Vocês tiveram saco para ver o programa do PSDB na TV na última quinta-feira?
Não foi ruim, foi péssimo.
Foi péssimo, principalmente se a tucanada teve a intenção de fazer com que o programa aumentasse o número de novos militantes que a legenda poderia conseguir, depois de aparecer dez minutos no horário nobre.
O programa teve o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - nossa querida tia véia invejosa da janela - nos cinco minutos iniciais.
Em tom majestático, FHC explicou para uma plateia acotovelada dentro de um estúdio que o PSDB foi criado para "renovar nossa política".
E foi aí que a edição começou a meter os pés pelas mãos: na sequência apareceu no vídeo Siqueira Campos, governador tucano do Tocantins, que pode ser tudo, menos renovação naquele Estado.
As contradições fazem parte do processo político, e estão aí Luiz Inácio e Doutora Dilma de braços dados com o Coroné Sarney e Collor - aquele!
Só que, no caso da tucanada, o partido se prestou ao triste papel de expô-las ao máximo, num processo de autoflagelação de fazer inveja àqueles filipinos que sempre aparecem nas nossas tevês na semana santa, chicoteando as costas.
Para quem não viu, o programa tucano está disponível no site da legenda -
www. psdb.org.br .
Nele, o maior partido de oposição do país dá uma aula de como a falta de rumo e discursos sem noção conseguem acabar com sonhos de toda uma geração de bons políticos da esquerda brasileira.
O presidente nacional tucano, Sérgio Guerra, promete que os congressistas da sigla "denunciarão o desperdício do dinheiro público", para em seguida, aparecer o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, o mesmo que requereu uma aposentadoria por ter sido governador do Paraná no passado - mais um exemplo de dois pesos, duas medidas, escancarado pela tucanada.
A propaganda tucana segue o modelão ortodoxo de mostrar e dar voz aos políticos da sigla - e essa já é prática corriqueira entre todos os partidos - e tudo num horário onde os brasileiros chegam em casa e estão esperando desestressar e assistir a uma novela ou a um telejornal.
Aí, entra o FHC com seu ar de pavão, pavãozinho. Não desce, né?
O PSDB de hoje sobrevive em meio a uma luta interna entre "serristas" e "aecistas", observados pelos "alckmistas" que nunca saem na moita, e onde todos caminham para cometer o mesmo suicídio partidário, já adotado pelo Democratas.
FHC disse que os partidos brasileiros precisam de "um choque", e ao final do programa de quinta-feira, alguém disse: "As coisas só mudam de verdade quando a gente muda".
Esse é um bom conselho para o próprio PSDB e para toda a tucanada, dentro e fora da moita.
Até segunda.
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E você pode assistir à essa coluna, em vídeo HD, já postado no YouTube e no Facebook:
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