Desde a sua pré produção, ''Um Lugar ao Sol'' foi feito para se tornar um clássico. E se tornou.
A Paramount chegou a atrasar seu lançamento nos cinemas à época, para que tivesse mais chances de ganhar o Oscar de melhor filme.
Divulgação: Paramount Pictures
Capa do DVD
Se não levou a estatueta de "best Movie" - perdeu para o musical ''Sinfonia em Paris'' - ganhou outras seis, entre eles o de melhor diretor para George Stevens e o de melhor roteiro.
Estrelado por Elizabeth Taylor - em seu primeiro papel adulto - e Montgomery Clift - que um crítico sério, Andrew Sarris, chamou de ''o mais belo casal da história do cinema'' - o filme marcou época por ter um dos beijos mais famosos do cinema, visto num plano muito próximo em que as bocas não são mostradas.
Até hoje é uma cena e tanto.
Essa produção é uma refilmagem - a primeira versão é de 1931 - e também foi baseada no romance ''Uma Tragédia Americana'', de Theodore Dreiser - inspirado num crime ocorrido nos primeiros anos do século 20.
Como a primeira versão tinha ido muito mal nas bilheterias, a Paramount não queria bancar a produção.
O diretor Stevens, que era contratado do estúdio, processou os patrões para conseguir realizá-la.
Assim como o livro - que pretendia ser um retrato naturalista do lado escuro da mobilidade social norte-american - , o filme também tinha grandes ambições, apesar de uma história muito simples.
O personagem central, George Eastman (Clift), jovem interiorano sem muito estudo, procura emprego na fábrica do tio milionário e se destaca pela vitalidade, vislumbrando um futuro próspero.
Em pouco tempo, ele se vê ao mesmo tempo namorando uma colega operária, Al (Shelley Winters), e uma jovem da alta sociedade, Angela (Taylor).
O namoro com Al é secreto, até porque fere as normas da fábrica, mas uma gravidez põe George contra a parede.
Ele então decide cometer um crime para que as coisas fiquem como quer.
Montgomery Clift foi um soberbo ator.
Um dos homens mais bonitos das telonas em todos os tempos, pessoalmente era louco de pedra e lutava o tempo todo contra sua homossexualidade.
Após um acidente de automóvel, teve seu belo rosto destruído e, a partir daí, sua vida e carreira desceram ladeira abaixo.
Morreu em 23 de julho de 1966, por complicações de saúde devido à sua dependência de álcool e drogas, em seu apartamento em Nova York. Tinha 45 anos de idade.
Shelley Winters foi uma das melhores atrizes da era dourada de Hollywood.
Participou de muitos filmaços, era dona de uma presença magnética na telona, e na telinha, fez uma das melhores vilãs do icônico seriado "Batman" (1966-1968), interpretando a "Mãe Parker".
Em "O Diário de Anne Frank - The Diary of Anne Frank" (1959), novamente dirigida por George Stevens, recebeu o Oscar de "Melhor Atriz Coadjuvante".
O segundo Oscar veio com "Quando só o coração vê - A Patch of Blue" (1965), dirigido por Guy Green.
Foi casada com o grande ator italiano Vitório Gassman. Morreu aos 85 anos, em 14 de janeiro de 2006,em sua casa em Beverly Hills, Califórnia.
Elizabeth Taylor é, atualmente, uma das últimas Divas hollywoodinas ainda vivas - As outras são Lauren Bacall e Vivien Leigh.
Nesse filme, ela, que começou a filmar criança coadjuvando a cadela "Lassie", dá um show de interpretação, e , para mim, é a melhor coisa do filme.
Ganhadora de dois oscars - por Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1967) e
Disque Butterfield 8 (1961), ela sempre foi considerada a melhor amiga que um gay pode ter na terra do cinema - foi amiga e confidente de Clift, Rock Hudson, Tyrone Power, James Dean Michael jackson e Cesar Romero, entre outros.
Aos 78 anos, acaba de anunciar o seu sétimo casamento!
Tudo é filmado com grande ênfase, embora sem muita coerência.
Só nos extras do DVD, é que vemos que Stevens rodava cada cena em numerosos ângulos diferentes.
O ambiente dos ricos é de uma superficialidade tão divertida quanto previsível.
As duas mulheres são retratadas em extremos: Elizabeth Taylor é etérea, elegante, parcimoniosa; Shelley Winters é carnal, irritante e disponível.
E o julgamento no final não tem interesse, já começa com o resultado pronto.
O filme envelheceu, tanto quanto o romance de Dreiser.
Mas vê-lo, ou revê-lo, ainda é uma beleza - fotografia e figurinos também ganharam o Oscar.
O DVD traz, além do trailer original, um curto documentário - muito bom! - sobre o diretor, além de oito depoimentos de outros cineastas - como Frank Capra, Joseph L. Mankiewicz e Fred Zinneman - que trabalharam com ele.
O Gênio Capra é quem dá o melhor depoimento: ''Odiei vê-lo abandonar as comédias pelas outras coisas que ele faz mais tarde, as coisas mais sérias. Eram boas, mas eram sérias.''
Entre as grandes comédias que Stevens dirigiu na primeira metade da carreira estão ''A Mulher que Soube Amar'' - ''Alice Adams'', 1935 - , ''A Mulher do Dia'' - ''Woman of the Year'', 1942 - , ''E a Vida Continua'' - ''The Talk of the Town'', 1942 - e ''Original Pecado'' - ''The More the Merrier'', 1943.
Todas muito boas.
UM LUGAR AO SOL - "A PLACE IN THE SUN"
EUA, 1951
Cor: 120 min
Estúdio: Paramount Pictures
Elenco Principal: Elizabeth Taylor, Montgomery Clift e Shelley Winters
Classificação do Klau:
A Paramount chegou a atrasar seu lançamento nos cinemas à época, para que tivesse mais chances de ganhar o Oscar de melhor filme.
