sábado, 5 de maio de 2012

'ANJOS DA LEI': CONFIRA ENTREVISTAS COM OS PROTAGONISTAS JONAH HILL E CHANNING TATUM


Vinte e cinco anos após a exibição da série que virou cult e catapultou Johnny Depp ao estrelato, "Anjos da Lei" chegou aos cinemas brasileiros ontem, protagonizado por novos astros do cinema americano - Channing Tatum e Jonah Hill - e dirigido pela dupla Phil Lord e Chris Miller.

Como na série original - produzida entre 1987 e 1991 pela Fox, que passou os direitos para a Columbia realizar o filme -, "Anjos da Lei" mostra a ação de uma equipe de jovens policiais que aparentam menos idade do que tem para, infiltrados em escolas, investigar a delinquência juvenil.

O filme não retoma o princípio de grupo como na série, e concentra-se numa dupla de policiais que é enviada para uma última missão, em uma escola onde uma nova droga começa a causar sérios problemas.

Para Schmidt - interpretado por Jonah Hill - a volta para o colégio reaviva lembranças dolorosas da época em que era o saco de pancada de Jenko - Channing Tatum -,hoje seu parceiro.
Este último, ao contrário, vê nesta missão a oportunidade de renovar os anos em que era o "rei" da escola - mas os anos passaram, os jovens mudaram e nada acontece como previsto.

"Eu não me lembro de ter acompanhado a série", declarou Jonah Hill à AFP.
"Eu tive minhas próprias ideias dos papéis, que são apenas dois policiais que acham que sabem de tudo, mas que não conhecem nada".

"Nós nos damos muito bem, eu e o Channing. Foi realmente muita sorte nos darmos tão bem. Nós nos tornamos como irmãos. Ele é um grande cara", acrescentou o ator.
Divulgação
Jonah hill - esquerda e Channing Tatum, em cena de "Anjos da Lei"

Para Channing Tatum,31 anos e uma das estrelas em ascensão de Hollywood, "Anjos da Lei" marca sua primeira incursão na comédia.

Até então, esteve envolvido em filmes românticos como "Querido John" e "Ela é o cara", o blockbuster "GI Joe - A origem de Cobra" e vários filmes independentes.
Onipresente nas telas em 2011 e 2012, voltaremos a vê-lo neste ano em "Magic Mike", de Stephen Soderberg - onde viverá um stripper, profissão que realmente teve na Flórida - e "G.I Joe".

Para Hill, no entanto, a comédia é um terreno familiar: ao lado de Judd Apatow, o rei da comédia americana "trash", participou de sucessos "O Virgem de 40 anos" e "Super Bad - é Hoje".

Em "Anjos da Lei", ele, além de atuar, foi roteirista e produtor, mas isso não o impede de querer virar a página da comédia e se concentrar mais em filmes dramáticos - seu papel no "filme sério", "Monneyball - O homem que mudou o jogou", com Brad Pitt, rendeu-lhe uma série de indicações a prêmios de Hollywood nesta temporada, incluindo o Globo de Ouro e o Oscar.

"Quero ir mais longe em papéis dramáticos, estar em perigo, trabalhar mais este gênero", disse.
"Eu realmente gostei de estar em 'Monneyball', agora eu quero mais. Eu fiz um monte de comédias e já não tenho a impressão de fazer algo novo", acrescentou.

Será que Hollywood, que adorar rotular, vai deixá-lo buscar novos horizontes?

"Esta é a vantagem de ser indicado a um Oscar", explicou.
"Isso me abriu muitas portas novas. Tenho muita sorte".

“Anjos da Lei” está de volta, mas não foi só o formato que mudou: o que era um drama policial na telinha chega à tela grande como uma comédia de ação de humor escrachado.

Seja pela nostalgia dos antigos fãs do programa ou pela boa química entre os novos protagonistas, o longa surpreendeu nas bilheterias americanas – estreou em primeiro lugar no dia 16 de março e já arrecadou US$ 143,4 milhões em todo o mundo, mais de três vezes o valor da produção (US$ 42 milhões).

Além de buscar inspiração na trama original, “Anjos da Lei” traz outra homenagem à série: Johnny Depp, que interpretava um dos policiais, faz uma pequena participação, ao lado de Peter DeLuise, seu parceiro no programa.

Conseguir sua participação não foi fácil, contam os atores.
“Eu liguei para ela [a agente de Depp] todos os dias. Eu dizia: ‘O que ele está fazendo hoje? Eu lavo o carro dele! Eu sequestro os filhos dele!”, contou Channing durante conversa com jornalistas em um evento organizado pela Sony em Cancun, no México.
“A gente cercou ele por todos os lados e imploramos a ele”, diz Jonah.

