sábado, 10 de abril de 2010

PARQUE IBIRAPUERA ABRIGA NOVO MUSEU, A PARTIR DE AMANHÃ


A partir das 11h de amanhã, os paulistanos ganharão um novo - e popular - museu.

O Pavilhão das Culturas Brasileiras, faz uma mistura de peças de arte popular, arte indígena e trabalhos contemporâneos, para atrair o público que passeia nos finais de semana pelo mais badalado espaço verde e de lazer da cidade - o parque Ibirapuera .

O museu funciona onde anteriormente estava instalada a Prodam (a companhia de processamento de dados da prefeitura), e fica bem próximo ao Museu Afro, outra instituição que tem destacado foco na arte popular.
O parque passa a ser, assim, um dos principais polos de cultura da cidade, já que o MAM-SP, o Pavilhão da Bienal, a Oca e, ainda neste ano, o MAC-USP, estão ou estarão todos lá.


A exposição "Puras Misturas", que inaugura oficialmente o novo museu, foi montada apenas no térreo e no subsolo.
O primeiro andar do prédio - como todos os outros do parque, também projetado por Oscar Niemeyer - ainda será reformado para receber mostras.
A reforma e a adequação está orçada em cerca de R$ 23 milhões e não devem ser entregues antes do final de 2011, já que o projeto inclui auditório, elevadores, biblioteca e reserva técnica. As alterações mais urgentes serão feitas agora, como a troca do telhado e a instalação das novas estruturas elétricas e hidráulicas.

Foto: Patrícia Araujo/UOL
Obra da exposição "Puras Misturas"

Exibindo 1.600 trabalhos, “Puras Misturas” começa com um tipo de instalação interativa pouco comum: dezenas de bancos de diferentes origens, dos indígenas, que imitam formas de animais, como macacos e cutias, a objetos assinados por designers como Sergio Rodrigues e Claudia Moreira Salles.
Em outra seção da mostra, intitulada Abre-Alas, diversos brinquedos, como navios, aviões e ônibus, originários de vários Estados, são reunidos em uma grande bancada. Os artefatos “aéreos” são pendurados no teto, em uma expografia que deve agradar ao público infantil.

Ainda nesse espaço térreo, uma linha do tempo conta, em painéis e com a exibição de documentos, livros e objetos, a história da valorização do folclore, da arte popular e da indígena na cultura brasileira.
Nomes como Mario de Andrade, Rossini Tavares de Lima (cuja coleção era o centro do antigo Museu do Folclore, que chegou a ser mostrada na Oca) e Darcy Ribeiro são lembrados como defensores da união entre erudito e popular.
No fundo do andar, em uma parede, grandes prateleiras expõem trabalhos variados da coleção Rossini, como tambores utilizados em festas populares das regiões Norte e Nordeste, utensílios que aproveitam latas de óleo descartadas e brinquedos tradicionais em madeira e pano.
Peças indígenas, algumas pertencentes a coleção do indigenista Orlando Villas-Bôas, também são vistas no módulo, que teve como curadora adjunta Cristiana Barreto, especializada na temática indígena.

No andar rebaixado, a união entre o tradicional e o contemporâneo é mais bem compreendido.
Tendo como curador convidado o mineiro José Alberto Nemer, a seção Fragmentos de um Diálogo coloca lado a lado peças de diferentes épocas.
Uma cadeira feita pelos celebrados irmãos Campana, constituída de dezenas de bonecas de pano populares, é vista junto de uma série de bonecas da coleção Rossini, além de uma grande boneca desenhada pelo estilista Ronaldo Fraga.
Rendas tradicionais do Nordeste, junto de pratos feitos pelo designer Marcelo Rosenbaum, além de 300 ex-votos de madeira, do antigo Museu do Folclore, próximos a trabalhos contemporâneos de Farnese de Andrade e Efrain Almeida, ilustram a ideia da curadoria.

A Cidade de São Paulo merecia um museu assim, faz tempo.

Afinal, é nesse novo espaço que a cultura popular será revista, guardada, exposta, e principalmente, perpetuada.
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PURAS MISTURAS
Quando: abertura amanhã, das 11h às 15h; de terça a domingo, das 9h às 17h (permanência até as 18h); até 12/9
Onde: Pavilhão das Culturas Brasileiras (parque Ibirapuera, portão 10, tel. 0/xx/11/5083-0199)
Quanto: entrada franca

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