segunda-feira, 17 de maio de 2010

CANNES: JAVIER BARDEM EM ÓTIMO FILME - TAKESHI KITANO EM FILME MORNO - JOVEM DIRETOR CANADENSE É MUITO BOM

Diretor de "Babel" volta com ótimo "Biutiful",
com Javier Bardem


O diretor mexicano Alejandro González Iñárritu - de “Babel” - , entrou hoje na competição para ganhar, com seu novo filme, “Biutiful”.

Desta vez, ele trocou sua costumeira rencal de personagens por um único protagonista - Javier Bardem, no papel de Uxbal - , um homem que lida com mão-de-obra ilegal, empenha-se em cuidar bem dos dois filhos, vive em conflito com a ex-mulher bipolar, enfrenta a morte iminente e carrega grandes culpas.
Um drama intenso sobre culpa, morte e redenção, com personagem maior que a vida.
Ao contrário de “Babel”, filmado em vários países, ele concentra todos esses temas em uma única cidade, Barcelona.

“Biutiful é o primeiro filme com o qual fiquei totalmente satisfeito.
Antes, eu fazia histórias complicadas para dizer algo simples sobre a vida.
Desta vez, tenho uma história simples que quer dizer algo complexo sobre a existência”.

Fotos: Getty Images
O diretor Alejandro Gonzalez e o Ator Javier Bardem, hoje pela manhã

" Uxbal é um personagem que navega nas ondas de Deus, um pouco como um santo”. É um desafio diferente de tudo o que já fiz, mas que traz de volta os mesmos elementos. É como se eu fosse uma árvore que dá maçãs, ou seja, nunca vou poder fabricar algo que não seja maçãs”.

Para Iñárritu, o espanhol Javier Bardem, com quem trabalha pela primeira vez, é um grande ator intuitivo.
“Com Javier, você precisa pegar no ar o que está se passando. Ele tinha um livro enorme com informações sobre o personagem, mas na hora de filmar usa outro processo”.

Para Bardem, seu personagem Uxbal “é um homem cercado de corrupção e exploração, alguém que não quer perder seu último suspiro de saúde. E esse suspiro é o amor. Ele cultiva a compaixão pelos filhos, os imigrantes, todos à sua volta. Todo o conflito se passa dentro dele”.

Perguntado se prefere os personagens depressivos como Uxbal aos papéis de galã, Bardem brincou:
“Os papéis de Casanova foram há muito tempo, quando eu era mais jovem”, disse, esquecendo seu papel de pintor espanhol em “Vicky Cristina Barcelona”, de Woody Allen.
“A vida é deprimente sim, mas é o que temos. Precisamos fazer o melhor que podemos. ‘Biutiful’ é um filme intenso, mas no qual há sempre uma esperança”.

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"A violência é um prato que estou sempre pronto para preparar", diz Takeshi Kitano

O japonês Takeshi Kitano - vencedor do Leão de Ouro em Veneza com “Hana-Bi – Fogos de Artifício” (1997) -, entrou na Competição com sua nova obra, “Outrage”.

É seu retorno aos filmes de gângster em torno da Yakuza, a máfia japonesa, gênero que não filmava desde “Brother – A Máfia Japonesa em Los Angeles” (2000).

“Me sinto confiante em filmar a violência, é um prato que estou sempre pronto para preparar. Quando faço isso, é com a intenção de fazer a plateia sofrer de verdade. Nunca filmei e jamais vou filmar a violência como se fosse um videogame”.

Kitano protagoniza mesmo cenas muito cruéis - tem uma em que seu personagem se vinga de um chefão da máfia, surpreendido na cadeira do dentista, massacrando sua boca com a broca e espirrando sangue pra todo o lado.

Mas a violência não esconde que o diretor está apenas se repetindo, e mal, segundo se comentou após a exibição.

“Outrage” tem uma direção preguiçosa, personagens caricatos e um enredo como o próprio cineasta já desenvolveu melhor em outras obras.

Segundo quem viu, só está na competição de Cannes pelo grande currículo do cineasta.

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Aos 21, Xavier Dolan dirige o seu segundo longa


Xavier Dolan, diretor canadense de apenas 21 anos tem, segundo as pessoas que viram o seu filme, um grande futuro pela frente no cinema.

Ele é o mesmo que, ano passado, exibiu seu primeiro longa, “Eu Matei Minha Mãe”, e saiu da Quinzena dos Realizadores com três prêmios e teve sessões lotadas na Mostra de São Paulo.
O filme, realmente é muito bom!

Os atores Niels Schneider e Monia Chokri (centro) participam da sessão de fotos para a divulgação do filme "Les amours imaginaires",
do diretor Xavier Dolan, à esquerda, de óculos, ontem

Ator de cinema e TV no Canadá, ele já "recebe um Woody Allen de frente": dirige, escreve e atua como protagonista de seus filmes, e tem a pretensão de dirigir um filme por ano.

Ontem, ele voltou a Cannes com o segundo longa, “Les Amours Imaginaires” (Amores imaginários), exibido ontem na mostra "Um Certo olhar".

A trama gira em torno de Francis (o próprio Dolan) e sua melhor amiga, Marie (Monia Chokri), que conhecem Nicolas (Niels Schneider), um lindo rapaz que chegou do interior, uma versão loira do francês Louis Garrel – ator que faz uma ponta no filme.

Os dois se apaixonam perdidamente por ele e começam uma discreta concorrência pela beldade.

Mas Nicolas, muito carinhoso, parece só querer mesmo a amizade dos dois.
Francis e Marie meregulham de cabeça na paixão, em meio a imagens ultracoloridas e trilha sonora de primeira.

Como diz o prólogo do filme, “não há nada mais real do que os amores imaginários”.

Esse eu quero ver!








O diretor Alejandro Gonzalez Iñárritu posa para foto com o ator Javier Bardem (à direita) na coletiva do filme "Biutiful",

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