Apesar do tributo ao cinema brasileiro e de uma presença maior de obras latinas, a 62ª edição do festival de Cannes mantém a tendência dos últimos anos - de predomínio de longas americanos na competição.
São seis produções dos Estados Unidos disputando a Palma de Ouro, entre elas, "Moonrise Kingdom", de Wes Anderson.
"Na Estrada", nova produção de Walter Salles, entra nessa conta por ser co-produção daquele país e ter como principal produtor o cineasta Francis Ford Coppola.
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Kristen Stewart, em cena de "Na estrada"
Há outros três longas americanos com boas perspectivas no festival: Lee Daniels, diretor do premiado "Preciosa - Uma História de Esperança", chega a Cannes com seu segundo filme, "The Paperboy", estrelado por Nicole Kidman, Zac Efron e Matthew McConaughey.
Jeff Nichols, celebrado em 2011 com o independente "O Abrigo", exibirá "The Mud", produção sob grande expectativa e o neo-zelandês Andrew Dominik apresentará "Killing them Softly", seu terceiro longa-metragem, o segundo em parceria com o ator Brad Pitt - o diretor promete uma releitura dos filme de máfia.
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Robert pattinson, em cena de "Cosmópolis", de David Cronenberg
Robert Pattinson e Kristen Stewart são dois novos astros a disputar atenção no tapete vermelho de Cannes este ano, e ambos estão em filmes muito bem cotados: ela é protagonista de "Na Estrada", adaptação do livro de Jack Kerouac que relata uma viagem pelos Estados Unidos no fim dos anos 40, repleta de drogas, sexo, álcool, e Pattinson estrela o aguardado "Cosmópolis", do canadense David Cronenberg, que trata do universo financeiro de Nova York.
A América Latina aspira à Palma de Ouro - prêmio máximo em Cannes - com "Post Tenebras Lux", de Carlos Reygadas, e que não é o único mexicano na disputa oficial, já que também estará presente o jovem realizador Michel Franco, com "Después de Lucía", filme que será apresentado na seleção oficial Um Certo Olhar, que exibirá também filmes de Colômbia, Argentina e Cuba.
Na mesma mostra, a Argentina estará presente com "Elefante Blanco", de Pablo Trapero - com Ricardo Darín - e a seleção inclui também "7 días en la Habana" - que retrata essa cidade vista por sete diretores diferentes: o mexicano Benicio del Toro, o espanhol Julio Medem, os argentinos Pablo Trapero e Gaspar Noé, o cubano Juan Carlos Tabío e o palestino Elía Suleiman.
Três anos após o Grande Prêmio do Júri ter coroado "O Profeta", o diretor francês Jacques Audiard competirá pela Palma de Ouro com "De Rouille et d'os", com Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts, adaptado de dois romances da coleção de Craig Davidson, relançados para a ocasião e que narram a história de um amor atormentado.
Dos seis filmes franceses na disputa, outro destaque é "Vous n'avez Encore Rien Vu", do quase nonagenário Alain Resnais, que volta a Cannes com uma releitura de Eurídice estrelada por Mathieu Amalric, Sabine Azema e Pierre Arditi.
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Cena de "Vous n'avez Encore Rien Vu": Alain Resnais de volta a Cannes
Entre os favoritos, há ex-ganhadores da Palma de Ouro: o austríaco Michael Haneke, com "Amour"; o iraniano Abbas Kiarostami, que apresenta o longa "Like Someone in Love"; o britânico Ken Loach, com "The Angels' Share"; e o romeno Cristian Mungiu com o seu "Dupa Dealuri".
O cinema do Brasil será o principal homenageado - como convidado de honra - no festival.
O cineasta Nelson Pereira dos Santos, de 84 anos, será homenageado numa sessão especial em que será exibido o seu mais recente filme, "A Música Segundo Tom Jobim".
O documentário musical é uma homenagem a Jobim, o criador da bossa nova, através da montagem de uma série de videos com canções do compositor.
Também serão exibidos três filmes brasileiros clássicos: "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho; "A Ópera do Malandro", de Ruy Guerra e "Xica da Silva", de Cacá Diegues, que presidirá o júri da Caméra d'or, prémio destinado a incentivar a jovem criação.
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