quinta-feira, 29 de abril de 2010

FESTIVAL DE CINEMA TRIBECA TEM "SHREK" ,FILMES ONLINE E FILME BRASILEIRO COM HISTÓRIA SURPREENDENTE

Conhecido defensor dos cineastas independentes, o Festival de Cinema Tribeca está entrando em nova sintonia, voltada ao futuro do cinema, como mostrou com "Shrek" em 3D e exibições de filmes online para o público da Internet.

O festival começou em 21 de abril último, como a animação "Shrek para Sempre" - o primeiro filme em 3D exibido pelo Tribeca - e continua com 11 dias de cinema e estrelas, como Renee Zellweger e Colin Farrell desfilando pelo seu tapete vermelho, no centro de Manhattan.

O festival foi co-fundado pelo ator Robert De Niro após os ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center, com o claro objetivo de atrair pessoas a Nova York outra vez.
Desde então, tornou-se uma destacada plataforma de lançamento de filmes independentes e documentários mundiais.

Divulgação
Cena do último filme da série "Shrek"

Para a edição 2010, os organizadores continuaram a ampliar o festival para além da arena independente, abrangendo também filmes com orçamentos maiores, além de abrir uma porta virtual a vários filmes para que outros públicos - norte-americanos ou não - possam assistir a eles online.

Ao todo, o festival terá 85 longas-metragens, incluindo 55 longas narrativos e 30 documentários, e 47 curtas. Doze filmes narrativos e 12 documentários vão concorrer a prêmios em dinheiro no valor de 100 mil dólares.

"Shrek" trará Cameron Diaz, Mike Myers e Eddie Murphy, que fazem, respectivamente, as vozes de Fiona, do ogro verde e do Burro.
Renee Zellweger e Forest Whitaker protagonizam "My Own Love Song'', do diretor francês Olivier Dahan. Colin Farrell está em "Ondine", de Neil Jordan, e "Get Low" tem Robert Duvall e Sissy Spacek.

Mesmo os documentários a serem exibidos incluem alguns grandes nomes.
"Last Play at Shea" combina uma história sobre o cantor Billy Joel com os altos e baixos do time de beisebol New York Mets, e o rapper Ice Cube vai comparecer para divulgar seu filme "Straight Outta L.A."

"Freakonomics" é adaptado do livro best-seller do mesmo título e co-dirigido por Morgan Spurlock ("Super Size Me") e o premiado com o Oscar Alex Gibney, que também vai exibir dois outros filmes, "My Trip to Al Qaeda" e uma obra em progresso, sem título, sobre a vida e morte do ex-governador de Nova York Eliot Spitzer.

Este ano os cinéfilos que não puderem ir a Manhattan poderão pagar 45 dólares por um passe virtual com o qual poderão assistir a oito longas e 18 curtas online, e, ao mesmo tempo, comentar os filmes em um espaço de bate-papo virtual.

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Único filme brasileiro, "Elvis e Madona" leva diversidade ao Festival

Divulgação
Igor Cotrim e Simone Spoladore, em cena de "Elvis e Madona"

Elvis e Madona vão tomar Nova York nesta semana. Não, não se trata dos dois ícones pop.

Na verdade, os astros emprestam seus nomes aos protagonistas da comédia dramática “Elvis & Madona”, do carioca Marcelo Laffitte, que estreou no Festival de Tribeca e será exibido durante a semana que vem.

Para o diretor, apresentar o filme nos Estados Unidos é como fechar um ciclo que começou no final dos anos de 1990, quando ele apresentava seu curta “Vox Populi” no Festival de Miami, e viu algo muito inusitado num programa de televisão local. “Era uma briga entre um rapaz e seu pai travesti que, depois de uma ausência de anos, voltou para casa e rouba a mulher do filho”. Dessa história, Laffitte, que também assina o roteiro, tirou a premissa de “Elvis & Madona” que, na verdade, guarda pouca semelhança com o episódio apresentado na televisão.

“O que eu tirei daquela briga entre pai e filho foi que qualquer um pode se envolver com qualquer outro. Hoje em dia pode haver qualquer tipo de relação”, disse o diretor , pouco antes de ir para Nova York, onde apresentou o filme no Festival ao lado de Igor Cotrim, que faz o travesti Madonna - que vive um amor com a lésbica Elvis, interpretada por Simone Spoladore.

O que guiou Laffitte na construção da trama de seu primeiro longa ficcional foram as relações humanas. “Todo mundo está em busca de ser feliz, realizar os sonhos, ter alegrias. Às vezes erram, às vezes acertam. Nesse processo, é preciso ser maleável.”. O longa estreou no Festival Mix Brasil no ano passado e foi apresentado no FestNatal-2009, no qual levou os prêmios de melhor filme, roteiro, direção, música, ator e ator coadjuvante.

Laffitte conta que com “Elvis & Madona” pretende mostrar um outro olhar sobre o universo GLS. “Não é porque Madona é uma travesti que a gente tem que mostrá-lo só apanhando, sofrendo. Ela também tem o direito de sonhar. Mas, claro, não podemos fugir dos problemas da vida real e fazer um filme fantasioso”.

Se alguém se espanta quando Laffitte conta que seu filme é sobre um travesti e uma lésbica que se apaixonam, o diretor logo conta que ficou sabendo de uma história parecida nos anos de 1990, em São Paulo com Lou, baterista da banda “As Mercenárias”, e um travesti chamado Gabi. “Depois que o roteiro estava pronto, comecei a mostrar para várias pessoas até que me contaram a história desse casal. Foi a prova de que meu filme tem muito a ver com a realidade”, comemora.

Depois de exibir “Elvis & Madona” no Festival de Tribeca, Laffitte viaja para Los Angeles onde o filme será exibido no L. A. Brazilian Film Festival.

No Brasil, o lançamento está previsto para agosto.

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