do UOL
A internet é considerada um instrumento extraordinário contra as ditaduras, mas os regimes autoritários também sabem usá-la como um excelente meio de controle da população, afirma blogueiros de todo o mundo reunidos em Berlim.
Ucrânia, Moldávia, Mianmar, Irã... os levantes populares destes últimos anos tiveram a internet como uma ferramenta imprescindível, que permitiu rápidas mobilizações de manifestantes ou a transmissão de informações sobre as repressões.
No entanto, se a "internet é sem sombra de dúvida um fenômeno difícil de ser comparado, não invalida tudo o que se sabe de Ciência Política, Sociologia e História", ressaltou o jornalista e blogueiro Evgueny Morozov durante uma apresentação do evento "re:publica 2010", que reúne na capital alemã até sexta-feira mais de 2.000 blogueiros de cerca de trinta países.
"Todas as perguntas que fazemos em nossas democracias sobre internet também temos que fazer em um contexto de autoritarismo", prosseguiu, explicando que tudo o que é publicado na internet é utilizado pelos poderes de diferentes países para assentar melhor o seu domínio.
"Nossos amigos do Facebook, aqueles que seguem ou aqueles que são seguidos no Twitter, as listas de difusão às quais pertencem, as fotos de manifestantes divulgadas on-line...", todos esses elementos são fontes de informação.
"A internet é uma faca de dois gumes. Alguns governos têm exércitos de funcionários encarregados de vigiar a internet", confirma Almira al-Husaini, blogueira do Bahrein.
"Cada bloqueio de página, cada prisão serve para criar uma cultura do medo", acrescentou.
O objetivo é dissuadir os dissidentes: "o que é mais importante ainda que a censura é a importância que tem hoje a autocensura", confirmou Michael Anti, jornalista e blogueiro chinês.
A internet oferece também vetores de comunicação aos regimes autoritários ou a grupos que também se preocupam pouco com as liberdades.
"Não são apenas as democracias que se opõem às ditaduras, mas também outras forças políticas, com seus próprios objetivos", lembrou Morozov.
Os fóruns de discussão ou os blogs se tornam meios infinitamente mais discretos para fazer propaganda: "um blogueiro anônimo será mais confiável do que o Pravda" local, explicou o jornalista-blogueiro de origem bielorrussa.
Organizações como a dos Irmãos Muçulmanos também são muito ativas e estão muito organizadas para intervir na internet, indicou Al-Hussaini.
Mas Morozov indicou três perigos ligados à própria natureza da internet. O primeiro é a ilusão de que qualquer um pode dar início a uma revolução, já que "nem todo mundo pode se tornar um Lenin".
O segundo é que a instantaneidade das trocas de dados na internet fragiliza os movimentos que utilizam esse vetor: "se concentram muito nos resultados a curto prazo e nem tanto nas mudanças a longo prazo", o que explica os resultados moderados dessas insurreições.
O último perigo, segundo ele, é que o ativismo na internet predomine sobre as ações nas ruas.
Ele expressou esse perigo de maneira mais crua: "o fato de ser detido e de receber agressões se torne norma" para aquele que quer derrubar uma ditadura, "é uma realidade que os ciberativistas devem enfrentar", concluiu.
A internet é considerada um instrumento extraordinário contra as ditaduras, mas os regimes autoritários também sabem usá-la como um excelente meio de controle da população, afirma blogueiros de todo o mundo reunidos em Berlim.
Ucrânia, Moldávia, Mianmar, Irã... os levantes populares destes últimos anos tiveram a internet como uma ferramenta imprescindível, que permitiu rápidas mobilizações de manifestantes ou a transmissão de informações sobre as repressões.
No entanto, se a "internet é sem sombra de dúvida um fenômeno difícil de ser comparado, não invalida tudo o que se sabe de Ciência Política, Sociologia e História", ressaltou o jornalista e blogueiro Evgueny Morozov durante uma apresentação do evento "re:publica 2010", que reúne na capital alemã até sexta-feira mais de 2.000 blogueiros de cerca de trinta países.
"Todas as perguntas que fazemos em nossas democracias sobre internet também temos que fazer em um contexto de autoritarismo", prosseguiu, explicando que tudo o que é publicado na internet é utilizado pelos poderes de diferentes países para assentar melhor o seu domínio.
"Nossos amigos do Facebook, aqueles que seguem ou aqueles que são seguidos no Twitter, as listas de difusão às quais pertencem, as fotos de manifestantes divulgadas on-line...", todos esses elementos são fontes de informação.
"A internet é uma faca de dois gumes. Alguns governos têm exércitos de funcionários encarregados de vigiar a internet", confirma Almira al-Husaini, blogueira do Bahrein.
"Cada bloqueio de página, cada prisão serve para criar uma cultura do medo", acrescentou.
O objetivo é dissuadir os dissidentes: "o que é mais importante ainda que a censura é a importância que tem hoje a autocensura", confirmou Michael Anti, jornalista e blogueiro chinês.
A internet oferece também vetores de comunicação aos regimes autoritários ou a grupos que também se preocupam pouco com as liberdades.
"Não são apenas as democracias que se opõem às ditaduras, mas também outras forças políticas, com seus próprios objetivos", lembrou Morozov.
Os fóruns de discussão ou os blogs se tornam meios infinitamente mais discretos para fazer propaganda: "um blogueiro anônimo será mais confiável do que o Pravda" local, explicou o jornalista-blogueiro de origem bielorrussa.
Organizações como a dos Irmãos Muçulmanos também são muito ativas e estão muito organizadas para intervir na internet, indicou Al-Hussaini.
Mas Morozov indicou três perigos ligados à própria natureza da internet. O primeiro é a ilusão de que qualquer um pode dar início a uma revolução, já que "nem todo mundo pode se tornar um Lenin".
O segundo é que a instantaneidade das trocas de dados na internet fragiliza os movimentos que utilizam esse vetor: "se concentram muito nos resultados a curto prazo e nem tanto nas mudanças a longo prazo", o que explica os resultados moderados dessas insurreições.
O último perigo, segundo ele, é que o ativismo na internet predomine sobre as ações nas ruas.
Ele expressou esse perigo de maneira mais crua: "o fato de ser detido e de receber agressões se torne norma" para aquele que quer derrubar uma ditadura, "é uma realidade que os ciberativistas devem enfrentar", concluiu.
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