quarta-feira, 14 de abril de 2010

IGREJA CATÓLICA E PEDOFILIA


Pessoal:

Ontem, não tive tempo de conversar com vocês, a respeito das barbaridades que o cardeal - e secretário-geral do Vaticano - Tarcisio Bertone, disse na segunda, em entrevista em Santiago-Chile, a respeito da associação que ele deliberadamente fez entre pedofilia e homossexualismo.

Disse o número dois da hierarquia do Vaticano - acima dele, só o papa:
"Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram que há entre homossexualidade e pedofilia".

"Essa patologia [pedofilia] aparece em todos os tipos de pessoas e, nos padres, em um grau menor em termos percentuais. "

"Menor, em termos percentuais"? Não é o que vemos, todo santo dia.

Ao mesmo tempo em que sua eminência proferia essas sandices - dignas da época medieval - o Vaticano lançou outra frente de defesa no escândalo das suspeitas de abusos sexuais de menores por padres, com a divulgação de suas diretrizes internas sobre o tema, nas quais recomenda a denúncia à Justiça civil.

Teólogos reputados como o suíço Hans Küng têm apontado o celibato como uma das razões para exacerbar o problema da pedofilia na igreja.

Desde que um relatório da Igreja Católica na Irlanda - publicado no ano passado - revelou cerca de 15 mil crianças sofreram abusos nas mãos de padres e religiosos entre os anos 30 e 90, denúncias e investigações pipocaram pela Europa e voltaram a surgir nos EUA. Uma linha telefônica para denúncias anônimas por vítimas, aberta no fim do mês passado na Alemanha - terra natal do papa - recebeu quase 15 mil ligações em uma semana.

Ontem, o Vaticano publicou em seu site diretrizes para lidar com o problema, onde se recomenda explicitamente que casos com suspeitas fundamentadas sejam tratados pela Justiça canônica e levados aos tribunais civis.

"A diocese local investiga todas as alegações de abuso sexual de um menor por um clérigo", afirma o texto. "Se a alegação tem traços de verdade, o caso é levado à Congregação para a Doutrina da Fé (...) A lei civil relativa à comunicação de crimes às devidas autoridades deve sempre ser seguida."

Essas regras, porém, nada tem de novo: seguem uma bula de abril de 200 - o Motu Proprio Sacramentorum sanctitatis tutela - e o Código Canônico de 1983, mas nunca foram levadas a público.

A divulgação é um esforço do Vaticano para mostrar que não tem só tirado o seu da reta, mas sim, tentando abordar o problema.

Há três semanas, Bento 16 divulgou uma carta aos fiéis da Irlanda em que exortava os culpados a "responder diante de Deus, assim como diante de tribunais devidamente constituídos".

Outro ponto ressaltado no texto do papa - e que as diretrizes explicitam mais - é a responsabilidade dos bispos.
Segundo as regras recém-divulgadas, "o bispo local sempre retém o poder para proteger as crianças por meio da restrição das atividades de qualquer padre em sua diocese, já que isso faz parte de sua autoridade ordinária, que ele é incentivado a exercer na medida necessária para assegurar que as crianças não sejam prejudicadas, poder este que pode ser utilizado antes, durante e depois dos procedimentos canônicos", completa o texto.

Texto bunitinho, mas ordinário, já que, de acordo com as denúncias que têm surgido, a maioria dos bispos não levou essa regra em consideração.

Enquanto sua eminência deu seu showzinho de burrice em terra estrangeira, em Roma o Vaticano não conseguiu ainda explicar a omissão dos bispos, do papa anterior - João Paulo 2 - e do papa atual.

Documentos revelados pela mídia americana indicam que, quando comandava a Congregação para a Doutrina da Fé, o próprio Bento 16, então cardeal Joseph Ratzinger, atuou decisivamente numa operação abafa, em ao menos dois casos.

Pedofilia é, no meu entender, um dos crimes mais odiosos que se pode cometer.

É fato que muitos gays gostam sim de parceiros mais novos, mas a maioria esmagadora usa de inteligência, charme, conversa, paquera e envolvimento afetivo real para conquistarem, terem relacionamentos, treparem e serem felizes como pessoas e como seres humanos, e não como agentes do status quo, a serviço dos seus interesses pessoais.

Como bem documentou o ótimo Roberto Cabrini - em duas históricas matérias no programa "Conexão Repórter" no SBT - os padres e bispos usam de todo o seu poder de persuação enquanto líderes espirituais de um povo, para rasgar a bíblia, cuspir na cruz e abusar de crianças e jovens que, na maioria das vezes por puro medo, não denunciam.
O vídeo do "monsenhor de Arapiraca" - um véio de mais de 80 - chupando o pau de um jovem coroinha, deitado na cama e tendo um crucifixo ao lado como testemunha está aqui na net para quem quiser ver.

Canalhas, que deveriam mofar na cadeia.

De minha parte, continuo afirmando: religiões judaico-cristãs e modernidade - principalmente "século 21" - não combinam.

Acredito firmemente que essa história de ser "temente a Deus", "Deus vingativo" e muitas outras sandices foram criadas pelo Homem, para poder controlar melhor o seu semelhante pela ignorância.

Deus é amor, e não dor.

O resto, inclusive as versões mais badaladas da bíblia, do evangelho, da torá e do alcorão são, no fundo, ótimos textos representativos da literatura de uma época arcaica, opressora, burra e ultrapassada.


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