O Festival de Cannes deveria "parar de crescer", afirmou seu presidente Gilles Jacob em entrevista ao jornal "Nice Matin", publicada nesta quinta-feira (24).
Jacob ressaltou, contudo, que a situação é "quase impossível de ser solucionada" e que os artistas fazem apenas o combinado.
"Teria que parar de crescer, para não se tornar um incômodo. Cannes é a cidade mais bonita que recebe um festival de cinema, mas precisa continuar a ser um prazer, não uma restrição", declarou.
"Ao mesmo tempo, cada vez mais pessoas e meios de comunicação querem vir, não podemos proibi-los. É quase impossível de se solucionar", observou Jacob, que, como o responsável geral Thierry Fremaux, foi reconduzido para mais um mandato de três anos - até 2014.
Franck Fife/AFP
Presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, posa com cartaz da edição de 2012 - que homenageia a Diva Marilyn Monroe - ao fundo (16/5/12)
"Anteriormente, Kirk Douglas jogava futebol com os jornalistas e víamos as celebridades atravessando a Croisette para chegar à praia", acrescentou Gilles Jacob.
"Para o público, a magia está intacta (...), mas hoje há todo um ambiente ao redor, agentes, gerentes, empresários, e os atores se movem em limusines de vidros escuros", lamenta o presidente do Festival de Cannes.
"Quando eles descem as escadas, alguns conversam com as pessoas, outros não. Muitos fazem apenas o que foi combinado, passam um dia curto com a imprensa, e vão embora. É quase uma fábrica. Falta humanidade", afirma.
Pois é Monsier Gilles: é o modo americano de viver cinema que o senhor mesmo importou para Cannes e que agora o senhor mesmo acha que é ruim.
Mas ainda há tempo: faça como Berlim, que reinventa seu festival ano a ano.
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