Em 1943, os dois irmãos vieram para São Paulo, onde participaram de programas radiofônicos de calouros, sem sucesso.
Do primeiro concurso que ganharam, com a música "Adeus, Campina da Serra", na Rádio Difusora, saiu o nome artístico Tonico e Tinoco.
O primeiro disco foi lançado em 1944, e os primeiros sucessos vieram pouco depois, com "Percorrendo o Meu Brasil", "Cana Verde" e "Canoeiro".
Tinoco formou uma dupla sertaneja ao lado do irmão mais novo, Tonico, nos anos 1930 - a dupla terminou em 1994 com a morte de Tonico, no dia 13 de agosto daquele ano, ao cair da escada do prédio onde morava.
O último show da dupla foi na cidade mato-grossense de Juína, em 7 de agosto de 1994.
Divulgação
A dupla sertaneja Tonico e Tinoco
A primeira apresentação profissional de Tonico e Tinoco foi em 15 de agosto de 1935, ao lado do primo Miguel.
A Dupla Coração do Brasil foi uma das primeira duplas sertanejas.
Seus sucessos mais conhecidos incluem as músicas "Chalana", "Tristeza do Jeca" e "Chico Mineiro", entre outras.
Em 60 anos de carreira, Tonico e Tinoco realizaram cerca de mil gravações, divididas em 83 discos que venderam mais de 150 milhões de cópias, realizando cerca de 40 mil apresentações em toda a carreira.
A dupla ainda ganhou dois prêmios Sharp e participou de seis filmes.
Após a morte de Tonico, Tinoco ainda cumpriu contrato de shows e fez cerca de 30 apresentações sem o irmão.
Posteriormente, seguiria carreira solo ao lado de seu filho, Tinoquinho.
A cantora e apresentadora Inezita Barroso, que na última quarta (2) recebeu Tinoco em seu programa "Viola Minha Viola", falou sobre o colega sertanejo.
"Nunca o vi tão animando. Ele brincou com todo mundo [no programa], falou um monte de bobagem. Estou triste, mas nem tanto, porque ele estava muito alegre", disse ela ao UOL, por telefone.
Ela também comentou a importância de Tinoco ao lado de Tonico para a música brasileira. "Eles abriram a porteira para a música de raiz. Antes era coisa de caipira, mas ele venceram, arrebentaram e continuaram cantando igual até morrer. É o que eu pretendo fazer também. Influenciaram todas as boas duplas sertanejas".
O programa inédito vai ao ar neste domingo (6), às 9h, na TV Cultura.
O repertório da dupla Tonico e Tinoco foi cantado por Divino e Donizete, Duo Glacial, Mazinho Quevedo e Adrielli, Ivan Lobo e Vitor César, além do sanfoneiro Zé Cupido.
Por telefone, Sérgio Reis disse ao UOL que é fã de Tonico e Tinoco desde os 10 anos de idade.
"É um dia difícil para mim porque me tornei o que sou por causa deles. Meu pai me deu uma viola quando eu era criança porque eu ficava ouvindo a dupla no rádio. Consegui ficar amigo deles e hoje a viola está autografada pelos dois e guardada a sete chaves".
Reis também contou que Tinoco iria participar da gravação de seu DVD, no dia 8 de maio.
REPERCUSSÃO
A despedida
Tinoco morreu na madrugada desta sexta-feira (4) após sofrer duas paradas cardíacas. Segundo o filho e empresário do cantor, José Carlos Perillo Perez, o pai teve uma crise respiratória na tarde de quinta-feira, quando foi internado no Hospital Municipal Ignácio de Proença de Gouvêa, na Mooca, zona leste de São Paulo, por volta das 15h.
Segundo os familiares, os médicos afirmaram que, pelos sinais apresentados pelo cantor, ele havia sofrido um enfarte dois dias antes, apesar de não ter sentido sintoma algum em casa.
O velório do músico aconteceu no Cemitério da Quarta Parada, no Belém, zona leste da capital, e o enterro, às 17h no Cemitério da Vila Alpina.
Tinoco se apresentaria na Virada Cultural paulistana às 13h do domingo (6), no palco Arouche.
Em comunicado, a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Cultura lamentaram a morte do cantor, dizendo que o artista contribuiu expressivamente para a história da música sertaneja.
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Com informações da Agência Estado
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