sexta-feira, 16 de abril de 2010

MARINA SILVA RESPONDE ÀS BICHITTAS PATRULHEIRAS

A senadora Marina Silva, pré candidata à presidência pelo PV, resolveu responder com um longo texto à história - patrulheira e mentirosa - da "bandeira do arco-íris que ela teria escondido".

Nem precisava. Quem conhece sua história de vida sabe que ela jamais faria algum ato hostil a alguém.

Mas as Patrulheiras do Arco Íris ocuparam a internet nessa semana, enchendo bem o meu saco com acusações descabidas à candidata, e reproduzindo apenas o "eu ouvi falar que ela escondeu uma bandeira do arco íris dada por um militante em MG".
As histéricas fariam melhor se se reportassem à própria Marina, no seu site ou em seu gabinete no Senado Federal .

E para que não fiquem dúvidas sobre o caráter dessa mulher lutadora, é que eu resolvi transcrever aqui o seu texto.

Bichittas patrulheiras: Vão caçar marido, que vocês ganham mais!
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O que penso a respeito do movimento LGBTs

Caricatura: Arquivo do Klau

Quem conhece a minha história e convive comigo sabe que respeito as diferenças e sou defensora da tolerância. Acredito que são posturas essenciais para a construção da ética democrática.

Minha voz e meus atos nunca manifestaram ou manifestarão, portanto, qualquer tipo de rejeição a qualquer movimento legitimado por aquilo que costumo chamar de forças vivas da sociedade. Sempre que me perguntam sobre o que penso a respeito do movimento LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros), seus direitos e sua luta por leis que os protejam de discriminação, digo que reconheço a legitimidade do movimento e de suas reivindicações.

O Estado deve assegurar a todos – sem distinção – igualdade. As políticas públicas, democraticamente aprovadas pelo Parlamento, e implementadas pelo governo, devem atender a todos.

Falo isso porque, nos últimos dias, um vereador de meu partido, militante do movimento LGBTs, me escreveu, com cópia para outras pessoas, dizendo que eu "escondi" a bandeira arco-íris que ele me entregou durante um evento público na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O assunto chegou a ganhar certa repercussão no universo da internet. Sander Simaglio, segundo ele escreve, teria me pedido para estender a bandeira.

Sander, um ativo militante e parlamentar, atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Alfenas, subiu ao palanque no momento em que o presidente do partido em Minas, Ronaldo Vasconcellos, fazia seu discurso de posse. Na sequência, solicitou que eu tirasse uma foto ao seu lado. Atendi Sander, como faço com todos os pré-candidatos do PV, para registrar aquele encontro momentâneo. Não me recordo de ter tido qualquer outro diálogo com ele.

Logo em seguida, de forma simpática e respeitosa, ele me passou a bandeira que retirou do bolso de seu paletó. Como fiz com tantas outras lembranças que me foram dadas naquele dia – livros, artesanatos e flores –, passei a oferta do vereador para a minha assessoria. Então nos abraçamos, nos despedimos, e não notei nenhum desapontamento de sua parte. Aliás, não tive nenhuma reação surpreendente ao receber a bandeira.

Receber presentes e lembranças simbólicas é um ato corriqueiro em minhas andanças pelo país. Na condição de pré-candidata à Presidência da República, me coloco como postulante a representar todos os brasileiros, independentemente do que pensam, de sua orientação sexual, do que crêem ou de sua militância. Minha história é meu compromisso. Política deve ser feita com respeito, sem proselitismo.

Por fim, reafirmo: ainda que minha conduta moral e ética integrem valores da fé cristã, que professo, não discrimino quem quer que seja e defendo plena cidadania para todos. O mesmo espero de todas as outras pessoas, candidatas ou não.

Marina Silva, senadora


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