Divulgação: Paramount Pictures
Capa do DVD
Se não levou a estatueta de "best Movie" - perdeu para o musical ''Sinfonia em Paris'' - ganhou outras seis, entre eles o de melhor diretor para George Stevens e o de melhor roteiro.
Estrelado por Elizabeth Taylor - em seu primeiro papel adulto - e Montgomery Clift - que um crítico sério, Andrew Sarris, chamou de ''o mais belo casal da história do cinema'' - o filme marcou época por ter um dos beijos mais famosos do cinema, visto num plano muito próximo em que as bocas não são mostradas.
Até hoje é uma cena e tanto.
Essa produção é uma refilmagem - a primeira versão é de 1931 - e também foi baseada no romance ''Uma Tragédia Americana'', de Theodore Dreiser - inspirado num crime ocorrido nos primeiros anos do século 20.
Como a primeira versão tinha ido muito mal nas bilheterias, a Paramount não queria bancar a produção.
O diretor Stevens, que era contratado do estúdio, processou os patrões para conseguir realizá-la.
Assim como o livro - que pretendia ser um retrato naturalista do lado escuro da mobilidade social norte-american - , o filme também tinha grandes ambições, apesar de uma história muito simples.
O personagem central, George Eastman (Clift), jovem interiorano sem muito estudo, procura emprego na fábrica do tio milionário e se destaca pela vitalidade, vislumbrando um futuro próspero.
Em pouco tempo, ele se vê ao mesmo tempo namorando uma colega operária, Al (Shelley Winters), e uma jovem da alta sociedade, Angela (Taylor).
O namoro com Al é secreto, até porque fere as normas da fábrica, mas uma gravidez põe George contra a parede.
Ele então decide cometer um crime para que as coisas fiquem como quer.
Montgomery Clift foi um soberbo ator.
Um dos homens mais bonitos das telonas em todos os tempos, pessoalmente era louco de pedra e lutava o tempo todo contra sua homossexualidade.
Após um acidente de automóvel, teve seu belo rosto destruído e, a partir daí, sua vida e carreira desceram ladeira abaixo.
Morreu em 23 de julho de 1966, por complicações de saúde devido à sua dependência de álcool e drogas, em seu apartamento em Nova York. Tinha 45 anos de idade.
Shelley Winters foi uma das melhores atrizes da era dourada de Hollywood.
Participou de muitos filmaços, era dona de uma presença magnética na telona, e na telinha, fez uma das melhores vilãs do icônico seriado "Batman" (1966-1968), interpretando a "Mãe Parker".
Em "O Diário de Anne Frank - The Diary of Anne Frank" (1959), novamente dirigida por George Stevens, recebeu o Oscar de "Melhor Atriz Coadjuvante".
O segundo Oscar veio com "Quando só o coração vê - A Patch of Blue" (1965), dirigido por Guy Green.
Foi casada com o grande ator italiano Vitório Gassman. Morreu aos 85 anos, em 14 de janeiro de 2006,em sua casa em Beverly Hills, Califórnia.
Elizabeth Taylor é, atualmente, uma das últimas Divas hollywoodinas ainda vivas - As outras são Lauren Bacall e Vivien Leigh.
Nesse filme, ela, que começou a filmar criança coadjuvando a cadela "Lassie", dá um show de interpretação, e , para mim, é a melhor coisa do filme.
Ganhadora de dois oscars - por Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1967) e
Disque Butterfield 8 (1961), ela sempre foi considerada a melhor amiga que um gay pode ter na terra do cinema - foi amiga e confidente de Clift, Rock Hudson, Tyrone Power, James Dean Michael jackson e Cesar Romero, entre outros.
Aos 78 anos, acaba de anunciar o seu sétimo casamento!
Tudo é filmado com grande ênfase, embora sem muita coerência.
Só nos extras do DVD, é que vemos que Stevens rodava cada cena em numerosos ângulos diferentes.
O ambiente dos ricos é de uma superficialidade tão divertida quanto previsível.
As duas mulheres são retratadas em extremos: Elizabeth Taylor é etérea, elegante, parcimoniosa; Shelley Winters é carnal, irritante e disponível.
E o julgamento no final não tem interesse, já começa com o resultado pronto.
O filme envelheceu, tanto quanto o romance de Dreiser.
Mas vê-lo, ou revê-lo, ainda é uma beleza - fotografia e figurinos também ganharam o Oscar.
O DVD traz, além do trailer original, um curto documentário - muito bom! - sobre o diretor, além de oito depoimentos de outros cineastas - como Frank Capra, Joseph L. Mankiewicz e Fred Zinneman - que trabalharam com ele.
O Gênio Capra é quem dá o melhor depoimento: ''Odiei vê-lo abandonar as comédias pelas outras coisas que ele faz mais tarde, as coisas mais sérias. Eram boas, mas eram sérias.''
Entre as grandes comédias que Stevens dirigiu na primeira metade da carreira estão ''A Mulher que Soube Amar'' - ''Alice Adams'', 1935 - , ''A Mulher do Dia'' - ''Woman of the Year'', 1942 - , ''E a Vida Continua'' - ''The Talk of the Town'', 1942 - e ''Original Pecado'' - ''The More the Merrier'', 1943.
Todas muito boas.
UM LUGAR AO SOL - "A PLACE IN THE SUN"
EUA, 1951
Cor: 120 min
Estúdio: Paramount Pictures
Elenco Principal: Elizabeth Taylor, Montgomery Clift e Shelley Winters
Classificação do Klau:
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