É como se o próprio James Bond estivesse encarregado de guardar os segredos de “007 - Operação Skyfall”, o 23º longa-metragem com o agente secreto mais famoso de todos os tempos e que marca o 50º aniversário da franquia nas telonas.
Com as filmagens ainda em andamento na cidade de Istambul, na Turquia - onde a produção ainda fica por mais um mês - o diretor Sam Mendes, a produtora Barbara Broccoli e os atores Daniel Craig , Naomie Harris , Bérénice Marlohe e Ola Rapace fizeram o possível para manter o mistério do filme que estreia em outubro no Reino Unido e em novembro no Brasil.
Sam Mendes citou dois livros do agente 007 escritos por Ian Fleming como muito inspiradores para “007 - Operação Skyfall”: “O Homem do Revólver de Ouro” (1965) e “A Morte no Japão” (1966).
“Muitas coisas dessas duas obras ficaram de fora, porque a franquia estava mais interessada no glamour e nas mulheres”, disse.
“Bond estava envelhecendo e ficando mais consciente de sua falibilidade.”
Filmes como “Batman - O Cavaleiro das Trevas” ajudaram a franquia de 007 porque mostraram que retratar um lado sombrio não significa desastre comercial.
“Na época de Roger Moore, era como se Bond não andasse no nosso mundo. Ao mesmo tempo, Bond não é Bourne”, enfatizou Mendes.
Quando indagado se assuntos correntes, como o terrorismo, seriam abordados, o diretor disse:
“Você tem de ver que ele não vive num mundo real. Mas também não está num universo paralelo. É preciso capturar a essência do que está atemorizando as pessoas e incluir de uma maneira que não tenha uma cara ou nome específicos”.
Um detalhe contado pelo diretor: o Aston Martin DB5 - a máquina mais famosa usada por 007 volta, como homenagem a “007 Contra Goldfinger” (1964) e por uma razão específica na história que, claro, o cineasta não quis revelar.
Várias outras referências a filmes da série oficial serão espalhadas por “007 - Operação Skyfall” e o melhor em falar pouco foi o próprio Daniel Craig, que vive pela terceira vez James Bond nas telonas e que até daria um bom agente secreto.
Foi ele quem perguntou a Sam Mendes sobre seu interesse em dirigir o filme, o que não significa que o longa tenha uma pegada mais artística, típica de um cineasta vencedor de Oscar - por “Beleza Americana”.
“Não está sendo feito de forma artística, só queremos fazer um filme muito bom. Para mim, os bons filmes são artísticos. É uma questão de juntar a melhor quantidade de talentos que pudermos”, disse Craig.
“Não é artístico no sentido de que não haverá cenas de 20 minutos em silêncio”, brincou.
Divulgação - Eon Productions
Da esquerda para a direita: Naomie Harris, Daniel Craig, Bérénice Marlohe e Ola Rapace durante a apresentação de "007 - Operação Skyfall" em Istambul, Turquia (29/4/12)
Bérénice Marlohe ainda acrescentou que ter um diretor como Sam Mendes traz tudo o que é preciso num filme de James Bond, acrescido de um “foco nos relacionamentos”.
Foi Daniel Craig também quem convidou o ator espanhol Javier Bardem para ser o vilão Silva.
“É meu ator favorito”, afirmou o ator inglês.
Aqui e ali, porém, os outros envolvidos deixaram escapar algumas coisinhas: na sequência de abertura, antes dos créditos, Patrice está sendo perseguido em Istambul por Bond e Eve, num Land Rover, porque tem algo que os agentes secretos querem e é Eve e não Bond quem está ao volante.
“Usamos carros, motos e trem”, disse Naomie Harris, atriz que interpreta Eve e que conta que já faz um mês e meio que estão rodando a sequência e há mais 30 dias em vista.
“Muita coisa acontece, é o 50º aniversário, então tem de ser enorme! Vai ser maior, mais excitante e dramática do que as sequências de abertura anteriores”, completou a atriz.
Confira Naomie Harris, Daniel Craig e Sam Mendes em ação em Istambul:
Sobre sua personagem, Harris ainda afirmou que se trata de “uma agente júnior que admira Bond e quer ser como ele”.
Por isso mesmo, rejeita o rótulo de Bond girl.
“Nem sei se o termo se aplica mais ou se são apenas personagens.”
Harris não assinou contrato para outros filmes, não sabe se sua personagem vai voltar e contou “ser questionável” se Eve e Bond permanecem um time até o final de “007 - Operação Skyfall”.
Sobre um romance entre os dois espiões, ela disse apenas: “talvez”.
Bérénice Marlohe deixou no ar se sua personagem está do lado dos mocinhos ou dos vilões.
“Nós usamos o termo: glamorosa enigmática”, disse a atriz, que aprendeu a atirar apenas para sua satisfação pessoal, não porque o papel exigisse.
A nacionalidade de sua personagem é um mistério.
“Não é francesa!”, contou.
Indagada se é brasileira, soltou: “Hum! Você vai ver! Mas ela tem uma nacionalidade”.
Confirmou, porém, que Séverine tem ligações com Silva - Javier Bardem -, o grande vilão do filme.
“E também com vários outros homens”, afirmou.
Já o ator Ola Rapace contou que Patrice gosta do que faz: matar.
Quando um jornalista perguntou se seu personagem tinha relação com Silva, o sueco respondeu:
“Na minha cabeça, sim”.
Antes de conseguir o papel, ele passou por vários testes, para os produtores e o diretor saberem se tinha condições de aprender as coreografias de lutas e a manejar motos e carros – quem o ensinou a dirigir no filme foi Ben Collins, conhecido pelo programa “Top Gear”.
Na trama, a lealdade de James Bond à chefe do serviço secreto "M" - novamente interpretada por Dame Judi Dench - é testada, enquanto o agente precisa enfrentar uma nova ameaça comandada pelo enigmático Raoul Silva - Bardem.
Além dos acima citados, o longa que comemora os 50 anos de James Bond nas telonas conta também no elenco com Ben Whishaw, Albert Finney e Ralph Fiennes e tem estreia prevista para 2 de novembro próximo nas telonas brasileiras.
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