à tona”, disse.
“Fair Game” parte de um caso verídico interessante para construir um pequeno drama de casal sobre os perigos de se lutar pela verdade.
Poderia ser melhor se fosse um pouco mais longe na história de Valerie, mas termina justamente quando ela vai depor na Comissão que investigava as ações do governo no Iraque.
Naomi Watts não tem nem a chance de brilhar nessa cena final, na qual o depoimento de Valerie aparece brevemente em imagem de arquivo.
É uma espécie de prólogo para uma história que foi mais longe, e afetou de maneira mais profunda os seus envolvidos.
Mesmo assim, esse eu também quero ver!
Textos base: UOL, AFP, AP
Redação final: Cláudio Nóvoa
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