“Escrevemos o papel para ele, enviamos e o encontramos em uma festa, com o Channing. Nós três tomamos uma dose de tequila e decidimos ir falar com ele para tentar convencê-lo a fazer o filme. Channing ficou com medo e nos largou. Sentamos para conversar com ele e foi quando Johnny disse ‘quero fazer com o Peter [DeLuise]’. E começou a dizer coisas como ‘eu também quero usar um turbante e comer um pote de manteiga de amendoim’. Acho que ele estava testando a gente. Deixamos ele comer a manteiga de amendoim, mas não usamos a ideia do turbante”, conta o cineasta Phill Lord - da animação “Tá Chovendo Hambúrguer” - que codirigiu o filme com Chris Miller.
Sony
Phill Lord e Chris Miller, na premiére de "Anjos da Lei" em LA

Depp filmou durante apenas um dia – um dos mais longos, na opinião do diretor.
“Johnny é uma estrela de verdade. Era proibido fumar no set – com exceção do Johnny. Mas o trailer dele não tem cheiro de fumaça! Não sei que tipo de filtro ele usa para colocar em todos os quartos de hotel no mundo todo”, diz.

Jonah conta que a história de dois agentes novatos que têm que se infiltrar entre estudantes de uma escola de Ensino Médio para investigar o surgimento de uma nova droga sempre lhe pareceu apropriada para uma comédia de ação.

“Eu realmente me conectei com a ideia de reviver a parte mais importante da sua juventude como adulto, achar que você tem todas as respostas e perceber que não tem. Quando pensei que tipo de filme seria melhor, pensei em comédias de ação como ‘Os Bad Boys’. Se misturássemos ‘Os Bad Boys’ com os filmes de John Hughes [‘Curtindo a Vida Adoidado’], como seria? E esse era o tom que procurávamos”, diz.

“Foi uma jogada arriscada. Porque não queríamos fazer uma paródia completa, mas, se você assiste à série, tem um elemento de exagero, e não dá para levar tão a sério a ponto de parecer que você não está pegando o que era engraçado sobre o programa. E também tem muita comédia intencional na série. Achamos que estava dentro do espírito do programa fazer uma comédia”, conta Phill.

Vestidos de policiais – figurino inspirado em seus personagens no filme – Jonah e Channing não conseguiram conter as piadas, e não pouparam nem Phil Lord, que conversava com outro grupo, na mesma sala.
“Vamos deixá-los bem desconfortáveis e escutar a conversa deles. Vamos ficar bem quietos e todo mundo olha para lá”, pediu Jonah.
“Com licença, com licença”, interrompeu Channing.
“Vocês podem falar um pouco mais baixo?”.

“Vou receber uma multa por isso?”, respondeu Lord, entrando na brincadeira.

Outro momento em que Jonah não conseguiu se conter foi ao ficar sabendo qual era o título da série no Brasil - no original, chama-se “21 Jump Street”.
“‘Anjos da Lei’? Phill, no Brasil ‘21 Jump Street’ se chama ‘Anjos da Lei’!”, gritou o ator para o cineasta, do outro lado da sala.
“Isso é ótimo! É muito bom! Eles tinham asas?”, brincou.

Jonah conta que sua experiência com o colégio está toda no filme.
“Todos os meus momentos estranhos no colegial estão nesse filme. É por isso que acabei escrevendo-o. As fotos na casa dos pais são fotos reais minhas. Parecer com o Eminen e descolorir meu cabelo, tudo isso é real, infelizmente. Você vive, e cresce, e amadurece”, completou rindo.

A experiência de Channing parece ter sido um pouco diferente.
“Todo mundo se divertia junto. Eu era atleta. Então, se alguém tirasse sarro de mim, eu simplesmente dava uma surra”.

Mais conhecido por filmes de ação e dramas, como, Channing diz que se apoiou em Jonah para fazer comédia.
“Ele acreditava que eu conseguiria. Eu disse que se eu não fosse engraçado, colocaria a culpa toda nele”. “E me machucaria fisicamente. Mas o filme é um sucesso, então estou a salvo”, completou Jonah, rindo.

Ao ser lembrado de que já foi considerado o “novo Brad Pitt”, Channing dispensou a comparação.
“Essa foi a maior piada do dia”, disse.

“Tenho certeza de que ele negou”, disse Phill.
“Mas acho que ele pode fazer qualquer coisa que desejar. Não é rasgação de seda. Acho que ele é um ator muito talentoso. Suas ambições são as ambições certas. Acho que ele está menos interessado em ser famoso do que em fazer bons filmes. Ele trabalha muito duro. Há poucas pessoas que conseguem ficar bem na tela e transmitir calor humano. Ele é bom porque ele é uma pessoa boa”, opina o diretor.

Jonah Hill já está trabalhando no roteiro da sequência de “Anjos da Lei” com Michael Bacall  - as filmagens devem começar em 2013.
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Com UOL, France Presse e AFP

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